Resumo
Este artigo discute os principais métodos de adaptação de medidas latinas ao verso português, e esclarece os critérios que presidem a um método novo, exemplificado com tradução comentada da Ode IV 9 de Horácio.
Palavras-Chave:
Métrica latina; Versificação portuguesa; Horácio
Abstract
This paper both discusses the principal methods of reproducing Latin verse-lengths in Portuguese and explains the criteria of a new method, which it exemplifies by a translation and commentary of Horace’s Ode IV 9.
Keywords:
Latin metrics; Portuguese versification; Horace
A teoria
A perda de sensibilidade à quantidade silábica1 1 Cf. SANTO AGOSTINHO, De Musica II, i, 1 ss. e as múltiplas possibilidades de escansão e execução das mais variadas sequências rítmicas2 2 Ibidem IV, xiii, 18-19. - o hexâmetro inclusive3 3 Ibidem V, v, 9 ss. - caracterizam a versificação latina desde, pelo menos, a Antiguidade tardia, se não dantes4 4 Cf. NICOLAU, 1934, passim. . A relação entre, de um lado, a longura e a brevidade das sílabas latinas e, do outro, os tempos marcados ou ictos responsáveis pela feição rítmica dos versos é problema espinhoso que não recebeu, até hoje, apesar de bastante discutido5 5 Cf. ALLEN, 1973, p. 129-199. , uma resposta definitiva. Escusando-nos, pois, de entrar nesse problema, e considerando, nos versos latinos, apenas e tão-somente a duração das sílabas, o icto ou acento mecânico, e o acento natural dos vocábulos (que, no entanto, a título de mera convenção, executaremos como acento expiratório, não melódico), podemos dizer que esses versos têm duas “pautas” distintas e superpostas, a primeira das quais constituída por ictos que imprimem um ritmo determinado a sílabas breves e longas, e uma segunda cujo ritmo se produz pela incidência de acentos tônicos numa sucessão de sílabas isócronas. Ou seja, enquanto na primeira o responsável por marcar o ritmo de determinada sequência de sílabas longas e breves é o que chamamos de icto, batida ou acento mecânico, na segunda, por sua vez, é o acento tônico natural das palavras quem dá certa feição rítmica a sílabas de duração mais ou menos igual.
Dessa maneira, o poeta ou tradutor moderno que se proponha a reproduzir um metro latino na sua língua deve antes de tudo e sobretudo escolher que pauta, afinal, se a primeira, a segunda ou ambas, pretende reproduzir. Vejamo-lo em maior detalhe, valendo-nos, para tanto, de um trecho das Geórgicas de Virgílio - que, sendo poesia hexamétrica, tem pés isócronos mas não isossilábicos - e de hexâmetros vernáculos de vários autores e de várias épocas, respectivamente.
(a) Virgílio, Geórgicas IV 1-12
a) Leitura “reconstituída” ou à alemã6 6 Cf. KLOPSTOCK, 1989, p. 9-21 e VOSS, 1789, p. iii-xxiv. , atenta, quanto possível, à duração e ao icto das sílabas constantes do verso. Em latim, longas em negrito, breves sem marcação, ictos com acento agudo, elisões sublinhadas e número total de sílabas entre parênteses. Em português, tradução decassilábica de Leonel da Costa Lusitano (século XVII):
b) Leitura tradicional ou à italiana7 7 Cf. D’OVIDIO, 1910, p. 323-327. , respeitando apenas e tão somente o acento natural das palavras. Tônicas em negrito; posição das sílabas acentuadas e número total de acentos indicados à direita.
c) Comparação das leituras: respectivamente a reconstituída e a tradicional.
