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Peperomia (Piperaceae) no Leste Metropolitano do Rio de Janeiro, Brasil

Peperomia (Piperaceae) in the Eastern Metropolitan of the Rio de Janeiro, Brazil

Resumo

Peperomia é o segundo maior gênero de Piperaceae, com 1.600 a 1.700 espécies no mundo. No Brasil são encontradas 173 espécies distribuídas por todo território, das quais 108 são endêmicas. O Leste Metropolitano do estado do Rio de Janeiro é formado pelos municípios de Itaboraí, Maricá, Niterói, Rio Bonito, São Gonçalo e Tanguá. O objetivo do estudo foi inventariar e caracterizar morfologicamente as espécies de Peperomia ocorrentes nesta região. Realizaram-se 35 excursões de campo para coleta de material botânico, assim como consulta aos herbários fluminenses, e ao banco de dados virtual SpeciesLink. Foram registradas 15 espécies com destaque para P. rotundifolia, ainda não registrada nos acervos para o Leste Metropolitano do Rio de Janeiro, sendo aqui citada pela primeira vez na região.

Palavras-chave:
flora; florística; Mata Atlântica; Piperales

Abstract

Peperomia is the second largest genus of Piperaceae with 1,600 to 1,700 species in the world. In Brazil, there are 173 species distributed throughout the territory of which 108 are endemic. The Metropolitan East of the state of Rio de Janeiro is formed by the municipalities of Itaboraí, Maricá, Niterói, Rio Bonito, São Gonçalo and Tanguá. The objective of the study was to inventory and morphologically characterize the Peperomia species occurring in this region. It's been carried out 35 field trips were carried out to collect botanical material, as well as to consult the Rio Herbariums, and to the SpeciesLink virtual database. Fifteen species were recorded, with a prominence for P. rotundifolia not yet registered in the collections for the Metropolitan East of Rio de Janeiro, being recorded here for the first time in the region.

Key words:
flora; floristic; Atlantic Forest; Piperales

Introdução

Peperomia Ruiz & Pav., o segundo maior gênero de Piperaceae, é monofilético, com 1.600 a 1.700 espécies, diversamente distribuídas no Neotrópico (Jaramillo et al. 2004Jaramillo MA, Manos PS & Zimmer EA (2004) Phylogenetic relationships of the perianthless Piperales: reconstructing the evolution of floral development. International Journal of Plant Sciences 165: 403-416.; Wanke et al. 2006Wanke S, Samain MS, Vanderschaeva L, Mathieu G, Goetghebeur P & Neinhuis C (2006) Phylogeny of the genus Peperomia (Piperaceae) inferred from the trnk/matk region (cpDNA). PlantBiology 8: 93-102.). Recentemente foi estabelecida uma nova classificação infragenérica a partir da morfologia dos frutos e dados moleculares, sendo reconhecidos 14 subgêneros (Frenzke et al. 2015Frenzke L, Scheiris E, Pino G, Symmank L, Goetghebeur P, Neinhuis C, Wanke S & Samain M (2015) A revised infrageneric classification of thegenus Peperomia (Piperaceae). Taxon 64: 424-444.).

No Brasil são encontradas 173 espécies do gênero distribuídas por todo território das quais 108 são endêmicas (Flora do Brasil 2020 em construçãoFlora do Brasil 2020 em construção. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/PrincipalUC/PrincipalUC.do#CondicaoTaxonCP>. Acesso em agosto 2018.
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). Para o Rio de Janeiro são registradas 77 espécies (Flora do Brasil 2020 em construçãoFlora do Brasil 2020 em construção. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/PrincipalUC/PrincipalUC.do#CondicaoTaxonCP>. Acesso em agosto 2018.
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), das quais várias foram tratadas em estudos realizados em diferentes regiões do estado: município do Rio de Janeiro (Ichaso & Guimarães 1984Ichaso CLF & Guimarães EF (1984) Piperaceae do município do Rio de Janeiro - II. O gênero Peperomia Ruiz & Pav. Arquivos do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro 35: 47-60.), Reserva Ecológica de Macaé de Cima (Guimarães 1994Guimarães EF (1994) Piperaceae. In: Lima MP & Guedes-Bruni RR (eds.) Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Pp. 327-348.), Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, (Guimarães & Giordano 1997Guimarães EF, Giordano LCS (1997) Piperaceae C. A. Agardh. In: Marques MCM, Vaz ASF & Marquete R (eds.) Flórula da APA Cairuçu, Paraty, RJ: espécies vasculares. Série Estudos e Contribuições. Fundação Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro 14: 396-439.), Reserva Biológica de Poço das Antas (Guimarães & Monteiro 2006Guimarães EF & Monteiro D (2006) Piperaceae na Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 57: 569-589.), Parque Nacional do Itatiaia (Monteiro & Guimarães 2008Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195.) e na Serra da Tiririca, Niterói/Maricá (Queiroz et al. 2014Queiroz GA, Guimarães EF & Barros AAM (2014) O gênero Peperomia Ruiz &Pav. (Piperaceae) na Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Biológica Catarinense 1: 5-14.).

Habitam geralmente áreas úmidas, locais rochosos e sombrios, muitas vezes, crescendo sobre pedras às margens dos rios ou ainda em matas de galeria e florestas secas (Guimarães 1999Guimarães EF (1999) Piperaceae. In: Melo MMRF, Barros F, Chie SAC, Kirizawa M, Jung-Mendaçoli SL & Wanderley MG (eds.) Flora fanerogâmica da Ilha do Cardoso, São Paulo. Vol. 6. Instituto de Botânica, São Paulo. Pp. 15-43.; Medeiros & Guimarães 2007Medeiros EVSS & Guimarães EF (2007) Piperaceae do Parque Estadual de Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 25: 227-252.). Algumas espécies do gênero são cultivadas como ornamentais: Peperomia arifolia Miq., P. incana (Haw.) Hook. e P. rotundifolia (L.) Kunth (Pio-Corrêa & Penna 1984Pio-Corrêa M & Penna LA (1984) Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Vol. 5. Ministério da Agricultura, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, Rio de Janeiro. 687p.; Guimarães & Giordano 2004Guimarães EF & Giordano LCS (2004) Piperaceae do nordeste brasileiro I: estado do Ceará. Rodriguésia 55: 21-46.; Queiroz et al. 2014Queiroz GA, Guimarães EF & Barros AAM (2014) O gênero Peperomia Ruiz &Pav. (Piperaceae) na Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Biológica Catarinense 1: 5-14.); outras, são usadas como medicinais: P. alata Ruiz & Pav. e P. glabella (Sw.) A. Dietr., que possuem ação antimalárica (Milliken 1997Milliken W (1997) Plants for malaria, plants for fever: medicinal species in Latin America - a bibliographic survey. The Royal Botanic Gardens, Kew. 116p.).

O objetivo deste estudo foi conhecer as espécies de Peperomia que ocorrem no Leste Metropolitano do Rio de Janeiro, realizando estudo taxonômico, descrevendo morfologicamente as espécies, complementando com ilustrações e dados ecológicos.

Material e Métodos

O estudo foi realizado no Leste Metropolitano do estado do Rio de Janeiro (Fig. 1), região pouco conhecida no âmbito das Piperaceae. A delimitação dessa região sofre modificações ao longo do tempo, no entanto, optou-se por utilizar a primeira adotada por Salandia (2003)Salandia LFV (2003) Anais da conferência das cidades do Eixo Leste Metropolitano do Rio de Janeiro. Prefeitura de Niterói, Niterói. 124p. na 1ª Conferência das Cidades do Eixo Leste Metropolitano do Rio de Janeiro (Salandia 2012Salandia LFV (2012) Desafios metropolitanos à gestão pública de apropriação do espaço urbano no Leste Metropolitano do Rio de Janeiro. Tese de Doutorado. Universidade Federal Fluminense, Niterói. 405p.; Santos 2016Santos MG (2016) Biodiversidade e Sociedade no Leste Metropolitano do Rio de Janeiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ed. UERJ, Rio de Janeiro . 342p.). Nesta demarcação estão inseridos os municípios de Itaboraí, Maricá, Niterói, Rio Bonito, São Gonçalo e Tanguá, que ocupam cerca de 1.815,5 km2 do território fluminense (IBGE 2015IBGE (2015) Cidades. Disponível em <https://cidades.ibge.gov.br>. Acesso em agosto 2016.
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).

