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Le Messager du Brésil (RJ, 1878-1884): trajetória em três movimentos

Le Messager du Brésil (RJ, 1878-1884): trajectory in three movements

RESUMO

O objetivo deste artigo é analisar a trajetória do jornal Le Messager du Brésil, redigido em francês e impresso no Rio de Janeiro. A partir do estudo das coleções disponíveis, é possível estabelecer três momentos distintos que apontam o crescente envolvimento do periódico nos debates políticos brasileiros, cenário no qual o jornal esteve longe de permanecer como observador passivo. O exemplo convida a relativizar o lugar ocupado por periódicos publicados em língua estrangeira nas histórias da imprensa brasileira, que, no mais das vezes, os tomam como circunscritos a grupos específicos, esmaecendo sua atuação política.

PALAVRAS-CHAVE:
Le Messager du Brésil; Émile Deleau; Imprensa francófona; Crise do escravismo

ABSTRACT

This article analyzes the trajectory of the newspaper Le Messager du Brésil, written in French and printed in Rio de Janeiro. From the analysis of the available collections emerge three distinct moments that point to the newspaper’s increasing involvement in Brazilian political debates, scenario in which Le Messager was far from a passive observer. The example invites us to review the image normally associated with the press published in foreign language in the literature regarding the Brazilian press, which, more often than not, see them as circumscribed to specific groups, undermining their political action.

KEYWORDS:
Le Messager du Brésil; Émile Deleau; Francophone press; Crisis of slavery

As relações entre o Brasil e a França são objeto de significativa bibliografia que evidencia o apreço e o apego das elites locais à cultura francesa. Evocada no debate político, no campo das artes, nos ideais de elegância e civilidade, também se manifestava no cotidiano, tendo em vista a presença de livreiros-editores, impressores, artistas, professores e muitos comerciantes que disponibilizavam produtos franceses - sobretudo, mas não exclusivamente, no Rio de Janeiro e em São Paulo.2 2 Cf. Almeida et al. (2004), Barbuy (2006), Carelli (1994), Deaecto (2011, 2021), Leenhardt (2008), Martinière (1982), Perrone-Moisés (2013), Rivas (1995, 2005), Schwarcz (2008), Silva (2001), Vidal e Luca (2009). A despeito do lugar privilegiado ocupado pela França e por sua capital no imaginário brasileiro, a quantidade de cidadãos do Hexágono radicados no país sempre foi relativamente modesta,3 3 O censo de 1872 registrou, na capital do Império, 2.884 franceses, 1.738 italianos, 1.459 alemães, 1.451 espanhóis e 55.938 portugueses. Nos subsequentes, os franceses figuraram na rubrica outras nacionalidades. Dados do Ministère des Affaires Étrangères indicam que, entre 1820-1920, a entrada de franceses raramente superou a casa do milhar, como em 1872 (1.048), 1876 (1.214), com ápice em 1890 (2.844) (LESSA; SUPPO, 2009). o que não impediu que desempenhassem, no âmbito da imprensa periódica, papel significativo. A começar pelo lançamento do L’Indépendant, primeiro jornal redigido em língua estrangeira entre nós e que circulou de abril a junho de 1827, fundado pelo bonapartista Pierre Plancher, que pouco depois, em 31 de agosto, lançou o Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, 1827-2016).4 4 Sobre Plancher, cf. Sandroni (2005), que não cita L’Indépendant. O volume da revista, dedicado às relações franco-brasileiras não trata da imprensa redigida em francês. Tais iniciativas foram sucedidas por um conjunto vigoroso e diversificado de publicações no idioma de Molière, especialmente durante o século XIX, na capital do Império,5 5 Sobre o tema, cf. Guimarães (2015) e Lustosa (2015). Na mesma revista há outros estudos sobre publicações em italiano, japonês e armênio. a respeito do qual as histórias da imprensa brasileira silenciam ou, no máximo, limitam-se a breves menções.6 6 Cf. Barbosa (2007, 2010), Martins e Luca (2008), Pilagallo (2012) e Sodré (1999).

Publicações em língua estrangeira distinguiam-se por expressar valores, ideais e concepções provenientes do lugar de origem de seus responsáveis, que, porém, não ficaram inertes em relação ao contexto que passaram a vivenciar no Brasil, o que aponta o importante trabalho de mediação cultural por eles realizado. Por serem elos entre mundos diversos, suas escolhas em termos de temáticas e gêneros textuais estavam em diálogo (e não apartadas) com a chamada imprensa nacional. Assim, esses periódicos configuram um produto cultural híbrido e complexo cujo estudo exige, além da identificação do conjunto de títulos que sobreviveram à ação do tempo - que é o primeiro passo do desafio -, descrição e análise detida de cada folha, de modo a compreender as particularidades de cada veículo e suas formas de atuação no espaço público. Quanto aos jornais em francês, um dos mais longevos a circular no século XIX e que ainda não recebeu atenção mais detida é o Le Messager du Brésil, journal français.

LE MESSAGER: CARACTERIZAÇÃO

O jornal começou a circular em 7 de setembro de 1878, na cidade do Rio de Janeiro, com um cabeçalho que estampava: número 48, segundo ano. De fato, tratava-se da continuação do Le Gil-Blas, Journal politique, satirique et artistique, hebdomadário lançado em 14 de outubro do ano anterior com linha editorial e objetivos bem diversos dos perseguidos na nova fase. A tarefa inicial deste texto é compreender os aspectos materiais do Le Messager du Brésil para, em seguida, colocá-lo em diálogo com outras folhas de seu tempo.

A mudança foi anunciada aos leitores pouco antes, no número 45 (18/8/1878), esclarecendo que não haveria alteração no valor da assinatura, então oferecida apenas por trimestre (2$000 réis), ou do número avulso (200 réis).7 7 Com o Messager, diversificaram-se as modalidades de subscrição e, além do trimestre, havia oferta anual (8$000) e semestral (4$000) para o Rio de Janeiro. Leitores de fora da Corte pagavam 2$500 (trimestre), 4$500 (semestre) e 9$000 (ano). Ao longo da circulação ocorreram pequenas alterações nos preços. No exemplar subsequente (46, de 25/8/1878), o adeus formal ao Gil-Blas foi feito recorrendo-se à metáfora do filho crescido, ou seja, o tom leve e jocoso, os tempos de diatribes e brincadeiras, que até então eram marca da publicação, haviam ficado para trás. Tratava-se, agora, de um jornal adulto que se propunha a representar todos os franceses, guinada considerável frente ao antecessor, que se distinguiu pela defesa apaixonada e intransigente da Terceira República, então em pleno processo de estruturação. A alteração ocorreu quando as maiores incertezas quanto à consolidação do regime haviam sido superadas, ou seja, é provável que a folha considerasse já ter cumprido sua tarefa.8 8 Para a conjuntura política francesa na década de 1870, cf. Winock (2009). Sobre a trajetória do Le Gil-Blas ver Luca (2017).

O exemplo é relevante. Se, ao ser lançada, a publicação - até então a única redigida em francês no Império - inseria-se no rol de folhas satíricas francesas,9 9 Cf. Velloso (2017). a crítica de costumes foi abandonada em prol da luta política, pois tinha em mira os inimigos da República: bonapartistas, legitimistas e orleanistas.10 10 Acerca dessas correntes políticas, cf. Levillain (1992). Acantonados no Rio de Janeiro, os leitores do jornal, que certamente não eram apenas os franceses, tendo em vista a importância do idioma no período, acompanhavam os dilemas do regime e liam excertos das folhas consideradas ini(a)migas, que mobilizavam argumentos, conceitos e vocabulário político dos diferentes campos em disputa. O Brasil figurava como referência distante evocada em função dos intentos da folha, que não se furtou a polemizar com os periódicos locais que divergiam de seus ideais.

As alterações promovidas pela nova fase evidenciam-se já no título (ver Figuras 1 e 2): se o antecessor evocava a França por intermédio do personagem de Alain-René Lesage, Histoire de Gil Blas de Santillane, uma das obras mais reimpressas na primeira metade do século XIX,11 11 Lyons (1990) informa que, entre 1811 e 1845, foram impressos, pelo menos, cerca de 70.000 exemplares do livro. o novo jornal, por sua vez, apresentava-se como mensageiro do Brasil, o que pressupunha interlocução com destinatários interessados em informes provenientes desse lado do Atlântico. O texto de apresentação começava lembrando que o objetivo do antecessor fora colocar à disposição dos compatriotas os assuntos mais importantes em curso na França. Agora, a promessa era publicar “tudo o que for de natureza a interessar tanto a colônia francesa do Brasil quanto nossos compatriotas de além-mar”.12 12 “tout ce qui est de nature à intéresser tant la colonie française du Brésil que nous compatriotes d’outre-mer” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 7 set. 1878, p. 1, tradução nossa). É evidente o alargamento de propósitos em mais de uma direção: o conjunto da colônia francesa radicada no Brasil (e não apenas os republicanos), os compatriotas residentes no Hexágono e, ainda, a população do país de acolhimento, do qual almejava ser porta-voz.

Figura 1
Primeiras páginas do último exemplar do Le Gil-Blas.

Figura 2
Páginas do primeiro exemplar do Le Messager du Brésil.

É significativo que o dia 7 de setembro tenha sido escolhido para a efetivação da mudança, o que exigiu que a folha, que sempre saía aos domingos, antecipasse seu lançamento para o sábado (7/9/1878), de modo a coincidir com a festa da Independência do Brasil. A escolha, longe de ser mero detalhe, estava em sintonia com os novos propósitos do jornal, patente no abandono do marco inaugural da Terceira República, o 4 de setembro, em prol da efeméride cara aos brasileiros. Assinale-se o contraste em relação ao Le Gil-Blas, cujo primeiro número circulou em 14/10/1877, data do início das eleições legislativas na França, decisivas para o futuro daquela República.

Parte dos exemplares do Messager está disponível na Biblioteca Nacional, mas há lacunas significativas, a exemplo de vários números incompletos e/ou com trechos ilegíveis, seja pela qualidade da digitalização ou pelo esmaecer da impressão. Essas circunstâncias não chegam a prejudicar a descrição dos dados editoriais e da materialidade, pois é possível acompanhar os deslocamentos de natureza editorial ocorridos durante a circulação daquele que foi, durante algum tempo, o único jornal em francês produzido no Brasil.13 13 Somente em 1882 surgiu outro periódico em francês, a Revue commerciale, financière et maritime de la place et du port de Rio de Janeiro, publicação longeva e com diversos subtítulos. O último exemplar disponível no arquivo da instituição data de 24/12/1884 - e se não foi o derradeiro, houve, no máximo, mais uma ou duas edições posteriores.14 14 A Folha Nova (1885) referiu-se à carta do redator Messager informando a suspensão do periódico.

A Biblioteca Nacional da França possui alguns números do Messager: um exemplar mutilado de 1881 (n. 197, 17/7/1881), relativo à comemoração do 14 de julho, e os três últimos de 1882 (n. 271 a 273, datados de 17, 24 e 31/12/1882), todos ausentes na Hemeroteca Digital Brasileira. A instituição francesa também possui em seu acervo parte significativa das edições de 1883, inclusive sete das oito edições relativas a fevereiro, além dos números 318 (7/6), 321 (17/6) e 377 (30/12), não disponíveis na nossa Hemeroteca.15 15 Para o ano de 1883 faltam, portanto, os oito números de janeiro, um de fevereiro (n. 285, 11/2) e os quatro primeiros de março: n. 290 (1/3), 291 (4/3), 292 (8/3) e 293 (11/3). De 1884, a biblioteca francesa conta com apenas sete exemplares, também presentes na coleção brasileira. A Tabela 1 sintetiza as informações relativas ao expediente da folha.

Tabela 1
Le Messager du Brésil: dados editoriais.

A incompletude da coleção merece reflexão. O Messager teve periodicidade constante, circulou por largo período, foi impresso com tecnologia então considerada moderna e subsistiu graças às assinaturas, vendas avulsas e propagandas, ou seja, destinava-se ao mercado, aspectos que não foram suficientes para garantir sua preservação. Tais características diferenciam-no de parte significativa dos outros jornais em língua estrangeira, que se multiplicaram no Brasil em fins do século XIX com a grande imigração: periódicos operários, de agremiações religiosas, educacionais ou culturais, folhas que reuniam indivíduos que compartilhavam o mesmo idioma, provenientes de determinadas regiões, países ou cidades. A despeito da grande diversidade dessa imprensa em termos de materialidade, objetivos, destinatários, formas de financiamento e tempo de circulação, observa-se que as instituições de guarda - aqui exemplificada pela principal delas, a Biblioteca Nacional - não reservaram espaço em suas estantes para muitos desses periódicos, frágeis pelo próprio processo de produção e gestão artesanais. A decisão de o que se conservar é sempre social, uma aposta em relação à maneira como cada época espera ser compreendida pelas gerações futuras.16 16 Para os desafios do arquivo, cf. Caimari (2017), Derrida (2001) e Farge (2009).

Ainda que mais de duzentos exemplares estejam disponíveis, é evidente que muito pouco pode ser afirmado acerca da publicação entre 1879 e 1882, o que se altera somente a partir do número 282 (1/2/1883), quando sua periodicidade já se tornara bissemanal, frequência mantida até seu encerramento. A portada do Messager nunca estampou o nome dos responsáveis, enquanto no Le Gil-Blas a direção era de Fantasio. É pela confrontação com outros periódicos da época que se pode atribuir a Alphonse Clément Émile Deleau, um imigrado a respeito de quem se dispõe de poucas informações, o lançamento e direção das duas publicações.17 17 Deleau nasceu em 28/12/1843 na Alsácia e, graças a menções em jornais, sabe-se que estava no Rio em 1872.

