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Potencial terapêutico da hesperidina metil chalcona no tratamento experimental da leishmaniose cutânea

RESUMO

O reposicionamento de medicamentos busca descobrir novas aplicações para um medicamento já aprovado no mercado, resultando em soluções mais rápidas e de menor custo, geralmente utilizadas para doenças que recebem pouco investimento, como a leishmaniose tegumentar. Nesse contexto, a hesperidina, aprovada comercialmente como Daflon®, tem despertado interesse científico por ser um flavonoide pertencente ao grupo das chalconas, classe que possui potencial antileishmania. O presente estudo avaliou a atividade antileishmania in vitro e in vivo da hesperidina comercial. A hesperidina (9 a 0,56 mg mL-1) foi testada contra as formas promastigota e amastigota de quatro espécies dermotrópicas de Leishmania, sendo elas L. (L.) amazonensis, L. (V.) guyanensis, L. (V.) braziliensis e L. (V.) naiffi. Para os testes, os hamsters foram infectados no focinho e as lesões tratadas com hesperidina intralesional, cuja eficácia foi avaliada através da aferição do volume total da lesão no focinho e a determinação da carga parasitária. Os resultados in vitro demonstraram toxicidade moderada em macrófagos murinos e melhor eficácia em Leishmania (L.) amazonensis quando comparados às demais espécies testadas. Os resultados in vivo mostraram que a hesperidina foi capaz de reduzir gradativamente o tamanho das lesões causadas por L. (L.) amazonensis, embora não tenha induzido a cura clínica e parasitológica. Assim, a hesperidina mostrou-se promissora em estudos in vitro contra Leishmania (L.) amazonensis e novos estudos com novas formulações e esquemas de tratamento experimental devem ser realizados.

PALAVRAS-CHAVE:
flavonóides; Leishmania; substituição de drogas; estudo pré-clínico

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