Figura 1
Municípios do Leste Metropolitano do Rio de Janeiro; pontos representam áreas visitadas para a realização de coletas (Salandia 2003Salandia LFV (2003) Anais da conferência das cidades do Eixo Leste Metropolitano do Rio de Janeiro. Prefeitura de Niterói, Niterói. 124p., 2012Salandia LFV (2012) Desafios metropolitanos à gestão pública de apropriação do espaço urbano no Leste Metropolitano do Rio de Janeiro. Tese de Doutorado. Universidade Federal Fluminense, Niterói. 405p.).
Figure 1
Metropolitan East of Rio de Janeiro delineated municipalities; points represent areas visited for collecting (Salandia 2003Salandia LFV (2003) Anais da conferência das cidades do Eixo Leste Metropolitano do Rio de Janeiro. Prefeitura de Niterói, Niterói. 124p., 2012Salandia LFV (2012) Desafios metropolitanos à gestão pública de apropriação do espaço urbano no Leste Metropolitano do Rio de Janeiro. Tese de Doutorado. Universidade Federal Fluminense, Niterói. 405p.).

A região está inserida no bioma Mata Atlântica sendo sua vegetação classificada de acordo com o Ministério do Meio Ambiente como Floresta Ombrófila Densa com formações de Terras Baixas, Submontana e Montana além do Manguezal e Restinga (MMA 2013MMA - Ministério do Meio Ambiente (2013) Florestas do Brasil em resumo - 2013: dados de 2007-2012. Serviço Florestal Brasileiro. SFB, Brasília. 186p.). O relevo é variado desde ao nível do mar à suavemente ondulados até aproximadamente 600 m de altura com pontos mais altos como o Pico da Lagoinha com 890 m (Agenda 21 Maricá 2011Agenda 21 Maricá (2011) COMPERJ - Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://agendario.org/wp-content/uploads/2016/06/Maricá_baixa.pdf>. Acesso em julho 2016.
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). O clima da região segundo Köppen é do tipo Aw, variando entre quente e úmido (Kottek et al. 2006Kottek M, Grieser J, Beck C, Rudolf B & Rubel F (2006) World map of the Köppen-Geiger climate classification updated. Meteorologische Zeitschrift 15: 259-263.), com temperatura variando entre 8 ºC a 38 ºC e a precipitação pluviométrica entre 60 e 2.000 mm/mês (Bernardes 1952Bernardes LMC (1952) Tipos de clima do estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Geografia 14: 57-80.; Barbiére & Coe-Neto 1999Barbiére EB & Coe-Neto R (1999) Spatial and temporal variation of rainfall of the east fluminense coast and Atlantic Serra do Mar, state of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers BA, Bidone ED & Abrão JJ (orgs.) Environmental geochemistry of coastal lagoon systems, Rio de Janeiro, Brazil. Série Geoquímica Ambiental, Rio de Janeiro 6: 47-56.; Carvalho et al. 2007Carvalho AC, Nascimento MT & Braga JMA (2007) Estrutura e composição florística do estrato arbóreo de um remanescente de mata atlântica submontana no município de Rio Bonito, RJ, Brasil (Mata Rio Vermelho). Revista Árvore 31: 717-730.; Agenda 21 Rio Bonito 2011Agenda 21 Rio Bonito (2011) COMPERJ - Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://agenda21comperj.com.br/sites/localhost/files/Agenda21RioBonito.pdf>. Acesso em julho 2016.
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).

Historicamente o Leste Metropolitano foi ocupado por pescadores-coletores que deixaram seus vestígios arqueológicos conhecidos como sambaquis (Kneip et al. 1981Kneip LM, Pallestrini L & Cunha FLS (1981) Pesquisas arqueológicas no litoral de Itaipu. VEPLAN Companhia de Desenvolvimento Territorial, Rio de Janeiro. 174p.; Kipnis & Scheel-Ybert 2005Kipnis R & Sheel-Ybert R (2005) Arqueologia e Paleoambeintes. In: Souza CRG, Suguio R, Oliveira AMS & De Oliveira PE (orgs.) Quaternário do Brasil. Associação Brasileira de Estudos do Quaternário, Ribeirão Preto. Pp. 343-365.; Fernandes 2012Fernandes RAN (2012) Notas para uma história ambiental de São Gonçalo: o processo de ocupação do território gonçalense. In: Santos MG (ed.) Estudos ambientais em regiões metropolitanas: São Gonçalo. Ed. UERJ, Rio de Janeiro. Pp. 21-40.). Após a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1565) diversas sesmarias foram doadas pela coroa de Lisboa para proteger a costa brasileira, que posteriormente deram origem aos municípios de Niterói, Itaboraí, Maricá, São Gonçalo e Rio Bonito (Ferreira 1959Ferreira JP (1959) Enciclopédia dos municípios brasileiros. Vol. XXII. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro. 469p.; Machado 1977Machado PB (1977) Maricá, meu amor. Apex gráfica e editora, Rio de Janeiro. 150p.; Whers 1984; Domingos et al. 2000Domingos PSO, Corrêa KRP, Paula LM, Lopes MC & Ramos MFP (2000) A História de Tanguá. Centro Universitário Augusto Motta. Prefeitura Municipal/Secretaria de Educação e Cultura, Tanguá. 221p.; Dutra 2016Dutra CRS (2016) Conheça nossa história, Prefeitura de Itaboraí. Disponível em <http://www.itaborai.rj.gov.br/conheca-nossa-historia/>. Acesso em agosto 2016.
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). Nos séculos seguintes, XVII e XVIII, a região foi marcada pelos ciclos do café e da cana-de-açúcar que foram responsáveis por alterar a vegetação nativa (Wehrs 1984Wehrs C (1984) Niterói cidade sorriso: a história de um lugar. Vida Doméstica, Rio de Janeiro. 366p.; Barros & Pimentel 2010Barros AAM & Pimentel DS (2010) Transformações ambientais e sociais aliadas à história de ocupação da Mata Atlântica no litoral do estado do Rio de Janeiro: o caso do Parque Estadual da Serra da Tiririca e arredores. In: Nodari ES, Klug J, Gerhardt M & Moretto SP (eds.) Simpósio Internacional de História Ambiental e Migrações. Labinha, Florianópolis. Pp. 797-818.). No século XIX, a região passou por grandes modificações, de um lado, Maricá, Niterói e São Gonçalo, locais de diversas fazendas, posteriormente vendidas, favorecendo a especulação imobiliária e a industrialização, e de outro, Itaboraí, Rio Bonito e Tanguá, que persistiram no cultivo de monoculturas (Ferreira 1959Ferreira JP (1959) Enciclopédia dos municípios brasileiros. Vol. XXII. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro. 469p.; Domingos et al. 2000Domingos PSO, Corrêa KRP, Paula LM, Lopes MC & Ramos MFP (2000) A História de Tanguá. Centro Universitário Augusto Motta. Prefeitura Municipal/Secretaria de Educação e Cultura, Tanguá. 221p.; Barros & Pimentel 2010Barros AAM & Pimentel DS (2010) Transformações ambientais e sociais aliadas à história de ocupação da Mata Atlântica no litoral do estado do Rio de Janeiro: o caso do Parque Estadual da Serra da Tiririca e arredores. In: Nodari ES, Klug J, Gerhardt M & Moretto SP (eds.) Simpósio Internacional de História Ambiental e Migrações. Labinha, Florianópolis. Pp. 797-818.; Fernandes 2012Fernandes RAN (2012) Notas para uma história ambiental de São Gonçalo: o processo de ocupação do território gonçalense. In: Santos MG (ed.) Estudos ambientais em regiões metropolitanas: São Gonçalo. Ed. UERJ, Rio de Janeiro. Pp. 21-40.). Do ponto de vista científico, em 1832, Charles Darwin percorreu o que hoje é o município de Niterói, atravessando a Serra da Tiririca, chegando até a Fazenda Itaocaia (Maricá), onde pernoitou e seguiu em direção ao norte do estado (Selles & Abreu 2002Selles SE & Abreu A (2002) Darwin na Serra da Tiririca: caminhos entrecuzados entre a biologia e a história. Revista Brasileira de Educação 20: 5-22.).