Mesmo dados incompletos fornecem pistas, a começar pelo endereço citado nos dois exemplares de 1880 (números 140 e 141, de 13 e 20/6, respectivamente), que exibiam as costumeiras quatro páginas - agora com cinco, em vez de quatro colunas. Se a impressão ainda era feita na bem equipada oficina da Gazeta de Notícias (RJ, 1875-1977), o novo endereço da redação parece coincidir com a residência de Deleau. Jornais da época informam que o térreo do número 47 da rua Gonçalves Dias abrigava uma drogaria; no primeiro andar estava instalada, na fase em que foi editada por Nicolau Midosi, a redação da Revista Brasileira (RJ, 1879-1881); já no segundo pavimento residia Émile Deleau, que em meados de 1881 anunciou: “Precisa-se de uma criada que saiba cozinhar para pequena família francesa, na Rua Gonçalves Dias n. 47, 2º andar”.18 18 Cf. Jornal do Commercio (1881b). O mesmo endereço figura em nota policial de pouco tempo antes que dava conta de um roubo ocorrido na residência de Deleau.19 19 Cf. Id., 1881a.

A fusão entre moradia e redação sugere retrocesso face ao Gil-Blas e aos primeiros momentos de seu sucessor, uma vez que o espaço da rua Nova do Ouvidor, 37 parece ter abrigado exclusivamente a redação dos semanários, como se deduz de notas publicadas no Messager.20 20 Nota do Le Messager du Brésil (24 nov. 1878), informava a presença do administrador, entre meio dia e duas horas, na sede do jornal. A coincidência de endereços, que a princípio pode ser lida como indício de precariedade, precisa ser interpretada com cuidado. O segundo andar deveria ser bastante amplo,21 21 Cf. Jornal do Commercio (1878). pois em convocatória de 1881 da Société Française de Bienfaisance agradeceu-se a Deleau a gentileza de ceder “o seu salão” para a realização da assembleia geral, já que a sede da entidade não comportava o evento.22 22 Cf. Gazeta de Notícias (1881). Assim, a fusão entre moradia e trabalho não significa, necessariamente, que a folha enfrentava dificuldades.

A pequena nota, contudo, é importante por evidenciar que Deleau então já desfrutava de prestígio junto aos compatriotas. Os dois periódicos por ele dirigidos, por sua vez, permitem acompanhar, ainda que com intensidade variável no decorrer do tempo, as atividades da colônia francesa: a comemoração das festas nacionais, com especial destaque para o 14 de julho, sempre envolto em debates que permitem identificar conflitos e disputas; a existência e o cotidiano de associações sociedades de auxílios mútuos e recreativas (Société Française de Bienfaisance, Société Française de Secours Mutuels, Société Française de Gymnastique, Club 14 Juillet Société Chorale, Société Philarmonique le Francs-Galois); os interesses do comércio francês; e outros aspectos que demandam estudos específicos.

Em 1892, como indicado na Tabela 1, a redação e a tipografia do Messager estavam instaladas em novo endereço, e o jornal passou a contar com oficina própria. A mudança exigiu inversão de capitais para aquisição de máquinas, famílias de tipos, instrumentos para composição, papel, tintas, contratação de tipógrafos compositores e impressores, além de espaço adequado - sinais do sucesso financeiro da publicação (Figuras 3 e 4). Além de imprimir o jornal, a empresa oferecia serviços gráficos diversificados (Figura 5). A apresentação do periódico continuava idêntica: quatro páginas com cinco colunas, e assim continuou até maio de 1883, quando foi acrescida a sexta coluna.

Figura 3
Primeiras páginas da última edição de 1880.

Figura 4
Primeiras páginas da primeira edição de 1882. Observe-se o novo endereço da redação, que também abrigava a oficina tipográfica.

A incompletude da coleção só permite afirmar que as mudanças mencionadas ocorreram entre julho de 1881, última vez que a tipografia da Gazeta foi citada, e junho de 1882, quando saiu primeiro exemplar disponível para esse ano e que já exibia a novidade. Porém, sabe-se que pelo menos até dezembro de 1881 estava instalada no edifício da rua Sete de Setembro, 131 a Tipografia Literária de C. A. de Moraes.23 23 Anúncio da tipografia em O Marinheiro (1881), responsável pela impressão da folha. A Hemeroteca possui apenas esse exemplar. No Almanaque administrativo, mercantil e industrial da Corte e da Província do Rio de Janeiro para 1883 já constava o novo endereço, o que não ocorreu na edição anterior, de 1882 (dados relativos a 1881).24 24 Almanaque administrativo, mercantil e industrial da Corte e da Província do Rio de Janeiro (1882) e Almanaque administrativo, mercantil e industrial do Império do Brasil (1883). Não há citação do Messager antes de 1882 e tampouco o Le Gil-Blas aí figurou.

Figura 5
Primeira propaganda da tipografia do Messager disponível nas coleções. Le Messager du Brésil, année 7, n. 296, p. 4, 22/3/1883.

Se é provável que, desde o início de 1882, o jornal tivesse uma tipografia própria, no ano seguinte a principal mudança foi o acréscimo de mais uma coluna por página. A efetiva guinada ocorreu após o lançamento do número 429 (29/6/1884), último a exibir a numeração sequencial. A decisão de reiniciar a contagem inaugurou a segunda série do Messager, cujo primeiro número é datado de 3/7/1884 (Figuras 6 e 7). A folha apresentava-se ao público com novo formato, bem mais arejado e próximo do projeto inicial, com quatro colunas e o dobro de páginas (oito), padrão mantido até o número 36 (2/1/1884). A partir de então e até o final da circulação, retomou-se o modelo de quatro páginas com seis colunas.

Figura 6
Primeiras páginas do último exemplar com numeração.

Figura 7
Primeiras páginas do exemplar que inaugurou a segunda série do Messager (1884). Observe-se a mudança no número de colunas, o que melhora a legibilidade da página.

Dados editoriais e da materialidade articulam-se aos caminhos trilhados pela publicação, demandando análise atenta do conteúdo. A descrição aqui apresentada indica que, ao longo de sua circulação, o Messager conheceu alterações significativas, sendo possível estabelecer uma segmentação em três etapas. O momento inicial abarca o ano de 1878; os poucos exemplares disponíveis para o período compreendido entre 1880 e 1882 permitem observar alterações de rumo, plenamente discerníveis em 1883; por fim, o terceiro momento, a partir de julho de 1884, foi batizado pela própria publicação como “segunda série”. O desafio, portanto, é identificar as características e peculiaridades de cada uma dessas fases.

PRIMEIRO MOVIMENTO: 1878

No que diz respeito aos números publicados em 1878, a comparação entre o último exemplar do Le Gil-Blas e o primeiro do Le Messager du Brésil (Figuras 1 e 2) evidencia que não houve alteração radical no projeto gráfico. O jornal continuava a comportar quatro páginas e se valer das mesmas estratégias de composição em termos de escolhas estéticas, famílias de letras, presença de romance de folhetim no rodapé da primeira (e, por vezes, também da segunda página), ao que se somava a opção de não se valer de caricaturas ou ilustrações -25 25 Deleau não se valeu de imagens, nem mesmo da litografia, tão comum no Oitocentos, como evidenciam Cardoso (2011), Costa (2012) e Andrade (2004). as últimas encontráveis apenas em alguns anúncios. Já as colunas, separadas por delicados filetes, passaram de três para quatro.

Outras características também se mantiveram, a exemplo da prática de raramente indicar a autoria dos textos. Se no Le Gil-Blas eram muitos os pseudônimos jocosos, nesse período do Messager foram raras as vezes em que essa informação foi registrada, mesmo por alônimos, dentre os quais o mais frequente foi Fantasio, enquanto as iniciais E. D. figuraram em ocasiões esporádicas. A ausência de colaboradores sugere que a redação do jornal estava, sobretudo, a cargo de Deleau. Cada edição apresentava-se como um mosaico complexo que pressupunha a escritura de textos e a seleção de quais conteúdos transcrever, resenhar ou comentar de outros órgãos da imprensa nacional e - sobretudo, mas não exclusivamente - francesa. Essas características faziam do Messager um mediador entre as publicações do outro lado do Atlântico e os leitores do Rio de Janeiro, contribuindo para difundir um arsenal vocabular, conceitual e simbólico associado à cultura política herdeira dos ideais iluministas, em contraste com a realidade da escravidão e do funcionamento das instituições monárquicas brasileiras.

Não deixa de surpreender a pouca atenção que publicações em francês recebe(ra)m dos que se debruça(ra)m sobre a história da imprensa brasileira. Apenas recentemente os estudos acerca da trajetória desse segmento têm seguido outros caminhos analíticos, seja em função de projetos que abordam questões mais amplas, relativas à circulação internacional de livros e periódicos,26 26 Ver volumes resultantes do projeto A circulação transatlântica dos impressos. A globalização da cultúra no século XIX (1789-1914): Abreu (2016), Granja e Luca (2018), Poncioni e Levin (2018). ou que dedicam-se a publicações em língua alófona presentes em diferentes países.27 27 Cf. Cooper-Richet (2011, 2012), Guimarães e Luca (2017) e Pinson (2018). Assim, em contraposição à imagem de jornais insulados e circunscritos a pequenos grupos, cabe contrapor a de publicações que participavam ativamente dos debates de seu tempo opinando, criticando, sugerindo e elogiando, ou seja, que se apresentavam como atores no espaço público e como tal eram percebidos pelos impressos congêneres, a exemplo do Messager e de seu antecessor. Suas páginas permitem acompanhar o jogo de múltiplos espelhos que não se limitava a refletir, estabelecendo relações de confluência, simetrias, assimetrias, deformações, inversões e transformações entre a França e o Brasil.

No que diz respeito à distribuição do conteúdo, ao lado de artigos avulsos, que eram minoritários, predominava um rol diversificado de seções com duração bastante variável, algumas das quais conservaram o mesmo título e objetivo da fase anterior do jornal. É possível classificar esses conjuntos (seções e avulsos) a partir de grandes temáticas: política, economia, ciências, literatura, teatro e humor, ao que se somavam as propagandas.

Sem dúvidas, a política estava entre as maiores preocupações da folha, tanto que a seção Chronique Politique (Crônica Política) continuou a abrir todos os exemplares de 1878, praxe vigente desde o lançamento do Le Gil-Blas. O tema era, invariavelmente, a situação na França e as tensões e disputas em jogo, o que interessava de perto tanto à comunidade francesa quanto aos leitores brasileiros, que a despeito de vivenciarem uma realidade política bastante contrastante, seguiam com interesse o debate no país tido como sinônimo de nação civilizada. A conjuntura era analisada em textos opinativos que rebatiam de imediato qualquer objeção ao regime republicano proveniente de jornais, lideranças e grupos políticos, franceses, brasileiros ou de qualquer outra nacionalidade, com seus responsáveis comumente adjetivados de inimigos. O abandono do tom jocoso não implicou em abrandar a defesa de valores e ideais professados pelo Le Gil-Blas.

A temática política prosseguia em textos externos à seção, que davam conta de disputas em curso nas casas legislativas francesas, medidas do poder executivo, relações exteriores da França, homenagens (como a recebida por Thiers por ocasião do primeiro ano de sua morte), ao que se somavam dados conjunturais e disputas de toda sorte, a exemplo do duelo que opôs Léon Gambetta, nome mais destacado do campo republicano, e Oscar Bardi de Fourtou, próximo aos bonapartistas. Era comum a preocupação de reproduzir excertos de discursos, declarações e notícias da imprensa, fosse para saudar aqueles provenientes dos líderes republicanos ou para denunciar seus adversários, o que acabava por ampliar a polifonia das páginas do Messager, que executava um importante trabalho de mediação cultural.

Outras seções, algumas de vida breve, seguiam na mesma senda, caso de Nouvelles de France (Notícias da França, duas ocorrências), logo ampliada para Nouvelles d’Europa (Notícias da Europa, oito ocorrências), que obviamente incluía o Hexágono. Em geral, tratava-se de comentários sobre eventos que ofereciam a oportunidade de reafirmar o ponto de vista do jornal. Um exemplo é o caso da tentativa de atentado, sofrido pelo rei da Espanha em fins de 1878 e atribuído a republicanos, episódio que, segundo o Messager, foi explorado pela imprensa francesa “reacionária” com vistas a desacreditar os republicanos franceses às vésperas das eleições para o Senado, ação considerada ineficaz pelo articulista.28 28 Le Messager du Brésil (1 dez. 1878).

A esse tipo de conteúdo mesclavam-se, nas duas seções, notas leves, como as relativas ao leilão do chapéu de Napoleão Bonaparte, um nascimento ocorrido durante passeio de balão cativo ou o montante arrecadado com a venda de entradas para a Exposição Universal de Paris, então em curso.29 29 Ver, respectivamente, Le chapeau de Napoléon I (LE MESSAGER DU BRESIL, 22 set.1878) e Un enfant né dans une position très élevée (LE MESSAGER DU BRESIL, 17 nov. 1878). Apenas no número 50 incluiu-se o subtítulo faits divers, outro indício do referido amálgama de conteúdos. Assim, na mesma parte do jornal, o leitor deparava-se com diferentes regimes narrativos: o combate e a de defesa de ideais, com tom similar ao de Chronique Politique, e informações que poderiam deslizar para os chamados faits divers. É interessante observar a indistinção entre a notícia/informação e o sensacional, elementos que tendiam a ocupar espaços distintos na geografia interna dos jornais, tanto em função da hierarquia e do estatuto desfrutados por cada tipo de conteúdo como pelos seus protocolos específicos de escritura, mas que no Messager ainda mesclavam-se.

Indistinção que se observa, inclusive, na própria rubrica Faits divers (seis ocorrências), que não se referia ao fora do comum. É instrutivo acompanhar o conteúdo de uma delas, escolhida aleatoriamente. A primeira nota da seção criticou o ensino em instituições religiosas francesas, uma das quais propôs que os alunos escrevessem sobre “A recepção do Sr. Littré entre macacos do Jardim das Plantas”. Seguiram-se considerações irônicas sobre o filho de Napoleão III e os jornais que anunciaram seu possível casamento com a princesa da Dinamarca; informe sobre a carta e subscrição que D. Pedro II, na condição de membro estrangeiro, dirigiu à Academia de Ciências em apoio à projetada estátua de Verrier, ex-diretor do Observatório de Paris; uma notícia de alteração na rota dos navios da companhia Messageries Maritimes em função da febre amarela em Dakar; por fim, observações sobre um padre que, em testamento, solicitou enterro civil, o que motivou o comentário: “Se os padres começarem a ser enterrados civilmente, então de que modo deverão ser enterrados os livres-pensadores?”30 30 “La réception de M. Littré parmi les singes du Jardin des Plantes” e “Si les curés se mettent à se faire enterrer civilement, comment donc devront se faire enterrer les libres penseurs?” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 29 set. 1878, p. 2-3, tradução nossa).

