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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 41, Número: 12, Publicado: 2019
  • Androgen Abuse among Recreational Athletes Editorial

    Araujo, Maíta Poli de
  • Riscos da obesidade materna na gravidez: um estudo caso-controle em uma oopulação obstétrica portuguesa Original Articles

    Alves, Patrícia; Malheiro, Maria Filipa; Gomes, João Cavaco; Ferraz, Tiago; Montenegro, Nuno

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo O presente estudo pretende avaliar em que medida a obesidade influencia os desfechos maternos, obstétricos e neonatais em uma população obstétrica portuguesa. Métodos Um estudo caso-controle retrospectivo foi realizado no departamento de obstetrícia de um centro perinatal diferenciado. O estudo comparou 1.183 grávidas obesas com 5.399 grávidas normoponderais ou com baixo peso para a ocorrência de diabetes gestacional, doenças hipertensivas da gravidez e parto pré-termo. Via de parto, peso ao nascimento e admissão na unidade de cuidados neonatais também foram avaliados. Os valores glicêmicos médios foram avaliados e comparados entre os dois grupos, no primeiro e segundo trimestres de gravidez. Apenas as gravidezes unifetais foram avaliadas. Resultados A prevalência da obesidade foi de 13.6%. As grávidas obesas tiveramrisco significativamente superior a ter uma cesariana (odds ratio ajustado [Ora] 2.0, p < 0.001), diabetes gestacional (ORa 2.14, p < 0.001), doenças hipertensivas da gravidez (ORa 3.43, p < 0.001), recém-nascidos grandes para a idade gestacional ou macrossômicos (ORa 2.13, p < 0.001) e menor probabilidade de ter recém-nascidos pequenos para a idade gestacional (ORa 0.51, p < 0.009). Não houve diferença estatisticamente significativa quanto aos partos pré-termo, mortes fetais/neonatais, baixo peso ao nascer e admissão à unidade de cuidados intensivos neonatais. O odds ratio foi ajustado para a idade, número de gestações, paridade, ganho ponderal, doenças hipertensivas da gravidez e diabetes gestacional. A obesidade materna esteve significativamente associada a valores glicêmicos médios superiores, no primeiro e segundo trimestres de gravidez. Conclusão A obesidade está associada a maior risco de desfechos adversos na gravidez e neonatais. Este risco parece aumentar progressivamente com o aumento do índice de massa corporal (IMC). A obesidade feminina deve ser considerada um importante problema de saúde pública e que tem repercussões na saúde maternofetal.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective The present study aims to understand to what extent obesity is related to adversematernal, obstetrical, and neonatal outcomes in a Portuguese obstetrical population. Methods A retrospective case-control study was conducted at the Department of Obstetrics of a differentiated perinatal care facility. The study compared 1,183 obese pregnant womenwith 5,399 normal or underweight pregnantwomen for the occurrence of gestational diabetes, hypertensive pregnancy disorders, and preterm birth. Mode of delivery, birthweight, and neonatal intensive care unit (ICU) admissionswere also evaluated. Mean blood glucose values were evaluated and compared between groups, in the first and second trimesters of pregnancy. Only singleton pregnancies were considered. Results The prevalence of obesity was 13.6%. Obese pregnant women were significantly more likely to have cesarean sections (adjusted odds ratio [aOR] 2.0, p< 0.001), gestational diabetes (aOR 2.14, p< 0.001), hypertensive pregnancy disorders (aOR 3.43, p< 0.001), and large-for-gestational age ormacrosomic infants (aOR 2.13, p< 0.001), and less likely to have small-for-gestational age newborns (aOR 0.51, p< 0.009). No significant differences were found in terms of pretermbirths, fetal/neonatal deaths, low birthweight newborns, and neonatal ICU admissions among cases and controls. Maternal obesity was significantly associated with higher mean blood glucose levels, in the first and second trimesters of pregnancy. Conclusion Obesity is associated with increased risks of adverse pregnancy and neonatal outcomes. These risks seem to increase progressively with increasing body mass index (BMI) class. Female obesity should be considered a major public health issue and has consequences on maternal-fetal health.
  • Resultados perinatais de fetos com restrição de crescimento precoce, restrição de crescimento tardia, pequenos para a idade gestacional e adequados para a idade gestacional Original Article