Na década de 1970, com a descoberta de fluorita no município de Tanguá, mineradoras passaram a explorar a região (Domingos et al. 2000Domingos PSO, Corrêa KRP, Paula LM, Lopes MC & Ramos MFP (2000) A História de Tanguá. Centro Universitário Augusto Motta. Prefeitura Municipal/Secretaria de Educação e Cultura, Tanguá. 221p.). Em 2006 começou a ser construído o COMPERJ - Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, em Itaboraí, o que promoveu um aumento da ocupação e modificações ambientais na região (Concremat Engenharia 2007Concremat Engenharia (2007) Relatório de impacto ambiental - RIMA. Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 150p.; Costa et al. 2009Costa MB, Simón A, Araújo AFB, Salgueiro F, Costa JM, Soares MLG & Moulton TP (2009) Região Urbano-Industrial. In: Bergallo HG, Fidalgo ECC, Rocha CFD, Uzêda MC, Costa MB, Alves MAS, Sluys MV, Santos MA, Costa TCC & Cozzolino ACR (eds.) Estratégias e ações para a conservação da biodiversidade no estado do Rio de Janeiro. Cap.26. Instituto Biomas, Rio de Janeiro. Pp. 327-344.).

Foram realizadas coletas de plantas férteis seguindo o método de caminhamento (Filgueiras et al. 1994Filgueiras TS, Nogueira PE, Brochado AL & Guala IIGF (1994) Caminhamento - um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12: 39-43.), entre os meses de fevereiro de 2015 a agosto de 2016, em todos os seis municípios que compõem o Leste Metropolitano, perfazendo um total de 35 visitas. As excursões foram direcionadas para os fragmentos de vegetação dentro da área de estudo, entretanto, os maciços localizados em Saquarema nos limites com o Leste Metropolitano também foram incluídos. As excursões ocorreram em localidades dos municípios de Itaboraí (Itambí, Porto das Caixas e São José), Maricá (Alto Mourão, Área de Relevante Interesse Ecológico Espraiado, Barra de Maricá, Monumento Natural da Pedra de Inoã, Pedra do Macaco, Ponta Negra, Refúgio da Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá, Reserva Biológica da Ponta do Fundão, Serra de Crassorotiba, Serra do Camburi), Niterói (Área de Proteção Ambiental do Morro do Morcego, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Parque Natural Municipal da Cidade e Reserva Ecológica Darcy Ribeiro), Rio Bonito (Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, Área de Proteção Ambiental Municipal Serra do Sambê, Braçanã, Parque Natural Municipal Morada dos Corrêas, Rio Vermelho), São Gonçalo (Alto do Gaia e Área de Proteção Ambiental do Engenho Pequeno), Saquarema (Sampaio Corrêa e Palmital) e Tanguá (Parque Natural Municipal da Serra do Barbosão, Serra do Minério e Tomascar).

O material foi herborizado segundo técnicas usuais de inventários florísticos (Guedes-Bruni et al. 2002Guedes-Bruni RR, Amorim MP, Lima HC & Sylvestre LS (2002) Inventário florístico. In: Sylvestre LS & Rosa MMT (orgs.) Manual metodológico para estudos botânicos na Mata Atlântica. Universidade Rural, Seropédica. Pp. 24-50.) e incorporado ao herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e as duplicatas enviadas ao herbário da Faculdade de Formação de Professores da UERJ (RFFP), siglas conforme Thiers (continuamente atualizado)Thiers B [continuamente atualizado] Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em <http://sweetgum.nybg.org/science/ih/>. Acesso em janeiro 2016.
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.

Os materiais foram identificados através de bibliografia específica, dentre elas destaca-se o trabalho de Yuncker (1974)Yuncker TG (1974) The Piperaceae of Brazil III - Peperomia: taxa of uncertain status. Hoehnea 4: 71-413. e seus nomes científicos atualizados a partir da Flora do Brasil 2020 (em construção)Flora do Brasil 2020 em construção. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/PrincipalUC/PrincipalUC.do#CondicaoTaxonCP>. Acesso em agosto 2018.
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. O estudo taxonômico abrangeu pesquisa bibliográfica sobre os táxons, além de consultas e comparações de materiais depositados nos herbários HB, R, RB, RBR, RBE, RFA, RFFP e FCAB (siglas conforme Thiers, continuamente atualizadoThiers B [continuamente atualizado] Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em <http://sweetgum.nybg.org/science/ih/>. Acesso em janeiro 2016.
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), e do banco de dados virtual SpeciesLink (2016)Specieslink (2016) CRIA - Centro de Referência em Informação Ambiental. Disponível em <http://splink.cria.org.br/>. Acesso em junho 2016.
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.

Foram elaboradas diagnoses e confeccionada uma chave analítica para identificação das espécies. Quando os táxons possuíam muitos materiais coletados para o mesmo município optou-se por citar apenas um material de cada localidade, no entanto, todos os espécimes analisados são apresentados no índice de coletores. Para a elaboração da distribuição geográfica seguiu-se Tropicos.org (2018)Tropicos.org. (2018) Missouri Botanical Garden. Disponível em <http://www.tropicos.org>. Acesso em agosto 2018.
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e Flora do Brasil 2020 em construçãoFlora do Brasil 2020 em construção. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/PrincipalUC/PrincipalUC.do#CondicaoTaxonCP>. Acesso em agosto 2018.
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. As espécies são apresentadas em ordem alfabética e a fenologia foi estabelecida com base nos materiais coletados na região. Foi realizada ilustração apenas do táxon ainda não representado em estudos anteriores.

Resultados e Discussão

No Leste Metropolitano do Rio de Janeiro foram registradas 15 espécies de Peperomia, categorizadas nos subgêneros Leptorhynchum (Dahlst.) Trel. ex Samain (P. armondii Yunck., P. elongata Kunth, P. incana (Haw.) Hook., P. nitida Dahlst., P. urocarpa Fisch. & Mey), Micropiper (Miq.) Miq. (P. alata Ruiz & Pav., P.corcovadensis Gardner, P. glabella (Sw.) A. Dietr. var. glabella, P. hilariana Miq., P.pseudoestrellensis C. DC., P. rotundifolia (L.) Kunth), Multipalmata Scheiris & Frenzke (P. arifolia Miq.), Pseudocupula Frenzke & Scheiris (P. psilostachya C. DC. var. psilostachya, P. tetraphylla (G.Forst.) Hook. & Arn. var. tetraphyllIa), e incertae sedis (P. rubricaulis (Nees) A. Dietr.). Destas, destaca-se P. rotundifolia (L.) Kunth, não registrada nos acervos consultados, sendo aqui citada pela primeira vez para a região.

A diversidade de espécies registradas no Leste Metropolitano representa 5,1% das Peperomia ocorrentes no estado do Rio de Janeiro. Dentre os municípios estudados, Maricá e Niterói são os mais diversos com sete espécies cada, seguindo de Rio Bonito com seis e Tanguá apenas com P. rubricaulis. Os dois primeiros municípios possuem a maior extensão de áreas florestadas e número de Unidades de Conservação do Leste Metropolitano do estado (Área de Proteção Ambiental do Morro do Morcego, Área de Relevante Interesse Ecológico Espraiado, Monumento Natural da Pedra de Inoã, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Parque Natural Municipal da Cidade, Refúgio da Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá, Reserva Biológica da Ponta do Fundão e Reserva Ecológica Darcy Ribeiro) o que propicia um ambiente ombrófilo favorável ao desenvolvimento de espécies do grupo. Nas áreas visitas em Itaboraí e São Gonçalo, não foram registradas espécies de Peperomia. Em São Gonçalo, o elevado índice demográfico, associado à ocupação populacional desordenada fez com que restasse “ilhas de biodiversidade”, gerando tensões entre conservação dos fragmentos e atividades humanas (Santos et al. 2012Santos MG, Pinto LJS & Portugal AS (2012) A biodiversidade da APA do Engenho Pequeno e Morro do Castro. In: Santos MG (org.) Estudos ambientais em regiões metropolitanas: São Gonçalo. EdUERJ, Rio de Janeiro. Pp. 59-97.). Já em Itaboraí devido ao histórico de ocupação, diversas áreas do município foram devastadas para a implantação de fruticultura, apicultura e pecuária extensiva (Agenda 21 Itaboraí 2011Agenda 21 Itaboraí (2011) COMPERJ - Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Disponível em <https://bibliotecadigital.seplan.planejamento.gov.br/bitstream/handle/iditem/231/AGENDA21_COMPERJ.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 25 julho 2016.
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). Estes fatores somados ao clima mais seco das regiões provavelmente influenciaram a não ocorrência de espécies do gênero nestes municípios.

Peperomia Ruiz & Pav., Fl. Peruv. Prodr. 8: 8. 1794.