Falemos primeiramente do número e posição dos acentos no interior dos versos. Como se pode perceber, enquanto em a os ictos são sempre seis por linha, dispostos em andamento dactílico ou espondaico, em b as tônicas ficam entre cinco e seis, com sensível variação em suas posições iniciais e grande regularidade nas finais. Se, pois, no primeiro hemistíquio o icto ou acento mecânico de a e o acento natural de b em geral não recaem sobre as mesmas sílabas - ou pelo menos nem sempre -, a regra no segundo é que tais acentos coincidam, e os dois últimos com absoluta regularidade. Diferentes que sejam o número, a posição e a natureza dos acentos em a e em b, contudo, a tendência moderna de executar sílabas não isócronas de maneira isócrona - ou, dito de outro modo, a desconsideração ou ao menos a minimização da quantidade silábica na recitação de poesia antiga, hoje entre nós - tende a tornar as duas pautas bastante semelhantes entre si. Logo, independentemente do padrão acentual que se queira seguir (o dos meros ictos sem atenção à duração silábica ou o dos acentos tônicos), a real dificuldade - e a rara qualidade - de certas adaptações modernas de versos latinos está em simular, por meio de crases, elisões, sinéreses e vários expedientes afins, a duração ou quantidade silábica do modelo8 8 Cf. HOPKINS, 2003, p. 124-128. . Simulação ou sugestão que Pascoli chama de ritmo reflexo, e que, segundo ele, é a marca distintiva das melhores reproduções modernas de metros antigos, enfim9 9 Cf. PASCOLI, 2002, p. 239: “Os versos de Carducci, embora compostos de séries e hemistíquios vernáculos, têm a virtude de sugerir ao nosso espírito a lembrança dos antigos. Estes outros, tão regulares, nos farão no máximo lembrar de Ovídio; no máximo; - mas nem sequer Ovídio, porque a sucessão contínua de um heptassílabo, eneassílabo e pentassílabo, ou a de heptassílabo e outro heptassílabo, nos contenta assim: como uma estrofe vernácula qualquer. Contenta-nos assim, e nós ficamos aquém de Ilisso e do mar Egeu, e a estranhas plagas já não navegamos. Falta àquelas estrofes o ‘ritmo reflexo’”. Minha tradução. . Mas sigamos o argumento.
(b) Carlos Alberto Nunes, Eneida IV 1-5. Em português e em latim, ictos em negrito.
Bem: a circunstância de Carlos Alberto Nunes haver se escusado de substituir nenhum dáctilo por espondeu ou ao menos troqueu e, conseguintemente, haver tomado o hexâmetro holodactílico por modelo único mostra com suficiente clareza que, privilegiando o isossilabismo, e não propriamente a isocronia, buscou reproduzir tão-só os ictos do original - logo, sem atender à duração silábica - mediante o hábil agenciamento de tônicas e subtônicas portuguesas. Outra sensível diferença entre o hexâmetro latino e o seu vernáculo está no tratamento da cesura: lá, prevalecem as masculinas; cá, as femininas. Tudo somado, a recitação de seus versos tende a ser a ser monótona e monocórdica, a despeito do seu engenho, pioneirismo e riqueza vocabular10 10 Cf. OLIVA NETO, 2014. .
(c) Júlio de Castilho, “Hexâmetros”. Em português e em latim, tônicas em negrito.
Neste poema autoral de Júlio de Castilho, composto, com toda a probabilidade, para ilustrar a mudança de opinião de seu pai Antônio Feliciano, que na quarta edição do famoso Tratado de Metrificação Portuguesa passou a ser favorável à reprodução vernácula de medidas latinas e gregas11 11 Cf. CASTILHO, 1874, p. 29-32. , o que se vê é a tentativa consciente de, admitindo alguma variação no primeiro hemistíquio mas sendo absolutamente regular no segundo, reproduzir a algo variável incidência dos acentos tônicos do hexâmetro latino, como bem exemplifica o mesmo passo das Geórgicas antes analisado. Resolvendo, pois, a irregularidade rítmica das três tônicas iniciais em três anapestos finais absolutamente regulares, pode-se dizer que Castilho procura seguir o encalço dos hexametricistas latinos, Virgílio incluso, que destacavam a chamada “cláusula hexamétrica” isto é, os dois últimos pés do verso, em que há invariável coincidência entre o acento mecânico e o gramatical e, pois, o ritmo é consonante - dos ritmicamente mais variados e algo dissonantes pés anteriores, em que esses acentos tendem a não coincidir. Se, pois, por um lado, os hexâmetros de Castilho são mais interessantes e variados que os de Nunes, são-lhes, por outro, mais ou menos equivalentes, já que ambos desconsideram ou minimizam o efeito poético da quantidade silábica, e, portanto, reproduzem em português padrões acentuais exclusivamente qualitativos, atinentes à mera tonicidade; padrões ritmicamente distintos, certo, mas nos dois casos de natureza expiratória.
(d) José Maria da Costa e Silva, “Epístola ao Doutor Vicente Pedro Nolasco da Cunha”, 19-29. Em português e em latim, tônicas em negrito.
Ainda mais próximos que os de Júlio de Castilho da que chamamos segunda pauta acentual dos versos latinos são estes hexâmetros de José Maria da Costa e Silva, sem dúvida. Com efeito, fazendo que o número de tônicas por verso oscile entre cinco e seis - distribuídas, porém, de tal modo que apenas as duas últimas tenham incidência regular -, Costa e Silva faz versos ritmicamente mais variados e, numa palavra, mais engenhosos que os de Júlio de Castilho, que, como vimos, das invariáveis seis tônicas que mete por linha varia apenas as três primeiras. Logo, no que toca ao número e posição dos acentos de intensidade (e à proximidade com o modelo latino), seus hexâmetros são mais perfeitos que os de Castilho filho, evidentemente; mas não só: porque, além de bastante próximos do original, quanto à distribuição dos acentos tônicos, eles são também ousada (e erudita) experimentação com quantidades silábicas supostamente portuguesas, e, desse modo, somando à segunda a primeira pauta, buscam, por fim, uma reprodução “integral” do modelo romano. Vejamo-lo em detalhe.
(e) José Maria da Costa e Silva, “Epístola ao Doutor Vicente Pedro Nolasco da Cunha”, 19-29. Em português e em latim, longas em negrito, ictos acentuados e elisões sublinhadas.
Conquanto os hexâmetros de Costa e Silva não se recitem à alemã, mas à italiana - isto é, realçando as cinco ou seis tônicas de cada sequência silábica, não os seis ictos de cada verso -, percebe-se que o seu autor, aplicando ao português as regras de longura silábica do latim, habilissimamente faz que os três ou quatro primeiros ictos não coincidam com o acento tônico dos vocábulos, os dois ou três finais coincidam, criando, assim, um artefacto novo, cujo molde é latino mas a matéria é portuguesa: artefacto híbrido, pois, como bem se vê, que depende de não pouca intimidade com a poesia e a versificação latinas para ser apreciado como convém. Finalmente, observemos agora lado a lado as duas pautas que se deixam ler nos versos de Costa e Silva, e façamos breves considerações finais sobre os métodos de reproduzir medidas latinas em português.
(f) José Maria da Costa e Silva, “Epístola ao Doutor Vicente Pedro Nolasco da Cunha”, 19-29. Pauta italiana [d]; e pauta alemã [e], respectivamente.
Visando, pois, como sugerimos acima, a uma reprodução “integral” ou “total” do hexâmetro latino em português, pode-se conjecturar que Costa e Silva procedeu como seus modelos mais autorizados, e, portanto, compôs estes versos segundo o método propriamente latino de os compor - isto é, atendendo à longura e brevidade silábicas e à incidência dos ictos -, para depois recitá-los, contudo, consoante o costume do tempo, realçando suas sílabas tônicas. Em outras palavras, a que chamamos pauta alemã é aqui uma pauta silenciosa12 12 Cf. nota 9. , mais para o olho culto e informado que para o ouvido desprevenido, a qual, por sua vez, se propriamente não modifica a recitação e a audição, altera sim, e não altera pouco, a impressão - e com ela o juízo - que se tem desses versos.
Assim, deixando, por ora, de lado a legitimíssima possibilidade de estabelecer outras equivalências entre os versos latinos e os portugueses13 13 Cf., p. ex., THAMOS, 2011. , e supondo que ictos, duração silábica e acentos tônicos, se não tudo, são pelo menos o grosso do que há para reproduzir em versos latinos de qualquer medida, tem-se, afinal, que, 1) ou se reproduzem os ictos sem atender à duração silábica (o método de Carlos Alberto Nunes); 2) ou se replicam os meros acentos tônicos (o método de Júlio de Castilho); 3) ou se persegue uma reprodução integral, de acentos tônicos mais ictos com duração silábica, de versos que se compõem à latina mas se recitam à portuguesa (o método de Costa e Silva). Isso é tudo - e esgota a combinação dos elementos que se pretende reproduzir? Parece-nos que não.
De facto, partindo justamente do exemplo de Costa e Silva, pode-se pensar num método que 4) reproduzisse os ictos do modelo sem contudo descurar a duração silábica (a qual seria sugerida por sinéreses, elisões, crases e outros expedientes semelhantes) nem o efeito de contraste e dissonância causado pelos acentos tônicos, tomados aqui como pauta silenciosa, ou contraponto mais ou menos mudo, como o foram os ictos nos versos de Costa e Silva. Eis aí, descrito muito sumariamente, nosso método de reprodução vernácula de Horácio - o qual, porém, apesar do esforço rigoroso, nem sempre conseguimos realizar, como logo veremos.
Realizado ou não, esperamos dilucidá-lo em detalhe nos breves comentários técnicos a nossa tradução da Ode IV 9, evidentemente. Frise-se também que o que aqui dissemos sobre um verso longo como o hexâmetro, complexo como nenhum na poesia latina e grega, vale também, mutatis mutandis, para a reprodução dos outros metros de Horácio (e não só os dele), e, se usamos exemplos hexamétricos, foi apenas e tão-somente por comodidade, graças à relativa abundância de hexâmetros portugueses, em contraste com a escassez de outros metros antigos.
A prática
Seguem-se, pois, lado a lado o texto latino da ode IV 9 e a reprodução vernácula que lhe demos. Note-se que marcamos as breves e as longas do original latino, assinalando os tempos fortes em negrito a fim de que se possa apreciar melhor a relação entre intensidade e longura silábica, essencial para o efeito poético de um tal texto. Em português, em negrito estão as tônicas, e em itálico, as subtônicas. Tanto lá como cá, sublinhamos apenas as sinéreses, crases e elisões mais importantes, e indicamos as principais cesuras com uma barra vertical.
Ode IV 9
Comentário
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Constante de dois hendecassílabos, um eneassílabo e um decassílabo alcaicos, esta estrofe - a mais utilizada por Horácio em suas Odes - não tem ictos justapostos, o que facilita um pouco, sim, a sua replicação em português.
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Sem embargo, a circunstância de que a sílaba ocupante da quinta sede do hendecassílabo - e, logo, imediatamente anterior à cesura - é sempre e invariavelmente longa deve ser levada em consideração, pelo que nos esforçamos, na sede portuguesa análoga, por colocar sílaba fechada, ditongo ou até gramaticalmente tônica, dotando-a, pois, do mesmo “peso” da latina: como, por exemplo, em “tem” (v. 45), “pouco a” (v. 29) e “é” (v. 37), entre outras.
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O efeito contrastante de “iudex”, por exemplo, cuja primeira sílaba, gramaticalmente acentuada, está fora do tempo marcado, foi reproduzido pelo vernáculo “com siso”, em que “com”, sendo indiferentemente átono ou tônico, pode sugerir tonicidade.
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Os eneassílabos e decassílabos, desprovidos de cesura, não oferecem grandes desafios à sua reprodução vernácula - ao menos nesse aspecto.
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Por outro lado, ao facto de que neles predomina a não coincidência entre tempo marcado e acento gramatical (isto é, abundam os efeitos contrastantes), a qual harmônica e engenhosamente se resolve na coincidência da última sílaba da estrofe, não encontramos um equivalente à altura, em português - a não ser, quem sabe, a pálida tonicidade de “de um” (v. 39), que faz as vezes de efeito contrastante.
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Para o estilo, note-se a tentativa de seguir de perto a ordem latina dos vocábulos, e a longa sentença de quatro estrofes, do v. 29 ao v. 44, que reproduzimos em português.
À guisa de balanço
Tanto quanto pudemos averiguar, as principais dificuldades e desafios da reprodução vernácula de medidas horacianas estão, primeiro, na urdidura e confecção da pauta silenciosa (isto é, a dos acentos gramaticais que caem fora dos tempos marcados), segundo, na justaposição de sílabas tônicas, e, terceiro, na reprodução vernácula do estilo ou elocução originais, cujo traço, talvez, mais característico é a posição estratégica de cada palavra no interior dos versos, e a consequente longura e engenhosíssima articulação das sentenças entre si, com inúmeros parênteses e subordinações. Eis os três aspectos principais em que nossos brevíssimos comentários se concentraram - nos quais nos limitamos a um único exemplo de cada aspecto, diga-se desde já, que é o bastante para servir de guia a uma leitura atenta e juízo equânime dos nossos resultados.
É preciso confessar também que, se, por um lado, nos parece que vencemos sempre ou quase sempre as duas últimas dificuldades, fomos muito mais inconstantes e amargamos bastantes derrotas, ao enfrentar a primeira. Donde, nos comentários, nossa ênfase nos casos de vitória, deixando as muitas e patentes derrotas que falem por si, com uma ou outra exceção.
Se nossa tradução tem alguma novidade, portanto, ela está precisamente na tentativa - nem sempre bem lograda, repita-se - de replicar em português os tempos marcados do original sem esquecer o efeito contrastante dos acentos tônicos nem os característicos mais visuais que auditivos da elocução; o que não significa que não deva, e muito, ao precedente de Guilherme Gontijo Flores14 14 Cf. FLORES, 2014. , que em sua tese de doutoramento traduziu e comentou os três primeiros livros das Odes de Horácio buscando reproduzir os ictos e até o número de sílabas do original15 15 Com efeito, Flores pretendeu replicar em português o andamento rítmico ou a incidência de tempos marcados de seu modelo latino, criando versos que, como os originais, pudessem não só ser recitados mas também cantados com acompanhamento instrumental. Isso significa que certos característicos elocutórios mais visuais que propriamente auditivos dos versos de Horácio - tais como cesuras, a posição das palavras e o rebuscamento da sintaxe - não foram metodicamente reproduzidos em suas traduções, e isso pura e simplesmente porque a sua finalidade não está na mera leitura silenciosa ou na só recitação escolar (que ainda assim admitem, claro), senão, antes, no canto acompanhado de lira, cítara ou violão. .
Referências
- ALLEN, W. Accent and Rhythm Cambridge: Cambridge University Press, 1973.
- AURELIO AGOSTINO. De Musica. In: AURELIO AGOSTINO. Tutti i Dialoghi A cura di Giovanni Catapano. Milano: Bompiani, 2006. p. 1219-1652.
- CASTILHO, Antonio Feliciano de. Tratado de Metrificação Portugueza: Seguido de Considerações sobre a Declamação e a Poetica. 4. ed. revista e aumentada. Porto: Livraria Moré-Editora, 1874.
- COSTA E SILVA, José Maria da. Poesias de Joze Maria da Costa e Silva Tomo III. Lisboa: Typ. de Antonio José da Rocha, 1844.
- FLORES, Guilherme Gontijo. Uma poesia de mosaicos nas Odes de Horácio: comentário e tradução poética. 2014. 207 f. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
- KLINGNER, Friedrich (Ed.) Quintus Horatius Flaccus: Opera. 3. Auflage. Leipzig: Teubner, 1959.
- KLOPSTOCK, Friedrich Gottlieb. Gedanken über die Natur der Poesie Frankfurt: Insel, 1989.
- NICOLAU, Mathieu. Les Deux Sources de la Versification Latine Accentuelle. ALMA, v. IX, ENT#091;S.LENT#093;, p. 55-87, 1934.
- OLIVA NETO, João Angelo. O Hexâmetro Dactílico de Carlos Alberto Nunes: Teoria e Repercussões. Revista Letras, Curitiba, n. 89, p. 187-204, 2014.
- D’OVIDIO, Francesco. Versificazione Italiana e Arte Poetica Medioevale Milano: Hoelpi, 1910.
- PASCOLI, Giovanni. Regole di Metrica Neoclassica. In: PASCOLI, Giovanni Poesie e Prose Scelte Tomo Secondo. Milano: Arnoldo Mondadori Editore, 2002.
- THAMOS, Márcio. Do Hexâmetro ao Decassílabo: Equivalência Estilística Baseada na Materialidade da Expressão. Scientia Traductionis, Florianópolis, v. 10, p. 201-213, 2011.
- VIRGÍLIO. Eneida Tradução de Carlos Alberto Nunes. Organização de João Angelo Oliva Neto. São Paulo: Editora 34, 2014.
- VOSS, Johann Heinrich. Des Publius Virgilius Maro Landbau Hamburg: C. E. Bohn, 1789.
-
1
Cf. SANTO AGOSTINHOAURELIO AGOSTINO. De Musica. In: AURELIO AGOSTINO. Tutti i Dialoghi. A cura di Giovanni Catapano. Milano: Bompiani, 2006. p. 1219-1652., De Musica II, i, 1 ss.
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2
Ibidem IV, xiii, 18-19.
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3
Ibidem V, v, 9 ss.
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4
Cf. NICOLAU, 1934NICOLAU, Mathieu. Les Deux Sources de la Versification Latine Accentuelle. ALMA, v. IX, ENT#091;S.LENT#093;, p. 55-87, 1934., passim.
-
5
Cf. ALLEN, 1973ALLEN, W. Accent and Rhythm. Cambridge: Cambridge University Press, 1973., p. 129-199.
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6
Cf. KLOPSTOCKKLOPSTOCK, Friedrich Gottlieb. Gedanken über die Natur der Poesie. Frankfurt: Insel, 1989., 1989, p. 9-21 e VOSSVOSS, Johann Heinrich. Des Publius Virgilius Maro Landbau. Hamburg: C. E. Bohn, 1789., 1789, p. iii-xxiv.
-
7
Cf. D’OVIDIO, 1910D’OVIDIO, Francesco. Versificazione Italiana e Arte Poetica Medioevale. Milano: Hoelpi, 1910., p. 323-327.
-
8
Cf. HOPKINS, 2003, p. 124-128.
-
9
Cf. PASCOLI, 2002PASCOLI, Giovanni. Regole di Metrica Neoclassica. In: PASCOLI, Giovanni Poesie e Prose Scelte. Tomo Secondo. Milano: Arnoldo Mondadori Editore, 2002., p. 239: “Os versos de Carducci, embora compostos de séries e hemistíquios vernáculos, têm a virtude de sugerir ao nosso espírito a lembrança dos antigos. Estes outros, tão regulares, nos farão no máximo lembrar de Ovídio; no máximo; - mas nem sequer Ovídio, porque a sucessão contínua de um heptassílabo, eneassílabo e pentassílabo, ou a de heptassílabo e outro heptassílabo, nos contenta assim: como uma estrofe vernácula qualquer. Contenta-nos assim, e nós ficamos aquém de Ilisso e do mar Egeu, e a estranhas plagas já não navegamos. Falta àquelas estrofes o ‘ritmo reflexo’”. Minha tradução.
-
10
Cf. OLIVA NETO, 2014OLIVA NETO, João Angelo. O Hexâmetro Dactílico de Carlos Alberto Nunes: Teoria e Repercussões. Revista Letras, Curitiba, n. 89, p. 187-204, 2014..
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11
Cf. CASTILHO, 1874CASTILHO, Antonio Feliciano de. Tratado de Metrificação Portugueza: Seguido de Considerações sobre a Declamação e a Poetica. 4. ed. revista e aumentada. Porto: Livraria Moré-Editora, 1874., p. 29-32.
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12
Cf. nota 9.
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13
Cf., p. ex., THAMOS, 2011THAMOS, Márcio. Do Hexâmetro ao Decassílabo: Equivalência Estilística Baseada na Materialidade da Expressão. Scientia Traductionis, Florianópolis, v. 10, p. 201-213, 2011..
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14
Cf. FLORES, 2014FLORES, Guilherme Gontijo. Uma poesia de mosaicos nas Odes de Horácio: comentário e tradução poética. 2014. 207 f. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014..
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15
Com efeito, Flores pretendeu replicar em português o andamento rítmico ou a incidência de tempos marcados de seu modelo latino, criando versos que, como os originais, pudessem não só ser recitados mas também cantados com acompanhamento instrumental. Isso significa que certos característicos elocutórios mais visuais que propriamente auditivos dos versos de Horácio - tais como cesuras, a posição das palavras e o rebuscamento da sintaxe - não foram metodicamente reproduzidos em suas traduções, e isso pura e simplesmente porque a sua finalidade não está na mera leitura silenciosa ou na só recitação escolar (que ainda assim admitem, claro), senão, antes, no canto acompanhado de lira, cítara ou violão.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
Sep-Dec 2018
Histórico
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Recebido
28 Abr 2018 -
Aceito
18 Jul 2018 -
Publicado
Set 2018