Acessibilidade / Reportar erro
Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Volume: 32, Número: 1, Publicado: 2020
  • Pandemia COVID-19 Editorial

    Moock, Marcelo; Mello, Patrícia Machado Veiga de Carvalho
  • Recomendações da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos e Grupo de Infeção e Sépsis para a abordagem do COVID-19 em medicina intensiva Artigo Especial

    Mendes, João João; Mergulhão, Paulo; Froes, Filipe; Paiva, José Artur; Gouveia, João

    Resumo em Português:

    RESUMO A atual epidemia de COVID-19 foi declarada em 31 de dezembro de 2019 no mercado de frutos do mar da cidade de Wuhan, com rápida disseminação na China e, posteriormente, envolvendo múltiplos países (como maior expressão na Coreia do Sul, Japão, Itália e Irã) incluindo, desde 1º de março, Portugal. A maioria dos doentes infetados apresenta doença ligeira sem necessidade de hospitalização. Dentre os internados, de 6% a 10% necessitam de cuidados intensivos. As presentes recomendações visam facilitar a organização dos serviços de medicina intensiva para a resposta ao COVID-19, proporcionado os melhores cuidados aos doentes e protegendo os profissionais de saúde.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Current COVID-19 epidemics was declared on December 31, 2019 at the Wuhan city seafood market, rapidly spreading throughout China, and later reaching several countries (mainly South Korea, Japan, Italy and Iran) and, since March 1, reaching Portugal. Most of the infected patients present with mild symptoms, not requiring hospitalization. Among those admitted to the hospital, 6% to 10% require admission to the intensive care unit. These recommendations are aimed to support the organization of intensive care services to respond COVID-19, providing optimized care to the patient and protection for healthcare professionals.
  • Choosing Wisely para a medicina intensiva Comentário

    Lobo, Suzana Margareth; Mendes, Ciro Leite; Rezende, Ederlon
  • O que todo intensivista precisa saber sobre delirium subsindrômico na unidade de terapia intensiva Comentário

    Serafim, Rodrigo Bernardo; Paulino, Maria Carolina; Povoa, Pedro
  • Epidemiologia e desfecho dos pacientes de alto risco cirúrgico admitidos em unidades de terapia intensiva no Brasil Artigo Original

    Silva Júnior, João Manoel; Chaves, Renato Carneiro de Freitas; Corrêa, Thiago Domingos; Assunção, Murillo Santucci Cesar de; Katayama, Henrique Tadashi; Bosso, Fabio Eduardo; Amendola, Cristina Prata; Serpa Neto, Ary; Malbouisson, Luiz Marcelo Sá; Oliveira, Neymar Elias de; Veiga, Viviane Cordeiro; Rojas, Salomón Soriano Ordinola; Postalli, Natalia Fioravante; Alvarisa, Thais Kawagoe; Lucena, Bruno Melo Nobrega de; Oliveira, Raphael Augusto Gomes de; Sanches, Luciana Coelho; Silva, Ulysses Vasconcellos de Andrade e; Nassar Junior, Antonio Paulo; Réa-Neto, Álvaro; Amaral, Alexandre; Teles, José Mário; Freitas, Flávio Geraldo Rezende de; Bafi, Antônio Tonete; Pacheco, Eduardo Souza; Ramos, Fernando José; Vieira Júnior, José Mauro; Pereira, Maria Augusta Santos Rahe; Schwerz, Fábio Sartori; Menezes, Giovanna Padoa de; Magalhães, Danielle Dourado; Castro, Cristine Pilati Pileggi; Henrich, Sabrina Frighetto; Toledo, Diogo Oliveira; Parra, Bruna Fernanda Camargo Silva; Dias, Fernando Suparregui; Zerman, Luiza; Formolo, Fernanda; Nobrega, Marciano de Sousa; Piras, Claudio; Piras, Stéphanie de Barros; Conti, Rodrigo; Bittencourt, Paulo Lisboa; D’Oliveira, Ricardo Azevedo Cruz; Estrela, André Ricardo de Oliveira; Oliveira, Mirella Cristine de; Reese, Fernanda Baeumle; Motta Júnior, Jarbas da Silva; Câmara, Bruna Martins Dzivielevski da; David-João, Paula Geraldes; Tannous, Luana Alves; Chaiben, Viviane Bernardes de Oliveira; Miranda, Lorena Macedo Araújo; Brasil, José Arthur dos Santos; Deucher, Rafael Alexandre de Oliveira; Ferreira, Marcos Henrique Borges; Vilela, Denner Luiz; Almeida, Guilherme Cincinato de; Nedel, Wagner Luis; Passos, Matheus Golenia dos; Marin, Luiz Gustavo; Oliveira Filho, Wilson de; Coutinho, Raoni Machado; Oliveira, Michele Cristina Lima de; Friedman, Gilberto; Meregalli, André; Höher, Jorge Amilton; Soares, Afonso José Celente; Lobo, Suzana Margareth Ajeje

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Definir o perfil epidemiológico e os principais determinantes de morbimortalidade dos pacientes cirúrgicos não cardíacos de alto risco no Brasil. Métodos: Estudo prospectivo, observacional e multicêntrico. Todos os pacientes cirúrgicos não cardíacos admitidos nas unidades de terapia intensiva, ou seja, considerados de alto risco, no período de 1 mês, foram avaliados e acompanhados diariamente por, no máximo, 7 dias na unidade de terapia intensiva, para determinação de complicações. As taxas de mortalidade em 28 dias de pós-operatório, na unidade de terapia intensiva e hospitalar foram avaliadas. Resultados: Participaram 29 unidades de terapia intensiva onde foram realizadas cirurgias em 25.500 pacientes, dos quais 904 (3,5%) de alto risco (intervalo de confiança de 95% - IC95% 3,3% - 3,8%), tendo sido incluídos no estudo. Dos pacientes envolvidos, 48,3% eram de unidades de terapia intensiva privadas e 51,7% de públicas. O tempo de internação na unidade de terapia intensiva foi de 2,0 (1,0 - 4,0) dias e hospitalar de 9,5 (5,4 - 18,6) dias. As taxas de complicações foram 29,9% (IC95% 26,4 - 33,7) e mortalidade em 28 dias pós-cirurgia 9,6% (IC95% 7,4 - 12,1). Os fatores independentes de risco para complicações foram Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3; razão de chance − RC = 1,02; IC95% 1,01 - 1,03) e Sequential Organ Failure Assessment Score (SOFA) da admissão na unidade de terapia intensiva (RC =1,17; IC95% 1,09 - 1,25), tempo de cirurgia (RC = 1,001; IC95% 1,000 - 1,002) e cirurgias de emergências (RC = 1,93; IC95% 1,10 - 3,38). Em adição, foram associados com mortalidade em 28 dias idade (RC = 1,032; IC95% 1,011 - 1,052) SAPS 3 (RC = 1,041; IC95% 1,107 - 1,279), SOFA (RC = 1,175; IC95% 1,069 - 1,292) e cirurgias emergenciais (RC = 2,509; IC95% 1,040 - 6,051). Conclusão: Pacientes com escores prognósticos mais elevados, idosos, tempo cirúrgico e cirurgias emergenciais estiveram fortemente associados a maior mortalidade em 28 dias e mais complicações durante permanência em unidade de terapia intensiva.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To define the epidemiological profile and the main determinants of morbidity and mortality in noncardiac high surgical risk patients in Brazil. Methods: This was a prospective, observational and multicenter study. All noncardiac surgical patients admitted to intensive care units, i.e., those considered high risk, within a 1-month period were evaluated and monitored daily for a maximum of 7 days in the intensive care unit to determine complications. The 28-day postoperative, intensive care unit and hospital mortality rates were evaluated. Results: Twenty-nine intensive care units participated in the study. Surgeries were performed in 25,500 patients, of whom 904 (3.5%) were high-risk (95% confidence interval - 95%CI 3.3% - 3.8%) and were included in the study. Of the participating patients, 48.3% were from private intensive care units, and 51.7% were from public intensive care units. The length of stay in the intensive care unit was 2.0 (1.0 - 4.0) days, and the length of hospital stay was 9.5 (5.4 - 18.6) days. The complication rate was 29.9% (95%CI 26.4 - 33.7), and the 28-day postoperative mortality rate was 9.6% (95%CI 7.4 - 12.1). The independent risk factors for complications were the Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3; odds ratio - OR = 1.02; 95%CI 1.01 - 1.03) and Sequential Organ Failure Assessment Score (SOFA) on admission to the intensive care unit (OR = 1.17; 95%CI 1.09 - 1.25), surgical time (OR = 1.001, 95%CI 1.000 - 1.002) and emergency surgeries (OR = 1.93, 95%CI, 1.10 - 3.38). In addition, there were associations with 28-day mortality (OR = 1.032; 95%CI 1.011 - 1.052), SAPS 3 (OR = 1.041; 95%CI 1.107 - 1.279), SOFA (OR = 1.175, 95%CI 1.069 - 1.292) and emergency surgeries (OR = 2.509; 95%CI 1.040 - 6.051). Conclusion: Higher prognostic scores, elderly patients, longer surgical times and emergency surgeries were strongly associated with higher 28-day mortality and more complications during the intensive care unit stay.
  • Epidemiología del shock séptico en un servicio de atención médica prehospitalaria en cinco ciudades colombianas Artigo Original