Fica evidente que, a partir de conteúdos aparentemente inocentes e descompromissados, o que havia eram escolhas que deixavam claras as posições abraçadas pelo periódico em prol da ciência, da razão e dos ideais anticlericais e liberais, o que alerta para a pouca eficácia analítica de ensaiar tipologias rígidas acerca de seções e artigos. No que concerne ao conteúdo político, parece incontestável que as escolhas remetiam a um conjunto específico de ideais e que a atenção dispensada a eventos e personalidades, com clara preferência (ainda que não chegasse à exclusividade) para o contexto francês, subordinava-se aos desígnios da folha, tal como ocorreu, inclusive, nas seis ocorrências da seção Nécrologie (Necrológio), consagradas, quase que unicamente, ao passamento de figuras de proa do mundo político gaulês.

A defesa do orgulho nacional, por seu turno, tomava formas diversas. Assim, por exemplo, o jornal cedeu considerável espaço para a Exposição Universal, realizada entre maio e novembro de 1878, terceira a ocorrer em Paris e primeira organizada pela Terceira República - cujo desafio era superar as edições anteriores, que tiveram lugar durante o Segundo Império (1855 e 1867). Não admira que o Messager acompanhasse de perto o evento que, desta feita, não contou com a participação brasileira. Além de notas reproduzidas de órgãos da imprensa francesa, o jornal fez questão de anunciar que contava com um correspondente exclusivo na Exposição, P. Laloubère, responsável por seis textos, uma das raras ocasiões em que houve colaborações com autoria assinada. Menções negativas ao país eram respondidas de pronto, a exemplo das críticas ao ensino na França, presentes em folhetim que o escritor Ramalho Ortigão publicou na Gazeta de Notícias,31 31 Cf. Le Messager du Brésil (7 set. 1878). Nas oportunidades em que o tema era a educação, era comum que Deleau assinasse o texto ou se valesse de suas inicias. ou a alusão à suposta loucura de Victor Hugo, publicada no Jornal do Commercio.32 32 Cf. Le Messager du Brésil (13 out. 1878).

Nos exemplos até aqui tratados, pode-se supor que o conteúdo tinha em vista os franceses residentes no país que, a partir do Messager, tomavam conhecimento dos fatos mais salientes de além-mar, bem como de sua recepção no Brasil, sempre por meio da lente republicana. Ainda visando esse público, o Messager passou, a partir do número 59 (24/11/1878) e sempre na terceira página, a mencionar os franceses que, na semana anterior, haviam chegado ou partido do Rio de Janeiro, assim como os falecidos.

O Brasil, se não estava ausente, ocupava lugar bastante secundário quando o tema era o cotidiano político, tanto que Chronique Brésilienne. Semaine Politique (Crônica Brasileira. Semana Política), em tese consagrada ao tema, figurou apenas uma vez. A oscilação na denominação - Revue/Nouvelles/Chronique Locale(s) (Revista/Notícias/Crônica Local(is) - e a pequena representatividade quantitativa da seção (quatro ocorrências) alertam para a falta de identidade das subdivisões, expressa em conteúdos muito diversificados.33 33 Le Messager du Brésil (7 set. 1878). A postura alterava-se somente diante de acontecimentos de maior alcance, como os resultados das eleições de setembro de 1878. A vitória do Partido Liberal motivou observações esperançosas quanto à possibilidade de o país adotar as reformas que o Messager considerava pré-requisito para o incremento da imigração, fortalecimento da indústria e reativação do comércio, o que deveria ser feito a partir de ampla discussão, pois “a preparação da lei por todos é a grande virtude dos países livres”.34 34 “la préparation de la loi par tout le monde est la grande vertu des pays libres” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 15 set. 1878, p. 3, tradução nossa).

Meses depois, por ocasião da abertura do exercício legislativo, o jornal traduziu o discurso de D. Pedro II e, em seguida, insistiu nas reformas, concentrando-se nos limites impostos por artigo da Constituição à participação política daqueles que não professavam a religião do Estado.35 35 Cf. Le Messager du Brésil (22 dez. 1878). Assim, a única aposta possível para o futuro, na perspectiva da folha, era a de aproximar o Brasil dos valores provenientes da Revolução Francesa e do modelo implantado pela Terceira República, daí a ênfase nas eleições, no funcionamento do Poder Legislativo, na adoção de reformas ancoradas em amplo debate no espaço público. É certo que, na perspectiva do jornal, os sinais ainda eram tênues, mas valia interpretá-los enquanto indícios de que a ação benfazeja das forças irresistíveis do progresso começavam a se manifestar, sem esquecer que tal destino não era almejado pelo conjunto da elite política local, pois diferentes projetos e apreensões do passado/futuro estavam em disputa naquele presente.

Se a política compareceu de forma bissexta em 1878, outros aspectos da realidade brasileira recebiam maior atenção. Já no terceiro exemplar do Messager, anunciava-se uma série de estudos sobre o país - descrição física, clima, principais produtos, indústria, comércio, estado das ciências e letras - “dedicado aos compatriotas de além-mar”, com o objetivo de “tornar o Brasil melhor conhecido na Europa e dissipar prevenções disseminadas por ignorância ou intencionalmente”.36 36 Na seção há outra nota sobre homenagens a Thiers em Montevidéu, o que indica que a noção de local extrapolava as fronteiras nacionais, e uma terceira com críticas ao governo por não exigir certificado de vacinação contra a varíola. No original: “dédiés à nos compatriotes d’outre-mer”, e “faire mieux connaitre le Brésil en Europe, et de dissiper certaines préventions propagées, soit par ignorance, soit à dessein” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 22 set. 1878, p. 3, tradução nossa). Colocava-se em prática, dessa forma, a intenção explicitada em seu programa de atuar como mensageiro do Brasil. Tal promessa foi, pelo menos em parte, cumprida pelo periódico, ainda que não se observem evidências (como representantes, locais de distribuição e mesmo formas de subscrição) de circulação da folha do outro lado do Atlântico, pois somente a partir de 1883 foi mencionado o valor da assinatura para países membros da União Postal. Entretanto, a ausência de dados nos exemplares não significa que o jornal ficasse restrito às fronteiras nacionais, como indicam, aliás, as muitas contendas que manteve com outras publicações de comunidades francesas, especialmente da Argentina, conforme será destacado. A ênfase recaia em questões econômicas, com particular insistência nas potencialidades agrícolas do país, característica, aliás, atribuída a toda a América Latina, em contraposição aos Estados Unidos, que se firmava como potência industrial.37 37 Em Le Messager du Brésil (3 nov. 1878, p. 2), lê-se: “A América do Sul acaba de mostrar ao mundo as riquezas inesgotáveis de seu solo […]. Que mão providencial lançou em todos esses países tantos e tão diversos tesouros! Que natureza variada, que climas maravilhosos !”. No original : “L’Amérique du Sud vient montrer au monde les richesses inépuisables de son sol […] Quelle main providentielle a versé sur tous ces pays tant de trésors divers! Quelle nature variée, quels heureux climats!”. Não admira que o café ocupasse lugar de destaque, tanto que o Messager reproduziu largos trechos de artigo do jornal La Gironde, no qual se lamentava a ausência do Brasil na Exposição de 1878 frente à urgência de tornar nossa produção cafeeira conhecida na França. O autor, bem informado sobre cafeicultura paulista, destacou o uso de máquinas, a construção de ferrovias e a atuação do Clube da Lavoura.38 38 Cf. Le Messager du Brésil (17 nov. 1878). É provável que a fonte seja La Gironde (Bordeaux, 1859-1935).

O próprio Messager encarregou-se de fornecer semanalmente dados sobre volume da produção, preços das sacas de diferentes variedades de grãos, tendências do comércio internacional, câmbio do mil-réis em relação à libra e ao franco, cotação das ações do Banco do Brasil, reunidos em seção específica, com diferentes denominações, que somaram onze ocorrências - Nouvelles Financière (Notícias Financeiras), Section Économique et Financière (Seção Econômica e Financeira), Revue du Café (Revista do Café). Mais uma vez, a justificativa para o conteúdo, tido como muito importante, era torná-lo “interessante para nossos compatriotas de além mar”, para o que o jornal afirmou contar com colaborador encarregado de fornecer elementos detalhados e precisos.39 39 O mencionado colaborador não pode ser identificado. No original: “intéressante à nos compatriotes d’outre-mer” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 7 set. 1878, p. 3, tradução nossa).

Ainda que atividades industriais fossem saudadas, como no caso da Exposição Industrial Fluminense, cujos preparativos, inauguração e considerações sobre os principais participantes foram alvo de quatro artigos elogiosos de Deleau (que não perdeu a oportunidade de destacar que a renda destinava-se à alforria de escravos),40 40 A assinatura aparece apenas no primeiro artigo, mas é evidente que os demais foram escritos por Deleau (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 27 out. 1878, 8 dez. 1878, 15 dez. 1878, 22 dez. 1878). a real vocação do país, na sua opinião, “se encontra intimamente ligadas à uma inteligente exploração das riquezas contidas no seu solo”.41 41 “se trouve intimement liée à une intelligente exploitation des richesses contenues dans son sol” (LE MESSAGER DU BRESIL, 24 nov. 1878, p. 1, tradução nossa). Por esse razão, criticava os que identificavam a riqueza e o futuro de uma nação com o seu grau de industrialização. À inevitável comparação com os Estados Unidos, potência industrial, contrapôs uma imagem de tons paradisíacos acerca do Brasil:

Produtor por excelência de matérias primas, livre pelo clima tropical da preocupação de lutar contra as intempéries das estações do Norte, além de enriquecido sem muita dificuldade por um comercio cuja balança é quase constantemente favorável, o Brasil resistirá facilmente à tentação de imitar por vaidade o exemplo dos Estados Unidos; o país não procurará.42 42 Ainda que o artigo não seja assinado, a abordagem sugere fortemente autoria de Deleau. No original: “Producteur par excellence de matières premières, dispensé par le climat tropical du soin de lutter contre les intempérie des saisons du Nord, enrichi d’ailleurs sans trop de peine par un commerce dont la balance est presque constamment en sa faveur, le Brésil résistera aisément à la tentation d’imiter par gloriole l’exemple des États-Unis; il ne cherchera pas à devenir manufacturier avant d’avoir achevé la conquête agricole de son territoire” (LE MESSAGER DU BRESIL, 24 nov. 1878, p. 1, tradução nossa).

Se na Europa as terras eram escassas, o Brasil poderia abrigar milhões de trabalhadores e prestar ao continente “o serviço de a livrar de todos esses proletários que, sob o peso da miséria e da fome, se debatem nos braços do socialismo”, enriquecendo-se de “um exército de trabalhadores inteligentes e dóceis”.43 43 “le service de le débarrasser de tous ces prolétaires qui, sous le poids de la misère et de la faim, se débattent sous l’étreinte du socialisme”, enriquecendo-se de “un armée de travailleurs intelligents et dociles” (LE MESSAGER DU BRESIL, 24 nov. 1878, p. 1, tradução nossa). Vê-se, portanto, que a defesa da imigração, entendida como sinônimo de colonização, figurava na condição de solução ideal para ambos os lados.

Nem sempre, porém, a percepção do país era tão edulcorada. Ao referir-se ao surto de varíola, a folha clamou pela obrigatoriedade do atestado de vacina para adentrar as escolas, realizar exames preparatórios ou alugar uma casa, medidas tidas como elementares na França.44 44 Cf. Le Messager du Brésil (29 set. 1878). Já a decisão de diminuir o tempo de funcionamento da Biblioteca Municipal de até as 22 para as dezesseis horas motivou protestos, seguidos de uma comédia em dois atos na qual se tomavam medidas de pouca eficácia frente à desastrosa situação econômica de uma ilha distante.45 45 Cf. Le Messager du Brésil (15 dez. 1878). Tampouco faltaram críticas ao ensino praticado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro: apesar das esperanças depositadas no ministério liberal para alterar a situação então vigente, Deleau (que não conseguiu ser aceito na instituição) evocou sua condição de professor de Ciências Físicas e Matemática para traçar um quadro bastante pessimista, não apenas da faculdade, mas da educação e mesmo do brasileiro em geral: “Tudo é uma questão de aparência; há um verniz de educação, um semblante de cultura, um mais ou menos de todas as coisas, com desdém ou indiferença exatamente por tudo o que faz a força do espírito, o método e a precisão”.46 46 “Tout est dans l’apparence; on a un vernis d’éducation, un semblant de culture, un à-peu-près de toutes choses, avec le dédain ou l’indifférence pour ce qui fait justement la force de l’esprit, la méthode et la précision” (LE MESSAGER DU BRESIL, 1 dez. 1878, p. 1-2, tradução nossa). Evidencia-se a tensão entre as potencialidades e oportunidades do país, para as quais se queria chamar a atenção, e o inconformismo frente à situação da época, frequentemente contraposta ao ideal francês, do que resultava a oscilação entre a percepção de paraíso e purgatório.

Já o interesse de Deleau pelos debates e novidades no campo da ciência manifestava-se nas seções consagradas ao tema: Section Scientifique, Revue Scientifique, Variété Scientifique (Seção, Revista, Variedade Científica), que somaram sete ocorrências e tratavam de temas candentes: origens e possíveis antídotos para o potente veneno indígena curare, problema que então dividia a comunidade científica; os novos projetos de Thomas Edison; os avanços da medicina contra as infecções; e o combate ao espiritismo.