Ervas terrestres, epífitas ou rupícolas, frequentemente carnosas; ramos prostrados, ascendentes ou eretos, cilíndricos, geralmente providos de raízes nos entrenós nas epífitas e basais nas terrestres. Folhas alternas ou verticiladas, membranáceas, cartáceas ou papiráceas, quando in natura, às vezes, carnosas, sésseis ou longo pecioladas; pecíolo cilíndrico, estriado, sulcado ou canaliculado; lâminas de formas e tamanhos variados, providas ou não de glândulas translúcidas ou opacas, padrão de nervação acródomo, hifódromo, campilódromo, eucampilódromo ou broquidódromo. Inflorescências em espigas terminais, axilares ou opostas às folhas, eretas; brácteas pedunculares presentes ou ausentes; flores dispostas em raque glabra ou pilosa, carnosa ou membranácea, diminutas, com simetria bilateral, protegidas por uma bráctea floral arredondada, peltada, glabra ou com margem fimbriada; ovário disposto em depressão da raque, unicarpelar, estigma simples apical, subapical, papiloso; estames dois, filetes longos ou curtos, decíduos na maturação da espiga. Fruto drupa, base com ou sem estipe, de formato variado, pericarpo delgado, glanduloso viscoso, pseudocúpula presente ou ausente, ápice mamiforme, agudo, com escudo oblíquo ou rostrado, estigma persistente papiloso. (Yuncker 1974Yuncker TG (1974) The Piperaceae of Brazil III - Peperomia: taxa of uncertain status. Hoehnea 4: 71-413.; Guimarães et al. 1984Guimarães EF, Ichaso CLF & Costa CG (1984) Piperáceas 4. Peperomia. In: Reitz R (ed.) Flora ilustrada catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí. Pp. 33-136.; Guimarães & Carvalho-Silva 2012Guimarães EF & Carvalho-Silva (2012) Piperaceae. In: Wanderley MGL, Shepherd GJ, Giulietti AM & Melhem TS (eds.) Flora fanerogâmica do estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo . Vol. 7, pp. 264-288.).

    Chave de identificação das espécies de Peperomia ocorrentes no Leste Metropolitano do Rio de Janeiro
  • 1. Folhas verticiladas.

    • 2. Raque da inflorescência com tricomas....................................................14. Peperomia tetraphylla

    • 2’. Raque da inflorescência glabra.

      • 3. Lâmina foliar até 1 cm compr......................................................11. Peperomia psilostachya

      • 3’. Lâmina foliar além de 1 cm compr................................................13. Peperomia rubricaulis

  • 1’. Folhas alternas.

    • 4. Pedúnculo de 10-20 cm compr......................................................................2. Peperomia arifolia

    • 4’. Pedúnculo de 0,1-5,3 cm compr.

      • 5. Fruto com pseudocúpula.

        • 6. Ramo crespo pubescente.............................................10. Peperomia pseudoestrellensis

        • 6’. Ramo glabro a hirtelo..........................................................4. Peperomia corcovadensis

      • 5’. Fruto desprovido de pseudocúpula.

        • 7. Fruto cilíndrico, elíptico ou ovado-elíptico.

          • 8. Ápice do fruto rostrado.....................................................15. Peperomia urocarpa

          • 8’. Ápice do fruto não rostrado.

            • 9. Lâmina foliar tomentosa com tricomas alvos.................8. Peperomia incana

            • 9’. Lâmina foliar glabra.

              • 10. Pecíolo com duas fileiras de cílios.......................5. Peperomia elongata

              • 10’. Pecíolo glabro ou viloso.

                • 11. Lâmina foliar glabra em ambas as faces...........9. Peperomia nitida

                • 11’. Lâmina foliar vilosa em ambas as faces.......3. Peperomia armondii

        • 7’. Fruto globoso ou ovóide.

          • 12. Pecíolo com tricomas.

            • 13. Pedúnculo com glândulas negras, margem da lâmina glabra........................... .......................................................................................6. Peperomia glabella

            • 13’. Pedúnculo desprovido de glândulas negras, margem da lâmina ciliada acima da porção mediana até o ápice.....................................7. Peperomia hilariana

          • 12’. Pecíolo glabro.

            • 14. Ramo alado; lâmina foliar 7,5-15 cm compr.....................1. Peperomia alata

            • 14’. Ramo não alado; lâmina foliar 0,3-0,8 cm compr........................................... ...............................................................................12. Peperomia rotundifolia

1. Peperomia alata Ruiz & Pav., Fl. Peruv. 1: 31. 1798.

Epífita ou rupícola, 35-45 cm alt., ereta no ápice e decumbente na base, ciófila, glabra; ramos suculentos, ascendentes, estriados, alados. Folha alterna; pecíolo 0,4-0,8 cm compr., canaliculado; lâmina 7,5-15 × 2-5 cm, discolor, membranácea a cartácea, ovada, ovado-lanceolada, base aguda, ápice acuminado, glandulosa, margem ciliada a partir do terço médio superior, 3-5 nervada, padrão de nervação acródromo. Espiga 4-13,5 × 0,1-0,2 cm, axilar ou terminal, 1-2, ereta; raque foveolada, glabra; flores esparsas; pedúnculo 0,8-1,3 cm compr. Fruto ca. 0,1 × 0,1 mm, globoso, ovóide, glanduloso, desprovido de pseudocúpula, ápice com escudo oblíquo, estigma subapical.

Material selecionado: Rio Bonito, Fazenda das Cachoeiras, 20.XI.1978, fl. e fr., P. Laclette 597 (R).

Peperomia alata é facilmente identificada devido aos ramos decumbentes, alados, folhas ovado-lanceoladas e fruto globoso. Na área de estudo foi registrada em 1978, em Rio Bonito, mas em visita à este e outros locais não foi mais reencontrada. Guimarães (1999)Guimarães EF (1999) Piperaceae. In: Melo MMRF, Barros F, Chie SAC, Kirizawa M, Jung-Mendaçoli SL & Wanderley MG (eds.) Flora fanerogâmica da Ilha do Cardoso, São Paulo. Vol. 6. Instituto de Botânica, São Paulo. Pp. 15-43. ressalta que a espécie ocorre em solo úmido, rico em matéria orgânica, ou ainda em locais rochosos e sombrios, muitas vezes crescendo sobre pedras às margens dos rios. Coletada florescendo e frutificando nos meses de outubro e novembro. Ocorre em Belize, Bolívia, Brasil, Caribe, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guiana Francesa, Guiana, Honduras, México, Panamá, Peru, Venezuela. No Brasil, nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ilustração em Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195..

2. Peperomia arifolia Miq., Syst. piperac. 1: 72. 1843.

Terrícola ou rupícola, 10-20 cm alt., caule comumente curto, ciófila, glabra; ramos suculentos, ascendentes, estriados. Folha alterna; pecíolo 4,5-17,5 cm compr., estriado; lâmina 5,5-8,7 × 3,5-7,5 cm, discolor, membranácea, ovada, arredondado-ovoide, base subacordada, cordada, truncada, peltada, subpeltada, ápice arredondado, moderadamente castanho-glandulosa, margem glabra, 9-11 nervada, padrão de nervação misto, campilódromo-broquidódroma. Espiga 4-15,5 × 0,2-0,3 cm, axilar ou terminal, solitária, ereta; raque foveolada, glabra; flores congestas; pedúnculo 10-20 cm compr.; não bracteado. Fruto ca. 0,1-0,2 × 0,1 mm, globoso, subgloboso, papiloso, glabro, ápice mamiforme, estigma apical.

Material selecionado: Maricá, Morro do Macaco, 19.IX.1984, fl., J.G. da Silva et al.601 (R). Niterói, Morro do Cavalão, 1886, fl. e fr., P. Schwacke5219 (RB); Parque Estadual da Serra da Tiririca, trilha para o Alto Mourão, 25.VI.2014, fl., G.A. de Queiroz et al.159 (RB, RFFP); Reserva Ecológica Darcy Ribeiro, Serra do Cantagalo, 30.VI.2012, fl., G.A. de Queiroz et al.60 (RB, RFFP). Saquarema, Sampaio Correa, Estrada do Universalismo, 6.VI.2015, G.A. de Queiroz et al. 217 (RB).

Peperomia arifolia é de fácil identificação devido ao longo pedúnculo vináceo, além da coloração de suas folhas, que lembram uma casca de melancia. Outra característica marcante são as longas inflorescências até 20 cm. É encontrada no interior da mata e pouco observada, estando restrita apenas as áreas mais úmidas e sombrias, geralmente, próximo à matacões. Este táxon foi encontrado em Saquarema, município vizinho ao de Maricá, que segundo Salandia (2003)Salandia LFV (2003) Anais da conferência das cidades do Eixo Leste Metropolitano do Rio de Janeiro. Prefeitura de Niterói, Niterói. 124p. não faz parte do Leste Metropolitano. Ocorre na Argentina, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Honduras, Paraguai. No Brasil nos estados do Acre, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Coletada florescendo em junho, julho, setembro e outubro e frutifica em janeiro, setembro e outubro. Ilustrações em Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195. e Queiroz et al. (2014)Queiroz GA, Guimarães EF & Barros AAM (2014) O gênero Peperomia Ruiz &Pav. (Piperaceae) na Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Biológica Catarinense 1: 5-14..