    López-Medina, Diana Carolina; Henao-Perez, Marcela; Arenas-Andrade, Jaime; Hinestroza-Marín, Emel David; Jaimes-Barragán, Fabián Alberto; Quirós-Gómez, Oscar Iván

    Resumo em Espanhol:

    RESUMEN Objetivo: Explorar la asociación entre factores demográficos y clínicos con la presentación de shock séptico en pacientes atendidos en un servicio prehospitalario de emergencias en cinco ciudades colombianas entre los años 2015-2016. Métodos: Estudio de corte transversal con recolección retrospectiva de datos. Se recolectó información clínica y demográfica de las historias clínicas de pacientes con diagnóstico de sepsis que recibieron atención prehospitalaria en cinco ciudades colombianas en los años 2015 y 2016. Se realizó una verificación del diagnóstico de shock séptico en el 20% de los casos, dando origen a dos escenarios analizados: observado y verificado. Se analizó la asociación con pruebas de Chi cuadrado, t de Student y finalmente con un modelo de regresión logística ajustado. Se consideró covariables significativas aquellas con p < 0,05. Resultados: Se presentó una mayor frecuencia del evento en mujeres (62,6%) y en mayores de 80 años (64,5%), sin ser factores diferenciadores para shock séptico. El foco infeccioso más común fue urinario. En el escenario observado, los mayores de 60 años (RP: 3,22; IC95%: 1,45 - 35,01) y el antecedente de cáncer fueron las características asociadas con el shock séptico (RP: 1,20; IC95%: 1,2 - 12,87), mientras que en el grupo verificado fueron la enfermedad pulmonar obstructiva crónica (RP: 1,99; IC95%: 1,26 - 7,14), el antecedente de cáncer (RP: 1,15; IC95%: 1,11 - 6,62) y presencia de hipovolemia (RP: 1,41; IC95%: 1,02 - 5,50). Conclusión: Los factores de riesgo más importantes para shock séptico en pacientes de atención prehospitalaria en cinco ciudades colombianas fueron las enfermedades oncológicas, las pulmonares e hipovolemia.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To explore the association between demographic and clinical factors and the presentation of septic shock in patients treated by prehospital emergency services in five Colombian cities between 2015 and 2016. Methods: This was a cross-sectional study with retrospective data collection. Clinical and demographic data were collected from the medical records of patients diagnosed with sepsis who received prehospital care in five Colombian cities in 2015 and 2016. The diagnosis of septic shock was checked in 20% of the cases, generating two analyzed scenarios: observed and verified. Data were analyzed using the chi-square test, Student’s t test and an adjusted logistic regression model. Covariates with p < 0.05 were considered significant. Results: There was a higher frequency of septic shock in women (62.6%) and in individuals older than 80 years (64.5%), but these were not differentiating factors for septic shock. The most common source of infection was the urinary tract. In the observed scenario, age over 60 (prevalence ratio (PR): 3.22; 95% confidence interval (CI): 1.45 - 35.01) and history of cancer (PR: 1.20; 95%CI: 1.2 - 12.87) were the characteristics associated with septic shock, whereas in the verified scenario, chronic obstructive pulmonary disease (PR: 1.99; 95%CI: 1.26 - 7.14), history of cancer (PR: 1.15; 95%CI: 1.11 - 6.62) and presence of hypovolemia (PR: 1.41; 95%CI: 1.02 - 5.50) were observed. Conclusion: The most important risk factors for septic shock in prehospital care patients in five Colombian cities were oncological and pulmonary diseases and hypovolemia.
  • Adesão a um protocolo de profilaxia de úlcera de estresse em pacientes críticos: estudo de coorte prospectiva Artigo Original

    Santos, Yuri de Albuquerque Pessoa dos; Younes-Ibrahim, Mauricio Staib; Crozatti, Lucas Lonardoni; Raglione, Dante; Cardozo Junior, Luis Carlos Maia; Besen, Bruno Adler Maccagnan Pinheiro; Taniguchi, Leandro Utino; Park, Marcelo; Mendes, Pedro Vitale

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar a adesão ao protocolo de profilaxia de úlcera de estresse em pacientes críticos de um hospital universitário terciário. Métodos: Neste estudo de coorte prospectiva, incluímos todos os pacientes adultos admitidos às unidades de terapia intensiva clínica e cirúrgica de um hospital terciário acadêmico. Nosso único critério de exclusão foi a presença de sangramento gastrointestinal alto quando da admissão à unidade de terapia intensiva. Colhemos as variáveis basais e indicações de profilaxia de úlcera de estresse, segundo o protocolo institucional, assim como o uso de profilaxia. Nosso desfecho primário foi a adesão ao protocolo de profilaxia de úlcera de estresse. Os desfechos secundários foram uso apropriado da profilaxia de úlcera de estresse, incidência de sangramento gastrointestinal superior e fatores associados com o uso apropriado da profilaxia de úlcera de estresse. Resultados: Foram incluídos 234 pacientes no período compreendido entre 2 de julho e 31 de julho de 2018. Os pacientes tinham idade de 52 ± 20 anos, sendo 125 (53%) deles cirúrgicos, e o SAPS 3 médio foi de 52 ± 20. No seguimento longitudinal, foram estudados 1.499 pacientes-dias; 1.069 pacientes-dias tiveram indicação de profilaxia de úlcera de estresse, e 777 pacientes-dias tiveram uso profilático (73% de adesão ao protocolo de profilaxia de úlcera de estresse). Dentre os 430 pacientes-dias sem indicações de profilaxia de úlcera de estresse, 242 envolveram profilaxia (56% de uso impróprio de profilaxia de úlcera de estresse). O total de uso apropriado de profilaxia de úlcera de estresse foi de 64%. Fatores associados com prescrição adequada de profilaxia de úlcera de estresse foram ventilação mecânica, com RC 2,13 (IC95% 1,64 - 2,75), e coagulopatia, com RC 2,77 (IC95% 1,66 - 4,60). A incidência de sangramento do trato gastrointestinal superior foi de 12,8%. Conclusão: A adesão ao protocolo de profilaxia de úlcera de estresse foi baixa, e o uso inadequado de profilaxia de úlcera de estresse foi frequente nesta coorte de pacientes críticos.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To evaluate adherence to the stress ulcer prophylaxis protocol in critically ill patients at a tertiary university hospital. Methods: In this prospective cohort study, we included all adult patients admitted to the medical and surgical intensive care units of an academic tertiary hospital. Our sole exclusion criterion was upper gastrointestinal bleeding at intensive care unit admission. We collected baseline variables and stress ulcer prophylaxis indications according to the institutional protocol and use of prophylaxis. Our primary outcome was adherence to the stress ulcer prophylaxis protocol. Secondary outcomes were appropriate use of stress ulcer prophylaxis, upper gastrointestinal bleeding incidence and factors associated with appropriate use of stress ulcer prophylaxis. Results: Two hundred thirty-four patients were enrolled from July 2nd through July 31st, 2018. Patients were 52 ± 20 years old, 125 (53%) were surgical patients, and the mean SAPS 3 was 52 ± 20. In the longitudinal follow-up, 1499 patient-days were studied; 1069 patient-days had stress ulcer prophylaxis indications, and 777 patient-days contained prophylaxis use (73% stress ulcer prophylaxis protocol adherence). Of the 430 patient-days without stress ulcer prophylaxis indications, 242 involved prophylaxis (56% inappropriate stress ulcer prophylaxis use). The overall appropriate use of stress ulcer prophylaxis was 64%. Factors associated with proper stress ulcer prophylaxis prescription were mechanical ventilation OR 2.13 (95%CI 1.64 - 2.75) and coagulopathy OR 2.77 (95%CI 1.66 - 4.60). The upper gastrointestinal bleeding incidence was 12.8%. Conclusion: Adherence to the stress ulcer prophylaxis protocol was low and inappropriate use of stress ulcer prophylaxis was frequent in this cohort of critically ill patients.
  • Análise da mortalidade em pacientes queimados adultos no Uruguai Artigo Original