O Messager não reservou espaço para a crítica literária ou para os novos lançamentos, mas abrigou, em todos os números de 1878, o romance folhetim La femme de glace, de Adolphe Belot, autor de obra extensa (e não isenta de controvérsias morais) e colaborador frequente dos principais jornais franceses.47 47 Nos números 51, 54 e 55 a página dois foi ocupada por trechos de Le Pape de Victor Hugo, cuja publicação iniciou-se no Le Gil-Blas e foi interrompida no Messager. Não forma apresentadas justificativas para a republicação de trechos de Hugo. O teatro também foi presença constante (14 ocorrências) por meio de seções que, como era praxe no periódico, alteravam sua denominação: Théâtres, Revue des Théâtres, Petit Revue des Théâtres, Courrier des Théâtres (Teatro, Revista dos Teatros, Pequena Revista dos Teatros, Correio dos Teatros). Oito foram assinadas por Fantasio, ou seja, Émile Deleau, que comentava as peças em cartaz, com particular destaque para o Alcazar Lyrique Français (atuação dos artistas, comportamento do público, cenários, escolha do repertório), tal como para os consertos do Conservatório Musical. Por vezes, o cronista fazia questão de expressar seu desacordo em relação às opiniões expressas por outros críticos, ultrapassando a mera informação/descrição dos espetáculos. Aliás, a crítica à opera Eurico, do maestro português Miguel Ângelo Pereira, qualificada de sonífera em mais de uma oportunidade, mereceu resposta indignada, em termos nacionalistas, nas páginas da Gazeta de Notícia, o que se constitui em interessante indício48 48 Cf. Le Messager du Brésil (10 nov. 1878); a resposta em Gazeta de Notícias (19 nov.1878); a tréplica de Fantasio em Le Messager du Brésil (24 nov. 1878); e, ao lado desta tréplica, figura, ainda, outra blague contra a ópera com o título: “Enfoncé, le chloroforme”. acerca da recepção do Le Messager du Brésil, uma vez que um dos principais jornais do Rio de Janeiro deu-se ao trabalho de responder às observações do semanário francês.

A ironia, o humor e as atividades de entretenimento não desapareceram por completo das páginas do Messager, mas em vez de se espraiarem por toda a folha - inclusive no trato da política, como na fase anterior -, agora tal conteúdo circunscrevia-se a algumas colunas da penúltima página, que traziam charadas (duas ocorrências), notas espirituosas isoladas49 49 Veja-se Le Messager du Brésil (22 dez. 1878), no qual, antes de Balivernes o sotaque da Alsácia constitui-se no mote da piada. ou reunidas sob diferentes denominações: Balivernes (Disparates, oito ocorrências), remanescente do Le Gil-Blas, Choses Insensées (Coisas Insensatas, uma vez) e Gavrochardes (Brincadeiras, uma vez).50 50 O adjetivo remete ao personagem Gavroche, do romance Os miseráveis, menino parisiense, esperto, pequeno infrator, mas de bom coração. Estampavam-se igualmente blagues inocentes, várias das quais, após a polêmica na Gazeta de Notícias, faziam referência à opera Eurico.51 51 Lê-se: “À la représentation d’Eurico, le troisième acte touche à sa fin: - Quel est le passage qui vous plait le plus, demande un monsieur à son voisin de stalle? - (Le voisin regardant la porte avec des yeux pleins de convoitise) - Celui qui mène à la porte de sortie!”. [O terceiro ato de Eurico chega ao fim: - Qual a passagem que mais lhe agrada? Pergunta um senhor sentado ao seu lado. - (O vizinho olha para a porta com os olhos ávidos) - Aquela que conduz à porta de saída!”] (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 17 nov. 1878, p. 3, tradução nossa).

Na maioria das vezes, os números encerravam-se com página dedicada exclusivamente à publicidade. É interessante notar a diferenciação entre o preço do anúncio (100 réis a linha) e do reclame (500 réis a linha), conforme discriminado no cabeçalho do Messager. Tal diferenciação também vigorou no Le Gil-Blas a partir de maio de 1878, com valor fixo de 1$500 réis no primeiro caso e, no segundo, de 200 réis a linha, ou seja, houve significativa majoração no novo título.52 52 Em 1883, as opções diversificaram-se entre anúncios (100 e, a partir de setembro, 120 réis a linha), avisos (200 réis a linha), a pedido (200 réis a linha) e reclames, com valor acordado entre as partes. Nova alteração quando do reinício da numeração: a pedido não são mencionados e, a partir de novembro, os avisos tornaram-se gratuitos. Cabe esclarecer que por anúncio entendia-se a inserção de publicidade em espaço específico, imediatamente identificado pelo leitor, que tinha ciência da natureza e dos objetivos desse conteúdo. Em nada a diagramação diferia da presente em outros jornais do tempo, com anúncios de diversas dimensões e mobilização de diferentes famílias de tipos e tamanhos de letras, com ou sem ilustrações.

A partir do número 58 (17/11/1878), surgiram os Annonces Parisiennes (Anúncios Parisienses), separados dos Annonces, relativos a estabelecimentos nacionais, que vinham em seguida. O título é enganoso, pois sugere que comerciantes do outro lado do Atlântico estavam interessados em divulgar suas mercadorias no Messager. A despeito de o indicar endereço ser em Paris, quem se interessasse pelos produtos (aliás, sempre os mesmos: móveis, porcelanas, bronzes) deveria obter informações no endereço que então abrigava a redação e administração da folha, ou seja, Deleau atuava como intermediário dessas empresas. Antecedendo a rubrica “anúncios”, havia notas muito breves, de uma ou no máximo duas linhas, sob os títulos Renseignements utiles (Informações úteis, seis ocorrências) ou Maisons Recommandées (Estabelecimentos Recomendados, cinco ocorrências), organizadas pela natureza do serviço prestado (médico, dentista, parteira etc.) ou do estabelecimento (hotéis, farmácias, ourives, casas de exportação e importação etc.).

Já o reclame remetia a “um fenômeno jornalístico preciso: a inserção por um ‘anunciante’ (um empresário, um comerciante, um editor...) de um pequeno artigo de jornal, pago pelo solicitante”,53 53 No original: “un phénomène journalistique tout à fait précis: l’insertion par un ‘annonceur’ (un entrepreneur, un commerçant, un éditeur…) d’un petit texte rédactionnel dans la presse contre rétribution” (THÉRENTY, 2012, p. 91, tradução nossa). compondo as chamadas microformas jornalísticas. Note-se a diferença entre as duas modalidades de propaganda, pois no reclame o leitor já não dispunha de ancoragem segura, uma vez que era preciso ler o texto, em geral sem indicação de autoria, que figurava ao lado de seções e artigos do jornal para se dar conta de suas intencionalidades. Frente à praxe de alocar esse material na terceira página (ou seja, nas proximidades dos anúncios), não deveria ser difícil identificar o ardil. Esse tipo de publicidade foi presença constante (exceção feita a duas edições) e assumiu formas variadas. Assim, a seção Un conseil par semaine (Um conselho por semana, cinco ocorrências) referia-se, como o nome indica, às qualidade de determinado produto em textos que poderiam ocupar colunas inteiras, como se observa no caso do Tijuca, Grand Hotel Français (Tijuca, Grande Hotel Francês), que ainda informava que o anúncio do estabelecimento encontrava-se na quarta página.54 54 Le Messager du Brésil (3 nov. 1878). Promenades à travers Rio (Passeios pelo Rio, duas ocorrências) e Autour de la rue do Ouvidor (Em torno da Rua do Ouvidor, uma ocorrência) reuniam observações sobre diferentes produtos/estabelecimentos, apresentados em curtos parágrafos. Nos exemplos citados, os reclames foram estampados no interior de seções, o que talvez fosse uma estratégia para elidir que se tratava de matéria paga.

Além desse tipo de reclame, havia outros de dimensões variadas (desde um curto parágrafo até várias colunas), relativos a produtos, estabelecimentos e espetáculos, inclusive uma nota bastante extensa e detalhada sobre o funcionamento de um potente motor, assinada por E. D. A prática de identificar autoria era excepcional, e o fato de ter sido adotada nesse caso sugere supor que o fato de Deleau ser especialista em Ciências e Matemática agregava valor ao produto, cujo anúncio ocupou quase metade da quarta página e foi replicado em várias edições.55 55 Cf. Le Messager du Brésil (3 nov. 1878). Há um grande anuncio do motor na página 4 desse número, que se repete em edições subsequentes. Parecer certo que os reclames respondiam por parte significativa da receita do periódico e, não por acaso, o preço da linha era cinco vezes maior do que o cobrado para os anúncios. Os primeiros eram particularmente apropriados para um jornal que se apresentava como sério e respeitável, tanto que figuraram apenas nos dois últimos números do Le Gil-Blas.

A análise do ano de 1878 evidencia que o Messager, se não abandonou completamente o tom jocoso, confinou as blagues à seções específicas e continuou a ter a França e sua conjuntura política como elementos privilegiados, sem esmaecimento da defesa dos ideais republicanos. Mesmo quando o assunto era o Brasil, estava implícita a comparação com o Hexágono e a defesa de reformas que colocariam o país sul-americano na senda do progresso, tal como entendido pela folha, e que contribuiriam para engrossar a corrente imigratória francesa. Se Deleau deu novos rumos ao jornal, alterando inclusive seu nome, muitos traços da experiência anterior permaneciam, situação que foi se alterando à medida que seus laços com as elites políticas locais estreitavam-se. Não parece demais afirmar que o envolvimento com a realidade brasileira tendeu a esmaecer a imagem da pátria distante.

SEGUNDO MOVIMENTO: DA FRANÇA PARA O BRASIL (1883-1884)

Não há exemplares para 1879 e, entre 1880 e 1882, conta-se com poucos números, mas que permitem entrever deslocamentos nos rumos editoriais. Assim, a crônica de abertura, antes dedicada à França, deu lugar à conjuntura política brasileira, tanto que os dois números de 1880 abrem-se com a seção Brésil. Revue pour l’Europa (Brasil. Revista para a Europa) e o primeiro disponível para 1882 com Brésil. Chronique Locale (Brasil. Crônica Local). Se a França nunca deixou de estar presente, é sintomático que as notícias sobre o país figurassem agora numa única seção, Nouvelles de France (Notícias da França), deslocada, no mais das vezes, para a segunda página. Tais alterações ganharam contornos muito mais profundos no decorrer de 1883 e, sobretudo, em 1884.

Antes de investigar essas alterações e suas repercussões nos caminhos do Messager, é importante ter uma visão geral da folha entre 1883 e meados de 1884, momento anterior à segunda série. No que se refere aos aspectos gráficos, houve idas e vindas em termos de número de páginas e dimensões, enquanto os dois grandes blocos temáticos (Brasil e França) deslocaram-se por entre as páginas e exibiram peso relativo diverso. Era em torno deles que se organizavam as seções, com periodicidade variável, tal como observado para 1878. Esse foi o caso de Nouvelles Diverses (Notícias Diversas), que geralmente trazia notas e informes sobre outros países e acabou por sobrepor-se à Faits divers e Par ci par là (Aqui e lá), o que não significa, contudo, que não fosse possível encontrar esporádicas referências aos dois países também nesses espaços. Mortes de personalidades brasileiras e francesas continuaram a ser registradas, ainda que a prática de encimá-las com o dístico Nécrologie tenha se tornado cada vez menos frequente.

O Messager exibiu, em praticamente todos os números de 1883 e 1884, a seção Télégramme (Telegrama), ausente em 1878, com frequência especificando que os dados provinham do Jornal do Commercio. Essa situação se alterou a partir da segunda série, quando a folha passou a se valer do serviço telegráfico da agência Havas. Já Théâtre, também denominada Théâtre et Concerts (Teatro e Concertos) continuou compondo a folha até o final de sua circulação, porém, a frequência e o espaço ocupado diminuíram significativamente em relação a 1878. O Bulletin Bibliographique (Boletim Biliográfico), por seu turno, presente em exemplares de 1882, foi publicado de forma intermitente, com informes curtos sobre lançamentos de livros e revistas dos dois lados do Atlântico. A agora denominada Parte Commerciale (Parte Comercial), com dados sobre preços do café e valor do câmbio, sofreu interrupções de vários meses.

O jornal não descuidou do conteúdo literário e manteve a praxe de abrigar romance folhetim. O ano de 1883 abriu-se com Pervertis!, de Ernest Daudet, seguido de Paulette, de Hector Malot, e Pitchoun!, de Jean Ricard, enquanto em 1884 foi a vez de La cabanette, de Camille Debans, Feu Robert-Bey, de Armand Lapointe, e o inacabado L’Admiral, de Charles Lomon, conteúdo deslocado para o interior das páginas quando os exemplares tinham oito delas. Ainda no que diz respeito à ficção, havia a rubrica Variété (Variedades), que, em média a cada dois ou três números, apresentava narrativas ficcionais que, por vezes, ocupavam o espaço reservado ao folhetim. Assinadas por autores franceses de renome, a exemplo de Alexandre Hepp, Catulle Mendès, Charles Leroy, Émile Bergerat, Gaston Vassy, Guy de Maupassant, Paul Arène ou Theodore de Banville, davam à folha um ar de atualidade e diversidade.

Não era incomum que o mesmo exemplar trouxesse, além do rodapé com produção ficcional, outros nos quais se estampavam textos de natureza e temáticas diversificadas, a exemplo de comentários científicos. São os casos de uma eclipse solar explicada por Camille Flamarion ou análise de Deleau sobre obra de Domingos Freire consagrada à febre amarela. Por vezes, fosse nesse espaço ou por entre as colunas, os leitores deparavam-se com a transcrição de La vie à Paris, crônica quinzenal de Jules Claretie no Le Temps (Paris, 1861-1942), dedicada à agitada cena cultural da cidade. Mas a presença mais constante nesses rodapés foi a de Fantasio, responsável pelas seções Causerie (Conversação), em geral publicada aos domingos e com ocorrências já registradas em exemplares de 1882, e Pistolets de Paille (Revolver de palha), que saiu entre dezembro de 1883 e maio do ano seguinte, sempre às quintas-feiras e cujo título sugeria diálogo com a famosa coluna Balas de Estalo, então publicada na Gazeta de Notícias. Era aqui que o diretor exercitava suas habilidades de cronista e abordava os temas mais variados, sem perder a oportunidade de insistir nos que lhes eram caros, com especial destaque para os interesses da colônia e do comércio francês, a defesa da imigração europeia e a condenação da asiática, o registro civil, a divulgação dos produtos brasileiros na Europa e os problemas cotidianos do Rio de Janeiro, como a falta de água, frequentemente regados com pitadas de ironia e bom humor.