3. Peperomia armondii Yunck., Bol. Inst. Bot. (São Paulo) 3: 187. 1966.

Epífita, ca. 20 cm alt., estolonífera, ciófila; ramos suculentos, prostrados, estriados, vilosos. Folha alterna; pecíolo 0,6-0,9 cm compr., viloso; lâmina 6-7,4 × 2,5-2,7 cm, discolor, suculenta, ovado-lanceolada, ovado-elíptica, base obtusa, não peltada, ápice agudo a acuminado, castanho-glandulosa na face adaxial, vilosa em ambas as faces, margem ciliada, 3-nervada, sendo 2 pares partindo da metade inferior e 1 par na superior, padrão de nervação eucamptódromo. Espiga ca. 8,7 × 0,1 cm, terminal ou axilar, solitária, ereta, raque foveolada, glabra; flores congestas; pedúnculo 1,5-1,7 cm compr., viloso; bráctea peduncular 1-1,8 cm compr., triangular, ápice agudo, castanho-glandulosa, vilosa. Fruto ca. 1,5-2 × 0,5 mm, cilíndrico, glanduloso, glabro, desprovido de pseudocúpula, ápice com escudo oblíquo, não rostrado, estigma apical.

Material examinado: Rio Bonito, Braçanã, Fazenda das Cachoeiras, 28.XI.1976, fr., P. Laclette (R 137442).

Peperomia armondii é caracterizada por apresentar ramos e folhas vilosas de forma ovado-lanceoladas a ovado-elípticas e frutos cilíndricos com escudo oblíquo no ápice. Em Santa Catarina foi encontrada no interior das florestas nos costões rochosos, não muito densas, sobre blocos rochosos cobertos por capa úmida (Guimarães et al. 1984Guimarães EF, Ichaso CLF & Costa CG (1984) Piperáceas 4. Peperomia. In: Reitz R (ed.) Flora ilustrada catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí. Pp. 33-136.). Ocorre no Brasil nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Coletada frutificando em outubro. Ilustração em Carvalho-Silva (2008)Carvalho-Silva M (2008) Peperomia Ruiz & Pav. no Brasil: morfologia e taxonomia do subgênero Rhynchophorum (Miq.) Dahlst. Tese de Doutorado. Fundação Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Escola Nacional de Botânica Tropical, Rio de Janeiro. 145p..

4. Peperomia corcovadensis Gardner, London J. Bot. 1: 187. 1842.

Epífita ou rupícola, 10-15 cm alt., estolonífera, ciófila; ramos suculentos, prostados, ascendentes, sulcados quando secos, glabros a hirtelos. Folha alterna; pecíolo 2-4 mm compr., estriado, hirto; lâmina 1-3,5 × 0,6-1,8 cm, discolor, membranácea, lanceolada, ovado-lanceolada, elíptico-lanceolada, base aguda, não peltada, ápice obtuso ou agudo, castanho-glandulosa, glabra na face adaxial, hirtela a glabrescente na face abaxial, margem glabra; nervuras 3, padrão de nervação misto acródromo-broquidódromo. Espiga 1,8-3,8 × 0,1 cm, terminal, solitária, ereta; raque foveolada, verrucosa, glabra; flores congestas; pedúnculo 0,8-1,5 cm compr., hirto; não bracteado. Fruto 0,7-0,8 × 0,5-0,6 mm, ovoide-elíptico, elíptico, eglanduloso, glabro, pseudocúpula pouco abaixo ou até a porção mediana, ápice agudo, não rostrado, estigma apical.

Material selecionado: Maricá, Lagoa do Padre, restinga entre a lagoa e a praia, 27.V.1975, fl., D. Araujo 731 (RB); divisa de Niterói e Maricá, Itaipuaçu, Pico do Alto Mourão, 20.X.1981, fl., R.H.P. Andreata157 (RB); restinga da Barra de Maricá, 18.VI.1997, fl. e fr., R. Esteves & R. Paixão637 (R). Niterói, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morro do Telégrafo, Sítio Três Nascentes, Nascente de Cima, 25.VIII.2006, fl. e fr., A.A.M. de Barros&J.R. Bartalini603 (RB, RFFP).

Peperomia corcovadensis caracteriza-se pelas espigas eretas, ramos glabros a hirtelos e filotaxia alterna. Habita preferencialmente o interior de mata, sobre troncos de árvores úmidos ou em rochas próximas a córregos ou rios, mas também pode ser encontrada em vegetação de restinga. Ocorre no Brasil nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Coletada florescendo em maio, junho e de agosto a outubro e frutificando em junho e agosto. Ilustrações em Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195. e Queiroz et al. (2014)Queiroz GA, Guimarães EF & Barros AAM (2014) O gênero Peperomia Ruiz &Pav. (Piperaceae) na Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Biológica Catarinense 1: 5-14..

5. Peperomia elongata Kunth, Nov. gen. sp. 1: 62. 1815.

Terrestre ou epífita, ca. 20 cm alt., estolonífera, assurgente, ciófila; ramos suculentos, ascendentes, estriados, glabros ou com tricomas curtos nos ramos superiores. Folha alterna; pecíolo 1-1,8 cm compr., sulcado, com duas fileiras de cílios uma em cada margem do sulco; lâmina 7-5,3 × 3,7-4,6 cm, discolor, suculenta, lanceolada, elíptica, elíptico-lanceolada, base aguda, não peltada, ápice agudo, acuminado, raramente glandulosa, glabra em ambas as faces; 3-nervada, 2 pares partindo próximos à base e 1 do terço superior da lâmina, inconspícuos, padrão de nervação hifódromo. Espiga ca. 7-9,5 × 0,1 cm, terminal, 1-3 curva; raque foveolada, glabra; flores congestas; pedúnculo 0,5-0,6 cm compr., glabro; bráctea peduncular 1-1,4 cm compr., ovado-lanceolada, ápice agudo, tricomas no ápice. Fruto 1-1,2 × 0,6-0,8 mm, cilíndrico, castanho-glanduloso, glabro, desprovido de pseudocúpula, ápice com escudo oblíquo, não rostrado, estigma central.

Material examinado: Niterói, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morro do Telégrafo, Vale do Carrego dos Colibris, 1.V.2014, fl., G.A. de Queirozet al. 173 (RFFP); APA do Morro do Morcego, Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes São Luiz e Rio Branco, Morro do Pico, 18.IX.2015, fl., D.N.S. Machado et al.768 (RFFP).

Material adicional examinado: BRASIL. SÃO PAULO: Bauru, Reserva Legal da Unesp, 3.II.2006, fr., M. Carboni et al. 313 (RB).

Peperomia elongata caracteriza-se pelas lâminas lanceoladas a elíptico-lanceoladas com pecíolo sulcado apresentando duas fileiras de cílios uma em cada margem do sulco. No Leste Metropolitano foi registrada no interior de mata próximo à matacões como também na borda de mata próximo à estrada. Ocorre na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa Suriname e Venezuela. No Brasil, nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Coletada florescendo em maio e setembro e frutificando em fevereiro. Ilustração em Carvalho-Silva (2008)Carvalho-Silva M (2008) Peperomia Ruiz & Pav. no Brasil: morfologia e taxonomia do subgênero Rhynchophorum (Miq.) Dahlst. Tese de Doutorado. Fundação Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Escola Nacional de Botânica Tropical, Rio de Janeiro. 145p..

6. Peperomia glabella (Sw.) A. Dietr. var. glabella Sp. pl. 1: 156. 1831.

Terrestre, 10-15 cm alt., reptante ou estolonífera, ciófila, provida de glândulas negras; ramos suculentos, ascendentes, cilíndricos, carnosos, glabros. Folha alterna; pecíolo 0,1-1,2 mm compr., canaliculado, com tricomas; lâmina 1,1-3,9 × 0,7-1,8 cm, discolor, membranácea a papirácea, elíptica, ovado-elíptica, ovado-lanceolada, base aguda, não peltada, ápice agudo, acuminado, glabra em ambas as faces, margem glabra; 3-5 nervada, padrão de nervação acródromo. Espiga 3,7-12,3 × 0,1-0,2 cm, axilar ou terminal, 1-3, eretas; raque foveolada, lisa, glabra; flores esparsas; pedúnculo 0,1-0,5 cm compr., glabro, com glândulas negras; não bracteado. Fruto ca. 1-0,8 mm, globoso, ovóide, negro glanduloso, glabro, desprovido de pseudocúpula, ápice com escudo oblíquo, não rostrado, estigma subapical.