    Inácio, Quênya Antunes Silveira; Araujo, Edward; Nardozza, Luciano Marcondes Machado; Petrini, Caetano Galvão; Campos, Victor Paranaíba; Peixoto, Alberto Borges

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar o efeito da restrição de crescimento fetal (RCF) precoce, RCF tardio, fetos pequenos constitucionais para idade gestacional (PIG) e fetos adequados para idade gestacional (AIG) sobre resultados adversos perinatais. Métodos Estudo longitudinal e retrospectivo, no qual foram avaliados quatro grupos: 1 - RCF precoce (< 32 semanas) (n=20), 2 - RCF tardio ( 32 semanas) (n=113), 3 - PIG (n=59), 4 - AIG (n=476). A curva de Kaplan-Meier foi utilizada para comparar o tempo entre o diagnóstico da RCF e o parto. Regressão logística foi utilizada para determinação dosmelhores previsores de resultados perinatais adversos entre os fetos com RCF e PIG. Resultados Os fetos AIGs apresentaram maior tempo entre o diagnóstico e parto, enquanto fetos RCF tardio apresentaram menor tempo (p<0,001). O modelo contendo tanto os tipos de RCF quanto a idade gestacional no momento do parto foi significativo em predizer o risco de internação na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal (p<0,001). O modelo incluindo apenas o tipo de FGR prediz o risco de ressuscitação neonatal (p<0,001), de desconforto respiratório (p<0,001) e de nascimento<32, 34 e 37 semanas de gestação, respectivamente (p<0,001). Conclusão Os desvios do crescimento, RCF e PIG, foram associados a resultados perinatais adversos. O tipo de RCF no momento do diagnóstico foi variável independente para predizer necessidade de reanimação neonatal e desconforto respiratório. O modelo que incluiu o tipo de FGR e idade gestacional no nascimento prediz o risco de necessitar de internação em UTI neonatal.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate the association between early-onset fetal growth restriction (FGR), late-onset FGR, small for gestational age (SGA) and adequate for gestational age (AGA) fetuses and adverse perinatal outcomes. Methods This was a retrospective longitudinal study in which 4 groups were evaluated: 1 - early-onset FGR (before 32 weeks) (n=20), 2 - late-onset FGR (at or after 32 weeks) (n=113), 3 - SGA (n=59), 4 - AGA (n=476). The Kaplan-Meier curve was used to compare the time from the diagnosis of FGR to birth. Logistic regression was used to determine the best predictors of adverse perinatal outcomes in fetuses with FGR and SGA. Results A longer timebetween the diagnosis and birthwas observed forAGAthan for late FGR fetuses (p<0.001). The model including the type of FGR and the gestational age at birth was significant in predicting the risk of hospitalization in the neonatal intensive care unit (ICU) (p<0.001). The model including only the type of FGR predicted the risk of needing neonatal resuscitation (p<0.001), of respiratory distress (p<0.001), and of birth at<32, 34, and 37 weeks of gestation, respectively (p<0.001). Conclusion Fetal growth restriction and SGA were associated with adverse perinatal outcomes. The type of FGR at the moment of diagnosis was an independent variable to predict respiratory distress and the need for neonatal resuscitation. The model including both the type of FGR and the gestational age at birth predicted the risk of needing neonatal ICU hospitalization.
  • Fatores associados à necessidade de insulina como tratamento complementar à metformina na diabetes mellitus gestacional Original Articles

    Souza, Matheus Leite Ramos de; Silva, Rodrigo Ribeiro e; Silva, Thiago Ribeiro e; Oliveira, Larissa Cano de; Dienstmann, Guilherme; Nascimento, Iramar Baptistella do; Silva, Jean Carl