Vale registrar a quase onipresença de Deleau, fosse com seu próprio nome, pelas iniciais ou como Fantasio. Ele também fazia questão assumir a responsabilidade pelas muitas traduções que preenchiam as páginas do periódico, fossem excertos da imprensa brasileira, projetos de leis, discursos, declarações imperiais ou de políticos locais. Assim, o Messager expressava suas concepções, o que permite discernir os ideais que apoiava e os que combatia. É sintomático que a verve humorística do jornal perdesse cada vez mais fôlego, ficando restrita à Balivernes, seção que, normalmente, antecedia a publicidade e que, ao longo de 1884, foi substituída por Mots de la fin (Palavras finais).

Publicações a pedidos, avisos e anúncios continuavam, como era praxe, a fechar os exemplares. A primeira modalidade, presente pelo menos desde os últimos exemplares de 1882, tendeu a rarear no segundo semestre do ano seguinte, enquanto os avisos e anúncios continuaram a ocupar as colunas finais e, nas edições da segunda série (que contavam com oito páginas), vinham estampados nas derradeiras, inclusive em português - o que não ocorria antes. Já os reclames, tão frequentes em 1878, deixaram de compor as páginas da folha. Ao longo de todo o ano de 1883, informou-se que Gallien & Prince, instalados em Paris, eram os agentes exclusivos para publicidade de marcas francesas, o que não se constituía numa particularidade do Messager, uma vez que a empresa tinha a representação de diversos jornais do Brasil e da América Latina.56 56 Cf. Mermet (1880), que lista os jornais que tinham acordo com a empresa, entre eles o Messager. Informação idêntica em 1883, p. 635, sempre relativa ao ano anterior. Esse dado não mais é referido no ano seguinte.

O período compreendido entre 1883 e meados de 1884 configura um momento diverso do observado para 1878 no que concerne às temáticas predominantes. Essa mudança não ocorreu de forma brusca, como indicam os poucos números relativos aos anos anteriores. O primeiro exemplar disponível para 1883 é o número 282 (1/2), momento em que a folha já firmava-se no contexto da imprensa da Corte. O anunciado protagonismo do Brasil confirmou-se plenamente ao longo de 1883. Assim, nos dois últimos anos de circulação, a primeira página sempre estampou temas brasileiros, com o conteúdo iniciando-se, quase invariavelmente, com a seção intitulada Brésil. Eram abordados assuntos candentes - debates no Senado e na Câmara do Deputados, mudanças de gabinetes, atividades ministeriais, relações do Brasil com seus vizinhos, questões econômicas, instrução pública, imigração, condições sanitárias do Rio de Janeiro, com destaque para a temida febre amarela e os cortiços, atividades da Câmara Municipal. A esse conjunto somavam-se questões que tocavam de perto os franceses aqui residentes, ou seja, o cotidiano das suas associações e a política em relação aos estrangeiros, mas igualmente os interesses franceses e o comércio de produtos do Hexágono. Sobre o último tema, o Messager travou uma verdadeira batalha contra a decisão da Junta de Higiene de proibir produtos farmacêuticos franceses sob a alegação de que o conteúdo não correspondia aos rótulos.

O deslocamento temático em direção ao Brasil pode ser observado no esmaecer de assuntos diretamente vinculados aos interesses dos franceses residentes no país, muito presentes na seção Brésil até meados de 1883, o que fazia do Messager porta-voz da colônia, tendo em vista a atenção dedicada às ações e entidades que os congregavam. Assim, todo o primeiro semestre de 1883 foi dominado pela preparação das comemorações do 14 de Julho, o que fornece oportunidade para acompanhar disputas internas, particularmente intensas, no decorrer do referido ano. As reuniões para a votação do comitê responsável pelos festejos, os debates em torno dos nomes escolhidos, as reações às declarações do presidente, os desacordos sobre o local da festa, quem convidar, enfim, cada decisão era cercada por discussões que ocupavam as páginas do Messager, fosse com artigos do diretor, circulares dos organizadores, protestos ou contestações estampadas nas publicações a pedido. Nesse mesmo espaço, também é possível acompanhar as convocatórias, reuniões, relatórios, novos sócios e eleições das diferentes entidades francesas da Corte.

A festa nacional e republicana, como era denominada, foi tema do número 249 (13/7), integralmente dedicado à efeméride, com tiragem de cinco mil exemplares.57 57 Dados da tiragem são raros. Sabe-se que da edição n. 272 (24/12/1882), com suplemento especial e seis páginas, imprimiram-se quatro mil cópias, como anunciou Le Messager du Brésil (17 dez. 1882). O n. 197 (17/7/1881), foi quase todo dedicado ao 14 de Julho, o que indica tratar-se de uma prática. Nas edições subsequentes, a folha esmerou-se em noticiar comemorações realizadas em outros espaços: Paris, São Paulo, Buenos Aires e Montevidéu. É eloquente o contraste com 1884, quando o Messager pouco tratou do tema e, em vez da tradicional edição dedicada à festa, no número que antecedeu e sucedeu a efeméride, apenas uma das oito páginas lhe foi dedicada, enquanto Fantasio publicou crônica bastante crítica ao evento e à colônia como um todo.58 58 Le Messager du Brésil (17 jul. 1884).

Ao longo do ano de 1883, a Alemanha e a Alsácia-Lorena constituíam-se numa questão sensível, foco de muitos debates. Os lamentos em relação à perda da região eram frequentes, e o tom elevou-se bastante quando a Revue Commerciale, Financière et Maritime publicou artigo no qual Charles Morel afirmou que somente os alemães, com alguma dose de razão, poderiam reivindicar sua posse. A interpretação rendeu forte oposição do diretor do Messager e de vários membros da colônia, que assinaram manifestos e não pouparam críticas a Morel nas publicações a pedido.59 59 Ver o Le Messager du Brésil (3 jun. 1883), que aborda em detalhes o tema ao longo da edição e reproduz o trecho do artigo de Morel que originou o problema. Não é possível, nos limites desse texto, explorar as muitas possibilidades de análise que o conteúdo relativo à comunidade residente no Brasil enseja, inclusive para além das fronteiras nacionais, uma vez que Deleau não se furtava a debater com jornais em francês publicados em outras capitais latino-americanas. Importa destacar que, pelo menos nos meses iniciais de 1883, os tópicos que mobilizavam os franceses eram muito presentes e faziam do Messager espaço privilegiado para acompanhar o cotidiano dos residentes no Rio de Janeiro. Contudo, é perceptível o recuo progressivo dessa discussão, pois a seção Brésil, na qual temas relevantes para a colônia eram registrados, tendeu a concentrar-se nas diversas questões que envolviam o problema da substituição da mão de obra.

Note-se que o Brasil era novamente evocado em outra seção, Nouvelles du Brésil (Notícias do Brasil), estampada logo após a de abertura e que, em geral, trazia notas sobre ocorrências nas províncias e eventos sociais na Corte, chegadas e partidas de figuras importantes, falecimentos, campanhas do jornal, como a relativa às doações para a estátua de Gambetta, entre uma miríade de outros temas. A diagramação, assim como o montante de textos que, direta ou indiretamente, tinham por foco o Império, evidenciava afastamento crescente em relação a 1878, pois não apenas o país de acolhimento ganhava centralidade na espacialidade da folha como as temáticas que empolgavam o seu cotidiano político passaram a aparecer com destaque no Messager. A pátria distante seguia objeto de atenção, mas é sintomático que as diferentes notícias sobre o país, com destaque crescente para as disputas coloniais, tenham sido reunidas na seção intitulada France, alocada depois dos temas brasileiros.60 60 Não é possível analisar em detalhes as escolhas do jornal em relação à França, tarefa complexa e que demanda estudo específico.

É possível identificar um rol de preocupações que, se já era perceptível desde o lançamento do Messager, acabou por absorver as atenções e tornar-se dominante. Um aspecto, já mencionado no programa de 1878, dizia respeito à difusão das potencialidades do país na Europa, o que tornava incontornável tocar na nossa situação econômica, na crise do sistema escravista, nas condições (des)favoráveis para a vinda de imigrantes, que permitem apreender a posição do jornal em relação à conjuntura política e ao futuro do país. Daí a atenção aos projetos governamentais em prol da colonização, a discussão em torno da produção cafeeira ou da situação sanitária, noutros termos, o Messager, tal como sugeria seu título, evocava para si a missão de ser o porta-voz do país na Europa e, mais especialmente, no Hexágono.

Na perspectiva do jornal, a resposta para as dificuldades econômicas e a crescente onda de reivindicações sociais que assolavam a França residiria na imigração. O empenho da folha, portanto, estava longe de vincular-se somente às necessidades do Brasil. Se a agricultura era apresentada como nossa única possibilidade de futuro diante da vastidão do país, escassez populacional, crescente oposição ao regime escravista e crônica carência de investimentos, parecia óbvio que a saída residia na mão de obra estrangeira. A esse quadro contrapunha-se a crescente agitação operária na França, daí a sugestão de enviar parte dos compatriotas mais carentes para lavrar áreas férteis e não ocupadas do Império.61 61 Cf. Le Messager du Brésil (1 abr. 1883).

A equação proposta esbarrava em dificuldades de diferentes ordens, a começar pelo pouco interesses dos franceses em partir, mesmo quando ameaçados por grandes perdas, como a que então acometia os vinhedos. A culpa era atribuída aos atraentes salários pagos na indústria, não disponível nos países jovens, mas caso o indivíduo procurasse

[…] a vida fácil, o bem estar e conforto sem muito trabalho, ele encontrará facilmente nos países hospitaleiros da América do Sul, com independência e perspectiva de tornar-se proprietário, sem grande soma de esforços. Infelizmente, essas vantagens não saltam imediatamente aos olhos do cultivador que nunca saiu do seu campo; ele permanece apegado à sua gleba porque ninguém lhe ensinou que além do Oceano estendem-se planícies imensas e férteis, quase inabitadas, onde poderá facilmente aplicar sua atividade à culturas rentáveis. Nunca a ocasião foi mais favorável que agora.62 62 No original: “[…] la vie facile, le bien-être et l’aisance sans beaucoup de travail, il trouvera facilement dans les pays hospitaliers de l’Amérique du Sud ces avantages, avec l’indépendance et la perspective de devenir propriétaire, sans une grande somme d’efforts. Malheureusement, ces avantages ne sautent pas immédiatement aux yeux du cultivateur qui n’a jamais quitté son champ; il resta attaché à la glèbe parce que personne ne lui apprend qu’au-delà de l’Océan s’étendent des plaines immense et fertiles presque inhabilitées, où son activité pourra facilement s’appliquer à des cultures rémunératrices. Jamais occasion plus favorable ne s’est présentée que maintenant” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 3 maio 1883, p. 1, tradução nossa). A questão da inaptidão dos franceses para imigrar articulava-se à constituição do império colonial. Ver, por exemplo, argumentação acerca da qualidade do imigrantes francês em Le Messager du Brésil (6 set. 1883).

Divulgar o Brasil na Europa era tarefa urgente e essencial para vencer resistências, que o jornal imputava ao desconhecimento e à ignorância das magníficas oportunidades que esperavam aqueles que se interessassem em tentar a vida sob um novo céu. É difícil apurar a efetiva circulação da publicação na Europa, mas é certo que havia diálogo com jornais redigidos em francês e impressos em outros países da América Latina (o que aponta para trocas supranacionais entre compatriotas radicados fora da França), mas também com publicações produzidas na Europa, igualmente em francês, por indivíduos provenientes do novo continente, demarcando circuitos cuja cartografia detalhada ainda está por ser feita.

Deleau, talvez revelando boa dose de ingenuidade ou de autoconfiança, apostava no Messager para cumprir tal papel, que já era desempenhado por outros, com destaque para o correspondente do Jornal do Commercio em Paris, Frederico José de Sant’Anna Nery, responsável pela famosa coluna Ver, ouvir e contar, e contra quem ele travou um combate sem tréguas. O cronista, que deixou o país bem jovem e radicou-se na Europa, era um inimigo poderoso, que mantinha fortes relações com o Vaticano e com o conde D’Eu, sendo voz corrente na imprensa que recebia favores governamentais para defender os interesses brasileiros no velho continente. Nery transitava com desenvoltura nos meios intelectuais europeus, colaborava com diferentes jornais italianos e franceses, dirigiu, entre 1881 e 1882, Le Brésil. Courrier de l’Amérique du Sud (Paris, 1881-1922) e, em 1883, esteve à frente da Revue du Monde Latin (Paris, 1883-1896), além de contribuir com a Revue Sud-Americaine (Paris, 1882-1890), dirigida pelo diplomata argentino Pedro Lamas.

O Messager estabeleceu intenso diálogo com esses impressos, que assumiu tons particularmente ácidos em relação ao último, visto como detrator do Brasil e defensor dos interesses da Argentina. O jornal de Deleau demonstrou particular preocupação com a república vizinha, tanto que era comum a reprodução de excertos de jornais argentinos pouco abonadores ao Brasil, invariavelmente rebatidas pelo Messager, como se observa em relação ao longevo Le Courrier de la Plata (Buenos Ares, 1865-1946) e do L’Union Française (Buenos Aires, 1880-1891). No caso do último, é possível acompanhar curiosa disputa na qual cada folha defendeu as oportunidades e potencialidades que “seu” país anfitrião proporcionava aos imigrantes, mais um indício do deslocamento dos interesses do jornal de Paris para o Rio de Janeiro.63 63 Cf. Le Messager du Brésil (21 out. 1883). A indignação do jornal portenho refere-se ao artigo homônimo, publicado no Le Messager du Brésil (30 ago. 1883).

Se, nos tempo do Le Gil-Blas, as rusgas de Deleau com Nery ficavam por conta dos constantes reparos do brasileiro à República Francesa, simpatia pelo regime monárquico e valores católicos, em 1883 e 1884 o pomo da discórdia residia nas imprecisões e/ou caracterizações edulcoradas do representante oficioso do Império.64 64 Cf. Le Messager du Brésil (25 mar. 1883), que, de forma irônica, denunciou o perfume de Figaro e de sacristia das colaborações de Nery no Jornal do Commercio. Eram frequentes as críticas dirigidas à coluna do cronista, às imprecisões e informações errôneas presentes no livro La question du café (1883, A questão do café), distribuído na exposição do café brasileiro organizada pelo Centro da Lavoura e Comércio em Paris, assim como os reparos ao romance Le pays du café. Voyage de M. Durant (1882, O país do café. Viagem do Sr. Durant). Na análise do último, Deleau esmerou-se em ressaltar o desconhecimento do autor acerca das riquezas, costumes e necessidades de um país no qual não vivia, além de não perder a chance de ironizar acerca da descrição da Baía de Guanabara, que Nery ainda não tivera a oportunidade de cruzar.65 65 A análise iniciou-se no número 333 (29/7/1883) e terminou no 342 (30/8/1883), não figurando nos números 340 e 341. O Centro da Lavoura e Comércio (1881), fundado por comerciantes de café, entre os quais Eduardo de Lemos e Joaquim da Costa Ramalho Ortigão, era uma entidade privada que visava divulgar o produto via exposições no país e no exterior e cujas ações encontraram largo espaço na folha. Cf. Le Messager du Brésil (16 dez. 1883).

