Acessibilidade / Reportar erro

10. Miocardiopatias

MIOCARDIOPATIAS

10. Miocardiopatias

10.1 - Miocardiopatia hipertrófica

Citânia Lúcia Tedoldi

10.1.1 - Introdução

É uma doença transmitida geneticamente e caracterizada pela presença de hipertrofia ventricular esquerda assimétrica, com ou sem obstrução ao fluxo na via de saída do ventrículo esquerdo (VE), em repouso ou provocada. É frequente, acometendo um em cada quinhentos indivíduos, e tem uma evolução clínica variada. Os casos se desenvolvem desde nenhuma ou pouca sintomatologia até eventos adversos, como morte súbita, AVC embólico e complicações da insuficiência cardíaca1,2.

A maioria das mulheres (mais de 90%) tolera muito bem a gestação. Entretanto, apesar de raras, podem ocorrer complicações3. As pacientes que apresentam complicações são aquelas com perfil clínico de alto risco e que possuem as seguintes características2:

• Alto risco para morte súbita;

• Sintomas progressivos de dispneia, dor torácica, présíncope ou síncope aos esforços;

• Progressão da insuficiência cardíaca;

• Complicações da fibrilação atrial (FA), incluindo AVC embólico.

A mortalidade materna é baixa, mas é maior do que na população em geral. As pacientes com bom perfil clínico raramente apresentam progressão dos sintomas, FA ou síncope4. Aquelas que apresentam queixas prévias à gestação costumam ser mais sintomáticas.

Em estudo realizado num hospital de referência em miocardiopatia hipertrófica em Londres, 28% das pacientes cursaram com sintomas durante a gravidez. Entre elas, 90% já eram sintomáticas previamente. Não houve nenhum óbito materno, mas ocorreram três óbitos fetais3.

10.1.2 - Avaliação

A avaliação deve ser feita com realização de ECG, ecocardiograma, teste de esforço e monitorização ambulatorial de ECG5. Podem ser identificadas as formas:

• Obstrutiva Quando o gradiente em repouso é > 30 mmHg;

• Obstrutiva latente Quando o gradiente em repouso é < de 30 mmHg e quando provocado > 30 mmHg;

• Não obstrutiva Gradiente < de 30 mmHg tanto em repouso como quando provocado2. Na gestação, o aumento do volume sanguíneo tem um efeito benéfico. A queda da resistência vascular periférica, as súbitas reduções do retorno venoso provocadas por mudanças na posição corporal, as perdas sanguíneas durante o parto e o aumento das catecolaminas circulantes no trabalho de parto e parto têm um efeito desfavorável, aumentando o gradiente sistólico na via de saída do VE. Portanto, devem ser evitadas drogas vasodilatadoras e perdas sanguíneas (que provocam hipotensão), assim como drogas de efeito estimulador do simpático (que causam taquicardia e consequente redução do débito cardíaco).

10.1.3 - Tratamento na gestação

A indicação para o uso de drogas está associada à presença de sintomas, insuficiência cardíaca ou arritmias2,6.

1) Betabloqueadores (metoprolol, atenolol e propranolol) são preferidos para alívio dos sintomas, principalmente nos casos de obstrução ao fluxo provocada pelo exercício2 (IB).

2) Antagonistas do cálcio (verapamil é o preferido, pois a nifedipina pode ser prejudicial nos casos obstrutivos) estão indicados, na falta de resposta aos betabloqueadores ou em portadoras de asma2 (IIaB).

3) Diuréticos (furosemida) em pequenas doses podem melhorar os sintomas da insuficiência cardíaca, sendo seu uso, no entanto, muito criterioso nos casos obstrutivos2,6 (IIaC).