Material selecionado: Maricá, Barra de Maricá, 18.X.2012, fl., G.A. de Queiroz et al.95 (RB, RFFP); Restinga entre a Lagoa do Padre e a praia, 27.V.1975, fl., D. Araujo732 (RB).

Peperomia glabella var. glabella caracteriza-se por ser uma erva glabra, exceto pela presença de tricomas no pecíolo, provida de glândulas negras com lâminas elípticas, ovado-elípticas, ovado-lanceoladas. No Leste Metropolitano foi registrada apenas na Restinga de Maricá, habitando o interior das moitas de vegetação. Ocorre em Belize, Bolívia, Brasil, Caribe, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados unidos, Guiana, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e Venezuela. No Brasil nos estados do Amapá, Pará, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Coletada florescendo em janeiro, maio e outubro e frutificando em janeiro. Ilustração em Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195..

7. Peperomia hilariana Miq., Syst. Piperac. 89. 1843.

Epífita, rupícola ou terrestre, ca. 15 cm alt., estolonífera-ascendente, semi-heliófila; ramos suculentos, eretos ou suberetos, não alados, sulcados, vilosos a glabrescentes. Folha alterna; pecíolo 0,5-08 cm compr., canaliculado, esparsamente viloso; lâmina 1,2-2,6 × 1,1-2 cm, discolor, membranácea, elíptica, oblongo-lanceolada ou ovado-lanceolada, base aguda, não peltada, ápice agudo, moderadamente castanho glandulosa, glabra em ambas as faces ou, às vezes, com tricomas na face adaxial no terço superior da lâmina, margem ciliada acima da porção mediana até o ápice, 3-5 nervada, padrão de nervação acródromo. Espiga ca. 1,8 × 0,1 cm, axilar ou terminal, 1-2, eretas; raque foveolada, lisa, glabra; flores esparsas; pedúnculo ca. 0,9 cm, glabro, desprovido de glândulas negras; não bracteado. Fruto ca. 0,1 × 0,08 mm, globoso, ovóide, glanduloso, glabro, desprovido de pseudocúpula, ápice com escudo oblíquo pouco evidente, não rostrado, estigma subapical.

Material examinado: Maricá, restinga, 2.XII.1986, fl. e fr., A. Souza et al.2298 (R).

Peperomia hilariana é caracterizada pelos ramos eretos, vilosos à glabrescentes, lâminas oblongo-lanceoladas, ovadas ou elípticas, margem ciliada acima da porção mediana até o ápice. No Leste Metropolitano foi registrada apenas na Restinga de Maricá, não sendo recentemente reencontrada. Guimarães et al. (1984)Guimarães EF, Ichaso CLF & Costa CG (1984) Piperáceas 4. Peperomia. In: Reitz R (ed.) Flora ilustrada catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí. Pp. 33-136. apontam que se trata de espécie rara, de larga, descontínua e inexpressiva distribuição. Ocorre no Brasil nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Coletada florescendo e frutificando em dezembro. Ilustração em Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195..

8. Peperomia incana (Haw.) Hook., Exot. fl. 1(5): t. 66. 1823.

Rupícola, terrícola ou epífita, 10-40 cm alt., estolonífera ramificada, ciófila, densamente alvo tomentosa; ramos suculentos, eretos, estriados. Folha alterna; pecíolo 1,0-6,5 cm compr.; lâmina 3,2-9,5 × 4,2-8,8 cm, discolor, carnosa, ovada, raro elíptica, base obtusa, peltada, ápice obtuso, glândulas inconspícuas, tomentosa em ambas as faces, margem glabra, nervuras secundárias inconspícuas, padrão de nervação hifófromo. Espiga 4,5-20,5 × 0,2-0,4 cm, terminal, 1-2 ereta; raque foveolada, glabra; flores congestas; pedúnculo 0,5-5,3 cm compr.; bráctea 0,8-1,3 cm compr., triangular, ereta, vilosa. Fruto 0,5-1 × 0,9-1 mm, elíptico a ovado-elíptico, coberto por glândulas castanhas, glabro, desprovido de pseudocúpula, ápice com escudo oblíquo, não rostrado, com leve prolongamento inflexo, estigma central.

Material selecionado: Maricá, Itaipuaçú, Pico do Alto Mourão, 25.XI.1981, fr., R.H.P. Andreata315 (RB); Mona da Pedra de Inoã, RJ-106 próximo ao retorno 19, 13.VIII.2015, fr., G.A. de Queiroz et al.263 (RB); Mona Municipal da Pedra de Itaocaia, 17.IX.2015, fl., D.N.S. Machado et al. 759 (RFFP). Niterói, Itaipu, Morro das Andorinhas, 18.VI.1980, fr., D. Araujo et al.3220 (RB); Parque Estadual da Serra da Tiririca, Alto Mourão, 8.II.2010, fr., C.N. Fraga et al. 2858 (RB); Morro do Imbuí, Fortaleza do Imbuí, Aldeia Imbuí, Avenida do Forte, 3.VII.2012, fl., G.A. de Queiroz et al.63 (RFFP); APA do Morro do Morcego, Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes São Luiz e Rio Branco, Morro do Pico, Avenida do Forte que liga as Praias do Forte Rio Branco a do Imbuí, 18.IX.2015, fl. e fr., D.N.S. Machado et al.776 (RFFP); Parque da Cidade, Morro da Viração, Tibau, Trilha da Jaqueira, 5.II.2016, fl., G.A. de Queiroz et al. 313 (RB).

Peperomia incana é reconhecida devido à consistência carnosa das folhas ovadas e pela densa disposição dos tricomas alvos. No Leste Metropolitano tem preferência por afloramentos rochosos com grande incidência luminosa, podendo também, ser encontrada em matacões no interior da mata. É usada como ornamental, sendo de fácil cultivo e propagação vegetativa (Queiroz et al. 2014Queiroz GA, Guimarães EF & Barros AAM (2014) O gênero Peperomia Ruiz &Pav. (Piperaceae) na Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Biológica Catarinense 1: 5-14.). Ocorre no Brasil nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Coletada florescendo em janeiro, fevereiro, abril, maio e de julho a setembro; frutificando em janeiro, fevereiro, de abril a junho e de agosto a setembro. Ilustrações em Carvalho-Silva (2008)Carvalho-Silva M (2008) Peperomia Ruiz & Pav. no Brasil: morfologia e taxonomia do subgênero Rhynchophorum (Miq.) Dahlst. Tese de Doutorado. Fundação Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Escola Nacional de Botânica Tropical, Rio de Janeiro. 145p. e Queiroz et al. (2014)Queiroz GA, Guimarães EF & Barros AAM (2014) O gênero Peperomia Ruiz &Pav. (Piperaceae) na Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Biológica Catarinense 1: 5-14..

9. Peperomia nitida Dahlst., Kongl. Svenska Vetensk. Acad. Handl. 33(2): 92. 1900.

Epífita ou rupícola, ca. 20 cm alt., estolonífera ramificada, ciófila; ramos suculentos, pêndulos ou prostrados, estriados, glabros ou com pubescência inconspícua. Folha alterna; pecíolo 0,6-0,9 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 2,5-4,5 × 1,3-1,9 cm, concolor, suculenta, carnosa, ovada, oblongo-lanceolada, base obtuso-cordada, não peltada, ápice agudo, glândulas inconspícuas, glabra em ambas as faces, margem ciliada; 3-nervada, conspícuas 2 pares partindo próximos à base e 1 próximo ao terço superior da lâmina, padrão de nervação eucamptódromo. Espiga ca. 4,4-4,6 × 0,1 cm, axilar ou terminal, solitária; raque foveolada, glabra; flores congestas; pedúnculo 0,5-0,7 cm compr., glabro; bráctea 0,7-0,9 cm compr., triangular, folhosa, ápice agudo, margem ciliada. Fruto ca. 1,8 × 0,8 mm, cilíndrico, papiloso, glanduloso, glabro, desprovido de pseudocúpula, ápice com escudo oblíquo, não rostrado, estigma basal.

Material examinado: Maricá, Barra de Maricá, mata baixa de restinga, 23.X.1985, fl., D. Araujo & M.C.A. Pereira 6994 (GUA).