Registre-se, ademais, a preocupação de traduzir opiniões que outros órgãos de imprensa estampavam sobre Nery, a exemplo da saraivada que se seguiu à negação da existência da febre amarela. Tal postura rendeu ao cronista pesada reprovação do Correio Paulistano (SP, 1854-1963) e a irônica observação de que o seu otimismo desmedido transformava o Brasil no país da Cocanha, atitude considerada prejudicial aos interesses nacionais, crítica efusivamente aplaudida pelo Messager.66 66 Cf. Le Messager du Brésil (26 abr. 1883). Ver, na primeira página, o artigo “Propagande intelligente” e na segunda, “Notre décoration!”, interessante por expressar a missão abraçada pelo jornal. Já a mencionada exposição dedicada ao café, elogiadíssima por Nery, recebeu avaliação muito diversa de Artur Azevedo, que também a visitou. As ácidas observações do escritor foram traduzidas e reproduzidas no Messager.67 67 Le Messager du Brésil (6 maio 1883).

Era frequente que esses conteúdos, fosse para apontar os limites das ações em curso ou para propor outras tidas como mais eficientes, viessem encimados pela denominação Le Brésil en Europa (O Brasil na Europa) ou La propagande en Europe (A propaganda na Europa). Configuravam-se, assim, como verdadeira campanha do jornal, que se apresentava como o efetivo defensor do país, capaz de reconhecer suas possibilidades, a despeito de apontar seus problemas e sugerir soluções. É sintomático que, pouco depois de o Ministério da Agricultura anunciar, em novembro de 1883, a intensão de produzir brochuras com mapas e informações sinceras e escrupulosas, o Messager decidisse produzir o Almanach du Méssager du Brésil, distribuído gratuitamente aos assinantes, enviado a todas as províncias e aos principais portos de embarque europeus e navios que cruzavam o oceano em direção à América do Sul, além de consulados, legações, gabinetes de leitura, hotéis, cassinos, estações termais e balneárias. No que se refere ao conteúdo, tratava-se de fornecer ao leitor informações úteis sobre a capital e demais províncias do país, com dados estatísticos precisos e informações relevantes para os imigrantes. O periódico cumpriria, portanto,

um duplo objetivo: por um lado, ele trará todas as informações práticas necessárias para o morador do Rio, o recém chegado ou o viajante em trânsito e, por outro, os colonos, negociantes e todos aqueles que, na Europa, desejem relacionar-se com o Brasil poderão dele extrair as melhores e mais úteis informações.68 68 A primeira referência ao Almanaque está no número 364 (13/11/1883). No original: “un double but: d’un côté, il contiendra tous les renseignements pratiques nécessaires à l’habitant de Rio ou au nouveau débarqué, ou au voyageur en transit, de l’autre côté les colons, négociants et tous ceux qui en Europe désirent se mettre en relation avec le Brésil, pourront y puiser les meilleurs et les plus utiles informations” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 22 nov. 1883, p. 2, tradução nossa).

O jornal parecia desejar tomar para si a tarefa de apresentar o país, mas com os custos da empreitada cobertos pelos anunciantes, convidados a ocupar as páginas do Almanaque e para os quais se prometia retorno garantido do investimento. Até onde se sabe, a publicação não passou do primeiro número.69 69 A Biblioteca Nacional possui um exemplar do Almanaque, não digitalizado.

A tensão entre otimismo e pessimismo mesclava-se no Messager, com lamentos frente à inércia governamental no enfrentamento aos problemas nacionais e comparações pouco abonadoras com os Estados Unidos, a Austrália e a República Argentina. Os impactos do fim da escravidão, regime sempre condenado em suas páginas, e os desafios para a criação de um mercado de trabalho livre foram insistentemente analisados. A perspectiva eurocêntrica evidenciava-se no clamor em prol do imigrante do velho continente, na ferrenha oposição ao trabalhador asiático, na alegada apatia e incapacidade do elemento nacional e dos libertos, na preocupação de evitar que o estrangeiro morigerado se transformasse em caboclo ou na afirmação de que éramos um país sem povo, fórmula que fez escola e foi retomada em diferentes circunstâncias.70 70 Ver, por exemplo, Le Messager du Brésil (2 ago. 1883, 4 out. 1883); e, em relação ao temor que o imigrante, por falta de condições para prosperar, se tornasse um caboclos, ver Le Messager du Brésil (8 nov. 1883). Fantasio sintetizou as características da cultura nacional ao analisar, com boa dose de ironia e perspicácia, a expressão para inglês ver, que evidenciaria o gosto pela aparência e a falta de efetividade dos brasileiros, manifesta em atitudes da vida cotidianas, mas também - o que lhe parecia ainda mais grave - no campo da ação política, com belos e jamais realizados projetos destinados a serem esquecidos nas gavetas dos arquivos.71 71 Cf. Le Messager du Brésil (30 set. 1883).

À ausência de disposição das elites dirigentes para resolver os graves problemas do país somava-se a não menos complexa tarefa de mudar a mentalidade do proprietário de terras, de modo a fazê-lo compreender que não lhe cabia imiscuir-se na vida privada dos colonos. Ao comentar um entrevero dessa natureza, o jornal condenou o tratamento dispensado a indivíduos livres e a postura do fazendeiro que “em lugar de se contentar em aproveitar do trabalho deles, ele também vigia as suas ações”.72 72 No original: “au lieu de se contenter de profiter de leur travail, il a surveillé aussi leurs actions” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 28 jun. 1883, p. 2, tradução nossa). Projetos de outras províncias, como a proposta pelo Amazonas, eram comentadas e detalhadas na folha. Ver Le Messager du Brésil (14 jun.1883). Em muitas oportunidades, a seção Brésil tratou do tema, sem poupar críticas à lei de 1879, que regia a locação de serviços e dava ao contratante o poder de mudar termos ao seu bel prazer.73 73 Um bom exemplo se encontra em Le Messager du Brésil (25 out. 1883). Antonio Prado, por seu turno, era apresentado como exemplo de proprietário consciencioso e não faltavam elogios ao modo como lidava com trabalhadores livres.74 74 Ver, por exemplo, Le Messager du Brésil (1 nov. 1883).

Atento à conjuntura local, Deleau fazia coro com o deputado conservador Alfredo d’Escragnolle Taunay no protesto contra projeto de lei que facilitava a expulsão de estrangeiros,75 75 Cf. Le Messager du Brésil (8 nov. 1883). Na edição subsequente, o jornal publicou protesto de editores de periódicos em língua estrangeria contra a medida, que rendeu comentários no decorrer de vários números. assim como aplaudia as mudanças no sentido oposto, a exemplo da gratuidade da naturalização, e as propostas do político, fosse a que permitia aos estrangeiros integrar o conselho municipal ou a que previa amplo processo de naturalização.76 76 Cf. Le Messager du Brésil (19 jul. 1883, 23 ago. 1883), nos quais os projetos foram reproduzidos, devidamente traduzidos par ao francês. Alertava, contudo, que era preciso ir além e clamava pela instituição do registro civil, desfilando um longo rosário de argumentos em favor da medida,77 77 Cf. Le Messager du Brésil (26 jul. 1883). assim como batia-se em prol da secularização dos cemitérios e do direito à cremação.78 78 O polêmico tema foi defendido com ardor por Deleau. Ver, por exemplo, Le Messager du Brésil (26 abr. 1883). A seção Balivernes, por sua vez, estampou várias piadas sobre o tema. Não por acaso, o jornal elogiava a produção intelectual de Taunay,79 79 Cf. Le Messager du Brésil (29 jul. 1883), antecedido por considerações muito elogiosas do tradutor, que confessou a dificuldade da empreitada. Prosseguiu até o número 335, sempre no rodapé. visto como um importante aliado, assim como saudou a fundação da Sociedade Central da Imigração (1883-1891), entidade que contou com ativa participação do deputado e era presidida por seu primo, Henrique Beaurepaire Rohan.80 80 O jornal traduziu o manifesto da entidade, encimado por texto elogioso de Deleau: “Société Centrale d’Immigration” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 15 nov. 1883).

Se é certo que Deleau, desde 1878, referia-se constantemente aos desafios colocados pelo fim do regime de trabalho escravo, ao peso da religião católica, às restrições em termos de direitos de cidadania, mesmo para os naturalizados, e clamava pelo estabelecimento de ampla política em favor do que entendia por colonização, é perceptível que, a partir de meados de 1883, tais questões passaram a ser analisadas com grau de detalhamento e profundidade até então inéditos, tanto que a seção Brésil, antes com duas ou três colunas, passou a ocupar toda uma página. Considerações minuciosas sobre as diferentes modalidades de imigração (espontânea, patrocinadas pelo poder público ou via contratos privados), as formas de incrementá-las, as vantagens, dificuldades e entraves relativos a cada uma delas, os limites da ação do Estado no trato da questão tornaram-se cada vez mais frequentes. Discutia-se detalhes acerca das formas de parceria e/ou pagamento de salários, considerados meios transitórios para se chegar a um país povoados por pequenos proprietários de terra,81 81 A análise detida da questão pode ser encontrada em Le Messager du Brésil (13 dez. 1883). inclusive em relação à produção de café, para o que se recorria ao modelo da viticultura francesa e às diferentes relações de trabalho em vigor naquele país.82 82 Ver as críticas em Le Messager du Brésil (13 set. 1883).

Ao lado da absorvente questão da mão de obra, figuravam avaliações sobre a situação financeira do país, os déficits orçamentários, o papel moeda e o sistema bancário. As ponderações da seção encontravam eco em outros órgãos, com destaque para o Correio Paulistano, em cujas páginas era comum encontrar a tradução de excertos da seção Brésil, no mais das vezes em termos elogiosos. Já com a Gazeta da Tarde (RJ, 1880-1901) o desacordo era evidente, pois o órgão francês colocou-se resolutamente contra a possibilidade de emancipação imediata defendida pela Gazeta, por considerá-la inexequível. Se os tópicos não eram propriamente novos, a grelha analítica tornou-se muito mais complexa, indicando que os textos não haviam sido escritos por Deleau.

E, de fato, quarenta e quatro dos artigos que compuseram a seção Brésil entre agosto de 1883 e junho do ano seguinte foram reunidos por Louis Couty, que estava no país desde 1879 em função de ter sido contratado pelo governo imperial como professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, sob o título Ebauches Sociologiques. Le Brésil en 1884 (Esboços sociológicos. O Brasil em 1884). O índice da obra, impressa na tipografia do Messager e editada por Faro & Lino, não seguiu a ordem de publicação no jornal, apresentando os textos agrupados em dez grandes temas. A resenha do livro, assinada por E. D., foi publicada no número 423 (8/6/1884),83 83 O livro recebeu críticas, veja-se a resposta de Deleau à Gazeta da Tarde em Le Messager du Brésil (22 jun. 1884). Cabe notar que, no livro, os textos Richesse et travail e La quadrature du circle trazem a data de 1884, quando de fato forma publicados em 1883. ao lado de artigo de Couty já impresso na obra e cuja conclusão saiu no número subsequente. Note-se que foi justamente na última edição do mês de junho que os leitores foram comunicados que o jornal entraria em nova fase.

TERCEIRO MOVIMENTO: O NOVO MESSAGER

Na edição que antecedeu às mudanças, as novidades foram apresentadas ao leitor como “uma evolução natural”, uma vez que o jornal passava “do período pessoal à fase coletiva” ao se tornar “o centro de uma série de publicações novas”,84 84 No original: “une évolution naturelle”, “de la période personnelle à la phase collective” e “le centre d’une série de publications nouvelles” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 29 jun. 1884, p. 1, tradução nossa). capitaneada por uma sociedade especialmente constituída com o fim de divulgar informações precisas sobre as potencialidades e oportunidades oferecidas pelo Brasil. O texto, que certamente foi escrito por Deleau, não fornecia maiores detalhes quanto aos membros da entidade e tampouco deixava suficientemente explícito que ele não tinha o comando exclusivo da publicação, compartilhada com (e quiçá transferida de fato para) outras mãos, acordo que deve ter incluído também a tipografia da folha.

A dubiedade prosseguia com esforço para preservar a condição do Messager como o representante dos interesses franceses, a despeito de ter em vista, daí em diante, o desenvolvimento das relações comerciais, sobretudo com a Europa. De maneira retórica, perguntava-se se tal intento também não seria uma forma de contribuir para a prosperidade dos estrangeiros aqui estabelecidos. O tom oscilante da nota, que remete à Europa, mas também à França e ao Brasil, deixou patente o desejo de não descaracterizar de todo a identidade e a reputação da folha, agora transformada em órgão franco-brasileiro, tanto que parte do seu conteúdo deveria ser estampado também em português. A argumentação, bastante tortuosa, asseverava que os franceses começavam a abandonar a prevenção contra a imigração, o que sugeria que as informações sobre o Brasil se destinavam a esse público, ao mesmo tempo em que repisava a carência de braços que havia deste lado do Atlântico. Noutros termos, deslizava-se da Europa para França e vice-versa, o que acentuava o tom hesitante da proposta.