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar os fatores associados à necessidade de insulina como tratamento complementar à metformina em gestantes com diabetes mellitus gestacional (DMG). Métodos Um estudo caso-controle foi realizado de abril de 2011 a fevereiro de 2016 comgestantes portadoras de DMG que necessitaram de tratamentos complementares além de dieta e exercícios físicos. Aquelas tratadas commetformina foram comparadas com aquelas que, além da metformina, também precisaram de combinação com insulina. Foram avaliadas as características maternas e de controle glicêmico. Modelos de regressão logística multinomial foram construídos para avaliar a influência das diferentes terapias nos desfechos neonatais. Resultados Foram avaliadas 475 gestantes que necessitaram de terapia farmacológica. Destas, 366 (77,05%) utilizaram terapia única com metformina, e 109 (22,95%) necessitaram de insulina como tratamento complementar. Na análise da razão de possibilidades (RP), a glicemia de jejum (GJ)<90mg/dL reduziu as chances de necessidade da combinação (RP: 0,438 [0,235-0,815]; p=0,009), bem como a primiparidade (RP: 0,280 [0,111-0,704]; p=0,007). Em gestantes obesas, foi observada uma chance maior de necessidade da combinação (RP: 2.072 [1.063-4.039]; p=0,032). Conclusão A obesidade resultou em um aumento na chance de a mãe precisar de insulina como tratamento complementar à metformina, enquanto a GJ<90 mg/dL e a primiparidade foram fatores de proteção.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate the factors associated with the need for insulin as a complementary treatment to metformin in pregnant women with gestational diabetes mellitus (GDM). Methods A case-control study was performed from April 2011 to February 2016 with pregnant women with GDM who needed complementary treatments besides diet and physical exercise. Those treated with metformin were compared with those who, in addition to metformin, also needed the combination with insulin. Maternal characteristics and glycemic control were evaluated. Multinomial logistic regression models were developed to evaluate the influence of different therapies on neonatal outcomes. Results A total of 475 pregnant women who needed pharmacological therapy were evaluated. Of these, 366 (77.05%) were submitted to single therapy with metformin, and 109 (22.94%) needed insulin as a complementary treatment. In the analysis of the odds ratio (OR), fasting glucose (FG)<90 mg/dL reduced the odds of needing the combination (OR: 0.438 [0.235-0.815]; p=0.009], as well as primiparity (OR: 0.280 [0.111-0.704]; p=0.007]. In obese pregnant women, an increased chance of needing the combination was observed (OR: 2,072 [1,063-4,039]; p=0,032). Conclusion Obesity resulted in an increased chance of the mother needing insulin as a complementary treatment to metformin, while FG<90 mg/dL and primiparity were protective factors.
  • Efeito da testosterona em marcadores de proliferação e apoptose em mamas de ratas ovariectomizadas Original Article

    Oliveira, Jussara Celi Conceição; Steiner, Marcelo Luis; Theodoro, Thérèse Rachell; Mader, Ana Maria Amaral Antonio; Petri, Giuliana; Abreu, Luiz Carlos; Pinhal, Maria Aparecida da Silva; Fernandes, César Eduardo; Pompei, Luciano Melo

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Investigar a ação da testosterona (T) isolada ou associada ao benzoato de estradiol (EB) na proliferação e apoptose de mamas de ratas ovariectomizadas. Métodos Um total de 48 ratas Wistar castradas foram divididas em 6 grupos, e cada um foi submetido a um dos seguintes tratamentos durante 5 semanas: 1) controle; 2) BE 50 mcg/dia + T 50mcg/dia; 3) T 50 mcg/dia; 4) BE 50 mcg + T 300mcg/dia; e) T 300 mcg/dia; e f) BE 50 mcg/dia. Após o tratamento, o tecido mamário foi submetido a análise histológica e avaliação de imunoexpressão de marcadores de proliferação (antígeno nuclear de células proliferantes, PCNA) e apoptose (caspase-3). Resultados Houve diferença estatisticamente significante entre os grupos com relação às microcalcificações e à atividade secretora, com maior prevalência nos grupos tratados com BE. Não houve diferença entre os grupos quanto à atrofia, mas houve maior prevalência de atrofia nos grupos que receberam T versus os que receberam BE+ T. Houve diferença entre os grupos quanto ao ANCP (p= 0,028), com maior expressão no grupo BE+ T 300 mcg/dia. Com relação à caspase-3, não houve diferença entre os grupos, mas, no grupo BE+ T 300 mcg/dia, a expressão foi maior do que no grupo de T isolada. Conclusão A T isolada não apresentou efeito proliferativo do tecido mamário, contrariamente ao EB. A T em associação ao EB pode diminuir ou não a proliferação, a depender da dose de T.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To investigate the action of testosterone (T), isolated or associated with estradiol benzoate (EB), on the proliferation markers and apoptosis of breasts of ovariectomized rats. Methods A total of 48 castrated female Wistar rats were divided into 6 groups, and each of them were submitted to one of the following treatments for 5 weeks: 1) control; 2) EB 50 mcg/day + T 50 mcg/day; 3) T 50mcg/day; 4) EB 50 mcg +T 300 mcg/day; 5) T 300 mcg/day; and 6) EB 50 mcg/day. After the treatment, the mammary tissue was submitted to a histological analysis and immunoexpression evaluation of proliferation markers (proliferating cell nuclear antigen, PCNA) and apoptosis (caspase-3). Results There was a statistically significant difference among the groups regarding microcalcifications and secretory activity, with higher prevalence in the groups treated with EB. There was no difference among the groups regarding atrophy, but a higher prevalence of atrophy was found in the groups that received T versus those that received EB +T. There was a difference among the groups regarding the PCNA (p = 0.028), with higher expression in the group submitted to EB +T 300 mcg/day. Regarding caspase-3, there was no difference among the groups; however, in the group submitted to EB +T 300 mcg/day, the expression was higher than in the isolated T group. Conclusion Isolated T did not have a proliferative effect on the mammary tissue, contrary to EB. Testosterone in combination with EB may or may not decrease the proliferation, depending on the dose of T.
  • Associação de status menopausal, expressão de receptor de progesterona e de Ki67 à resposta clínica à quimioterapia neoadjuvante no câncer luminal de mama Original Articles

