Tendo como objetivo compreender o motivo derridiano da sobrevida, este artigo propõe a análise da concepção de morte que encontramos na obra de Jacques Derrida e do diálogo que ela estabelece com o pensamento ocidental, especificamente a respeito desse tema, em Hegel, Heidegger, Nietzsche etc. A discussão se concentra em duas aporias com as quais Derrida se confrontou: a aporia do relevamento [relève] e a aporia da finitude. Após examinar o lugar do pensamento derridiano da morte no âmbito da tradição filosófica, o trabalho procura mostrar que as relações de Derrida com a literatura - representada aqui pelas obras de Maurice Blanchot e Antoine Artaud - são capazes de oferecer uma espécie de resposta a essas aporias e de iluminar a visão da morte apresentada pelo filósofo francês.
Derrida; morte; sobrevida; luto; desconstrução