A edição seguinte, que marcou o início da nova série, trazia uma circular em português que, mais uma vez, explicitava a decisão de levar adiante a causa brasileira na Europa, tanto por meio do bissemanário quanto de um novo mensário bilíngue, a Revue de France et du Brésil, que teve dois números publicados em agosto e setembro de 1884, impressos na gráfica do Messager.85 85 A Biblioteca Nacional de Portugal possui os exemplares, nos quais figuraram Taunay, Ferreira de Araújo e Louis Couty. Na primeira edição, artigo sobre a imigração francesa assinado por X deve ser de Deleau. Entre os colaboradores dos volumes estão: Machado de Assis, Souza Bandeira e Manoel da Rocha. A circular era assinada por Antonio da Silva Prado, importante político e fazendeiro paulista, o comerciante português Joaquim da Costa Ramalho Ortigão, então vice-presidente do Centro da Lavoura e Comércio, o jornalista José Ferreira de Araújo, um dos proprietários da Gazeta de Notícias, os políticos Alfredo d’Escragnolle Taunay e Rodolfo Epifânio de Sousa Dantas, cujo pai ocupava na época os cargos de presidente do Conselho e de ministro da Fazenda, além dos franceses Louis Couty, que, como mencionado anteriormente, era colaborador assíduo do jornal pelo menos desde meados do ano anterior, e Émile Deleau, o antigo proprietário.

É evidente a assimetria entre os componentes, tanto em termos econômicos quanto de projeção social e política, com franca superioridade dos brasileiros. Deleau, por seu turno, ocupava a posição mais frágil, pois seus recursos financeiros nem de longe poderiam ombrear com os dos brasileiros e tampouco seu prestígio e reconhecimento no campo científico e cultural se aproximavam dos desfrutados por Louis Couty. Tal jogo de forças indicava que este se tratou de um negócio e é possível que a forte identificação entre o jornal e Deleau explique o interesse da sociedade em mantê-lo no quadro diretivo. Para o cargo de administrador-gerente os sócios designaram Georges Lardy, informação indisponível nas páginas do Messager, mas registrada no chamado Almanaque Laemmert de 1885 e, portanto, relativo ao ano anterior.86 86 Não se conhece a trajetória de Lardy, mas seu nome figura em outras publicações da colônia.

Cabe perguntar as razões que levaram esse grupo, formado por figuras tão poderosas, a assumirem o Messager em vez de fundar outro título, indagação para a qual se conta apenas com respostas hipotéticas. De saída, é preciso não perder de vista que o jornal possuía uma tipografia própria e bem equipada e que acumulava quase uma década de circulação, ou seja, tratava-se de um título consolidado e que desfrutava de legitimidade no cenário da imprensa nacional, assim como mantinha intenso diálogo com outras publicações redigidas em francês, idioma da diplomacia, dos negócios e da elite culta. A pretensão de divulgar o país já fazia parte de seus objetivos, como atesta o lançamento do Almanaque, distribuído em janeiro de 1884, portanto antes do início da segunda série. Já a série encetada por Couty, desde meados de 1883, colocara o título no centro dos debates que empolgavam a imprensa, os meios políticos e a opinião pública. No que tange às relações pessoais, Deleau era próximo do grupo da Gazeta de Notícias, matutino que, desde a época do Le Gil-Blas até o final de 1881, imprimiu a folha.

Caracterizada como desinteressada, verdadeira e distante de grupos políticos, a missão do novo Messager era combater o desconhecimento acerca do país, os preconceitos difundidos por viajantes e turistas apressados, assim como os exageros e excessos em relação às suas riquezas e oportunidades, missão que até então havia sido realizada, segundo os proponentes, de forma parcial e assistemática. Para tanto, a estratégia era difundir amplamente, no Brasil e no exterior, as duas publicações - Messager e Revue -, única tarefa para a qual contavam com o apoio do governo, já que os custos estavam a cargo dos associados.

O texto programático, tal como a nota de Deleau, não estava isento de tensões. Ao mesmo tempo em que se explicitavam as novas funções do jornal, asseverava-se que ele continuaria a ser o porta-voz da colônia francesa. Mais intrigante ainda era a descrição das transformações no conteúdo:

Apresentará duas novas seções: a primeira em francês e português, tratará das questões de transformação do trabalho e dirigir-se-á principalmente aos capitalistas estrangeiros ou aos grandes fazendeiros; a segunda, em francês e italiano, dedicar-se-á sobretudo aos imigrantes já fixados no Brasil ou que para ele pretenderem vir. O jornal, com suas oito páginas, pode assim consagrar-se ao estudo, dia por dia, dos problemas de sua alçada.87 87 Le Messager du Brésil (3 jul. 1884, p. 1).

Cabe destacar que apenas a primeira seção foi de fato implementada, enquanto a segunda não saiu do papel, o que, somado ao fato de o Messager nunca ter estampado material em italiano, indica que o trabalhador imigrante, a despeito do mencionado, foi logo esquecido. Já na nota em francês, estampada ainda na primeira página e logo após o programa, as duas novas seções foram descritas de maneira bem diversa: “ao lado de artigos que se ocuparão especialmente do Brasil, publicará, sob o título Interesses Franceses, uma seção especial cujo objetivo está suficientemente indicado”,88 88 No original: “à côté des articles qui s’occuperont spécialement du Brésil, publiera sous de litre d’Intérêts Français une section spéciale dont le but est suffisamment indiqué” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 3 jul. 1884, p. 1, tradução nossa). informação, aliás, idêntica à fornecida na edição que antecedeu o início da segunda série.

A mudança mais evidente ficou por conta da seção Brésil, que cresceu significativamente em dimensões, passando a ocupar várias páginas. O texto que abria a seção, encimado até o número 29 (9/10/1884) pelo subtítulo Questions actuelles (Questões atuais), era estampado em português e francês, o que não necessariamente ocorria com o restante da seção. O conjunto, porém, fosse ou não bilíngue, tinha em vista posicionar-se diante da tensa conjuntura que opunha diferentes apreensões em relação à crise do sistema escravista. O projeto de Rodolfo Dantas, que dividiu o cenário político, foi intensamente discutido e defendido em suas linhas mestras, ao lado de temas como: a pequena propriedade; as medidas ministeriais e da assembleia provincial de São Paulo a respeito da imigração; os contratos de trabalho e seus regramentos, com tradução de exemplos considerados adequados; as ações da Sociedade Central de Imigração e a fundação de entidades particulares, a exemplo da Companhia Evolução Agrícola; as atividades do Centro da Lavoura e do Comércio em prol do café ou da recém-fundada Associação Comercial e Agrícola de São Paulo; discursos, propostas legislativas e artigos de outros órgãos em sintonia com as posições do jornal, que subordinava a abolição à existência de respostas concretas para a substituição da mão de obra. Ainda que o texto de abertura não trouxesse assinatura, prática, aliás, que continuava a ser adotada no restante do jornal, a leitura evidencia que a autoria era de Louis Couty, que se referia a posições anteriormente assumidas.

Não se admira que “Coisas Políticas”, coluna de Ferreira de Araújo na Gazeta de Notícias, fosse reproduzida e traduzida, prática que também se observa em relação aos projetos apresentados por Taunay e seus discursos no Parlamento, aos textos publicados por Ramalho Ortigão em órgãos da imprensa e aos posicionamentos de Antonio Prado. Era ainda na seção Brésil que o enfrentamento de publicações em francês, impressas em Paris ou em Buenos Aires, encontravam espaço, assim como os muitos (des)acordos diante dos demais títulos em circulação no Rio de Janeiro e em São Paulo, especialmente daqueles que defendiam a abolição imediata.

A decisão de publicar parte da seção em duas línguas não deixa de ser intrigante, pois, se o alvo era a Europa, cabe perguntar: por que estampar em português textos que estavam disponíveis para os leitores lusófonos? Parece mais plausível supor que a opção pelo português se justificava pelas acirradas disputas políticas em curso no país, o que tornava inadiável a intervenção no debate público. Firmar posição, convencer pela argumentação exaustiva e propor ações no presente pensando no futuro almejado se apresentavam como tarefas estratégicas diante dos múltiplos embates enfrentados, circunstância que impunha arregimentar forças para difundir a perspectiva que convinha ao grupo reunido em torno do jornal. Não bastava, portanto, convencer apenas os europeus, também era preciso assegurar a vitória no âmbito interno, razão pela qual a seção assumiu papel central no Messager e bateu-se pelo que se afigurava, na perspectiva dos proprietários, como os grandes desafios nacionais. Tendo em vista que o conteúdo descia a detalhes, fosse em termos das disputas legislativas, medidas governamentais ou controvérsias com outros órgãos de imprensa, o tão propalado objetivo de defender os interesses do Brasil na Europa acabou por perder força em face de questões que, se eram fundamentais para os embates internos, secundarizavam a missão, apresentada como primordial, de divulgar o país e suas potencialidades.

Já a outra seção inovadora, relativa aos interesses franceses, era bem menor em dimensões e tendeu, ao longo do tempo, a encolher ainda mais, passando a ocupar apenas duas ou três colunas. Merecem destaque também o debate acerca da propriedade industrial, cujo desrespeito causaria sérios prejuízos à França, as denúncias de contrafações, a perda de espaço dos produtos franceses para os ingleses e alemães, o clamor por reformas no serviço consular e no recrutamento de seus servidores, pois a entidade era vista como ineficaz quando se tratava de fornecer dados precisos sobre o país para comerciantes e industriais franceses, e as considerações sobre a criação de câmaras de comércio, o perfil e as atribuições da entidade. Vale destacar a interessante contraposição entre as colônias resultantes de conquistas militares e o que o jornal denominava de colônias pacíficas, nas quais a presença francesa não era fruto de guerras, violência e ocupação territorial, nas quais se incluía o Brasil.89 89 Cf. Le Messager du Brésil (23 out. 1884).

Já o restante da folha mantinha o padrão anteriormente descrito, contando com a seção dedicada aos acontecimentos na França e as demais já citadas: Telegrama, Notícias Diversas, Teatros & Concertos, Variedades, Boletim Bibliográfico, Parte Comercial, Palavras Finais, que nem sempre estavam presentes em todos os exemplares, e os rodapés com romance e crônicas, estas últimas assinadas por Fantasio. Evidencia-se que as mudanças foram, de fato, tímidas, talvez pelo temor de descaracterizar a publicação, o que poderia acarretar a perda da legitimidade que havia granjeado. Pode-se imaginar que as seções que já faziam parte da folha continuaram sob a responsabilidade de Deleau, enquanto Brésil, efetivamente inovadora, estava a cargo de Couty. Apesar disso, o projeto deve ter se revelado pouco efetivo, pois, de um lado, o Messager deixou de cumprir o papel de publicação da colônia francesa e, por outro, não se tornou um veículo que apresentasse dados relevantes para o leitor europeu interessado em investir ou imigrar para o Brasil.

Em novembro de 1884, alguns sinais indicavam problemas. No número 36 (2/11), sem aviso prévio, o jornal retornou ao formato de quatro páginas com seis colunas, sob o argumento, pouco convincente, de que “cortar as folhas de um jornal e percorrer as suas oito páginas constitui-se, para muitos leitores, perda de tempo”.90 90 Cf. Le Messager du Brésil (2 nov. 1884). É pouco provável que os responsáveis necessitassem de quatro meses para notar o inconveniente, ainda mais considerando que Ferreira de Araújo, um dos responsáveis pela publicação, era um editor experiente e que estava há uma década na direção de um dos jornais mais importantes do Império.

Às hesitações e mesmo incongruências que caracterizavam o projeto, juntou-se um fator inesperado, porém decisivo para o fracasso da empreitada. Antes do final do mês de novembro (n. 42, 23/11/1884), as inovações introduzidas na segunda série desapareceram por completo, ou seja, a seção Brésil, que já não estampava o subtítulo Questões Atuais, deixou de ser publicada em português, enquanto a seção dedicada aos interesses franceses foi suprimida. Assim o jornal voltava aos moldes vigentes antes do início da segunda série. Nessa mesma edição, uma pequena nota comunicou o agravamento do estado de saúde de Louis Couty que, de fato, falecera no dia anterior, sábado, 22 de novembro, às 23 horas, momento em que jornal já estava impresso.

O impacto da ausência de Couty fica evidente no número 45 (4/12/1884), que circulou pouco depois do seu falecimento e que já não trouxe a menção à Revue de France et du Brésil, presente no cabeçalho desde a sétima edição da nova série (24/7/1884), indicativo de que era ele o responsável pelo periódico. Um aviso estampado no exemplar subsequente (n. 46, 7/12/1984) comunicava a intenção da sociedade proprietária do Messager de vender o jornal, razão pela qual o administrador gerente Georges Lardy, citado pela primeira vez na folha, convidou aqueles que tivessem qualquer reclamação a comparecerem no dia 15/12/1884 na redação, prova inequívoca do abandono do projeto, atravessado, desde o primeiro momento, por contradições que não lhe vaticinavam longa duração.

Há indícios de que Deleau ainda tentou manter a folha em circulação, pois na última edição preservada (n. 49, 24/12/1884), junto com o pedido de desculpas pelo atraso de alguns poucos dias, informou que estavam em curso reformas gerenciais e administrativas, mas sem fornecer maiores detalhes. Seja como for, em janeiro de 1885, Deleau e os jornais informavam a suspensão da publicação. O diligente Deleau ainda fundou outro título, tanto que, em fevereiro de 1885, jornais noticiaram o fim do Messager e saudaram o Le Courrier du Brésil,91 91 O Mequetrefe (1885) e A Província de Minas Gerais (1885). a respeito do qual não foi possível encontrar menção na bibliografia especializada ou exemplar em acervos, o que poderia fornecer informações sobre sede, local de impressão, preço, além de outros elementos relativos à materialidade, não disponíveis nas notas de imprensa, sempre lacônicas (Figura 8).

Figura 8
Anúncio do sucessor do Le Messager du Brésil publicado em A Província de Minas Gerais, Ouro Preto, ano 5, n. 246, p. 2, 5/2/1885.

Parece não haver dúvidas de que pelo menos um exemplar do Courrier foi impresso e enviado às redações de jornais do Rio e de Minas, que agradeceram o recebimento. Entretanto, o periódico certamente teve vida bastante breve pois, poucos meses depois, Deleau retornou à Europa.