    Angulo, Martín; Aramendi, Ignacio; Cabrera, Julio; Burghi, Gastón

    Resumo em Português:

    RESUMO Resumo: Determinar os fatores independentes de risco associados com mortalidade em pacientes queimados adultos. Métodos: Estudo observacional retrospectivo, conduzido no Centro Nacional de Queimados do Uruguai. Incluíram-se todos os pacientes com queimaduras da pele admitidos à unidade desde sua inauguração em 1° de julho de 1995 até o dia 31 de dezembro de 2018. Estudaram-se os dados demográficos, perfis de queimadura, tempo de permanência, duração da ventilação mecânica e mortalidade hospitalar. Utilizou-se regressão logística multivariada para identificação dos fatores de risco para mortalidade. A proporção padronizada de mortalidade foi calculada pela divisão do número de óbitos observados pelo número de óbitos previstos, segundo o Abbreviated Burn Severity Index. Resultados: Durante o período do estudo, incluímos 3.112 pacientes. A mediana da área total de superfície corporal queimada foi de 10% (3% - 22%). O Abbreviated Burn Severity Index foi de 6 (4 - 7). Foi necessária ventilação mecânica em 60% dos pacientes, com duração mediana de 6 (3 - 16) dias. O tempo mediano de permanência na unidade foi de 17 (7 - 32) dias. A mortalidade global foi de 19,9%. A mortalidade bruta e a proporção padronizada de mortalidade diminuíram entre 1995 e 2018. A proporção padronizada de mortalidade global foi de 0,99. Necessidade de ventilação mecânica (RC 8,80; IC95% 5,68 - 13,62), idade mais avançada (RC 1,07 por ano; IC95% 1,06 - 1,09), área total de superfície corporal queimada (RC 1,05 por 1%; IC95% 1,03 - 1,08) e extensão de queimaduras de terceiro grau (RC 1,05 por 1%; IC95% 1,03 - 1,07) foram fatores de risco independentes para mortalidade. Conclusão: Necessidade de ventilação mecânica, idade mais avançada e extensão da queimadura foram fatores de risco independentes para mortalidade na população adulta de pacientes queimados no Uruguai.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To determine the independent risk factors associated with mortality in adult burn patients. Methods: This was a retrospective, observational study performed at the Centro Nacional de Queimados do Uruguai. All patients with skin burns admitted to the unit since its opening on July 1, 1995 through December 31, 2018 were included. The demographic data, burn profiles, length of stay, mechanical ventilation duration and hospital mortality were studied. A multivariate logistic regression was used to identify the risk factors for mortality. The standardized mortality ratio was calculated by dividing the number of observed deaths by the number of expected deaths (according to the Abbreviated Burn Severity Index). Results: During the study period, 3,132 patients were included. The median total body surface area burned was 10% (3%-22%). The Abbreviated Burn Severity Index was 6 (4 - 7). Invasive mechanical ventilation was required in 60% of the patients for a median duration of 6 (3 - 16) days. The median length of stay in the unit was 17 (7 - 32) days. The global mortality was 19.9%. Crude mortality and standardized mortality ratio decreased from 1995 through 2018. The global standardized mortality ratio was 0.99. A need for mechanical ventilation (OR 8.80; 95%CI 5.68 - 13.62), older age (OR 1.07 per year; 95%CI 1.06 - 1.09), total body surface area burned (OR 1.05 per 1%; 95%CI 1.03 - 1.08) and extension of third-degree burns (OR 1.05 per 1%; 95%CI 1.03 - 1.07) were independent risk factors for mortality. Conclusion: The need for mechanical ventilation, older age and burn extension were independent risk factors for mortality in the burned adult Uruguayan population.
  • Síndrome da doença hepática crônica agudizada - resultados clínicos de uma unidade de terapia intensiva em centro de transplante hepático Artigo Original

    Pereira, Rui; Bagulho, Luís; Cardoso, Filipe Sousa

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Caracterizar uma coorte de pacientes com insuficiência hepática crônica agudizada em unidade de terapia intensiva e analisar os fatores de risco da mortalidade global aos 28 dias presentes no dia da admissão e no dia 3. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva de pacientes consecutivamente admitidos à unidade de terapia intensiva entre março de 2013 e dezembro de 2016. Resultados: Incluímos 71 pacientes com idade mediana de 59 (51 - 64) anos, sendo 81,7% do sexo masculino. Consumo de álcool isoladamente (53,5%) foi a etiologia mais frequente de cirrose, e infecção (53,5%) foi o evento que mais frequentemente precipitou a agudização da insuficiência hepática crônica. No momento da admissão à unidade de terapia intensiva, os escores de severidade foram: APACHE II 21 (16 - 23), CLIF-SOFA 13 (11 - 15), Child-Pugh 12 (10 - 13) e MELD 27 (20 - 32). Dentre os indivíduos, 14,1% tiveram escore 1 de insuficiência hepática crônica agudizada, 28,2% pontuaram 2, 64,5% pontuaram 3, e 11,3% se apresentaram sem insuficiência hepática crônica agudizada. Sobre o número de falências de órgãos, 4,2% tiveram um órgão; 42,3%, dois órgãos; 32,4%, três órgãos; 16,9%, quatro órgãos; e 4,2% cinco órgãos. Foi realizado transplante hepático em 15,5% dos pacientes. A taxa de mortalidade aos 28 dias foi de 56,3%, e a taxa de mortalidade na unidade de terapia intensiva foi de 49,3%. Foram fatores independentes de risco: falências do órgãos quando da admissão à unidade de terapia intensiva (p = 0,02; RC 2,1; IC95% 1,2 - 3,9), concentração de lactato em sangue arterial no dia 3 (p = 0,02; RC 6,3; IC95% 1,4 - 28,6) e RC internacional no dia 3 (p = 0,03; RC 10,2; IC95% 1,3 - 82,8). Conclusão: Pacientes com insuficiência hepática crônica agudizada apresentaram elevados níveis de severidade e taxa de mortalidade. O número de falências de órgãos no momento da admissão à unidade de terapia intensiva e o nível de lactato, assim como a razão normalizada internacional no dia 3 de permanência na unidade foram fatores independentes de risco para a mortalidade ao 28º dia. Consideramos que a terapia intensiva é essencial para pacientes com insuficiência hepática crônica agudizada, e a realização de um transplante hepático em tempo adequado foi vital para os pacientes selecionados.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To characterize a cohort of acute-on-chronic liver failure patients in Intensive Care and to analyze the all-cause 28-day mortality risk factors assessed at ICU admission and day 3. Methods: This was a retrospective cohort study of consecutive patients admitted to the intensive care unit between March 2013 and December 2016. Results: Seventy-one patients were included. The median age was 59 (51 - 64) years, and 81.7% of patients were male. Alcohol consumption alone (53.5%) was the most frequent etiology of cirrhosis and infection (53.5%) was the most common acute-on-chronic liver failure precipitating event. At intensive care unit admission, the clinical severity scores were APACHE II 21 (16 - 23), CLIF-SOFA 13 (11 - 15), Child-Pugh 12 (10 - 13) and MELD 27 (20 - 32). The acute-on-chronic liver failure scores were no-acute-on-chronic liver failure: 11.3%; one: 14.1%; two: 28.2% and three: 46.5%; and the number of organ failures was one: 4.2%; two: 42.3%; three: 32.4%; four: 16.9%; and five: 4.2%. Liver transplantation was performed in 15.5% of patients. The twenty-eight-day mortality rate was 56.3%, and the in-ICU mortality rate was 49.3%. Organ failure at intensive care unit admission (p = 0.02; OR 2.1; 95%CI 1.2 - 3.9), lactate concentration on day 3 (p = 0.02; OR 6.3; 95%CI 1.4 - 28.6) and the international normalized ratio on day 3 (p = 0.03; OR 10.2; 95%CI 1.3 - 82.8) were independent risk factors. Conclusion: Acute-on-chronic liver failure patients presented with high clinical severity and mortality rates. The number of organ failures at intensive care unit admission and the lactate and international normalized ratio on day 3 were independent risk factors for 28-day mortality. We consider intensive care essential for acute-on-chronic liver failure patients and timely liver transplant was vital for selected patients.
  • Tratamento prévio com adalimumabe reduz lesão pulmonar induzida por ventilação mecânica em um modelo experimental Artigo Original