    Silva, Leonardo Roberto da; Vargas, Renato Flora; Shinzato, Júlia Yoriko; Derchain, Sophie Françoise Mauricette; Ramalho, Susana; Zeferino, Luiz Carlos

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Identificar biomarcadores de resposta à quimioterapia neoadjuvante em câncer luminal de mama. Métodos Estudo transversal em que foram incluídas todas as pacientes com câncer luminal de mama em estádio inicial ou localmente avançado que foram submetidas a quimioterapia neoadjuvante nos anos de 2013 e 2014. Dados demográficos, clínicos e patológicos foram obtidos de prontuários médicos. As expressões de receptor de estrogênio (RE), de receptor de progesterona (RP), e de Ki67 foram avaliadas por imuno-histoquímica (IHQ). A expressão do receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano (human epidermal growth factor receptor 2, HER2) foi avaliada por IHQ e hibridização in situ por imunofluorescência (HISI). Análises de regressão logística e de curva de característica de operação do receptor (COR) foram usadas para investigar fatores preditivos independentes de resposta clínica e patológica. Resultados De 298 pacientes identificadas, 115 foram incluídas na análise. Resposta clínica completa (RCc) foi observada em 43.4% das pacientes (49/113), e resposta patológica completa (RPc), em 7.1% (8/115). Os fatores preditivos independentes de RCc foram status menopausal (p < 0.001), baixa expressão de RP (≤ 50% versus > 50%; p = 0.048), e expressão de Ki67 ≥ 14% (versus < 14%; p = 0.01). Pacientes com RCc apresentaram maior probabilidade de serem submetidas a cirurgia conservadora da mama (34.7% versus 7.8%; p < 0.001). Aumento no ponto de corte para expressão de Ki67 foi associado a aumento da especificidade e redução da sensibilidade na identificação de pacientes com RCc. Conclusão Status premenopausal, baixa expressão de RP e maior expressão de Ki67 estiveram associados a maior taxa de RCc à quimioterapia neoadjuvante no câncer luminal de mama.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To identify the biomarkers of response to neoadjuvant chemotherapy in early luminal breast cancer. Methods A cross-sectional study that included all patients with early or locallyadvanced luminal breast cancer submitted to neoadjuvant chemotherapy between 2013 and 2014. Demographic, clinic and pathologic data were retrieved from patient records. The expressions of the estrogen receptor (ER), the progesterone receptor (PR), and Ki67 were analyzed by immunohistochemistry (IHC). The status of the human epidermal growth factor receptor 2 (HER2) was evaluated by IHC and fluorescent in situ hybridization (FISH). Independent predictors of clinic and pathologic response were evaluated by stepwise logistic regression models and receiver operating characteristic (ROC) curve analysis. Results Out of 298 patients identified, 115 were included in the analysis. Clinical complete response (cCR) was observed in 43.4% of the patients (49/113), and pathologic complete response (pCR) was observed in 7.1% (8/115) of the patients. The independent predictors of cCR were premenopausal status (p < 0.001), low PR expression (≤ 50% versus > 50%; p = 0.048), and Ki67 expression ≥ 14% (versus < 14%; p = 0.01). Patients with cCR were more commonly submitted to breast conserving surgery (34.7% versus 7.8%; p < 0.001). Increasing cut-off points for Ki67 expression were associated with an increase in specificity and a decrease in sensitivity to identify patients with cCR. Conclusion Premenopausal status, lower PR expression and higher Ki67 expression were associated with a higher rate of cCR to neoadjuvant chemotherapy in luminal breast cancer.
  • O impacto do treinamento laparoscópico sistematizado de habilidades e sutura nos resultados da histerectomia laparoscópica em hospital universitário brasileiro Original Articles