4) A presença de FA está associada à piora da insuficiência cardíaca e risco de AVC embólico fatal e não fatal. Está indicada anticoagulação com HBPM ou HNF e reversão química ou elétrica da arritmia. O ecocardiograma transesofágico deve ser realizado antes da reversão da arritmia para excluir a presença de trombo em átrio esquerdo. Os betabloqueadores ou a amiodarona estão indicados para controlar a frequência ventricular e evitar recorrência da FA. FA crônica refratária à reversão elétrica ou química deve ter a frequência ventricular controlada com digital, verapamil ou betabloqueador5,6.

5) As arritmias ventriculares sintomáticas que surgirem durante a gestação podem ser controladas com amiodarona isolada (apesar do risco de hipotireoidismo fetal) ou associada ao betabloqueador2,5 (IIaC).

6) O implante de desfibrilador automático antes da gestação deve ser considerado em pacientes com história de síncope, arritmias graves ou antecedente familiar de morte súbita6 (IC).

7) A presença de ICC grave é muito rara. A disfunção sistólica de VE requer o tratamento clássico da insuficiência cardíaca: digital, diurético, vasodilatador e betabloqueador2 (IIaC).

10.1.4 - Cuidados no parto

Na presença de trabalho de parto prematuro, deve ser evitada tocólise com os agentes beta-adrenérgicos e com a nifedipina, pois aumentam o gradiente na via de saída do VE6. O parto vaginal é bem tolerado e o segundo estágio do trabalho de parto pode ser abreviado com o uso de fórcipe. As prostaglandinas usadas para aumentar a contração uterina devem ser evitadas pelo seu efeito vasodilatador, não havendo restrição ao uso de ocitocina.

Anestesia raquidiana e peridural devem ser utilizadas com muita cautela nos casos obstrutivos devido ao seu efeito vasodilatador. Eventuais perdas sanguíneas necessitam ser tratadas com reposição de fluidos ou sangue para manter o equilíbrio hemodinâmico.

10.2 - Miocardiopatia periparto

Citânia Lúcia Tedoldi

10.2.1 - Introdução

A miocardiopatia periparto é uma entidade clínica rara, mas associada à alta mortalidade materna (de 10% a 32%)6. As causas que levam ao óbito são insuficiência cardíaca, arritmias ou eventos embólicos7. Apesar de ser reconhecida como miocardiopatia associada à gestação desde 1937, somente a partir de 1997 foram estabelecidos critérios diagnósticos, baseando-se nos seguintes achados7,8:

• Desenvolvimento de insuficiência cardíaca (IC) em mulheres no período que compreende desde o último mês da gestação até o quinto mês de pós-parto;

• Ausência de cardiopatia pré-existente ou outra causa de IC;

• Disfunção ventricular esquerda comprovada por alterações ecocardiográficas (FE < 45%, FEnc. < 30% ou ambos e dimensão diastólica final > 2,7 cm/m2 de superfície corporal).

Recentemente, Elkayam e col. comprovaram que a doença pode se manifestar com IC em idade gestacional mais precoce do que o último mês da gestação (desde a 17ª semana de IG)9 e a Diretriz em Cardiopatia e Gravidez da Sociedade Europeia de Cardiologia reconhece que a doença também pode acometer mulheres com patologia cardíaca pré-existente e reduzida reserva cardiovascular, mas com função ventricular previamente documentada como normal5.

A incidência é variável e depende da área geográfica considerada. Pode variar de 1:300 partos no Haiti a 1:3.000/1:4.000 partos nos EUA10. No Brasil, ainda não há estimativa da verdadeira incidência.

Os fatores de risco descritos como associados ao desenvolvimento da doença são: idade materna avançada (> 35 anos), multiparidade (> 3 partos), gestação multifetal, pré-eclâmpsia/eclâmpsia ou hipertensão gestacional, cor negra e uso de tocolíticos8,9,11. Existe dúvida se a doença realmente é mais frequente em mulheres de cor negra ou se seria porque há um predomínio, de tais indivíduos, em classes menos favorecidas, onde a doença é mais prevalente11.