    Correger, Enrique; Marcos, Josefina; Laguens, Graciela; Stringa, Pablo; Cardinal-Fernández, Pablo; Blanch, Lluis

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Determinar se a administração de adalimumabe previamente à ventilação mecânica reduz a lesão pulmonar induzida por ventilação mecânica. Métodos: Randomizaram-se 18 ratos em três grupos submetidos à ventilação mecânica por 3 horas com uma fração inspirada de oxigênio de 0,40%. Os três grupos foram assim caracterizados: um grupo com baixo volume corrente (n = 6), no qual se utilizaram volume corrente de 8mL/kg e pressão expiratória final positiva de 5cmH2O; um grupo com alto volume corrente (n = 6), no qual se utilizaram volume corrente de 35mL/kg e pressão expiratória final positiva de zero; e um grupo pré-tratado com alto volume corrente (n = 6), no qual se administraram adalimumabe (100µg/kg) por via intraperitoneal 24 horas antes do início da ventilação mecânica, volume corrente de 35mL/kg e pressão expiratória final positiva de zero. Realizou-se ANOVA para comparação de dano histológico (com utilização de escores segundo o ATS 2010 Lung Injury Scoring System), edema pulmonar, complacência pulmonar, pressão parcial de oxigênio arterial e pressão arterial média entre os grupos. Resultados: Após 3 horas de ventilação, o escore médio de lesão histológica pulmonar foi mais elevado no grupo com alto volume corrente do que no grupo com baixo volume corrente (0,030 versus 0,0051; p = 0,003). O grupo com alto volume corrente demonstrou complacência pulmonar diminuída após 3 horas (p = 0,04) e hipoxemia (p = 0,018 versus controle). O grupo alto volume corrente tratado previamente teve melhora do escore histológico, principalmente devido à redução significante da infiltração leucocitária (p = 0,003). Conclusão: O exame histológico após 3 horas de ventilação lesiva revelou lesão pulmonar induzida por ventilação mecânica na ausência de modificações mensuráveis na mecânica pulmonar e na oxigenação; a administração de adalimumabe antes da ventilação mecânica diminuiu o edema pulmonar e o dano histológico.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To determine whether adalimumab administration before mechanical ventilation reduces ventilator-induced lung injury (VILI). Methods: Eighteen rats randomized into 3 groups underwent mechanical ventilation for 3 hours with a fraction of inspired oxygen = 0.40% including a low tidal volume group (n = 6), where tidal volume = 8mL/kg and positive end-expiratory pressure = 5cmH2O; a high tidal volume group (n = 6), where tidal volume = 35mL/kg and positive end-expiratory pressure = 0; and a pretreated + high tidal volume group (n = 6) where adalimumab (100ug/kg) was administered intraperitoneally 24 hours before mechanical ventilation + tidal volume = 35mL/kg and positive end-expiratory pressure = 0. ANOVA was used to compare histological damage (ATS 2010 Lung Injury Scoring System), pulmonary edema, lung compliance, arterial partial pressure of oxygen, and mean arterial pressure among the groups. Results: After 3 hours of ventilation, the mean histological lung injury score was higher in the high tidal volume group than in the low tidal volume group (0.030 versus 0.0051, respectively, p = 0.003). The high tidal volume group showed diminished lung compliance at 3 hours (p = 0.04) and hypoxemia (p = 0,018 versus control). Pretreated HVt group had an improved histological score, mainly due to a significant reduction in leukocyte infiltration (p = 0.003). Conclusion: Histological examination after 3 hours of injurious ventilation revealed ventilator-induced lung injury in the absence of measurable changes in lung mechanics or oxygenation; administering adalimumab before mechanical ventilation reduced lung edema and histological damage.
  • Avaliação temporal da dor neonatal após aspiração de vias aéreas Artigo Original

    Gimenez, Isabelle Leandro; Rodrigues, Rafaella Fintelman; Oliveira, Marcella Campos de Faria; Santos, Beatriz Alves Rezende; Arakaki, Vanessa da Silva Neves Moreira; Santos, Rosana Silva dos; Peres, Rodrigo Tosta; Sant’Anna, Clemax Couto; Ferreira, Halina Cidrini

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar temporalmente o estímulo doloroso em prematuros com o uso de três escalas de mensuração de dor neonatal. Métodos: Foram observados 83 prematuros durante a aspiração de vias aéreas por três avaliadores (E1, E2 e E3) utilizando três escalas de avaliação da dor (Neonatal Facial Coding System - NFCS; Neonatal Infant Pain Scale - NIPS; e Premature Infant Pain Profile - PIPP) em cinco momentos: T1 (antes da aspiração de vias aéreas), T2 (durante a aspiração de vias aéreas), T3 (1 minuto após a aspiração de vias aéreas), T4 (3 minutos após a aspiração de vias aéreas) e T5 (5 minutos após a aspiração de vias aéreas). Utilizaram-se o Light’s Kappa (concordância entre examinadores e entre as escalas em cada tempo) e teste de McNemar (comparação entre os tempos), considerando-se p < 0,05. Resultados: Houve diferença significativa entre T1 e T2 para os três examinadores nas três escalas. Em T3, observou-se dor em 22,9%/E1, 28,9%/E2 e 24,1%/E3 de acordo com a NFCS; 22,9%/E1, 21,7%/E2 e 16,9%/E3, conforme a NIPS e 49,4%/E1, 53,9%/E2 e 47%/E3 considerando a PIPP dos prematuros. Houve diferença entre T1 e T3 nas três escalas, exceto para dois examinadores na PIPP (E2: p = 0,15/ E3: p = 0,17). Ao comparar T4 e T5 ao T1, não houve diferença em nenhuma das três escalas. Conclusão: Os prematuros necessitaram de pelo menos 3 minutos para retornarem ao seu estado inicial de repouso (sem dor).

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To temporally assess a painful stimulus in premature infants using 3 neonatal pain scales. Methods: A total of 83 premature infants were observed during airway aspiration by 3 evaluators (E1, E2 and E3) using 3 pain assessment scales (Neonatal Facial Coding System - NFCS; Neonatal Infant Pain Scale - NIPS; and Premature Infant Pain Profile - PIPP) at 5 time points: T1 (before airway aspiration), T2 (during airway aspiration), T3 (1 minute after airway aspiration), T4 (3 minutes after airway aspiration), and T5 (5 minutes after airway aspiration). Light’s Kappa (agreement among examiners and among scales at each time point) and the McNemar test (comparison among time points) were used considering p < 0.05. Results: There was a significant difference between the 3 examiners for T1 and T2 using the 3 scales. In T3, pain was observed in 22.9%/E1, 28.9%/E2, and 24.1%/E3 according to the NFCS; 22.9%/E1, 21.7%/E2, and 16.9%/E3 according to the NIPS; and 49.4%/E1, 53.9%/E2, and 47%/E3 according to the PIPP. There was a difference between T1 and T3 using the 3 scales, except for 2 examiners for the PIPP (E2: p = 0.15/E3: p = 0.17). Comparing T4 and T5 to T1, there was no difference in the 3 scales. Conclusion: Premature infants required at least 3 minutes to return to their initial state of rest (no pain).
  • Desigualdades na terapia intensiva no Rio de Janeiro: efeitos da distribuição espacial dos serviços de saúde na infecção respiratória aguda grave Artigo Original

    Bedoya-Pacheco, Sandro Javier; Emygdio, Romeu Ferreira; Nascimento, José Antônio Sena do; Bravo, Jorge André Marques; Bozza, Fernando Augusto