    Gonçalves, Anna Luiza Lobão; Ayroza-Ribeiro, Helizabet Abdala; Lima, Raquel Ferreira; Yonamine, Aline Estefane Eras; Ohara, Fabio; Ayroza-Ribeiro, Paulo Augusto Galvão

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar o impacto do treinamento laparoscópico sistematizado de habilidades e sutura (TLSHS) nos resultados intra e pós-operatórios da histerectomia laparoscópica em um hospital universitário brasileiro. Métodos Estudo observacional transversal de revisão de 244 prontuários de pacientes submetidas a histerectomia total laparoscópica (HTL) operadas entre 2008 e 2014. Os fatores específicos das pacientes (idade, paridade, cesariana prévia, cirurgias abdominais, e endometriose) e as variáveis relacionadas à cirurgia (tempo de hospitalização, tempo de cirurgia, volume uterino e complicações operatórias) foram analisados em três grupos temporais: 2008-09 (I-1) - HTLs realizadas por médicos experientes; 2010-11 (I-2) - HTLs realizadas por residentes sem TLSHS; 2012-2014 (I-3) - HTLs realizadas por residentes após a implementação do TLSHS. Resultados Um total de 244 pacientes submetidas a HTLs foram incluídas (média de idade de 45,93 anos): 24 operadas no período I1, 55 no I2, e 165 no I3. A principal indicação para HTL foi mioma uterino (66,4%). O grupo I-3 apresentou diminuição no tempo cirúrgico quando comparado ao grupo I-2 (p=0,010). Hospitalização superior a 2 dias diminuiu no grupo I-3 comparado ao grupo I-2 (p=0,010). Apesar de observarmos diminuição no volume uterino dos pacientes do grupo I-2 (154,2 cm3) em comparação com os do grupo I-1 (217,8 cm3) (p=0,030), a regressão logística não revelou associação entre volume uterino e tempo cirúrgico (p=0,103). Conclusão O tempo cirúrgico na HTL foi significativamente menor no grupo de pacientes submetidas à cirurgia após a implantação do TLSHS em nosso hospital.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate the impact of systematic laparoscopic skills and suture training (SLSST) on the total laparoscopic hysterectomy intra- and postoperative outcomes in a Brazilian teaching hospital. Methods A cross-sectional observational study in which 244 charts of total laparoscopic hysterectomy (TLH) patients operated from 2008 to 2014 were reviewed. Patient-specific (age, parity, previous cesarean sections, abdominal surgeries and endometriosis) and surgery-related variables (hospital stay, operative time, uterine volume and operative complications) were analyzed in three different time-frame groups: 2008-09 (I-1) - TLHs performed by senior attending physicians; 2010-11 (I-2) - TLHs performed by residents before the implementation of the SLSST program; and 2012-14 (I-3) - TLHs performed by residents after the implementation of the SLSST program. Results A total of 244 TLH patients (mean age: 45.93 years) were included: 24 (I-1), 55 (I-2), and 165 (I-3). The main indication for TLH was uterine myoma (66.4%). Group I-3 presented a decrease in surgical time compared to group I-2 (p=0.010). Hospital stay longer than 2 days decreased in group I-3 compared to group I-2 (p=0.010). Although we observed decreased uterine volume (154.2 cm3) in group I-2 compared to group I-1 (217.8 cm3) (p=0.030), logistic regression did not find any association between uterine volume and surgical time (p=0.103). Conclusion The total operative time for laparoscopic hysterectomy was significantly shorter in the group of patients (I-3) operated after the systematic laparoscopic skills and suture training was introduced in our hospital.
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