Material adicional examinado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Angra dos Reis, Parque Nacional da Bocaina, Estrada Chapéu do Sol. 29.XI.2014, fr., M.G. Bovini et al. 4067 (RB).

Peperomia nitida é reconhecida devido às lâminas ovadas, oblongo-lanceoladas, glabras, com margem ciliada em toda margem. Morfologicamente semelhante a P. elongata que possui dupla fileira de cílios no pecíolo, enquanto em P. nítida o apresenta glabro. Ocorre na Colômbia e no Brasil, nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Coletada florescendo em outubro. Ilustração em Carvalho-Silva (2008)Carvalho-Silva M (2008) Peperomia Ruiz & Pav. no Brasil: morfologia e taxonomia do subgênero Rhynchophorum (Miq.) Dahlst. Tese de Doutorado. Fundação Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Escola Nacional de Botânica Tropical, Rio de Janeiro. 145p..

10. Peperomia pseudoestrellensis C. DC., Annuaire Conserv. Jard. Bot. Genève 2: 277. 1898.

Epífita, terrestre ou rupícola, ca. 10 cm alt., semi-ciófila; ramos suculentos, eretos, cilíndricos, sulcados, crespo-pubescentes. Folha alterna; pecíolo 0,1-0,9 cm compr., cilíndrico, pubescente; lâmina 0,5-1,1 × 0,4-0,7 cm, discolor, membranácea, elíptica, elíptico-lanceolada, base aguda, não peltada, ápice agudo, glândulas inconspícuas, pubescente em ambas as faces, margem ciliada; 3 nervada, padrão de nervação acródromo. Espiga 0,6-0,8 × 0,05-0,1 cm, axilar ou terminal, solitária, ereta; raque foveolada, verrucosa, glabra; flores esparsas; pedúnculo 0,4-0,9 cm compr., pubescente. Fruto ca. 0,1 × 0,2 mm, elíptico, eglanduloso, glabro, pseudocúpula basal, ápice agudo, não rostrado, estigma apical.

Material examinado: Rio Bonito, Braçanã, Fazenda das Cachoeiras, fl. e fr., P. Laclette397 (R).

Peperomiapseudoestrellensis é caracterizada pelos ramos com crespo-pubescentes e lâmina elíptica, elíptico-lanceolada, pubescente em ambas as faces. Foi registrada apenas em Rio Bonito, mas em visitas a este e outros locais não foi reencontrada. Espécie esciófita ou de luz difusa e seletiva higrófita, geralmente encontrada como epífita sobre trocos e ramos das árvores no interior da floresta (Guimarães et al. 1984Guimarães EF, Ichaso CLF & Costa CG (1984) Piperáceas 4. Peperomia. In: Reitz R (ed.) Flora ilustrada catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí. Pp. 33-136.). Ocorre no Brasil nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Sem informações a respeito da fenologia. Ilustrações em Guimarães et al. (1984)Guimarães EF, Ichaso CLF & Costa CG (1984) Piperáceas 4. Peperomia. In: Reitz R (ed.) Flora ilustrada catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí. Pp. 33-136. e Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195..

11. Peperomia psilostachya C. DC. var. psilostachya, Mém. Soc. Phys. Genève. 32(2): 9. 1893. Fig. 2a-d

Figura 2
a-d. Peperomia psilostachya var. psilostachya - a. hábito; b. folhas verticiladas; c. espiga; d. detalhe da espiga com raque glabra (L.O.F. de Souza et al. 324).
Figure 2
a-d. Peperomia psilostachya var. psilostachya - a. habit; b. leaves verticillate; c. spike; d. detail of spike with glabous rake (L.O.F. de Souza et al. 324).

Epífita, 10-15 cm alt., reptante, pendente, estolonífera, ciófila; ramos suculentos, decumbentes, estriados, canaliculados, hirtelos. Folhas 3-4(-5) verticiladas; pecíolo séssil ou subséssil ca. de 1 mm compr., hirto; lâmina 0,8-1 × 0,3-0,5 cm, discolor, coriácea, rômbica, elíptica, base aguda, não peltada, ápice agudo ou obtuso, glandulosa, glabra ou com tricomas esparsos ou hirto em ambas as faces, 3-nervada, padrão de nervação acródromo. Espiga. 0,4-0,5 × 0,2 cm, terminal, solitária, ereta; raque foveolada, glabra; flores esparsas; pedúnculo 0,1-0,3 cm compr., hirto. Fruto 0,9-1 × 0,6-0,7 mm, globoso, ovoide, glândulas esparsas, glabro, pseudocúpula abaixo da porção mediana, ápice agudo, não rostrado, estigma apical.

Material selecionado: Niterói, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morro do Telégrafo, Sítio Três Nascentes, 13.XII.1992, fl., A.A.M. de Barros571 (RFFP).

Peperomia psilostachya var. psilostachya é caracterizada por ser uma erva de ramos hirtelos, 3-4(-5) verticiladas, com frutos globosos, ovóide. Este táxon habita o interior de mata, epifitando árvores em locais mais preservados. Ocorre na Bolívia e no Brasil nos estados Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Coletada florescendo em abril, outubro e dezembro e frutificando em janeiro.

12. Peperomia rotundifolia (L.) Kunth, Nov. Gen. Sp. 1: 65. 1815.

Epífita 15-20 cm alt., estolonífera, semi-ciófila; ramos delicados, sulcados, não alados, glabros ou crespo-pubescentes. Folha alterna; pecíolo 0,1-0,3 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 0,3-0,8 × 0,2-0,5 cm, discolor, membranácea, arredondada, elíptico-arredondada, ovado-arredondada, base aguda, obtusa, não peltada, ápice arredondado, às vezes, retuso ou emarginado, castanho-glandulosa, pubescente em ambas as faces, com cílios em toda margem, 3-nervada, padrão de nervação acródromo. Espiga ca. 1,1-1,6 × 0,1 cm, terminal, solitária, ereta; raque foveolada, glabra; flores congestas; pedúnculo 0,2-0,3 cm compr., crespo-pubescente; bráctea 1-1,5 mm compr., espatulada cerdosa no ápice agudo, glandulosa. Fruto ca. 0,3 × 0,5 mm, globoso, ovoide, eglanduloso, glabro, desprovido de pseudocúpula, ápice com escudo obliquo, não rostrado, estigma subapical.

Material selecionado: Rio Bonito, Braçanã, Cachoeira do Val, 21.II.2016, fl. e fr., G.A. de Queiroz et al. 321 (RB).

Peperomia rotundifolia é caracterizada por ser erva delicada de filotaxia alterna, lâminas obovadas, elíptico-obovadas, ovado-arredondadas e inflorescência medindo cerca de 1 cm. Foi encontrada em área degradada, epifitando árvore nas margens da cachoeira. Ocorre na Argentina, Bolívia, Brasil, Caribe, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Suriname, Trinidad e Venezuela. No Brasil nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Coletada florescendo e frutificando em fevereiro. Ilustração em Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195..

13. Peperomia rubricaulis (Nees) A. Dietr., Sp. pl. 6. I: 182. 1831.

Epífita ou rupícola, 15-30 cm alt., ciófila ou heliófila; ramos suculentos, ascendentes, sulcados quando secos, glabros. Folha verticilada; pecíolo de 0,1-0,7 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 2-9,8 × 1,2-4,9 cm discolor, coriáceas, oblongo-lanceolada, elíptico-lanceolada, base aguda, não peltada, ápice agudo-acuminado, moderadamente glandulosa, glabra em ambas as faces, margem glabra, 3-5 nervada, padrão de nervação acródromo. Espiga 4,6-15,5(-19,4) × 0,1-0,3 cm, terminal, 1-3 ereta; raque foveolada, levemente verrucosa, glabra; flores congestas; pedúnculo 2,0-7,5 cm compr., glabro; bráctea não vista. Fruto 1-2 × 0,8-1 mm, elíptico-ovoide, papiloso, glabro, pseudocúpula abaixo da porção mediana, ápice agudo, não rostrado, estigma apical.

Material selecionado: Niterói, APA dos Fortes, Morro do Imbuí, Fortaleza do Imbuí, Aldeia Imbuí, Avenida do Forte, 18.V.2012, fl. e fr., A.A.M. de Barros et al. 4639 (RB, RFFP); Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morro do Telégrafo, Córrego dos Colibris, 1.V.2014, fr., G.A. de Queiroz et al.153 (RB, RFFP); Pedra de Itacoatiara, Pata do gato, 17.VI.1998, fr., R.C.C. Silva et al. 57 (RB, RFFP). Rio Bonito, distrito de Brasílio, 13.VIII.1986, fr., G. Martinelliet al.11.633 (RB); P.N.M. Morada dos Corrêas, Serra do Sambê, próximo à captação de água da CEDAE; 31.I.2016, G.A. de Queiroz & D.N.S. Machado 304 (RB); Braçanã, ponte na estrada para a Escola Municipal Fazenda das Cachoeiras, 21.II.2016, fl., G.A. de Queiroz et al. 331 (RB). Tanguá, P.M.N. da Serra do Barbosão, Engenho D’água, 28.VII.2015, fl., G.A. de Queiroz&D.N.S. Machado235 (RB).