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar a distribuição das unidades de terapia intensiva para adultos, segundo a região geográfica e o setor sanitário no Rio de Janeiro, e investigar a mortalidade por infecção respiratória aguda grave no setor público e sua associação com a capacidade de terapia intensiva no setor público. Métodos: Avaliamos a variação da disponibilidade de terapia intensiva e a mortalidade por infecção respiratória aguda grave no setor público em diferentes áreas da cidade em 2014. Utilizamos as bases de dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do Sistema de Informações sobre Mortalidade e do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Resultados: Foi ampla a variação na disponibilidade de leitos em unidades de terapia intensiva per capita (desde 4,0 leitos de terapia intensiva por 100 mil habitantes em hospitais públicos na zona oeste até 133,6 leitos em unidades de terapia intensiva por 100 mil habitantes nos hospitais privados na zona central) na cidade do Rio de Janeiro. O setor privado respondeu pelo suprimento de quase 75% dos leitos em unidades de terapia intensiva. Uma análise espacial com base em mapas mostrou falta de leitos em unidades de terapia intensiva em vastas extensões territoriais nas regiões menos desenvolvidas da cidade. Houve correlação inversa (r = -0,829; IC95% -0,946 - -0,675) entre a quantidade de leitos públicos em unidade de terapia intensiva per capita em diferentes áreas de planejamento em saúde na cidade e a mortalidade por infecção respiratória aguda grave em hospitais públicos. Conclusão: Nossos resultados mostram disponibilidade desproporcional de leitos em unidades de terapia intensiva na cidade do Rio de Janeiro e a necessidade de uma distribuição racional da terapia intensiva.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze the distribution of adult intensive care units according to geographic region and health sector in Rio de Janeiro and to investigate severe acute respiratory infection mortality in the public sector and its association with critical care capacity in the public sector. Methods: We evaluated the variation in intensive care availability and severe acute respiratory infection mortality in the public sector across different areas of the city in 2014. We utilized databases from the National Registry of Health Establishments, the Brazilian Institute of Geography and Statistics, the National Mortality Information System and the Hospital Admission Information System. Results: There is a wide range of intensive care unit beds per capita (from 4.0 intensive care unit beds per 100,000 people in public hospitals in the West Zone to 133.6 intensive care unit beds per 100,000 people in private hospitals in the Center Zone) in the city of Rio de Janeiro. The private sector accounts for almost 75% of the intensive care unit bed supply. The more developed areas of the city concentrate most of the intensive care unit services. Map-based spatial analysis shows a lack of intensive care unit beds in vast territorial extensions in the less developed regions of the city. There is an inverse correlation (r = -0.829; 95%CI -0.946 to -0.675) between public intensive care unit beds per capita in different health planning areas of the city and severe acute respiratory infection mortality in public hospitals. Conclusion: Our results show a disproportionate intensive care unit bed provision across the city of Rio de Janeiro and the need for a rational distribution of intensive care.
  • Uso y titulación de presión soporte en Argentina: estudio transversal de tipo encuesta online Artigo Original

    Pérez, Joaquin; Dorado, Javier Hernán; Papazian, Ana Carolina; Berastegui, Maricel; Gilgado, Daniela Inés; Cardoso, Gimena Paola; Cesio, Cristian; Accoce, Matías

    Resumo em Espanhol:

    RESUMEN Objetivo: Identificar las prácticas habituales de uso y titulación del modo presión soporte (PC-CSV - pressure control continuous spontaneous ventilation) en pacientes bajo ventilación mecánica y analizar las formas de reconocimiento de sobreasistencia y subasistencia. Secundariamente, comparar las respuestas según profesión en relación al diagnóstico de sobreasistencia y subasistencia. Métodos: Se realizó una encuesta online utilizando la herramienta Survey Monkey. Se incluyeron a médicos, enfermeros y kinesiólogos de Argentina que tuvieran acceso al uso de PC-CSV en su práctica habitual. Resultados: Se recolectaron 509 encuestas desde octubre a diciembre 2018. El 74,1% de ellas correspondió a kinesiólogos. Un 77,6% refirió utilizar PC-CSV para iniciar la fase de soporte parcial. Un 43,8% selecciona el valor de presión de soporte inspiratorio basándose en volumen corriente. El principal objetivo de la selección de PEEP fue disminuir el trabajo respiratorio. El volumen corriente alto fue la variable primordial de detección de sobreasistencia, mientras que el uso de músculos accesorios fue la más elegida para subasistencia. Se observaron diferencias entre médicos y kinesiólogos en relación a las formas de detección de sobreasistencia. Conclusión: El modo más utilizado para la fase de soporte parcial es PC-CSV. La variable más elegida para titular la presión de soporte inspiratorio es volumen corriente y el principal objetivo de la PEEP es disminuir el trabajo respiratorio. La sobreasistencia es detectada prioritariamente por un volumen corriente elevado, mientras que la subasistencia mediante el uso de músculos accesorios. Se halló diferencias entre profesiones en relación a los criterios de detección de sobreasistencia.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To identify common practices related to the use and titration of pressure-support ventilation (PC-CSV - pressure control-continuous spontaneous ventilation) in patients under mechanical ventilation and to analyze diagnostic criteria for over-assistance and under-assistance. The secondary objective was to compare the responses provided by physician, physiotherapists and nurses related to diagnostic criteria for over-assistance and under-assistance. Methods: An online survey was conducted using the Survey Monkey tool. Physicians, nurses and physiotherapists from Argentina with access to PC-CSV in their usual clinical practice were included. Results: A total of 509 surveys were collected from October to December 2018. Of these, 74.1% were completed by physiotherapists. A total of 77.6% reported using PC-CSV to initiate the partial ventilatory support phase, and 43.8% of respondents select inspiratory pressure support level based on tidal volume. The main objective for selecting positive end-expiratory pressure (PEEP) level was to decrease the work of breathing. High tidal volume was the primary variable for detecting over-assistance, while the use of accessory respiratory muscles was the most commonly chosen for under-assistance. Discrepancies were observed between physicians and physiotherapists in relation to the diagnostic criteria for over-assistance. Conclusion: The most commonly used mode to initiate the partial ventilatory support phase was PC-CSV. The most frequently selected variable to guide the titration of inspiratory pressure support level was tidal volume, and the main objective of PEEP was to decrease the work of breathing. Over-assistance was detected primarily by high tidal volume, while under-assistance by accessory respiratory muscles activation. Discrepancies were observed among professions in relation to the diagnostic criteria for over-assistance, but not for under-assistance.
  • Resultados adversos de admissões tardias à unidade de terapia intensiva a partir do pronto-socorro Artigo Original

    Santos, Fernanda Ribeiro Quintino; Machado, Maurício de Nassau; Lobo, Suzana Margareth Ajeje

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Verificar o impacto da transferência tardia do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva no tempo de permanência na unidade e na ocorrência de óbitos. Métodos: Este estudo de coorte prospectiva foi conduzido em um hospital acadêmico terciário, com obtenção dos dados de 1.913 pacientes admitidos ao pronto-socorro com solicitação documentada de admissão à unidade de terapia intensiva. Os pacientes admitidos diretamente para a unidade de terapia intensiva médico-cirúrgica (n = 209) foram categorizados em tercis segundo o tempo de espera para admissão à unidade de terapia intensiva (Grupo 1: menos de 637 minutos; Grupo 2: entre 637 e 1.602 minutos, e Grupo 3: acima de 1.602 minutos). Os pacientes que permaneceram na unidade de terapia intensiva por mais de 3,2 dias (tempo mediano de tempo de permanência na unidade de terapia intensiva para todos os pacientes) foram considerados como tempo prolongado de permanência na unidade de terapia intensiva. Resultados: Foram tratados no pronto-socorro durante o período do estudo 6.176 pacientes, dentre os quais 1.913 (31%) necessitaram de um leito na unidade de terapia intensiva. O tempo mediano de permanência no pronto-socorro foi de 17 horas (9 - 33 horas). Hospitalização por infecção/sepse foi preditor independente para tempo prolongado de permanência na unidade (RC: 2,75; IC95% 1,38 - 5,48, p = 0,004), porém o tempo de espera para admissão à unidade de terapia intensiva não. A taxa de mortalidade foi mais elevada no Grupo 3 (38%) do que no Grupo 1 (31%), porém a diferença não foi estatisticamente significante. Conclusão: A admissão tardia à unidade de terapia intensiva a partir do pronto-socorro não resultou em aumento do tempo de permanência ou da mortalidade na unidade de terapia intensiva.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To examine the impact of delayed transfer from the emergency room into the intensive care unit on the length of intensive care unit stay and death. Methods: This prospective, cohort study performed in a tertiary academic hospital obtained data from 1913 patients admitted to the emergency room with a documented request for admission into the intensive care unit. The patients admitted directly into the medical-surgical intensive care unit (n = 209) were categorized into tertiles according to their waiting time for intensive care unit admission (Group 1: < 637 min, Group 2: 637 to 1602 min, and Group 3: > 1602 min). Patients who stayed in the intensive care unit for longer than 3.2 days (median time of intensive care unit length of stay of all patients) were considered as having a prolonged intensive care unit stay. Results: A total of 6,176 patients were treated in the emergency room during the study period, among whom 1,913 (31%) required a bed in the intensive care unit. The median length of stay in the emergency room was 17 hours [9 to 33 hours]. Hospitalization for infection/sepsis was an independent predictor of prolonged intensive care unit stay (OR 2.75 95%CI 1.38 - 5.48, p = 0.004), but waiting time for intensive care unit admission was not. The mortality rate was higher in Group 3 (38%) than in Group 1 (31%) but the difference was not statistically significant. Conclusion: Delayed admission into the intensive care unit from the emergency room did not result in an increased intensive care unit stay or mortality.
  • Sobrecarga de fluidos em pacientes com choque séptico e depuração de lactato como alvo terapêutico: um estudo de coorte retrospectiva Artigo Original