A etiopatogênese continua indefinida. As causas mais consideradas são: miocardite viral, causa genética, imunológica, resposta inadequada ao stress hemodinâmico da gestação, ativação de citoquinas inflamatórias, tocólise prolongada8 ou pelo efeito deletério da prolactina 16 kDa, que provoca apoptose celular12. Deficiência nutricional, como ingesta pobre em selenium, não foi confirmada e o mais provável é que a real causa seja multifatorial11.

10.2.2 -Diagnóstico

O diagnóstico é realizado com ECG, raio-X de tórax e ecodopplercardiograma. Este últimodeverá ser repetido caso haja piora clínica, ou a cada 6 meses para acompanhar a recuperação, que pode se estender em média por até três anos11 .

O ECG dinâmico (Holter) está indicado na suspeita de arritmias. A biopsia endomiocárdica precoce já foi mais valorizada para diagnóstico de miocardite e benefício de terapia imunossupressora, e está indicada nas pacientes que não apresentam melhora com o tratamento convencional, nas primeiras semanas após o diagnóstico11. Em publicações mais recentes, foi constatado que a incidência de miocardite é baixa (8.8%) e não difere muito da encontrada em mulheres com miocardiopatia dilatada idiopática13. No entanto, quando realizada, é importante incluir o teste de PCR para um grande espectro de vírus cardiotróficos (parvovírus, enterovírus, herpesvírus, adenovírus, Epstein Barr, citomegalovírus, entre outros) antes da utilização de terapia imunossupressora. O diagnóstico da etiologia viral possibilita o uso de terapia antiviral específica14.

O período mais frequente de apresentação da miocardiopatia periparto é nos primeiros dias após o parto5. O curso clínico é variado: entre 23% e 32% das pacientes evoluem para recuperação completa ou quase completa da função ventricular nos primeiros 6 meses11. As demais podem apresentar melhora progressiva da função ventricular por período mais prolongado (de um a três anos) ou evoluem para piora clínica, com morte precoce ou necessitando de transplante cardíaco, ou então permanecem com IC crônica. A normalização da função ventricular é mais frequente naquelas pacientes cuja FE é > de 30% por ocasião do diagnóstico9.

Os fenômenos tromboembólicos são frequentes pela hipercoagulabilidade da gestação associada à estase sanguínea dentro das câmaras cardíacas, favorecendo o surgimento de trombose intraventricular, sistêmica e pulmonar13. Trombos no VE são mais frequentes quando a FE é < 35% e, com a piora funcional e a dilatação das cavidades, podem aparecer também no AE e VD11.

A miocardiopatia periparto está associada a uma maior incidência de parto prematuro e cesáreo, provavelmente pela associação com hipertensão gestacional e gestação multifetal9.

10.2.3 - Tratamento

A conduta terapêutica consiste em5,6,8,11,15,16:

• Tratamento clássico da IC, exceto inibidor da ECA e espironolactona durante a gestação, os quais podem ser utilizados no puerpério e durante a amamentação. Na gestação, em substituição ao inibidor da ECA, pode ser utilizada a hidralazina associada ou não a nitratos (IB).

• Terapia anticoagulante com HNF ou HBPM antes do parto e anticoagulante oral após e enquanto permanecer descompensada, devido à alta incidência de tromboembolismo (IB).

• Dopamina, dobutamina ou milrinona nos casos mais graves (IC).

• Considerar uso de marca-passo (bloqueios avançados, bradiarritmias), cardiodesfibrilador implantável (pacientes com TV ou FV recuperadas de parada cardíaca não relacionada à causa reversível) e assistência circulatória mecânica (balão intra-aórtico, coração artificial), para estabilização hemodinâmica na expectativa da melhora clínica ou como ponte para transplante cardíaco (IC).

• Terapia imunossupressora (azatioprina e corticosteroides) deve ser restrita a casos com miocardite linfocitária e ausência de partículas virais confirmada por biopsia endomiocárdica, principalmente quando não houver melhora clínica após duas semanas de tratamento clássico para IC (IIbC).

• Uso de imunoglobulina, pentoxifilina ou bromocriptina ainda estão em fase experimental (IIIC).

• Encaminhamento para reabilitação física supervisionada (IIaC).

O condicionamento físico melhora a tolerância à atividade física, além de reduzir a mortalidade.

10.2.4 -Orientações para gestação posterior ao diagnóstico 11,17

• Gestação posterior pode estar associada à recorrência da disfunção ventricular (em 21% das que normalizaram a função ventricular), à deterioração clínica (em até 44% das que permaneceram com função comprometida) e até óbito (em torno de 7% e entre as que permaneceram com disfunção residual).

• A permanência de disfunção ventricular se associa a um risco maior de prematuridade e perdas fetais por aborto espontâneo ou terapêutico.

• O planejamento familiar é fundamental para essas pacientes, pois mesmo aquelas que normalizaram a função ventricular podem apresentar recidiva da doença em gestação subsequente. Deve-se considerar o uso de método contraceptivo irreversível naquelas com função ventricular comprometida.

10.3 - Miocardiopatia restritiva

Citânia Lúcia Tedoldi

10.3.1 - Introdução

É caracterizada por uma falta de distensibilidade diastólica ventricular, com função sistólica preservada e sem hipertrofia de paredes. O aumento da pressão diastólica ventricular leva a uma dilatação de ambos os átrios, podendo se acompanhar ou não por distúrbios de condução atrioventricular18.

A etiologia pode ser primária (familiar ou não) ou secundária a doenças infiltrativas (amiloidose), de depósito (hemocromatose), endocárdicas (fibrose endomiocárdica) - forma mais comum da doença18 -, entre outras19.

Em alguns casos, o quadro clínico pode mimetizar o da pericardite constritiva, com a diferença de que não apresenta pulso paradoxal.

As pacientes podem ter boa evolução durante a gestação, mas apresentam uma taquicardia compensadora devido à restrição ao enchimento ventricular, além de um aumento na pressão intra-atrial que pode provocar edema pulmonar. A perda do ritmo sinusal associado à arritmia supraventricular pode provocar rápida deterioração clínica18. As complicações mais frequentes são: edema pulmonar e periférico, trombo intracavitário, arritmias e embolia pulmonar ou sistêmica.

10.3.2 - Tratamento consiste em 18,20

• Repouso (IC);

• Oxigenioterapia quando necessário (IC);

• Uso cauteloso de diuréticos para reduzir congestão pulmonar sem provocar quadro de baixo débito (IC);

• Correção e profilaxia de arritmias supraventriculares (IC);

• Terapia anticoagulante crônica para evitar tromboembolismo (IIaC).

Algumas vezes é necessária a antecipação do parto, com preferência para a anestesia geral e a manutenção rigorosa do retorno venoso, a fim de evitar complicações20. Nos casos sem diagnóstico etiológico é recomendada biopsia endomiocárdica posterior ao parto.

  • 1. Elliot P, Mckenna WJ. Hypertrophic cardiomyopathy. Lancet. 2004; 363: 1881-91.
  • 2. Maron BJ, Mckenna WJ, Danielson GK, Kappenberger LJ, Kuhn HJ, Seidman CE, et al. ACC/ESC clinical expert consensus document on hypertrophic cardiomyopathy: a report of the ACC Foundation Task Force on Clinical Expert Consensus Documents and the European Society of Cardiology Committee for Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2003; 42 (9): 1687-713.
  • 3. Thaman R, Varnava A, Hamid MS, Firoozi S, Sachdev B, Condon M, et al. Pregnancy related complications in women with hypertrophic cardiomyopathy. Heart. 2003; 89: 752-6.
  • 4. Autore C, Conte MR, Piccininno M, Bernabo P, Bonfiglio G, Bruzzi P, et al. Risk associated with pregnancy in hypertrophic cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2002; 40: 1864-9.
  • 5. Expert consensus document on management of cardiovascular diseases during pregnancy: the Task Force on the management of cardiovascular diseases during pregnancy of the European Society of Cardiology. Eur Heart J. 2003; 24: 761-81.
  • 6. Elkayam U. Pregnancy and cardiovascular disease. In: Zipes DP, Libby P, Bonow RO, Braunwald E. (editors). Braunwald's heart disease: a textbook of cardiovascular medicine. 7th ed. Philadelphia: WB Saunders; 2004. p. 1965-84.
  • 7. Ro A, Frishman WH. Peripartum cardiomyopathy. Cardiol Rev. 2006; 14: 35-42.
  • 8. Pearson GD, Veille JC, Rahimtoola S, Hsia J, Oakley CM, Hosenpud JD, et al. Peripartum cardiomyopathy: National Heart, Lung, and Blood Institute and Office of Rare Diseases Workshop Recommendations and Review. JAMA. 2000; 283: 1183-8.
  • 9. Elkayam U, Akhter MW, Singh H, Khan S, Bitar F, Hameed A, et al. Pregnancy: associated cardiomyopathy. Circulation. 2005; 111: 2050-5.
  • 10. Reimold SC, Rutherford JD. Peripartum cardiomyopathy. N Engl J Med. 2001; 344: 1629-30.
  • 11. Sliwa K, Fett J, Elkayam U. Peripartum cardiomyopathy. Lancet. 2006; 368: 687-93.
  • 12. Hilfiker-Kleiner D, Kaminski K, Podewski E, Bonda T, Schaefer A, Sliwa K, et al. A cathepsin D-cleaved 16 kDa form of prolactin mediates postpartum cardiomyopathy. Cell. 2007; 128: 589-600.
  • 13. Lang RM, Lampert MB, Poppas A, Hameed A, Elkayam U. Peripartal cardiomyopathy. In: Elkayam U, Gleicher N. (editors). Cardiac problems in pregnancy. 3rd ed. New York: Wiley-Liss; 1998. p. 87-100.
  • 14. Fett JD. Inflammation and virus in dilated cardiomyopathy as indicated by endomyocardial biopsy. Int J Cardiol. 2006; 112: 125-6.
  • 15. Nabhan A. Peripartum cardiomiopathy. ASJOG. 2005; 2 (1): 231-7.
  • 16. Kleiner DH, Meyer GP, Schieffer E, Goldmann B, Podewski E, Struman I, et al. Recovery from postpartum cardiomyopathy in two patients by blocking prolactin release with bromocriptine. J Am Coll Cardiol. 2007; 50 (24): 2354-5.
  • 17. Elkayam U. Pregnant again after peripartum cardiomyopathy: to be or not to be? Eur Heart J. 2002; 23: 753-6.
  • 18. Oakley C. Peripartum cardiomyopathy and other heart muscle disorders. In: Oakley C. (editor). Heart disease in pregnancy. London: Br Med J Publishing Group; 1997. p. 210-25.
  • 19. Maron BJ, Towbin JA, Thiene G, Antzelevitch C, Corrado D, Arnett D, et al. Contemporary definitions and classification of the cardiomyopathies: AHA Scientific Statement. Circulation. 2006; 113: 1807-16.
  • 20. Burwell and Metcalfe's: heart disease and pregnancy-physiology and management. In: Metcalfe J, McAnulty JH, Ueland K. (editors). 2nd ed. Boston: Little Brown and Company; 1986. p.133-83.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Ago 2010
  • Data do Fascículo
    Dez 2009
Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC Avenida Marechal Câmara, 160, sala: 330, Centro, CEP: 20020-907, (21) 3478-2700 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil, Fax: +55 21 3478-2770 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@cardiol.br