Acessibilidade / Reportar erro

Exclusivo metropolitano, "superlucros" e acumulação primitiva na Europa pré-industrial

Resumos

O artigo tem por objetivo analisar o influente modelo do Antigo Sistema Colonial, proposto originalmente por Fernando Novais. Os três elementos constitutivos do modelo - o exclusivo metropolitano, os "superlucros" e o papel destes últimos na industrialização europeia no início da Era Moderna - são criticados. Ao final, conclui-se que o modelo é essencialmente axiomático, demonstrando limitada aderência tanto à teoria econômica quanto à evidência empírica.

Brasil; Antigo Sistema Colonial; superlucros; relações anglo-portuguesas; industrialização europeia


This article seeks to assess the influential model of the Old Colonial System, originally put forth by Fernando Novais. The three elements that make up the model - namely, metropolitan exclusivism, "superprofits", and the latter's role in European industrialization during the Early Modern period - are criticized. In the end, the article concludes that the model is, essentially, axiomatic, bearing scant adherence to either economic theory or empirical evidence.

Brazil; Old Colonial System; superprofits; Anglo-Portuguese relations; European industrialization


Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • ABREU, Mauricio de Almeida. Geografia Histórica do Rio de Janeiro (1502-1700). Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio e Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, 2010. 2 vols.
  • ALDEN, Dauril. Vicissitudes of Trade in the Portuguese Atlantic Empire during the First Half of the Eighteenth Century: a review article. The Americas, vol. 32, n. 2, October 1975, p. 282-291.
  • ARRUDA, José Jobson de Andrade. O sentido da colônia: revisitando a crise do antigo sistema colonial no Brasil (1780-1830). In: TENGARRINHA, José (Org.). História de Portugal. Bauru: Edusc, 2000.
  • ARRUDA, José Jobson de Andrade. A produção económica. In: Maria Beatriz Nizza da Silva (Coord.). O Império Luso-Brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Editorial Estampa, 1986. Vol. VIII da Nova história da expansão portuguesa, dir. de Joel Serrão e A. H. Oliveira Marques.
  • ARRUDA, José Jobson de Andrade. O Brasil no comércio colonial. São Paulo: Ática, 1980.
  • BAIROCH, Paul. Economics and World History: myths and paradoxes. Chicago: University of Chicago Press, 1983.
  • BAIROCH, Paul. Commerce International et Genèse de la Révolution Industrielle Anglaise. Annales. Économies, Sociétés, Civilizations, v. 28, n. 2, 1973, p. 541-571.
  • BLACKBURN, Robin. The Making of New World Slavery: from the Baroque to the Modern. Londres: Verso, 1997.
  • CALDEIRA Jorge. História do Brasil com empreendedores. São Paulo: Mameluco, 2009.
  • CALDEIRA Jorge. O banqueiro do sertão. São Paulo: Mameluco, 2006.
  • CARDOSO, Ciro Flamarion S. As concepções acerca do "Sistema Econômico Mundial" e do "Antigo Sistema Colonial": a preocupação obsessiva com a "extração do excedente". In: LAPA, José Roberto do Amaral (Org.). Modos de produção e realidade brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980.
  • CARDOSO, José Luís. Política económica. In: LAINS, Pedro e SILVA, Álvaro Ferreira da (Orgs.). História Económica de Portugal, 1700-2000. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005. Vol. I "O século XVIII".
  • CARDOSO, José Luís. Política económica. Leitura e interpretação do Tratado de Methuen. In: CARDOSO, José Luís et al. O Tratado de Methuen (1703). Lisboa: Horizonte, 2003.
  • CLAPHAM, John. The Bank of England: a history. Cambridge: Cambridge University Press, 1945.
  • CORDEN, W. Max. The Exchange Rate, Monetary Policy and North Sea Oil: the economic theory of the squeeze of tradables. Oxford Economic Papers, vol. 33, Supplement, 1981, p. 23-46.
  • COSTA, Leonor Freire. Relações económicas com o exterior. In: LAINS, Pedro e Álvaro SILVA, Ferreira da (Orgs.). História Económica de Portugal, 1700-2000. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005. Vol. I "O século XVIII".
  • COSTA, Leonor Freire. Da Restauração a Methuen: ruptura e continuidade. In: CARDOSO, José Luís et al. O Tratado de Methuen (1703). Lisboa: Horizonte, 2003.
  • CROUZET, François. Toward an Export Economy: British exports during the Industrial Revolution. Explorations in Economic History, vol. 17, n. 1, January 1980, p. 48-93.
  • CUENCA ESTEBAN, Javier. The Rising Share of British Industrial Exports in Industrial Output, 1700-1851. Journal of Economic History, vol. 57, n. 4, December 1997, p. 879-906.
  • DAUDIN, Guillaume. Profitability of Slave and Long-Distance Trading in Context: the case of eighteenth-century France. Journal of Economic History, vol. 64, n. 1, March 2004, p. 144-171.
  • DAUDIN, Guillaume. Comment Calculer les Profits de la Traite? Mimeo, 2002. Disponível em <http://spire.sciences-po.fr/hdl:/2441/691/resources/cfi-art-gd-outremer2002draft.pdf>
    » http://spire.sciences-po.fr/hdl:/2441/691/resources/cfi-art-gd-outremer2002draft.pdf
  • DAVIS, Ralph. The British Industrial Revolution and British Overseas Trade. Leicester: Leicester University Press, 1979.
  • DAVIS, Ralph. English Foreign Trade, 1700-1774. Economic History Review, vol. 15, n. 2, 1962, p. 285-309.
  • DEANE, Phyllis. A Revolução Industrial. 2ed. Rio de Janeiro: Zahar: 1973.
  • DEANE, Phyllis. The Output of the British Woolen Industry in the Eighteenth Century. Journal of Economic History, vol. 17, n. 2, June 1957, p. 207-223.
  • DEANE, Phyllis & COLE, W. A. British Economic Growth, 1688-1959. Cambridge: Cambridge University Press, 2a ed., 1967.
  • DOBB, Maurice. Studies in the Development of Capitalism. Londres: Routledge, 1947.
  • DRELICHMAN, Mauricio. The Curse of Moctezuma: American silver and the Dutch disease. Explorations in Economic History, vol. 42, Issue 3, July 2005, p. 349-380.
  • DRESCHER, Seymour. Econocide: British slavery in the era of Abolition. 2.ed. Chapel Hill, NC: University of North Carolina Press, 2010.
  • DUGUID, Paul. The Making of Methuen: the commercial Treaty in the English imagination. História. Revista da Faculdade de Letras do Porto, série III, vol. 4, 2003, p. 9-36.
  • EKELUND Jr., Robert B. & TOLLISON, Robert D. Politicized Economies: monarchy, monopoly, and mercantilism. College Station, TX: Texas A&M University Press, 1997.
  • EKELUND Jr., Robert B. & TOLLISON, Robert D. Mercantilism as a Rent-Seeking Society: economic regulation in historical perspective. College Station, TX: Texas A&M University Press, 1981.
  • ENGERMAN, Stanley L. Mercantilism and Overseas Trade, 1700-1800. In: FLOUD, Roderick & McCLOSKEY, Deirdre (Eds.) The Economic History of Britain Since 1700. 2.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1994. Vol 1 "1700-1860".
  • FINDLAY, Ronald & O'ROURKE, Kevin H. Power and Plenty: Trade, War, and the World Economy in the Second Millennium. Princeton e Oxford: Princeton University Press, 2007.
  • FISHER, H. E. S. De Methuen a Pombal: o comércio anglo-português de 1700 a 1770. Lisboa: Gradiva, 1984.
  • FLORY, Rae & SMITH, David Grant. Bahian Merchants and Planters in the Seventeenth and Early Eighteenth Centuries. Hispanic American Historical Review, vol. 58, n. 4, 1978, p. 571-594.
  • FRAGOSO, João Luís Ribeiro. A formação da economia colonial no Rio de Janeiro e de sua primeira elite senhorial (séculos XVI e XVII). In: FRAGOSO, João Luís R., BICALHO, Maria Fernanda, GOUVÊA, Maria de Fátima (Orgs.) O Antigo Regime nos Trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
  • FRAGOSO, João Luís Ribeiro. A nobreza da república: notas sobre a formação da primeira elite senhorial do Rio de Janeiro (séculos XVI e XVII). Topoi. Revista de História, v. 1, n. 1, 2000, p. 45-122.
  • FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Homens de grossa aventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1992.
  • FRAGOSO, João Luís Ribeiro e FLORENTINO, Manolo Garcia. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil no Rio de Janeiro, c. 1790-c.1840. 3.ed. Rio de Janeiro: 7Letras, 1998.
  • FRANCIS, A. David. John Methuen and the Anglo-Portuguese Treaties of 1703. The Historical Journal, vol. 3, n. 2, 1960, p. 103-124.
  • FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 10ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1970.
  • HAMILTON, Earl. The Role of Monopoly in the Overseas Expansion and Colonial Trade of Europe Before 1800. American Economic Review, vol. 38, n. 2, Papers and Proceedings of the 60th Annual Meeting of the AEA, May 1948, p. 33-53.
  • HARLEY, Knick C. Trade: discovery, mercantilism and technology. In: FLOUD, Roderick & JOHSON, Paul (Eds.). The Cambridge Economic History of Modern Britain (vol. 1 "Industrialisation, 1700-1860"). Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
  • HATTON, Timothy J., LYONS, John S. & SATCHELL, S. E. Eighteenth-Century British Trade: Homespun or Empire Made? Explorations in Economic History, vol. 20, Issue 2, April 1983, p. 163-182.
  • HOBSBAWM, Eric J. Da revolução industrial inglesa ao imperialismo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1979.
  • HOMER, Sidney & SYLLA, Richard. A History of Interest Rates. 4.ed. Hoboken, NJ: Rutgers University Press, 2005.
  • INIKORI, Joseph E. Africans and the Industrial Revolution in England: a study of international trade and economic development. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.
  • ISRAEL, Jonathan. The Emerging Empire: the Continental perspective, 1650-1713. In: CANNY, Nicholas (Ed.) The Oxford History of the British Empire. Oxford: Oxford University Press, 2001. Vol. I "The Origins of Empire. British Overseas Enterprise to the Close of the Seventeenth Century".
  • LAPA, José Roberto do Amaral. O antigo sistema colonial. São Paulo: Brasiliense, 1982.
  • LAPA, José Roberto do Amaral. A Bahia e a Carreira da Índia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968.
  • LISANTI, Luis. Negócios coloniais: uma correspondência comercial do século XVIII. Brasília: Ministério da Fazenda; São Paulo: Visão, 1973.
  • LOCKHART, James & SCHWARTZ, Stuart B. Early Latin America: a history of colonial Spanish America and Brazil. Cambridge: Cambridge University Press, 1983.
  • MAGALHÃES, Diogo Franco. O reinventar da colônia: um balanço das interpretações sobre a economia colonial brasileira. Dissertação de Mestrado, Instituto de Economia/Unicamp, 2008.
  • MARIUTTI, Eduardo B. Colonialismo, imperialismo e o desenvolvimento econômico europeu. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2009.
  • MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 2.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985 (coleção Os Economistas).
  • MATHIAS, Peter. The First Industrial Nation: an economic history of Britain, 1700-1914. 2.ed. Londres: Methuen, 1983.
  • MAURO, Frédéric. Portugal, o Brasil e o Atlântico, 1570-1670. Lisboa: Editorial Estampa, 1989. 2 vols.
  • McCLOSKEY, Deirdre. Bourgeois Dignity: why economics can't explain the modern world. Chicago: University of Chicago Press, 2010.
  • McCLOSKEY, Deirdre. 1780-1860: a survey. In: FLOUD, R. & McCLOSKEY, D. (Eds.). The Economic History of Britain Since 1700. 2.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1994. Vol. 1 "1700-1860".
  • MOKYR, Joel. The Enlightened Economy: an economic history of Britain, 1700-1850. New Haven; Londres: Yale University Press, 2009.
  • MOKYR, Joel. Editor's Introduction. In: MOKYR, Joel (Ed.). 2.ed. The British Industrial Revolution: an economic perspective. Boulder, CO: Westview Press, 1999.
  • MOKYR, Joel. Demand vs. Supply in the Industrial Revolution. Journal of Economic History, vol. 37, n. 4, December 1977, p. 981-1008.
  • MONTEIRO, Nuno Gonçalo F. Identificação da política setecentista. Notas sobre Portugal no início do período joanino. Análise Social, vol. XXXV, n. 157, 2001, p. 961-987.
  • MORGAN, Kenneth. Slavery, Atlantic Trade and the British Economy, 1660-1800. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
  • MOURÃO, Paulo Reis. As exportações portuguesas entre 1717 e 1770: os efeitos do pombalismo através de uma discussão econométrica. Economia Aplicada, vol. 13, n. 2, 2009, p. 279-298.
  • NOVAIS, Fernando. Aproximações: estudos de história e historiografia. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
  • NOVAIS, Fernando. O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. 19.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.
  • NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1979.
  • NOVAIS, Fernando .As dimensões da Independência. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). 1822: Dimensões. São Paulo: Perspectiva, 1972.
  • O'BRIEN, Patrick. European Economic Development: the contribution of the periphery. Economic History Review, vol. 35, n. 1, February 1982, p. 1-17.
  • O'BRIEN, Patrick. European Economic Development: a reply. Economic History Review, vol. 36, n. 4, November 1983, p. 584-5.
  • O'BRIEN, Patrick & PRADOS DE LA ESCOSURA, Leandro. The Costs and Benefits for Europeans from their Empires Overseas. Revista de Historia Económica, año 16, n. 1, Invierno 1998, p. 29-89.
  • O'ROURKE, Kevin e WILLIAMSON, Jeffrey G. From Malthus to Ohlin: trade, industrialization and distribution since 1500. Journal of Economic Growth, vol. 10, n. 1, 2005, p. 5-34.
  • ORMROD, David. The Rise of Commercial Empires: England and the Netherlands in the Age of Mercantilism, 1650-1770. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
  • PEDREIRA, Jorge M. Economia e política na explicação da independência do Brasil. In: MALERBA, Jurandir (Org.). A independência brasileira. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.
  • PEDREIRA, Jorge M. Negócio, capitalismo, riqueza e acumulação: os negociantes de Lisboa (1750-1820). Tempo, vol. 8, n. 15, dezembro de 2003, p. 37-69.
  • PEDREIRA, Jorge M. Diplomacia, manufacturas e desenvolvimento económico. Em torno do mito de Methuen. In: CARDOSO, José Luís et al. O Tratado de Methuen (1703). Lisboa: Horizonte, 2003.
  • PINTO, Virgílio Noya. O ouro brasileiro e o comércio anglo-português. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1979.
  • POLLARD, Sidney. Fixed Capital in the Industrial Revolution in Britain. Journal of Economic History, vol. 24, n. 3, September 1964, p. 299-314.
  • PRADO JUNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo: colônia. 7.ed. São Paulo: Brasiliense, 1963.
  • QUINN, Stephen. Money, Finance and Capital Markets. In: FLOUD, Roderick & JOHSON, Paul (Eds.). The Cambridge Economic History of Modern Britain. Cambridge: Cambridge University Press, 2004. Vol. 1 "Industrialisation, 1700-1860".
  • REIS, Arthur Cézar Ferreira. O comércio colonial e as companhias privilegiadas. In: Holanda, Sergio Buarque de (Dir.). História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1985. Tomo I, vol. 2.
  • REDISH, Angela. The Evolution of the Gold Standard in England. Journal of Economic History, vol. L, n. 4, December 1990, p. 789-805.
  • RIBEIRO JÚNIOR, José. Colonização e monopólio no nordeste brasileiro. São Paulo: Hucitec, 1976.
  • RICHARDSON, David. The Ending of the British Slave Trade in 1807: the economic context. Parliamentary History, vol. 26, Supplement, 2007, p. 127-140.
  • RICHARDSON, Philip. The Structure of Capital during the Industrial Revolution Revisited: two case studies from the cotton textile industry. Economic History Review, vol. 42, n. 4, November 1989, p. 484-503.
  • ROUSSEAU, Peter L. Historical Perspectives on Financial Development and Economic Growth. The Federal Reserve Bank of Saint Louis Review, July/August 2003, p. 81-106.
  • RUSSELL-WOOD, A. J. R. Centros e periferias no mundo luso-brasileiro, 1500-1808. Revista Brasileira de História, vol. 18, n. 36, 1998, p. 187-250.
  • SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de. Na encruzilhada do Império: hierarquias sociais e conjunturas econômicas no Rio de Janeiro (c.1650-c.1750). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003.
  • SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de. Famílias e negócios: a formação da comunidade mercantil carioca na primeira metade do Setecentos. In: FRAGOSO, João Luís R.; ALMEIDA, Carla Maria C. de SAMPAIO,Antonio Carlos Jucá de (Orgs.) Conquistadores e negociantes: histórias de elites no Antigo Regime nos trópicos, séculos XVI a XVIII. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
  • SCHWARTZ, Stuart. Sugar Plantations in the Formation of Brazilian Society: Bahia, 1550-1835. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.
  • SERRÃO, José Vicente. O quadro económico. In: MATTOSO, José (Dir.). História de Portugal. Lisboa: Estampa, 1998. Vol. 4 "O Antigo Regime, 1620-1807".
  • SIDERI, Sandro. Trade and Power: Informal Colonialism in Anglo-Portuguese Relations. Roterdam: Universitaire Pers Rotterdam, 1970.
  • SOLOW, Barbara L. Slavery and the Rise of the Atlantic System. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.
  • SOLOW, Barbara L. & ENGERMAN, Stanley. British Capitalism and Caribbean Slavery: the legacy of Eric Williams. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.
  • VRIES, Jan de. The Limits of Globalization in the Early Modern World. Economic History Review, vol. 63, n. 3, August 2010, p. 710-733.
  • VRIES, Jan de & WOUDE, Ad van der. The First Modern Economy: success, failure, and perseverance of the Dutch economy, 1500-1815. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
  • WALLERSTEIN, Immanuel. Commentary on Papers for Session A1, XIIth International Economic History Congress. Theme: the Economic Consequences of Empires (1492-1989). Disponível em <http://fbc.binghamton.edu/iwechis.htm>(s/d)
    » http://fbc.binghamton.edu/iwechis.htm
  • WALLERSTEIN, Immanuel. European Development: a comment on O'Brien. Economic History Review, vol. 36, n. 4, November 1983, p. 580-83.
  • 1
    Ver NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1979. O artigo irá se referir, na esmagadora maioria dos casos, a este trabalho de Novais, por ser a obra "fundadora" do "modelo" do Antigo Sistema Colonial e aquela que, direta ou indiretamente, baliza a historiografia moderna sobre o tema.
  • 2
    Ver PRADO JUNIOR, Caio. PRADO JUNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo: colônia. 7.ed. São Paulo: Brasiliense, 1963.
  • 3
    NOVAIS, Fernando. Aproximações: estudos de história e historiografia. São Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 391-2.
  • 4
    No caso português, objeto do estudo do autor, o recorte cronológico é delimitado pelo fim do período pombalino e a abertura dos portos brasileiros, ou seja, 1777-1808.
  • 5
    Neste sentido, ele não irá dialogar (ao menos, diretamente) com a importante discussão acerca do papel relativo do mercado interno colonial comparativamente ao setor exportador, revigorada por FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Homens de grossa aventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1992; FRAGOSO, João Luís Ribeiro e FLORENTINO, Manolo Garcia. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil no Rio de Janeiro, c. 1790-c.1840. 3.ed. Rio de Janeiro: 7Letras, 1998.; e, mais recentemente - propondo um revisionismo extremo -, CALDEIRA Jorge. História do Brasil com empreendedores. São Paulo: Mameluco, 2009. Ao leitor interessado nesta controvérsia, recomenda-se a excelente resenha realizada por MAGALHÃES, Diogo Franco. O reinventar da colônia: um balanço das interpretações sobre a economia colonial brasileira. Dissertação de Mestrado. Instituto de Economia/Unicamp, 2008.
  • 6
    Cf. NOVAIS, Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808), op. cit., p. 91-2.
  • 7
    Para detalhes, ver REIS, Arthur Cézar Ferreira. O comércio colonial e as companhias privilegiadas. In: Holanda, Sergio Buarque de (Dir.). História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1985. Tomo I, vol. 2. Conforme se verá mais à frente, mesmo durante o regime de frotas, Portugal se viu levado a conceder autorização à atuação de comerciantes estrangeiros na sua colônia americana, como sucedido após o tratado firmado com a Inglaterra em 1654.
  • 8
    Cf. NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808), op. cit., p. 89-90.
  • 1
    ALDEN, Dauril. Vicissitudes of Trade in the Portuguese Atlantic Empire during the First Half of the Eighteenth Century: a review article. The Americas, v. 32, n. 2, October 1975, p. 287 (grifo meu). No original: "Both the quantity of goods available and the prices they fetched varied drastically depending upon how recently the fleets (frotas) from Lisbon, Porto and the Atlantic wine islands had been in port. If they were delayed, prices soared 50 to 100% above customary levels, only to collapse as soon as the vessels appeared. If, as his agents frequently urged him to do, Pinheiro was able to obtain special license from the Overseas Council to send a ship with badly needed supplies which arrived before the fleets, both he and his agents stood to reap substantial profits. But if he and his associates misread the market and dispatched goods in the fleets which already contained ample supplies provided by their competitors, an overstock resulted and no one made money. In colonial times venturing in overseas trade, like investments in mines and the production of staples, was always a gamble" [Tradução Lise Sedrez].
  • 10
    Esta possibilidade fora aventada por E. Hamilton, ao tratar do comércio de Portugal com o Brasil: "Apparently all Portuguese subjects were free to participate, but we do not know the extent to which formal associations or informal agreements among businessmen or other trading bodies limited competition". Cf. HAMILTON, Earl. The Role of Monopoly in the Overseas Expansion and Colonial Trade of Europe Before 1800. American Economic Review, vol. 38, n. 2, Papers and Proceedings of the 60th Annual Meeting of the AEA, May 1948, p. 39.
  • 1
    Tratando do período em que as companhias de comércio pombalinas atuaram no Brasil, José R. Junior afirma que "(...) quando os coloniais não concordassem com o preço atribuído ao seu produto (açúcar, couro etc.) podiam enviar à Europa por sua conta, através dos navios da Companhia, pagando o frete e as demais despesas". Cf. RIBEIRO JÚNIOR, José. Colonização e monopólio no nordeste brasileiro. São Paulo: Hucitec, 1976. p. 90.
  • 12
    A expressão está à p. 573 de FLORY, Rae & SMITH, David Grant. Bahian Merchants and Planters in the Seventeenth and Early Eighteenth Centuries. Hispanic American Historical Review, vol. 58, n. 4, 1978.
  • 13
    Ver SCHWARTZ, Stuart. Sugar Plantations in the Formation of Brazilian Society: Bahia, 1550-1835. Cambridge: Cambridge University Press, 1985, p. 196-200. Fenômeno semelhante também se verificava no Rio de Janeiro, como nota João Fragoso em "A nobreza da república: notas sobre a formação da primeira elite senhorial do Rio de Janeiro (séculos XVI e XVII)" (Topoi. Revista de História, v. 1, n. 1, 2000, p. 45-122). Diante da capacidade demonstrada pelos senhores de engenho fluminenses de interferirem, através do senado, nos preços da economia das plantations, o autor conclui que "(...) o chamado pacto colonial, ao que parece, não era tão poderoso na determinação da vida dos coloniais". Ibid., p. 85. Sobre a fixação, após intervenção da Coroa, de preços mínimos que deveriam ser pagos aos produtores de açúcar fluminenses, ver ABREU, Mauricio de Almeida. Geografia Histórica do Rio de Janeiro (1502-1700). Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio e Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, 2010, vol. 2, p. 59.
  • 14
    Ver, por exemplo, O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. 19.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. p. 53; e ARRUDA, José Jobson de Andrade. O sentido da colônia: revisitando a crise do antigo sistema colonial no Brasil (1780-1830). In: TENGARRINHA, José (Org.). História de Portugal. Bauru: Edusc, 2000. p. 168.
  • 15
    Cf. NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808), op. cit., p. 90-2; Arruda, José J. O Brasil no comércio colonial. São Paulo: Ática, 1980, p. 69-70; e ARRUDA, José J. A produção económica. In: Maria Beatriz Nizza da Silva (Coord.). O Império Luso-Brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Editorial Estampa, 1986 (vol. VIII da Nova história da expansão portuguesa, dir. de Joel Serrão e A. H. Oliveira Marques), p. 166-8. Conforme ressaltado por J. R. do Amaral Lapa, a estes dois canais deve-se adicionar o comércio intercolonial, realizado entre a América portuguesa e colônias de outras nações, ou dentro do Império luso. Este último caso incluiria não apenas as trocas ligando Brasil e África, como também as possessões de Portugal no Oriente e o Brasil, pela via da escala, na Bahia, de navios da Carreira das Índias. Ver LAPA, José R. do Amaral. O Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Brasiliense, 1982. Para o comércio com o Oriente, ver A Bahia e a Carreira da Índia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968; e RUSSELL-WOOD, A. J. R. Centros e periferias no mundo luso-brasileiro, 1500-1808. Revista Brasileira de História, vol. 18, n. 36, 1998.
  • 16
    Cf. NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808), op. cit., p. 90-1; e ARRUDA, José J. A produção econômica, op. cit., p. 163-8. A noção de "superlucros" será discutida mais detalhadamente na próxima seção.
  • 17
    Para uma análise das economias mercantilistas como fundadas na busca e extração dessas rendas de monopólio, ver EKELUND Jr., Robert B. & TOLLISON, Robert D. Politicized Economies: monarchy, monopoly, and mercantilism. College Station, TX: Texas A&M University Press, 1997; e Idem, Mercantilism as a Rent-Seeking Society: economic regulation in historical perspective. College Station, TX: Texas A&M University Press, 1981.
  • 18
    É instrutivo, neste sentido, o contraste realizado por J. Lockhart e S. Schwartz entre um império espanhol fechado a comerciantes de outros países e no qual a navegação com as colônias era canalizada através de um único porto (Sevilha), e o caso português, muito mais poroso, em que navios estrangeiros faziam a maior parte do transporte entre colônia e metrópole. O primeiro caso aproximar-se-ia muito mais do arquétipo do modelo de Pacto Colonial enfatizado na literatura do que o caso português. Ver LOCKHART, James & SCHWARTZ, Stuart B. Early Latin America: a history of colonial Spanish America and Brazil. Cambridge: Cambridge University Press, 1983, p. 224-5. Este ponto já fora notado por NOVAIS, Fernando. O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. 19.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990, p. 55.
  • 19
    A incapacidade de Portugal exercer efetivamente o exclusivo refletir-se-ia, adicionalmente, no desenvolvimento de uma elite comercial colonial nos portos brasileiros gozando de grande autonomia em relação à sua congênere portuguesa. Para o caso do Rio de Janeiro na primeira metade do séc. XVIII, ver SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá. Famílias e negócios: a formação da comunidade mercantil carioca na primeira metade do Setecentos. In: FRAGOSO, João Luís R.; ALMEIDA, Carla Maria C. de; SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de (Orgs.) Conquistadores e negociantes: histórias de elites no Antigo Regime nos trópicos, séculos XVI a XVIII. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
  • 20
    A discussão a ser feita nesta seção se refere ao aspecto "microeconômico" da lucratividade do comércio colonial. Em outras palavras, as taxas de lucro obtidas por indivíduos ou empresas monopolísticas no comércio colonial. Tal discussão é distinta - ainda que, obviamente, relacionada - daquela que envolve os custos e benefícios da atividade colonial para as metrópoles europeias da época (a dimensão "macroeconômica"). Esta última é objeto da próxima seção do artigo.
  • 21
    Cf. NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808), op. cit., p. 89.
  • 22
    Os argumentos apresentados neste e no próximo parágrafo baseiam-se, em grande medida, em DAUDIN, Guillaume. Comment Calculer les Profits de la Traite? Mimeo, 2002. Disponível em:<http://spire.sciences-po.fr/hdl:/2441/691/resources/cfi-art-gd-outremer2002draft.pdf>
  • 23
    Um problema adicional ressaltado por Daudin diz respeito a questões de amostragem (viés de seleção), Uma vez que chegou às mãos dos historiadores modernos apenas uma pequena percentagem dos registros das operações coloniais realizadas por comerciantes metropolitanos (no caso do tráfico de escravos, menos de 5% do total). Sendo assim, os estudos empíricos que têm por base tal documentação podem chegar a taxas de lucro que não seriam representativas da lucratividade média do setor como um todo.
  • 24
    DAUDIN, Guillaume. Comment Calculer les Profits de la Traite? Op. cit., p. 22 e segs.
  • 25
    Um exemplo simples dado pelo autor (p. 147-8) deixa claro o grau de diferença de resultados a que se pode chegar, caso se desconsidere a cronologia dos retornos sobre o investimento realizado pelos comerciantes da época: um investimento inicial de 100 libras que produzisse 125 libras em um ano resultaria em "taxa de lucro" (taxa interna de retorno) de 25%; caso estas mesmas 125 libras voltassem às mãos do investidor no espaço de cinco anos representariam taxa interna de retorno de apenas 4,6%. Ver DAUDIN, Guillaume. Profitability of Slave and Long-Distance Trading in Context: the case of eighteenth-century France. Journal of Economic History, vol. 64, n. 1, March 2004, p. 144-171.
  • 26
    Para o controverso debate em torno do montante e destinação final dos lucros advindos do tráfico negreiro, ver SOLOW, Barbara L. & ENGERMAN, Stanley. British Capitalism and Caribbean Slavery: the legacy of Eric Williams. Cambridge: Cambridge University Press, 1987; SOLOW, Barbara L. Slavery and the Rise of the Atlantic System. Cambridge: Cambridge University Press, 1991; BLACKBURN, Robin. The Making of New World Slavery: from the Baroque to the Modern. Londres: Verso, 1997; RICHARDSON, David. The Ending of the British Slave Trade in 1807: the economic context. Parliamentary History, vol. 26, Supplement, 2007, p. 127-140; e a Apresentação, de David Brion Davis, à nova edição de DRESCHER, Seymour. Econocide: British slavery in the era of Abolition. 2.ed. Chapel Hill, NC: University of North Carolina Press, 2010. Para um balanço desta extensa literatura, ver MORGAN, Kenneth. lavery, Atlantic Trade and the British Economy, 1660- 1800. Cambridge: Cambridge University Press, 2000, cap. 3.
  • 27
    Ver O Brasil no comércio colonial. São Paulo: Ática, 1980.
  • 28
    Ibid., p. 348-50 e 566-7.
  • 29
    Ibid., p. 570.
  • 30
    ALDEN, ALDEN, Dauril. Vicissitudes of Trade in the Portuguese Atlantic Empire during the First Half of the Eighteenth Century: a review article, op. cit., p. 287, ao comentar as atividades do comerciante lisboeta Francisco Pinheiro, parece incorrer em erro semelhante ao de Arruda, quando afirma que "(...) Pinheiro's net profits from the sales of durables and perishables appear to have averaged about 20%". Trata-se, muito provavelmente, da margem bruta (e não de taxa de retorno sobre o capital in Trata-se, muito provavelmente, da margem bruta (e não de taxa de retorno sobre o capital investido) cujos componentes aparecem indicados em parte das tabelas do volume I de LISANTI, Luis. Negócios Coloniais: uma correspondência comercial do século XVIII. Brasília: Ministério da Fazenda; São Paulo: Visão, 1973. Tais valores, por sua vez, correspondem à dedução, do "valor de carregação (das mercadorias) em Lisboa", de um conjunto limitado de despesas incorridas por Pinheiro. Neste caso, aplicam-se as mesmas críticas feitas aos cálculos de Arruda.
  • 31
    Curiosamente - e na ausência de posição explícita ao contrário -, parece haver aceitação generalizada na literatura dos números de Arruda como boa aproximação para a noção de "superlucros". Assim, mesmo o historiador português Jorge Pedreira, conhecido crítico da noção de "crise" do Antigo Sistema Colonial, ao tratar dos superlucros, afirma: "A diferença entre o preço de importação em Portugal e o preço de reexportação seria a medida dessa exploração, que espoliava os brasileiros dos lucros derivados da exportação de seus produtos. Admitamos que assim fosse (...)". Mas, à luz do que se argumentou acima, pode-se, mesmo, admiti-lo? Ver PEDREIRA, Jorge M. Economia e política na explicação da independência do Brasil. In: MALERBA, Jurandir (Org.). A independência brasileira. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006. p. 71.
  • 32
    Ver VRIES, Jan de & WOUDE, Ad van der. The First Modern Economy: success, failure, and perseverance of the Dutch economy, 1500-1815. Cambridge: Cambridge University Press, 1997, Tabela 10.5a, p. 442. No caso das companhias de comércio inglesa e francesa atuantes nas Índias Orientais, também foram observadas margens brutas (isto é, uma relação entre os preços de compra na Ásia e revenda na Europa) da mesma ordem de grandeza, vale dizer, de 1,5:1 a 3:1. Ver VRIES, Jan de. The Limits of Globalization in the Early Modern World. Economic History Review, vol. 63, n. 3, August 2010, p. 710-733, Tabela 2, p. 723.
  • 33
    Ver VRIES, Jan de & WOUDE, Ad van der. The First Modern Economy: success, failure, and perseverance of the Dutch economy, 1500-1815, op. cit., Tabela 10.6, p. 445. Neste caso, a rentabilidade é dada pela relação entre os dividendos dis- Neste caso, a rentabilidade é dada pela relação entre os dividendos distribuídos pela VOC a seus acionistas e o preço médio de suas ações na Bolsa. A diferença deste indicador de rentabilidade para os lucros efetivos é dada pelos lucros retidos, re-investidos na empresa.
  • 34
    E que, no caso do comércio da noz moscada nas ilhas de Banda, praticou o exclusivo mais "puro sangue" (e violento) possível, envolvendo manter as plantações e as ilhas sob permanente vigilância, controlando militarmente o escoamento da noz moscada e punindo com morte o contrabando daquela especiaria.
  • 35
    Com base na documentação referente a 65 expedições comerciais nas quais investiu Bertrand de Coeuvre, mercador de Nantes atuante no comércio colonial na segunda metade do séc. XVIII.
  • 36
    A razão para esta combinação de retornos mais elevados (porém, não extraordinários) em meio a risco e maturidade mais baixos no caso dos investimentos no comércio colonial seria a existência de barreiras à entrada naquela atividade. Estas, por sua vez, seriam dadas por exigências de riqueza inicial elevada para se ingressar na atividade, combinadas com a importância de redes de negociantes que limitavam o ingresso de "estranhos" naquele ramo de atividade. Cf. DAUDIN, Guillaume. Profitability of Slave and Long-Distance Trading in Context: the case of eighteenth-century France, op. cit., p. 166-8.
  • 37
    Para um argumento semelhante, ver McCLOSKEY, Deirdre. Bourgeois Dignity: why economics can't explain the modern world. Chicago: University of Chicago Press, 2010, cap. 18.
  • 38
    38 Cf. NOVAIS, Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808), op. cit., p. 114.
  • 39
    A esses, Novais acrescentaria um outro objetivo da exploração colonial ultramarina, qual seja, o de complementar a economia europeia através do fornecimento de produtos "(...) de que ela carecia e provendo matérias primas para a sua produção industrial (...)". Ibid., p. 112. O papel das colônias enquanto fornecedoras de matérias primas para a industrialização europeia, porém, não é enfatizado na discussão subseqüente feita pelo autor.
  • 40
    Juntamente com o movimento dos cercamentos dos campos na Inglaterra e a dívida pública, por exemplo. Ver MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 2.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985, vol. 1, tomo 2, cap. XXIV e, na mesma linha, DOBB, Maurice. Studies in the Development of Capitalism. Londres: Routledge, 1947, cap. V.
  • 41
    Cf. McCLOSKEY, Deirdre. Bourgeois Dignity: why economics can't explain the modern world, op. cit., p. 155. 42 Ibid., p. 129. Compare-se a relação semente-rendimento (seed-to-yield ratio) do trigo à época (1:4) com os 1:40/1:50 obteníveis modernamente.
  • 42
    Ibid., p. 129. Compare-se a relação semente-rendimento (seed-to-yield ratio) do trigo à época (1:4) com os 1:40/1:50 obteníveis modernamente.
  • 43
    Ibid., p. 132. Como, ao final, foi a Grã Bretanha que se industrializou primeiro, McCloskey termina por fazer coro com o medievalista Michael Postan, para quem os baixos níveis de investimento observados na Inglaterra não seriam produto de baixa poupança, mas de poucas oportunidades, naquele país, de realizarem-se investimentos produtivos.
  • 44
    Para este último ponto, ver QUINN, Stephen. Money, Finance and Capital Markets. In: FLOUD, Roderick & JOHSON, Paul (Eds.). The Cambridge Economic History of Modern Britain (vol. 1 "Industrialisation, 1700-1860"). Cambridge: Cambridge University Press, 2004, p. 160. Os baixos requisitos de capital de longo prazo nas primeiras fábricas foram observados em trabalho pioneiro de POLLARD, Sidney. Fixed Capital in the Industrial Revolution in Britain. Journal of Economic History, vol. 24, n. 3, September 1964, p. 299-314. Contudo, P. Richardson chega a números maiores que os de Pollard no estudo de dois casos no setor têxtil algodoeiro. Ver RICHARDSON, Philip. The Structure of Capital during the Industrial Revolution Revisited: two case studies from the cotton textile industry. Economic History Review, vol. 42, n. 4, November 1989, p. 484-503.
  • 45
    Um indício adicional de que a Inglaterra não sofria de escassez de capital à época é dado pelo nível da taxa de juros (menos de 5%, contra 2-3% na também rica em capital Holanda) que passou a prevalecer a partir do final do século XVII. Ver HOMER, Sidney & SYLLA, Richard. A History of Interest Rates. 4.ed. Hoboken, NJ: Rutgers University Press, 2005, p. 160-3.
  • 46
    Neste sentido, repetem argumento de SIDERI Sandro. Trade and Power: Informal Colonialism in Anglo-Portuguese Relations. Roterdam: Universitaire Pers Rotterdam, 1970.
  • 47
    Para o teor dos três primeiros, ver MAURO, Frédéric. Portugal, o Brasil e o Atlântico, 1570-1670. Lisboa: Editorial Estampa, 1989, vol. II, p. 213-7. Os elementos de continuidade e mudança entre os diferentes tratados são analisados em COSTA, Leonor Freire. Da Restauração a Methuen: ruptura e continuidade. In: CARDOSO, José Luís et al. O Tratado de Methuen (1703). Lisboa: Horizonte, 2003.
  • 48
    Ver SIDERI Sandro. Trade and Power: Informal Colonialism in Anglo-Portuguese Relations, op. cit., p. 20.
  • 49
    Ver COSTA, Leonor Freire. Relações económicas com o exterior. In: LAINS, Pedro e Álvaro SILVA, Ferreira da (Orgs.). História Económica de Portugal, 1700-2000 (vol. I "O século XVIII"). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005, p. 266.
  • 50
    Ver Leitura e interpretação do Tratado de Methuen. In: CARDOSO, José Luís et al. O Tratado de Methuen (1703). Lisboa: Horizonte, 2003, p. 21-22. Na prática, portanto, a alíquota cobrada sobre importações inglesas seria inferior àquela paga por comerciantes do próprio Reino. Ver SIDERI Sandro. Trade and Power: Informal Colonialism in Anglo-Portuguese Relations, op. cit., p. 20.
  • 51
    Ibid., p. 21. As condições draconianas do Tratado de 1654 foram asseguradas a partir do envio, por Cromwell, de uma esquadra a Portugal em 1656, a fim de debelar resistências locais (Ibid., p. 20). Ainda segundo o autor, o teto de 23%, contido na cláusula secreta, aplicava-se a todas as exportações inglesas, embora fosse dirigido, sobretudo, aos panos de lã, que constituíam o principal item de exportações para Portugal. Ibid., p. 21.
  • 52
    Ibid., p. 22.
  • 53
    Cf. COSTA, Leonor Freire. Da Restauração a Methuen: ruptura e continuidade, op. cit., p. 42.
  • 53
    Ver ISRAEL, Jonathan. The Emerging Empire: the Continental perspective, 1650-1713. In: CANNY, Nicholas (Ed.) The Oxford History of the British Empire (vol. I "The Origins of Empire. British Overseas Enterprise to the Close of the Seventeenth Century"). Oxford: Oxford University Press, 2001, p. 423.
  • 55
    Ver FRANCIS, A. David. John Methuen and the Anglo-Portuguese Treaties of 1703. The Historical Journal, vol. 3, n. 2, 1960, p. 103-124.
  • 56
    Do lado português, também se esperava obter, com a vitória da Grande Aliança e conseqüente indicação do pretendente austríaco ao trono espanhol, conquistas territoriais nas regiões da Estremadura e Galícia, além da colônia do Sacramento, ao sul da América portuguesa. Ver MONTEIRO, Nuno Gonçalo F. Identificação da política setecentista. Notas sobre Portugal no início do período joanino. Análise Social, vol. XXXV, n. 157, 2001, p. 961-987.
  • 57
    Para um balanço recente, ver CARDOSO, José Luís. Leitura e interpretação do Tratado de Methuen. In: CARDOSO, José Luís et al. O Tratado de Methuen (1703). Lisboa: Horizonte, 2003.
  • 58
    Foram promulgadas pragmáticas em 1677, 1686, 1688, 1698 e 1702. Ver FRANCIS, A. David. John Methuen and the Anglo-Portuguese Treaties of 1703, op. cit., p. 105, nota 8.
  • 59
    Ver PINTO, Virgílio Noya. O ouro brasileiro e o comércio anglo-português. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1979, p. 37.
  • 60
    Ver MARIUTTI, Eduardo B. Colonialismo, imperialismo e o desenvolvimento econômico europeu. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2009, p. 287.
  • 61
    As críticas ao que denominou de "obsessão com a extração de excedentes coloniais", sua eventual importância para a industrialização europeia, bem como à noção wallersteiniana de "sistema econômico mundial" já aparecem em CARDOSO, Ciro Flamarion S. As concepções acerca do "Sistema Econômico Mundial" e do "Antigo Sistema Colonial": a preocupação obsessiva com a "extração do excedente". In: LAPA, José Roberto do Amaral (Org.). Modos de produção e realidade brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980. Paul Bairoch e Patrick O'Brien estimam que os lucros obtidos por empresários ingleses no comércio colonial como um todo corresponderam a não mais que 6% da formação bruta de capital fixo no país entre 1700 e 1780 (Bairoch) ou, no máximo, 15% entre 1750-1850 (O'Brien). Ver BAIROCH, Paul. Commerce International et Genèse de la Révolution Industrielle Anglaise. Annales. Économies, Sociétés, Civilizations, ano 28, n. 2, 1973, p. 541-571; e O'BRIEN, Patrick. European Economic Development: the contribution of the periphery. Economic History Review, vol. 35, n. 1, February 1982, p. 1-17.
  • 62
    Cf. COSTA, Leonor Freire. Da Restauração a Methuen: ruptura e continuidade, op. cit., p. 41.
  • 63
    Conforme nota CARDOSO, José Luís. Política económica. In: LAINS, Pedro e SILVA, Álvaro Ferreira da (Orgs.). História Económica de Portugal, 1700-2000 (vol. I "O século XVIII"). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005, p. 347; e PEDREIRA, Jorge M. Diplomacia, manufacturas e desenvolvimento económico. Em torno do mito de Methuen. In: CARDOSO, José Luís et al. O Tratado de Methuen (1703), op. cit., p. 131.
  • 64
    Ibid., p. 149-51.
  • 65
    Tanto é assim que novas pragmáticas foram promulgadas em 1749, ou que, ainda, o marquês de Pombal pôde levar a termo um conjunto de medidas industrializantes no terceiro quarto do século XVIII, isto é, na vigência dos dispositivos acordados em 1703 - e no contexto de declínio das relações comerciais anglo-portuguesas. Ver CARDOSO, José Luís. Po- Ver CARDOSO, José Luís. Política econômica, op. cit.; e PEDREIRA, Jorge M. Diplomacia, manufacturas e desenvolvimento económico. Em torno do mito de Methuen, op. cit., p. 150.
  • 66
    Ibid.
  • 67
    Cf. FRANCIS, A. David. John Methuen and the Anglo-Portuguese Treaties of 1703, op. cit., p. 122.
  • 68
    Ver DUGUID, Paul. The Making of Methuen: the commercial Treaty in the English imagination. História - Revista da Faculdade de Letras do Porto, série III, vol. 4, 2003, p. 9-36.
  • 69
    69 Dados em FISHER, H. E. S. De Methuen a Pombal: o comércio anglo-português de 1700 a 1770. Lisboa: Gradiva, 1984, Apêndice 1. Para este crescimento, deve ter contribuído a prática seguida pela Inglaterra, segundo relatos de um contemporâneo (D. Luís da Cunha, conhecido opositor dos termos do Tratado de 1703), de taxar os vinhos portugueses com alíquota 1/2 inferior à cobrada sobre os concorrentes franceses, isto é, abaixo do teto de 1/3 permitido pelo Tratado. Ver PEDREIRA, Jorge M. Economia e política na explicação da independência do Brasil, op. cit., p. 146, nota 64.
  • 70
    O déficit acumulado por Portugal ao longo do século XVIII em seu comércio com a Grã Bretanha ascenderia a £ 45,6 milhões. Ver SERRÃO, José Vicente. O quadro económico. In: MATTOSO, José (Dir.). História de Portugal (vol. 4 "O Antigo Regime, 1620-1807"). Lisboa: Estampa, 1998, p. 98.
  • 71
    Citado em COSTA, Leonor Freire. Relações económicas com o exterior, op. cit., p. 267.
  • 72
    Ibid., p. 294-5.
  • 73
    Para tanto, também podem ter contribuído tratados comerciais firmados por Portugal com a Holanda (1705) e França (1713) em bases semelhantes às acordadas com a Inglaterra em 1703. Ver FISHER, H. E. S. De Methuen a Pombal: o comércio anglo-português de 1700 a 1770, op. cit., p. 61, nota 127. Note-se que não se procura aqui menosprezar os efeitos do tratado de Methuen sobre o comércio exterior português. Dentre outras conseqüências, por exemplo, é notório que o tratado deu origem a uma situação na primeira metade do século XVIII em que a importância de Portugal para o comércio exterior da Inglaterra (seja como fonte de importações ou destino de exportações) era, comparativamente, muito menor que o peso da Inglaterra nas relações comerciais portuguesas. Daí decorreu uma dependência muito maior de Portugal em relação àquele parceiro do que vice versa. Ver SERRÃO, José Vicente. O quadro económico, op. cit., p. 98.
  • 74
    Ver CARDOSO, José Luís. Política económica, op. cit., p. 354; PEDREIRA, Jorge M. Diplomacia, manufacturas e desenvolvimento económico. Em torno do mito de Methuen, op. cit., p. 151-2; e SERRÃO, José Vicente. O quadro económico, op. cit., p. 94-9.
  • 75
    Adicionalmente, há indícios de que, como decorrência das descobertas de ouro no Brasil, Portugal tenha sofrido na primeira metade do século XVIII o que se convencionou denominar "doença holandesa" (Dutch disease). Resumidamente, trata-se do caso em que a descoberta de vastas quantidades de recursos naturais (ou um aumento súbito no preço de recursos existentes) em determinado país, via apreciação da taxa de câmbio real, leva a encolhimento do seu setor manufatureiro. Na prática, a partir deste novo nível de câmbio real, o setor industrial (mais precisamente, o conjunto do setor produtor de bens comercializáveis) experimentaria perda de competitividade e, com isso, retração, cedendo espaço à produção de bens não comercializáveis (serviços, sobretudo). O resultado final da "doença" seria, portanto, uma deterioração da balança comercial do país no qual se deu a descoberta daquele recurso (ou, no caso em questão, na metrópole). O trabalho inaugural da literatura sobre a Dutch disease é CORDEN, W. Max. The Exchange Rate, Monetary Policy and North Sea Oil: the economic theory of the squeeze of tradables. Oxford Economic Papers, vol. 33, Supplement, 1981, p. 23-46. Para o caso de Portugal no século XVIII (embora o próprio autor não se refira explicitamente à "doença holandesa" ou à literatura relevante), ver MOURÃO, Paulo Reis. As exportações portuguesas entre 1717 e 1770: os efeitos do pombalismo através de uma discussão econométrica. Economia Aplicada, vol. 13, n. 2, 2009, p. 279-298. A Espanha também teria sido vítima da "doença" na segunda metade do século XVI, segundo DRELICHMAN, Mauricio. The Curse of Moctezuma: American silver and the Dutch disease. Explorations in Economic History, vol. 42, Issue 3, July 2005, p. 349-380. Agradeço a Samuel Pessoa por chamar minha atenção para a possibilidade de, durante o ciclo do ouro brasileiro, Portugal ter vivido um episódio histórico de "doença holandesa" avant la lettre.
  • 76
    Não obstante, note-se que, em paralelo, as exportações britânicas de metais preciosos (bullion) para a Holanda na primeira metade do século XVIII alcançaram mais de £ 1 milhão anuais, refletindo o déficit estrutural da Europa Ocidental no comércio com o Báltico, dominado pelos Estados Gerais. Ver ORMROD, David. The Rise of Commercial Empires: England and the Netherlands in the Age of Mercantilism, 1650-1770. Cambridge: Cambridge University Press, 2003, p. 82-3. O padrão-ouro de jure só seria adotado na Inglaterra em 1816. Para detalhes, ver REDISH, Angela. The Evolution of the Gold Standard in England. Journal of Economic History, vol. L, n. 4, December 1990, p. 789-805.
  • 77
    FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 10.ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1970, p. 83 e PINTO, Virgílio Noya. O ouro brasileiro e o comércio anglo-português, op. cit., p. 333, são exceções. Para as atividades do Banco da Inglaterra no período, ver MATHIAS, Peter. The First Industrial Nation: an economic history of Britain, 1700-1914. 2.ed. Londres: Methuen, 1983, cap. 5. P. Rousseau, por sua vez, encontra evidência estatística de causalidade entre a maior monetização da economia inglesa (proporcionada pelas operações de redesconto do Banco da Inglaterra) e a produção industrial daquele país, entre 1720 e 1845. Ver ROUSSEAU, Peter L. Historical Perspectives on Financial Development and Economic Growth. The Federal Reserve Bank of Saint Louis Review, July/August 2003, p. 81-106. Por fim, J. Clapham traz referência explícita ao papel vital desempenhado pelo ouro brasileiro ("the Rand of the mid-eighteenth century") nas operações do Banco da Inglaterra no período. Ver CLAPHAM, John. The Bank of England: a history. Cambridge: Cambridge University Press, 1945. vol. I, p. 220 e 235.
  • 78
    A associação entre mercados externos (inclusive, coloniais) e a industrialização europeia tem uma longa tradição na literatura anglo-saxã tratando da Revolução Industrial. Exemplos disto são, dentre outros, DEANE, Phyllis e COLE, W. A. British Economic Growth, 1688-1959. 2.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1967; DEANE, Phyllis. A Revolução Industrial. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar,1973; HOBSBAWM, Eric J. Da revolução industrial inglesa ao imperialismo. Rio de Janeiro: Fo Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1979; CUENCA ESTEBAN, Javier. The Rising Share of British Industrial Exports in Industrial Output, 1700-1851. Journal of Economic History, vol. 57, n. 4, December 1997, p. 879-906; e FINDLAY, Ronald e O'ROURKE, Kevin H. Power and Plenty: Trade, War, and the World Economy in the Second Millennium. Princeton e Oxford: Princeton University Press, 2007. Para uma ótima resenha, ver INIKORI, Joseph E. Africans and the Industrial Revolution in England: a study of international trade and economic development. Cambridge: Cambridge University Press, 2002, cap. 2.
  • 79
    Dados de produção industrial de N. Crafts, citados em ENGERMAN, Stanley L. Mercantilism and Overseas Trade, 1700-1800. In: FLOUD, Roderick & McCLOSKEY, Deirdre (Eds.) The Economic History of Britain Since 1700 (vol 1: 1700-1860). 2.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1994; valor da produção da indústria lanífera retirado de DE- 2.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1994; valor da produção da indústria lanífera retirado de DEANE, Phyllis. The Output of the British Woolen Industry in the Eighteenth Century. Journal of Economic History, vol. 17, n. 2, June 1957, p. 207-223.
  • 80
    Ibid., p. 220.