Peperomia rubricaulis é facilmente reconhecida devido as suas folhas verticiladas, ramos avermelhados e inflorescência esverdeada. No leste Metropolitano apresenta-se como erva vistosa, ciófila ou heliófila, sendo encontrada em locais com solos úmidos ou arenosos, sobre matacões no interior de mata ou ainda epifitando árvores. Espécie altamente ornamental, facilmente cultivada em substrato rico em matéria orgânica e local sombreado (Queiroz et al. 2014Queiroz GA, Guimarães EF & Barros AAM (2014) O gênero Peperomia Ruiz &Pav. (Piperaceae) na Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Biológica Catarinense 1: 5-14.). Esta espécie foi à única ocorrente em Tanguá, provavelmente favorecida, devido a suas folhas crassas, coriáceas e rígidas, o que permite sua resistência a pouca humidade, área ensolarada e antropizada, ambientes característicos deste município. Ocorre no Brasil nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Coletada florescendo em fevereiro, abril, maio e julho e frutificando em fevereiro e de abril a agosto. Ilustração em Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195..

14. Peperomia tetraphylla (G. Forst.) Hook. & Arn. var. tetraphylla , Bot. Beechey Voy. 97. 1832.

Epífita, cespitosa 10-25 cm alt., ciófila; ramos suculentos, prostados, sulcado-angulosos, crespo-pubescentes a glabrescentes. Folha 3-4 verticilada; pecíolo 0,5-1,5 mm compr., sulcado, crespo-pubescente; lâmina 0,5-1,5 × 0,3-0,8 cm, discolor, membranácea, papirácea, coriácea, ovada, ovado-oblonga, elíptico-lanceolada, rômbico-elíptica, impresso glandulosa, base aguda, não peltada, ápice arredondado ou agudo, crespo pubescente, margem reflexa, glabra; nervuras 3, padrão de nervação acródomo. Espigas 0,8-2,8 × 0,1-0,2 cm, terminal, solitária, ereta; raque foveolada, com tricomas; flores congestas; pedúnculo 0,5-1,9 cm compr., hirto; bráctea não vista. Fruto 0,8-1 × 0,4-0,5 mm, subcilíndrico, glanduloso, glabro, pseudocúpula basal, ápice agudo, não rostrado, estigma apical.

Material examinado: Maricá, Itaipuaçu, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Pico do Alto Mourão, 25.XI.1981, fl. e fr., R.H.P. Andreata et al.201 (RB).

Peperomia tetraphylla var. tetraphylla é caracterizada pelas folhas 4-verticiladas, inflorescências curtas, eretas com tricomas na raque. Ocorre na África do Sul, Argentina, Belize, Butão, Bolívia, Brasil, Caribe, China, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Filipinas, Guatemala, Havaí, Honduras, Índia, Ilhas da sociedade, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Tailândia, Uruguai e Venezuela. No Brasil nos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Coletada florescendo e frutificando em novembro. Ilustração em Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195..

15. Peperomia urocarpa Fisch. & C.A. Mey., Index sem. hort. petrop. 4: 42. 1838.

Terrestre, rupícola ou epífita, 10-20 cm alt., estolonífera ramificada, ciófila; ramos suculentos, sulcados, crespo-pubescentes. Folha alterna; pecíolo 1,7-4,3 cm compr., canaliculado, crespo pubescente; lâmina 1,2-4,3 × 1,5-4,7 cm, discolor, suculenta, ovada, arredondada, base truncada, arredondada ou cordada, não peltada, ápice curto-agudo, glandulosa, crespo pubescente em ambas as faces, margem ciliada 5-7 nervada, padrão de nervação acródromo. Espiga 1,5-5,2 × 0,2-0,3 cm compr., axilar ou terminal, solitária, ereta; raque foveolada, glabra; flores congestas; pedúnculo 1,3-4,5 cm compr., crespo pubescente; bráctea não vista. Fruto 0,5-1,1 × 0,2-0,4 mm, elíptico, cilíndrico, glanduloso, glabro, desprovido de pseudocúpula, ápice rostrado, estigma na base do rostro.

Material selecionado: Niterói, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Córrego dos Colibris, parte média da Trilha, 24.IV.1997, fr., L.J.S. Pinto et al.38 (RB, RFFP). Rio Bonito, P.N.M. Morada dos Corrêas, Serra do Sambê, próximo à captação de água da CEDAE, 31.I.2016, fr., G.A. de Queiroz & D.N.S. Machado 305 (RB, RFFP). Saquarema, Sampaio Correa, Estrada do Universalismo, 6.VI.2015, fl. e fr., G.A. de Queirozet al.215 (RB).

Peperomia urocarpa é reconhecida devido as suas folhas arredondado-ovadas, base truncada, arredondada ou cordada, ápice curto-agudo, além de suas espigas eretas que, quando em fruto, se destacam pelo ápice rostrado. Foi encontrada sobre pedras ou epifitando troncos no interior da mata em locais úmidos, sombreados ou de luz difusa. Este táxon foi encontrado em Saquarema, município vizinho ao de Maricá, que segundo Salandia (2003)Salandia LFV (2003) Anais da conferência das cidades do Eixo Leste Metropolitano do Rio de Janeiro. Prefeitura de Niterói, Niterói. 124p. não faz parte do Leste Metropolitano. Ocorre na Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Caribe, Cuba, Colômbia, Costa Rica, Estados, Unidos, Equador, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela. No Brasil nos estados do Acre, Bahia, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Coletada florescendo em junho e julho; frutificando em janeiro, abril e de junho a agosto. Ilustração em Monteiro & Guimarães (2008)Monteiro D, Guimarães EF (2008) Flora do Parque Nacional do Itatiaia - Brasil: Peperomia (Piperaceae). Rodriguésia 59: 161-195..

  • Lista de exsicatas
    Andreata RHP 157 (4), 201 (14), 315 (8). Araujo D 731 (4), 732 (6), 762 (4), 3220 (8), 5397 (6), 6994 (9). Barros AAM 571 (11), 583 (11), 603 (4), 929 (13), 1184 (8), 2050 (2), 2156 (4), 4219 (8), 4474 (2), 4639 (13). Botelho M 512 (6). Bovini MG 4067 (9). Carboni M 313 (5). Carvalho WB 27 (13). Cunha LS 81 (13). Esteves R 637 (4). Ferreira VF 464 (8). Fraga CN 2858 (8). Giordano LC 174 (6). Laclette P (R:137442(3)), 397 (10), 597 (1), 781 (1). Machado DNS 759 (8), 766 (8), 768, 775 (5), 776 (8). Martinelli G 8.528 (8), 11.633 (13). Pinto LJS 38 (15), 53 (8),160 (8), 213 (11), 436 (2). Plowman T 13934 (8). Queiroz GA 1 (8), 6 (8), 36 (13), 37 (4), 60 (2), 62 (13), 63 (8), 95 (6), 153 (13), 155 (8), 156 (8), 159 (2), 160 (4), 173 (5), 215 (15), 216 (15), 217 (2), 235 (13), 236 (13), 255 (8), 263 (8), 296 (15), 297 (15), 305 (15), 304 (13), 313 (8), 314 (8), 321 (12), 325 (12), 327 (12), 331 (13), 333 (13), 370 (15), 376 (15), 380 (2), 393 (15), 397 (8), 399 (8), 401 (8). Saavedra MM 320 (8). Santos MCF 481 (8). Santos MG 85 (8), 1410 (13). Schwacke P 5219 (2). Silva JG 601 (2). Silva RCC 57 (13). Souza A 2298 (7). Souza LOF 86 (8), 87 (13), 114 (8), 324 (11).

Agradecimentos

Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, a bolsa de Mestrado concedida ao primeiro autor; aos curadores dos herbários consultados; ao MSc. Davi N. da Silva Machado, o auxílio nas coletas.

Referência

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Editado por

Editor de área: Dr. Luiz Menini Neto

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Nov 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    05 Set 2018
  • Aceito
    21 Jan 2020
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