Acessibilidade / Reportar erro

Estativos e suas características

Resumos

A maioria dos trabalhos em Aktionsart e Aspecto pressupõe que os verbos estativos formem uma classe homogênea e que possam ser facilmente identificados por testes distribucionais baseados na (in)compatibilidade com o imperativo (I), com a perífrase progressiva (PP) e com certos tipos de adjuntos temporais (AT). Nas primeiras seções deste trabalho, analisamos dados do Português Brasileiro (PB) contrários a essa visão. Mostramos que alguns estativos são compatíveis com a PP, com o I, ou ambos, e também com os tipos de AT tidos como problemáticos. Nas últimas seções, desenvolvendo uma idéia inicial proposta pelo Prof. John Schmitz, sustentamos que, considerando-se o PB, a classe dos estativos deve ser subdividida em subclasses cujo comportamento face a I, PP e AT pode ser previsto pela interação de traços semânticos como [± controle ] e [± mudança ].


Most works on Aktionsart and Aspect presuppose that stative verbs form a homogeneous class and that they can be easily identified by distributional tests based on (in)compatibility with the imperative (I), with the progressive periphrasis (PP) and with certain types of time adjuncts (TA). In the first sections of this paper, we analyze data from Brazilian Portuguese (BP) that goes against this view. We show that some statives are compatible with PP, or with I, or with both, and also with the kinds of TA that have been considered problematic. In the last sections of this paper, elaborating on an idea first proposed by Professor John Schmitz, we claim that, as far as BP is concerned, the class of statives must be sub-divided into sub-classes whose behavior vis-à-vis I, PP and TA can be predicted by the interaction of semantic features such as [± control ] and [± change ].


Estativos e suas características* * Este texto é fruto do projeto de Iniciação Científica "Aspectos e Acionalidade no Português Brasileiro", financiado pela FAPESP, Processo 03/01474-4.

Renato Miguel Basso; Rodolfo Ilari

UNICAMP

RESUMO

A maioria dos trabalhos em Aktionsart e Aspecto pressupõe que os verbos estativos formem uma classe homogênea e que possam ser facilmente identificados por testes distribucionais baseados na (in)compatibilidade com o imperativo (I), com a perífrase progressiva (PP) e com certos tipos de adjuntos temporais (AT). Nas primeiras seções deste trabalho, analisamos dados do Português Brasileiro (PB) contrários a essa visão. Mostramos que alguns estativos são compatíveis com a PP, com o I, ou ambos, e também com os tipos de AT tidos como problemáticos. Nas últimas seções, desenvolvendo uma idéia inicial proposta pelo Prof. John Schmitz, sustentamos que, considerando-se o PB, a classe dos estativos deve ser subdividida em subclasses cujo comportamento face a I, PP e AT pode ser previsto pela interação de traços semânticos como [± controle ] e [± mudança ].

ABSTRACT

Most works on Aktionsart and Aspect presuppose that stative verbs form a homogeneous class and that they can be easily identified by distributional tests based on (in)compatibility with the imperative (I), with the progressive periphrasis (PP) and with certain types of time adjuncts (TA). In the first sections of this paper, we analyze data from Brazilian Portuguese (BP) that goes against this view. We show that some statives are compatible with PP, or with I, or with both, and also with the kinds of TA that have been considered problematic. In the last sections of this paper, elaborating on an idea first proposed by Professor John Schmitz, we claim that, as far as BP is concerned, the class of statives must be sub-divided into sub-classes whose behavior vis-à-vis I, PP and TA can be predicted by the interaction of semantic features such as [± control ] and [± change ].

Texto completo do artigo disponível apenas em PDF.

Article full text available only in PDF format.

Bibliografia

  • Bertinetto, P. M. Tempo, aspetto e azione nel verbo italiano. Il sistema dell'indicativo Florença: Accademia della Crusca, 1986.
  • Bertinetto, P. M. Il Sintagma Verbale. In: Renzi, L.; Salvi, G. (Ed.). Grande grammatica italiana di consultazione Bologna: Il Mulino, 1991. p. 13-161.
  • Bertinetto, P. M. Il dominio tempo-aspettuale: Demarcazioni, intersezioni, contrasti. Torino: Rosenberg and Sellier, 1997.
  • Bertinetto, P. M. On a frequent misunderstanding in the temporal-aspectual domain: The 'Perfective = Telic Confusion'. Avaliable from Internet: http://alphalinguistica.sns.it/QLL 2001.
  • Boertien, H. Ordergin Auxiliares as Main Verbs. Glossa, n. 13, p. 81-114, 1979.
  • Schmitz, J. R. A Oposição estrutural/fenomenal e a análise do aspecto progressivo. São Paulo: PUC-São Paulo, 1981a. (mimeo)
  • Schmitz, J. R. The Progressive Construction and Stativeness in Brazilian Portuguese. São Paulo: PUC-São Paulo, 1981b. (mimeo)
  • Vendler, Zeno. Linguistics in Philosophy New York: Cornell University Press, 1967.
  • *
    Este texto é fruto do projeto de Iniciação Científica "Aspectos e Acionalidade no Português Brasileiro", financiado pela FAPESP, Processo 03/01474-4.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      28 Jan 2013
    • Data do Fascículo
      2004
    Faculdade de Letras - Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Federal de Minas Gerais - Faculdade de Letras, Av. Antônio Carlos, 6627 4º. Andar/4036, 31270-901 Belo Horizonte/ MG/ Brasil, Tel.: (55 31) 3409-6044, Fax: (55 31) 3409-5120 - Belo Horizonte - MG - Brazil
    E-mail: rblasecretaria@gmail.com