  • 81
    Ver o Apêndice em DAVIS, Ralph. English Foreign Trade, 1700-1774. Economic History Review, vol. 15, n. 2, 1962, p.285-309. A taxa média anual de crescimento das exportações de artigos de lã foi de 0,9% entre 1697 e 1760, contra uma média de 1,6% anuais para o conjunto das exportações britânicas no mesmo período. Ver CROUZET, François. Toward an Export Economy: British exports during the Industrial Revolution. Explorations in Economic History, vol. 17, n. 1, January 1980, p. 48-93. Tal como no caso da produção industrial, os grupos que ganharam mais espaço dentre as exportações manufaturadas britânicas ao longo dos primeiros três quartos do século foram os artigos de metal e "miscelâneas"; no último quartel, dispararam as exportações de artigos de algodão.
  • 82
    Ver FISHER, H. E. S. De Methuen a Pombal: o comércio anglo-português de 1700 a 1770, op. cit.
  • 83
    O valor da produção industrial inglesa em 1700 foi estimado em £15,6 milhões e as importações portuguesas de artigos de lã somaram, em média, £ 358 mil entre 1700 e 1704. Em 1760, tais valores foram, respectivamente, de £23,6 milhões e £1,086 milhão. Dados de produção industrial estimados por N. Crafts (e citados em ENGERMAN, Stanley L. Mercantilism and Overseas Trade, 1700-1800, op. cit.); importações portuguesas de artigos de lã da Grã Bretanha em FISHER, H. E. S. De Methuen a Pombal: o comércio anglo-português de 1700 a 1770, op. cit.
  • 84
    Segundo N. Crafts, a proporção da produção industrial da Grã Bretanha destinada às exportações teria recuado de 24% em 1700 para 22% em 1760. Em outras palavras, justamente no período convencionalmente identificado como do início da Revolução Industrial, os mercados externos teriam apresentado importância menor para o setor industrial britânico. Cuenca Esteban (The Rising Share of British Industrial Exports in Industrial Output, 1700-1851), por sua vez, estima que a importância das exportações aumentou em igual período, de 22% do valor da produção industrial britânica para 31%.
  • 85
    Ainda que ela viesse a decair sensivelmente na segunda metade do século XVIII, à medida que as importações portuguesas de manufaturados diminuíam e a produção industrial expandia na Grã Bretanha.
  • 86
    Para este ponto, ver MOKYR, Joel. Demand vs. Supply in the Industrial Revolution. Journal of Economic History, vol. 37, n. 4, December 1977, p. 981-1008.
  • 87
    Ibid.
  • 88
    Hatton et al. concluem que, estatisticamente, o sentido da causalidade foi da maior oferta inglesa para maiores exportações. Ver HATTON, Timothy J., John S. LYONS e S. E. SATCHELL. Eighteenth-Century British Trade: Homespun or Empire Made? Explorations in Economic History, vol. 20, issue 2, April 1983, p. 163-182.
  • 89
    Como notam, entre outros, ENGERMAN, Stanley L. Mercantilism and Overseas Trade, 1700-1800, op. cit.; MOKYR, Joel. Editor's Introduction. In: MOKYR, Joel (Ed.). 2.ed. The British Industrial Revolution: an economic perspective. Boulder, CO: Westview Press, 1999; e McCLOSKEY, Deirdre. Bourgeois Dignity: why economics can't explain the modern world, op. cit.
  • 90
    1780-1860: a survey. In: FLOUD, R. & McCLOSKEY, D. (Eds.). The Economic History of Britain Since 1700 (vol. 1 "1700-1860"). 2.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1994, p. 255-7. Na prática, porém, é possível que, no século XVIII, muitos dos recursos empregados na produção têxtil de lã - o principal setor de exportações manufatureiras inglesas à época - envolvessem trabalhadores rurais parcialmente ociosos. Sendo assim, os ganhos resultantes da exportação destes artigos podem ter sido maiores do que McCloskey afirma. Para este ponto, ver MOKYR, Joel. Editor's Introduction, op. cit., p. 71.
  • 91
    Ver McCLOSKEY, Deirdre. Bourgeois Dignity: why economics can't explain the modern world, op. cit. Ainda assim, o fato permanece que tais ganhos serão tanto maiores quanto maior for a diferença de dotação de fatores de cada parte envolvida. Em se tratando do comércio colonial, em que as metrópoles trocavam manufaturados por alimentos e matérias-primas que não podiam ser produzidos na Europa (exceto a custos muito elevados), é provável que os ganhos estáticos fossem menos insignificantes do que a autora sugere.
  • 92
    Ibid.
  • 93
    Ibid., p. 219-21.
  • 94
    Cabe ressaltar que tal exercício desconsidera os impactos resultantes da aplicação alternativa daqueles recursos, que sairiam do setor têxtil para outra atividade, em busca de emprego. Neste caso, as perdas seriam ainda menores que o indicado por McCloskey.
  • 95
    Para uma elaboração deste argumento, ver O'ROURKE, Kevin e WILLIAMSON, Jeffrey G. From Malthus to Ohlin: trade, industrialization and distribution since 1500. Journal of Economic Growth, vol. 10, n. 1, 2005, p. 5-34. Agradeço a Samuel Pessoa por insistir comigo na importância deste ponto.
  • 96
    Aqui, os adeptos do "modelo" não se preocupam em distinguir países que mantiveram até o século XX um vigoroso comércio colonial e se industrializaram tardiamente - caso da Holanda - daqueles que se industrializaram pouco após a Inglaterra e sequer possuíam colônias, a exemplo da Bélgica e Suíça. Ao final, tratam a Revolução Industrial britânica, na passagem do século XVIII para o XIX, como um fenômeno "europeu".
  • 97
    Ver WALLERSTEIN, Immanuel. Commentary on Papers for Session A1, XIIth International Economic History Congress. Theme: the Economic Consequences of Empires (1492-1989). Disponível em: <http://fbc.binghamton.edu/iwechis.htm>. p. 3. No original: "Suppose we hypothesize that the capitalist world-economy was constructed around an axial division of labor which involved extensive transfer of surplus value from periphery to core. And suppose we hypothesize that there was created as a consequence a political structure of relatively strong states in the core which, however, were in constant competition with each other, as were individual capitalists. It might follow that the structure benefited 'Europe as a whole' without necessarily benefiting the relative losers among the competing states in the core. To see if this were true, it is of limited use to analyze each country separately, especially in the terms of economic variables. It might be political variables that accounted primarily for distribution of the surplus among the states in the core, and therefore accounted for their economic performance" [Tradução Lise Sedrez]. Ver, também, O'BRIEN, Patrick & PRADOS DE LA ESCOSURA, Leandro. The Costs and Benefits for Europeans from their Empires Overseas. Revista de Historia Económica, año 16, n. 1, Invierno 1998, p. 29-89.
  • 98
    Como o próprio autor reconhece, é muito difícil testar empiricamente o cenário por ele descrito. Sendo assim, seu argumento permanece sendo apenas uma conjectura útil para a consistência de seu modelo. Ver WALLERSTEIN, Immanuel. Commentary on Papers for Session A1, XIIth International Economic History Congress, op. cit.
  • 99
    Ver As dimensões da Independência. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). 1822: Dimensões. São Paulo: Perspectiva, 1972, p. 24.
  • 100
    A exemplo de João Luís Ribeiro Fragoso (Homens de grossa aventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830), op. cit.; e "A nobreza da república: notas sobre a formação da primeira elite senhorial do Rio de Janeiro. Séculos XVI e XVII", Topoi. Revista de História, v. 1, n. 1, 2000, p. 45-122.); FRAGOSO, João Luís Ribeiro e FLORENTINO, Manolo Garcia. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil no Rio de Janeiro, c. 1790- c.1840, op. cit.; SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de. Na encruzilhada do Império: hierarquias sociais e conjunturas econômicas no Rio de Janeiro (c.1650-c.1750). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003; e CALDEIRA, Jorge. O banqueiro do sertão. São Paulo: Mameluco, 2006.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Dec 2011
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org