CONCLUSÃO

A longa trajetória do Le Messager du Brésil, antecedido pelo Le Gil-Blas, fornece elementos para refletir a respeito da importância da imprensa em língua francesa. Se, nos tempos do Le Gil-Blas, a defesa do regime republicano era o que movia Émile Deleau, a passagem para o Messager sugere um alargamento de propósitos no sentido de defender os interesses de todos os franceses radicados no país. Entretanto, a tarefa exigia que o olhar também se dirigisse ao país de acolhimento, o que implicava dialogar com a realidade local de forma muito mais ativa. Tal deslocamento ocorreu em ritmo lento, como indica a análise dos exemplares de 1878, momento em que a França e o ideário republicano ainda predominavam na folha. A ausência de números para 1879 e a pequena quantidade para os anos de 1880, 1881 e 1882 não permitem uma análise mais detida, contudo já havia sinais de alterações importantes, que puderam ser constatadas no período 1883 e 1884.

Para Deleau, a preocupação de divulgar o Brasil se subordinava à tentativa de, a um só tempo, solucionar os problemas da pátria distante, assolada por crises econômicas e movimentos sociais, e do país que o acolhia, carente de força de trabalho. Tal projeto o colocou em rota de colisão com Sant’Anna Nery e vários periódicos redigidos em francês, além de enredá-lo no acirrado debate em curso no campo político brasileiro, preocupações que acabaram por secundarizar a França e mesmo as questões atinentes à colônia francesa do Rio de Janeiro.

Se havia um rol de questões que poderia aproximá-lo de Antonio Prado, a exemplo da forma de tratar o colono, da oportunidade de trazer imigrantes e da necessidade de criar estratégias para tanto, é difícil imaginar que o fazendeiro acreditasse que seus cafezais seriam cultivados por franceses ou que o sistema imperante na viticultura era a solução para as demandas de mão de obra do oeste paulista. O temor da abolição imediata, que tinha defensores apaixonados na imprensa, era compartilhado por Deleau e ganhou outro patamar devido à argumentação de Couty, cujas posições foram intensamente debatidas e renderam ao Messager, a partir de meados de 1883, projeção até então inédita.

É possível sugerir que o protagonismo adquirido pelo Messager, que tinha seus artigos reproduzidos e discutidos na imprensa nacional e em várias publicações do exterior redigidas em francês, tenha despertado o interesse de figuras importantes do mundo da imprensa, da política e da economia, que o consideraram instrumento útil para intervir no debate acerca do futuro do país. A empreitada, que levou à aquisição do jornal de Deleau, não estava isenta de ambiguidades, uma vez que previa, ao mesmo tempo, preservar as características da folha e ampliar seu escopo. Pode-se supor que não houve tempo para que a transformação do Messager se completasse nos termos imaginados pelos novos proprietários, surpreendidos pelo falecimento de Couty, circunstância que acelerou o abandono do projeto.

A despeito das lacunas, não restam dúvidas quanto à atuação do Messager em diferentes momentos e com sentidos específicos. O periódico, para além de pertencer, durante a maior parte de sua existência, a um grupo específico, os franceses, deve ser encarado como parte integrante da história da imprensa brasileira, com a qual interagiu intensamente. Os três momentos do jornal se articulam à própria trajetória de Deleau, cuja inserção na sociedade brasileira foi se tornando mais complexa a cada passo e pode ser acompanhada pelas alterações na materialidade e no conteúdo do Le Gil-Blas e, sobretudo, do Messager, cujo sucesso, aliás, foi decisivo para a transferência da folha para outras mãos, o que acabou por alterar o rumo até então seguido e selar o fim da publicação. Foram justamente os estreitos laços que Deleau estabeleceu com a elite local, graças às posturas que defendeu em seu periódico, que lhe descortinaram novas oportunidades. Assim, encerrada a circulação do Messager, o defensor apaixonado do regime republicano integrou, a convite do Centro da Lavoura e Comércio, a comissão que representou o Império na Exposição Universal de Antuérpia (1885), o que lhe rendeu uma condecoração com a Ordem da Rosa. Em 1886, novamente radicado na França, assumiu o prestigioso cargo de correspondente em Paris da Gazeta de Notícias, o jornal de Ferreira de Araújo, cargo que exerceu até seu falecimento em 1888. É certo que este se trata de um exemplo particular, mas tampouco se pode esquecer que escolhas individuais ocorrem no interior de quadros sociais, o que colabora para compreender trajetórias possíveis num determinado contexto histórico.

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  • LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 373, 16 dez. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCF Acesso em: 10 jun. 2021.
    » http://bitly.ws/osCF
  • LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 427, 22 jun. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGp Acesso em: 10 jun. 2021.
    » http://bitly.ws/osGp
  • LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 429, 29 jun. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGr Acesso em: 10 jun. 2021.
    » http://bitly.ws/osGr
  • LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 1, 3 jul. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGt Acesso em: 10 jun. 2021.
    » http://bitly.ws/osGt
  • LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 5, 17 jul. 1884. Disponível em: http://bitly.ws/osyX. Acesso em: 10 jun. 2021.
  • LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 33, 23 out. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGy Acesso em: 10 jun. 2021.
    » http://bitly.ws/osGy
  • LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: v. 8, n. 36, 2 nov. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osH7 Acesso em: 10 jun. 2021.
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  • MERMET, Émile. Annuaire de la presse française. Paris: A. Chaix et Cie, 1880. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3xhIOuv Acesso em: 15 jun. 2021.
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  • O MARINHEIRO. Rio de Janeiro: [s. n.], v. 1, n. 2, 5 dez. 1881). Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3ym1ARh Acesso em: 15 jun. 2021.
    » https://bit.ly/3ym1ARh
  • O MEQUETREFE. Rio de Janeiro: v. 11, n. 365, 10 fev. 1885. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3stKorM Acesso em: 8 fev. 2022.
    » https://bit.ly/3stKorM
  • A PROVÍNCIA DE MINAS GERAIS. Ouro Preto: [s. n.], v. 5, n. 246, 5 fev. 1885. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3stJUlB Acesso em: 8 fev. 2022.
    » https://bit.ly/3stJUlB

LIVROS, ARTIGOS E TESES

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  • ALMEIDA, Ana Maria F. et al. Circulação internacional e formação intelectual das elites brasileiras. Campinas: Editora Unicamp , 2004.
  • ANDRADE, Joaquim Marçal Ferreira de. História da fotorreportagem no Brasil: a fotografia na imprensa do Rio de Janeiro de 1839 a 1900. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
  • BARBOSA, Marialva. História cultural da imprensa: Brasil 1800-1900. Rio de Janeiro: Mauad X, 2010.
  • BARBOSA, Marialva. História cultural da imprensa: Brasil 1900-2000. Rio de Janeiro: Mauad X , 2007.
  • BARBUY, Heloisa. A cidade-exposição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860-1914. São Paulo: Edusp, 2006.
  • CAIMARI, Lila. La vida en el archivo: goces, tedios y desvíos en el oficio de la historia. Buenos Aires: Siglo XXI, 2017.
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  • COSTA, Carlos. A revista no Brasil do século XIX: a história da formação das publicações, do leitor e da identidade do brasileiro. São Paulo: Alameda, 2012.
  • DEAECTO, Marisa Midori. História de um livro: a democracia na França de François Guizot 1848-1849. São Paulo: Ateliê, 2021.
  • DEAECTO, Marisa Midori. O império dos livros: instituições e práticas de leitura na São Paulo oitocentista. São Paulo: Edusp , 2011.
  • DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
  • FARGE, Arlette. O sabor do arquivo. São Paulo: Edusp , 2009.
  • GRANJA, Lúcia; LUCA, Tania Regina de (org.). Suportes e mediadores: a circulação transatlântica dos impressos (1789-1914). Campinas: Editora Unicamp , 2018.
  • GUIMARÃES, Valéria. Relações transnacionais: jornais franceses publicados no Brasil (1854-1926). Escritos, Rio de Janeiro, v. 9, n. 9, p. 13-76, 2015. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/2ZXg3Yf Acesso em: 10 nov. 2021.
    » https://bit.ly/2ZXg3Yf
  • GUIMARÃES, Valéria; LUCA, Tania Regina de. Imprensa em língua estrangeira publicada no Brasil: primeiras incursões. São Paulo: Rafael Copetti, 2017.
  • LEENHARDT, Jacques (org.). A construção francesa do Brasil. São Paulo: Hucitec, 2008.
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    » https://bit.ly/305cwr5
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  • MARTINIÈRE, Guy. Aspects de la coopération franco-brésilienne: transplantations culturelle et stratégie de la modernité. Paris: Presses Universitaires de Grenoble, 1982.
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  • PERRONE-MOISÉS, Leyla (org.). Cinco séculos de presença francesa no Brasil. São Paulo: Edusp , 2013.
  • PILAGALLO, Oscar. História da imprensa paulista: jornalismo e poder de D. Pedro I a Dilma. São Paulo: Três Estrelas, 2012.
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    » https://bit.ly/3qa9uMU
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  • RIVAS, Pierre. Encontro entre culturas: França, Portugal, Brasil. São Paulo: Hucitec , 1995.
  • SANDRONI, Cícero. Pierre Plancher e o Jornal do Commercio. Revista Brasileira: fase VII, Rio de Janeiro, v. 11, n. 43, p. 263-278, 2005.
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  • SILVA, Ligia Osorio. Propaganda e realidade: a imagem do Império do Brasil nas publicações francesas do século XIX. Theomai, Buenos Aires, n. 3, p. 1-16, 2001. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3wqxcFU Acesso em: 01 nov. 2021.
    » https://bit.ly/3wqxcFU
  • SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. 4a ed. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.
  • THÉRENTY, Marie-Ève. La réclame de librairie dans le journal quotidien au XIXe siècle: autopsie d’un objet textuel non identifié. Romantisme, Paris, v. 1, n. 155, p. 91-103, 2012. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3yhPA3a Acesso em: 05 jun. 2021.
    » https://bit.ly/3yhPA3a
  • VELLOSO, Monica Pimenta. Circulações do humor franco-brasileiro: a revista Ba-Ta-Clan (1867-1871) na imprensa carioca. In: GUIMARÃES, Valéria; LUCA, Tania Regina de. Imprensa em língua estrangeira publicada no Brasil: primeiras incursões. São Paulo: Rafael Copetti , 2017. p. 145-181.
  • VIDAL, Laurent; LUCA, Tania Regina de (org.). Franceses no Brasil: séculos XIX-XX. São Paulo: Editora Unesp , 2009.
  • WINOCK, Michel. La fièvre hexagonale: les grandes crises politiques 1871-1968. Paris: Seuil, 2009.
  • 2
    Cf. Almeida et al. (2004ALMEIDA, Ana Maria F. et al. Circulação internacional e formação intelectual das elites brasileiras. Campinas: Editora Unicamp , 2004.), Barbuy (2006BARBUY, Heloisa. A cidade-exposição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860-1914. São Paulo: Edusp, 2006.), Carelli (1994CARELLI, Mario. Culturas cruzadas: intercâmbio culturais entre França e Brasil. Campinas: Papirus, 1994.), Deaecto (2011DEAECTO, Marisa Midori. O império dos livros: instituições e práticas de leitura na São Paulo oitocentista. São Paulo: Edusp , 2011., 2021DEAECTO, Marisa Midori. História de um livro: a democracia na França de François Guizot 1848-1849. São Paulo: Ateliê, 2021.), Leenhardt (2008LEENHARDT, Jacques (org.). A construção francesa do Brasil. São Paulo: Hucitec, 2008.), Martinière (1982MARTINIÈRE, Guy. Aspects de la coopération franco-brésilienne: transplantations culturelle et stratégie de la modernité. Paris: Presses Universitaires de Grenoble, 1982.), Perrone-Moisés (2013PERRONE-MOISÉS, Leyla (org.). Cinco séculos de presença francesa no Brasil. São Paulo: Edusp , 2013.), Rivas (1995RIVAS, Pierre. Encontro entre culturas: França, Portugal, Brasil. São Paulo: Hucitec , 1995., 2005RIVAS, Pierre. Diálogos interculturais. São Paulo: Hucitec , 2005.), Schwarcz (2008SCHWARCZ, Lilia. O sol do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.), Silva (2001SILVA, Ligia Osorio. Propaganda e realidade: a imagem do Império do Brasil nas publicações francesas do século XIX. Theomai, Buenos Aires, n. 3, p. 1-16, 2001. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3wqxcFU . Acesso em: 01 nov. 2021.
    https://bit.ly/3wqxcFU...
    ), Vidal e Luca (2009VIDAL, Laurent; LUCA, Tania Regina de (org.). Franceses no Brasil: séculos XIX-XX. São Paulo: Editora Unesp , 2009.).
  • 3
    O censo de 1872 registrou, na capital do Império, 2.884 franceses, 1.738 italianos, 1.459 alemães, 1.451 espanhóis e 55.938 portugueses. Nos subsequentes, os franceses figuraram na rubrica outras nacionalidades. Dados do Ministère des Affaires Étrangères indicam que, entre 1820-1920, a entrada de franceses raramente superou a casa do milhar, como em 1872 (1.048), 1876 (1.214), com ápice em 1890 (2.844) (LESSA; SUPPO, 2009).
  • 4
    Sobre Plancher, cf. Sandroni (2005), que não cita L’Indépendant. O volume da revista, dedicado às relações franco-brasileiras não trata da imprensa redigida em francês.
  • 5
    Sobre o tema, cf. Guimarães (2015GUIMARÃES, Valéria. Relações transnacionais: jornais franceses publicados no Brasil (1854-1926). Escritos, Rio de Janeiro, v. 9, n. 9, p. 13-76, 2015. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/2ZXg3Yf . Acesso em: 10 nov. 2021.
    https://bit.ly/2ZXg3Yf...
    ) e Lustosa (2015LUSTOSA, Isabel. Henri Plasson e a primeira imprensa francesa no Brasil (1827-1831). Escritos, Rio de Janeiro, v. 9, n. 9, p. 77-93, 2015. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/305cwr5 . Acesso em: 02 nov. 2021.
    https://bit.ly/305cwr5...
    ). Na mesma revista há outros estudos sobre publicações em italiano, japonês e armênio.
  • 6
    Cf. Barbosa (2007BARBOSA, Marialva. História cultural da imprensa: Brasil 1900-2000. Rio de Janeiro: Mauad X , 2007., 2010BARBOSA, Marialva. História cultural da imprensa: Brasil 1800-1900. Rio de Janeiro: Mauad X, 2010.), Martins e Luca (2008MARTINS, