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Variação na dieta de um pequeno Characidae de acordo com a cobertura da mata ripária em um riacho da Mata Atlântica, nordeste do Brasil

OBJETIVO: nesse trabalho utilizamos informações sobre a alimentação de Astyanax vermilion como ferramenta para comparar dois trechos de riachos com diferentes coberturas vegetais, no Ribeirão Limoeiro, bacia do Rio Cachoeira, BA. MÉTODOS: foram realizadas quatro amostragens (março, junho, setembro e dezembro) utilizando-se a pesca elétrica como método de coleta em dois trechos de cabeceira contíguos: trecho sem vegetação ripária e com vegetação ripária. A composição qualitativa da dieta foi analisada por meio do método de freqüência de ocorrência. RESULTADOS: os recursos alóctones de origem vegetal compuseram a maior parte da dieta no trecho sem mata ripária, com 64% em freqüência de ocorrência; no trecho com mata ciliar, os recursos alóctones de origem animal compuseram a maior parte da dieta, com 62% de ocorrência, o que ressalta a importância do alimento proveniente do ambiente no entorno. O valor médio do índice de diversidade de Shannon, calculado a partir da freqüência de ocorrência dos itens alimentares, foi significativamente diferente (p = 0,007) quando se comparou o trecho sem mata (H' = 1,44) e com mata (H' = 1,80). O peso médio dos estômagos no trecho sem mata (PeD = 0,18g) foi significativamente maior que aqueles provenientes do trecho com mata (PeF = 0,14g). CONCLUSÕES: no trecho com mata ciliar a diversidade alimentar é maior e os peixes que estão no trecho sem mata ciliar necessitam de maior quantidade de alimento para satisfazer suas necessidades fisiológicas. Estes resultados acentuam a importância do tipo de vegetação ripária como fonte de alimento para os peixes.

ambiente de cabeceira; sistemas lóticos; recursos alimentares; dependência espacial


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