    Espinosa-Almanza, Carmelo José; Sanabria-Rodríguez, Oscar; Riaño-Forero, Iván; Toro-Trujillo, Esteban

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar se a sobrecarga de fluidos na terapia hídrica é fator prognóstico para pacientes com choque séptico quando ajustada para os alvos de depuração de lactato. Métodos: Este estudo envolveu uma coorte retrospectiva e foi conduzido em um hospital de cuidados nível IV localizado em Bogotá, na Colômbia. Foi organizada uma coorte de pacientes com choque séptico, e suas características e balanço hídrico foram documentados. Os pacientes foram estratificados por níveis de exposição segundo a magnitude da sobrecarga de fluidos por peso corporal após 24 horas de terapia. A mortalidade foi determinada aos 30 dias, e foi desenvolvido um modelo de regressão logística incondicional com ajuste para fatores de confusão. A significância estatística foi estabelecida com nível de p ≤ 0,05. Resultados: Foram 213 pacientes com choque séptico e, após o tratamento, 60,8% deles tiveram depuração de lactato acima de 50%. Dentre os pacientes 97 (46%) desenvolveram sobrecarga de fluidos ≥ 5%, e apenas 30 (13%) desenvolveram sobrecarga ≥ 10%. Pacientes com sobrecarga de fluidos ≥ 5% receberam, em média, 6.227mL de soluções cristaloides (DP ± 5.838mL) em 24 horas, enquanto os não expostos receberam 3.978mL (DP ± 3.728mL), com p = 0.000. Os pacientes que desenvolveram sobrecarga de fluidos foram mais frequentemente tratados com ventilação mecânica (70,7% versus 50,8%; p = 0,003), albumina (74,7% versus 55,2%; p = 0,003) e corticosteroides (53,5% versus 35,0%; p = 0,006) do que os que não desenvolveram sobrecarga de fluidos. Em análise multivariada, o balanço acumulado de fluidos não se associou com mortalidade (RC 1,03; IC95% 0,89 - 1,20). Conclusão: Após ajuste para severidade da condição e depuração adequada de lactato, a ocorrência de balanço hídrico positivo não se associou com aumento da mortalidade nessa coorte latino-americana de pacientes sépticos.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To assess whether fluid overload in fluid therapy is a prognostic factor for patients with septic shock when adjusted for lactate clearance goals. Methods: This was a retrospective cohort study conducted at a level IV care hospital in Bogotá, Colombia. A cohort of patients with septic shock was assembled. Their characteristics and fluid balance were documented. The patients were stratified by exposure levels according to the magnitude of fluid overload by body weight after 24 hours of therapy. Mortality was determined at 30 days, and an unconditional logistic regression model was created, adjusting for confounders. The statistical significance was established at p ≤ 0.05. Results: There were 213 patients with septic shock, and 60.8% had a lactate clearance ≥ 50% after treatment. Ninety-seven (46%) patients developed fluid overload ≥ 5%, and only 30 (13%) developed overload ≥ 10%. Patients exhibiting fluid overload ≥ 5% received an average of 6227mL of crystalloids (SD ± 5838mL) in 24 hours, compared to 3978mL (SD ± 3728mL) among unexposed patients (p = 0.000). The patients who developed fluid overload were treated with mechanical ventilation (70.7% versus 50.8%) (p = 0.003), albumin (74.7% versus 55.2%) (p = 0.003) and corticosteroids (53.5% versus 35.0%) (p = 0.006) more frequently than those who did not develop fluid overload. In the multivariable analysis, cumulative fluid balance was not associated with mortality (OR 1.03; 95%CI 0.89 - 1.20). Conclusions: Adjusting for the severity of the condition and adequate lactate clearance, cumulative fluid balance was not associated with increased mortality in this Latin American cohort of septic patients.
  • Estratificação para predizer a resposta ao tratamento antioxidante em terapia intensiva: um estudo translacional Artigo Original

    Ritter, Cristiane; Constantino, Larissa; Michels, Monique; Gonçalves, Renata Casagrande; Fraga, Cassiana; Damásio, Danusa; Dal-Pizzol, Felipe

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar a efetividade da estratificação para identificar e escolher alvos para terapia antioxidante em um modelo de sepse letal em animais e pacientes que desenvolveram hipotensão prolongada. Métodos: Submeteu-se um grupo de ratos à sepse induzida por ligadura e punção do ceco. Os animais foram divididos em dois grupos: os com níveis plasmáticos altos e os com níveis plasmáticos baixos de interleucina-6. Após a estratificação, administrou-se aos animais N-acetilcisteína mais desferroxamina ou soro fisiológico a partir de 3 e 12 horas após a cirurgia. Em pacientes hipotensos, N-acetilcisteína mais desferroxamina ou placebo foram administrados dentro de 12 horas após o cumprimento dos critérios para inclusão. Resultados: O uso de N-acetilcisteína mais desferroxamina aumentou a sobrevivência no modelo com ligadura mais punção do ceco quando a administração ocorreu 3 e 12 horas após indução da sepse. Ao utilizar os níveis de interleucina-6 para separar os animais que receberam antioxidantes, o efeito protetor só foi observado nos animais que tinham níveis elevados de interleucina-6. O efeito antioxidante de N-acetilcisteína mais desferroxamina foi similar nos dois grupos, porém observou-se diminuição significante dos níveis plasmáticos de interleucina-6 no grupo que apresentava elevado nível de interleucina-6. Em comparação com pacientes tratados com antioxidantes no subgrupo que tinha baixos níveis plasmáticos de interleucina-6, aqueles que tinham níveis elevados de interleucina-6 tiveram menor incidência de lesão renal aguda, porém não foram diferentes em termos de severidade da lesão renal aguda ou da mortalidade na unidade de terapia intensiva. Conclusão: Direcionar a terapia antioxidante para um elevado fenótipo inflamatório selecionaria uma população responsiva.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To examine the effectiveness of stratification to identify and target antioxidant therapy for animal models of lethal sepsis and in patients who develop sustained hypotension. Methods: Rats were subjected to sepsis induced by cecal ligation and puncture. Animals were divided into two groups: those with high and low plasma levels of interleukin-6. Following stratification, N-acetylcysteine plus deferoxamine or saline was administered to animals starting 3 and 12 hours after surgery. N-Acetylcysteine plus deferoxamine or placebo was administered within 12 hours of meeting the inclusion criteria in hypotensive patients. Results: N-Acetylcysteine plus deferoxamine increased survival in the cecal ligation and puncture model when administered 3 and 12 hours after sepsis induction. When dividing animals that received antioxidants using plasma interleukin-6 levels, the protective effect was observed only in those animals with high IL-6 levels. The antioxidant effect of N-acetylcysteine + deferoxamine was similar in the two groups, but a significant decrease in plasma interleukin-6 levels was observed in the high-interleukin-6-level group. Compared with patients treated with antioxidants in the low-interleukin-6 subgroup, those in the high-interleukin-6 subgroup had a lower incidence of acute kidney injury but were not different in terms of acute kidney injury severity or intensive care unit mortality. Conclusion: Targeting antioxidant therapy to a high inflammatory phenotype would select a responsive population.
  • Proporção entre pressão venosa central menos arterial de dióxido de carbono e conteúdo arterial menos venoso central de oxigênio como indicador de oxigenação tissular: uma revisão narrativa Artigo De Revisão

    Dubin, Arnaldo; Pozo, Mario Omar; Hurtado, Javier

    Resumo em Português:

    RESUMO A proporção entre pressão venosa central menos arterial de dióxido de carbono e conteúdo de oxigênio arterial menos venoso central (Pcv-aCO2/Ca-cvO2) foi proposta como marcador substituto para quociente respiratório e indicador de oxigenação tissular. Alguns pequenos estudos observacionais identificaram que Pcv-aCO2/Ca-cvO2 acima de 1,4 se associa com hiperlactatemia, dependência de suprimento de oxigênio e maior mortalidade. Mais ainda, a Pcv-aCO2/Ca-cvO2 foi incorporada a algoritmos para avaliação da oxigenação tissular e ressuscitação. Contudo, a evidência para estas recomendações é bastante limitada e de baixa qualidade. O objetivo desta revisão narrativa foi analisar as bases metodológicas, os fundamentos fisiopatológicos e a evidência experimental e clínica para dar suporte à utilização da Pcv-aCO2/Ca-cvO2 como marcador substituto para quociente respiratório. De um ponto de vista fisiopatológico, o aumento do quociente respiratório secundariamente a reduções críticas no transporte de oxigênio é um evento dramático e com risco à vida. Entretanto, este evento é facilmente observável e provavelmente não demandaria maiores monitoramentos. Visto que o início do metabolismo anaeróbico é indicado pelo aumento súbito do quociente respiratório e que a faixa normal do quociente respiratório é ampla, o uso do ponto de corte definido como 1,4 para Pcv-aCO2/Ca-cvO2 não faz sentido. Estudos experimentais demonstraram que a Pcv-aCO2/Ca-cvO2 é mais dependente de fatores que modificam a dissociação do dióxido de carbono da hemoglobina do que do quociente respiratório, e o quociente respiratório e Pcv-aCO2/Ca-cvO2 podem ter comportamentos distintos. Estudos conduzidos em pacientes críticos demonstraram resultados controvertidos com relação à capacidade da Pcv-aCO2/Ca-cvO2 para predizer o desfecho, hiperlactatemia, anomalias microvasculares e dependência de suprimento de oxigênio. Um estudo randomizado controlado também demonstrou que a Pcv-aCO2/Ca-cvO2 é inútil como alvo para ressuscitação. A Pcv-aCO2/Ca-cvO2 deve ser interpretada com cautela em pacientes críticos.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT The central venous minus arterial carbon dioxide pressure to arterial minus central venous oxygen content ratio (Pcv-aCO2/Ca-cvO2) has been proposed as a surrogate for respiratory quotient and an indicator of tissue oxygenation. Some small observational studies have found that a Pcv-aCO2/Ca-cvO2 > 1.4 was associated with hyperlactatemia, oxygen supply dependency, and increased mortality. Moreover, Pcv-aCO2/Ca-cvO2 has been incorporated into algorithms for tissue oxygenation evaluation and resuscitation. However, the evidence for these recommendations is quite limited and of low quality. The goal of this narrative review was to analyze the methodological bases, the pathophysiologic foundations, and the experimental and clinical evidence supporting the use of Pcv-aCO2/Ca-cvO2 as a surrogate for respiratory quotient. Physiologically, the increase in respiratory quotient secondary to critical reductions in oxygen transport is a life-threatening and dramatic event. Nevertheless, this event is easily noticeable and probably does not require further monitoring. Since the beginning of anaerobic metabolism is indicated by the sudden increase in respiratory quotient and the normal range of respiratory quotient is wide, the use of a defined cutoff of 1.4 for Pcv-aCO2/Ca-cvO2 is meaningless. Experimental studies have shown that Pcv-aCO2/Ca-cvO2 is more dependent on factors that modify the dissociation of carbon dioxide from hemoglobin than on respiratory quotient and that respiratory quotient and Pcv-aCO2/Ca-cvO2 may have distinct behaviors. Studies performed in critically ill patients have shown controversial results regarding the ability of Pcv-aCO2/Ca-cvO2 to predict outcome, hyperlactatemia, microvascular abnormalities, and oxygen supply dependency. A randomized controlled trial also showed that Pcv-aCO2/Ca-cvO2 is useless as a goal of resuscitation. Pcv-aCO2/Ca-cvO2 should be carefully interpreted in critically ill patients.
  • Modelos de predição clínica para lesão renal aguda na unidade de terapia intensiva: uma revisão sistemática Artigo De Revisão

    Huang, Chao-Yuan; Grandas, Fabian Güiza; Flechet, Marine; Meyfroidt, Geert

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Relatar os modelos atualmente disponíveis de predição para o desenvolvimento de lesão renal aguda em unidades de terapia para adultos heterogêneas. Métodos: Foi realizada revisão sistemática dos modelos de predição de lesão renal aguda em unidades de terapia intensiva para pacientes adultos. Fizemos busca na base PubMed® quanto a publicações que relatassem desenvolvimento de um novo modelo de predição, validação de um modelo estabelecido, ou impacto de um modelo de predição existente para diagnóstico precoce de lesão renal aguda em unidades de terapia intensiva. Resultados: Triamos 583 artigos potencialmente relevantes. Dentre os 32 artigos que restaram após a primeira seleção, apenas 5 cumpriram os critérios para inclusão. As adaptações não padronizadas feitas para definir o valor inicial de creatinina sérica, quando o valor desse exame antes da admissão estava faltando, levaram a definições heterogêneas do resultado. Preditores comumente incluídos foram sepse, idade e nível de creatinina sérica. Os modelos finais incluíram entre 5 e 19 fatores de risco. As áreas sob a curva Característica de Operação do Receptor para predição do desenvolvimento de lesão renal aguda nas coortes de validação interna variaram entre 0,78 e 0,88. Apenas dois estudos tiveram validação externa. Conclusão: Os modelos de predição clínica de lesão renal aguda podem ajudar na aplicação em tempo apropriado de intervenções preventivas para os pacientes adequados. Contudo, poucos modelos foram externamente validados para as populações da unidade de terapia intensiva. Além disto, definições heterogêneas para lesão renal aguda e critérios de avaliação, e a falta de análise do impacto comprometem uma comparação abrangente dos modelos existentes. São necessárias novas pesquisas para validar os modelos estabelecidos e analisar seu impacto clínico, antes que estes possam ser aplicados na prática clínica.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To report on the currently available prediction models for the development of acute kidney injury in heterogeneous adult intensive care units. Methods: A systematic review of clinical prediction models for acute kidney injury in adult intensive care unit populations was carried out. PubMed® was searched for publications reporting on the development of a novel prediction model, validation of an established model, or impact of an existing prediction model for early acute kidney injury diagnosis in intensive care units. Results: We screened 583 potentially relevant articles. Among the 32 remaining articles in the first selection, only 5 met the inclusion criteria. The nonstandardized adaptations that were made to define baseline serum creatinine when the preadmission value was missing led to heterogeneous definitions of the outcome. Commonly included predictors were sepsis, age, and serum creatinine level. The final models included between 5 and 19 risk factors. The areas under the Receiver Operating Characteristic curves to predict acute kidney injury development in the internal validation cohorts ranged from 0.78 to 0.88. Only two studies were externally validated. Conclusion: Clinical prediction models for acute kidney injury can help in applying more timely preventive interventions to the right patients. However, in intensive care unit populations, few models have been externally validated. In addition, heterogeneous definitions for acute kidney injury and evaluation criteria and the lack of impact analysis hamper a thorough comparison of existing models. Future research is needed to validate the established models and to analyze their clinical impact before they can be applied in clinical practice.
  • Administração de nutrição enteral em posição prona, volume de resíduo gástrico e outros desfechos clínicos em pacientes críticos: uma revisão sistemática Artigo De Revisão

    Machado, Letiane de Souza; Rizzi, Paula; Silva, Flávia Moraes

    Resumo em Português:

    RESUMO Esta revisão sistemática de estudos longitudinais objetivou avaliar o efeito da administração da dieta enteral em pacientes críticos adultos e pediátricos em posição prona no volume residual gástrico e em outros desfechos clínicos. A busca da literatura foi conduzida nas bases de dados PubMed®, Scopus e Embase, a partir de termos relacionados à população e à intervenção. Dois revisores independentes analisaram os títulos e resumos, e a coleta dos dados foi realizada a partir de uma ficha padronizada. Discrepâncias foram resolvidas por um terceiro revisor. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada considerando o potencial para erros sistemáticos e os dados analisados qualitativamente. Quatro estudos com pacientes adultos e um com pacientes pré-termos foram incluídos. O volume residual gástrico foi avaliado como principal desfecho: três não diferiram no volume residual gástrico entre as posições prona e supina (p > 0,05), enquanto um estudo demonstrou maior volume residual gástrico durante a administração da dieta em posição prona (27,6mL versus 10,6mL; p < 0,05), e outro apresentou maior volume residual gástrico na posição supina (redução do volume residual gástrico de 23,3% na posição supina versus 43,9% na posição prona; p < 0,01). Dois estudos avaliaram a frequência de vômitos, sendo maior na posição prona em um estudo (30 versus 26 episódios; p < 0,001) e sem diferença significativa em outro (p > 0,05). Incidência de pneumonia aspirativa e de óbito foram avaliadas por um estudo, não sendo observada diferença entre os grupos (p > 0,05). A literatura acerca da administração de dieta enteral em pacientes críticos em posição prona é escassa e de qualidade limitada, e os resultados sobre volume residual gástrico são contraditórios. Estudos observacionais com tamanho amostral apropriado deveriam ser conduzidos para fundamentar conclusões sobre o tema.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT This systematic review of longitudinal studies aimed to evaluate the effect of enteral feeding of critically ill adult and pediatric patients in the prone position on gastric residual volume and other clinical outcomes. A literature search was conducted in the databases PubMed, Scopus and Embase using terms related to population and intervention. Two independent reviewers analyzed the titles and abstracts, and data collection was performed using a standardized form. Discrepancies were resolved by a third reviewer. The methodological quality of the studies was evaluated considering the potential for systematic errors, and the data were qualitatively analyzed. Four studies with adult patients and one with preterm patients were included. The gastric residual volume was evaluated as the main outcome: three studies did not show differences in the gastric residual volume between the prone and supine positions (p > 0.05), while one study showed a higher gastric residual volume during enteral feeding in the prone position (27.6mL versus 10.6mL; p < 0.05), and another group observed a greater gastric residual volume in the supine position (reduction of the gastric residual volume by 23.3% in the supine position versus 43.9% in the prone position; p < 0.01). Two studies evaluated the frequency of vomiting; one study found that it was higher in the prone position (30 versus 26 episodes; p < 0.001), while the other study found no significant difference (p > 0.05). The incidence of aspiration pneumonia and death were evaluated in one study, with no difference between groups (p > 0.05). The literature on the administration of enteral feeding in the prone position in critically ill patients is sparse and of limited quality, and the results regarding gastric residual volume are contradictory. Observational studies with appropriate sample sizes should be conducted to support conclusions on the subject.
  • Depuración extracorpórea de dióxido de carbono con reemplazo renal continuo. Descripción de un caso y revisión de la literatura Relato De Caso

    López-Sánchez, Marta; Rubio-López, María Isabel

    Resumo em Espanhol:

    RESUMEN En los últimos años, y debido en parte a los avances tecnológicos, ha resurgido el uso de los sistemas de depuración extracorpórea de dióxido de carbono de manera pareja al uso de la oxigenación con membrana extracorpórea. No obstante, faltan estudios para establecer sus indicaciones y el nivel de evidencia para su uso. Estos sistemas permiten eliminar el dióxido de carbono de manera eficaz en pacientes con insuficiencia respiratoria hipercápnica con catéteres de pequeño calibre, habitualmente de doble luz y con pequeña superficie de membrana depuradora. En la actualidad disponemos de varios tipos de sistemas, con distinta versatilidad y tamaño de membrana. Los sistemas veno-venosos con bomba producen menos complicaciones que los arterio-venosos. Ambos precisan anticoagulación sistémica. El soporte “pulmón-riñón” mediante la combinación de un sistema depurador con un hemofiltro permitiría al mismo tiempo eliminar dióxido de carbono y realizar depuración extrarrenal continua. Describimos nuestra experiencia inicial con un sistema combinado de depuración extracorpórea de dióxido de carbono-depuración extrarrenal continua en un paciente con trasplante de pulmón, insuficiencia respiratoria hipercápnica, barotrauma y fallo renal agudo asociado. Se describen los aspectos técnicos más importantes, la efectividad del sistema para la eliminación de dióxido de carbono y se realiza una revisión de la literatura.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT In recent years and due, in part, to technological advances, the use of extracorporeal carbon dioxide removal systems paired with the use of extracorporeal membrane oxygenation has resurfaced. However, studies are lacking that establish its indications and evidence to support its use. These systems efficiently eliminate carbon dioxide in patients with hypercapnic respiratory failure using small-bore cannula, usually double-lumen cannula with a small membrane lung surface area. Currently, we have several systems with different types of membranes and sizes. Pump-driven veno-venous systems generate fewer complications than do arteriovenous systems. Both require systemic anticoagulation. The “lung-kidney” support system, by combining a removal system with hemofiltration, simultaneously eliminates carbon dioxide and performs continuous extrarenal replacement. We describe our initial experience with a combined system for extracorporeal carbon dioxide removal-continuous extrarenal replacement in a lung transplant patients with hypercapnic respiratory failure, barotrauma and associated acute renal failure. The most important technical aspects, the effectiveness of the system for the elimination of carbon dioxide and a review of the literature are described.
  • Síndrome de Kounis. A propósito de um caso clínico Relato De Caso

    Duarte, Pedro; Costa, Joana; Serena, Cátia; Almeida, Carla; Gouveia, Sandra; Lourenço, César; Costa, Humberto; Paiva, Clara

    Resumo em Português:

    RESUMO A síndrome de Kounis, enquanto síndrome coronária aguda, ocorre em um contexto de reação de hipersensibilidade, alergia ou anafilaxia, e subdivide-se em três tipos: o espasmo coronário em artérias normais, a instabilidade de placas em artérias coronárias ateroscleróticas e a trombose de stent coronário. Apresenta-se o caso de uma doente de 73 anos que, após administração de amoxicilina/ácido clavulânico, entra em parada cardiorrespiratória, com evidência de supradesnivelamento do segmento ST-T em eletrocardiograma. Realiza coronariografia com ausência de lesões obstrutivas, verificando-se resolução espontânea das alterações eletrocardiográficas. Revisão da anamnese com a família documenta alergia prévia à penicilina. O doseamento de triptase foi fortemente positivo. Foi admitida provável síndrome de Kounis tipo 2, com boa evolução clínica posterior.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Kounis syndrome, while an acute coronary syndrome, occurs in the context of a hypersensitivity reaction, allergies, or anaphylaxis and is subdivided into three types: coronary spasm in normal arteries, instability of plaques in atherosclerotic coronary arteries, and thrombosis of coronary stents. Herein, the case of a 73-year-old patient who, after administration of amoxicillin/clavulanic acid, went into cardiorespiratory arrest with evidence of ST-T segment elevation on electrocardiogram is reported. Coronarography revealed no obstructive lesions, and spontaneous resolution of electrocardiographic abnormalities was observed. A review of anamnesis with the family revealed a previous allergy to penicillin. The tryptase dosage was strongly positive. Kounis syndrome type 2 was diagnosed, and the clinical outcome was good.
  • Cateterização da artéria radial dorsal para monitorização invasiva de pressão arterial Carta Ao Editor

    Nunes, Roosevelt Santos; Tamaki, Camila Mussolin; Penha, Heloisa Helena Robles; Terra, Julia Carvalho Mafra; Figueiredo, Geraldo Luiz de; Teixeira, Gil Cezar Alkmin
  • Variabilidade da área de músculo reto femoral e associação com desfechos clínicos em pacientes criticamente enfermos: estudo de coorte prospectivo Carta Ao Editor

    Magalhães, Laura Monteiro; Rossato, Eduardo Vestena; Franco Filho, João Wilney; Nedel, Wagner Luis
  • Gatilho transfusional de concentrados de hemácias na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário Carta Ao Editor

    Miquilino, Maria Paulina Viana; Cardoso, Carlos Eduardo; Martins, Victória Castello Branco Fernandes; Almeida, Sandra Mara Silva de; Oliveira, Aparecida Carmem de; Macedo, Gerson Luiz de
  • Abscesso cerebral e infecção odontogênica Carta Ao Editor

    Oliveira, Renata Lanzoni de; Raffaele, Regina Maria; Baldo, Mario Eduardo; Jardim, Ellen Cristina Gaetti
  • Para: Eficácia e segurança da oxigenoterapia com cânula nasal de alto fluxo na insuficiência respiratória hipercápnica moderada aguda Carta Ao Editor

    Esquinas, Antonio M; Karim, Habib Md Reazaul
  • Errata Errata

Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB Rua Arminda, 93 - Vila Olímpia, CEP 04545-100 - São Paulo - SP - Brasil, Tel.: (11) 5089-2642 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbti.artigos@amib.com.br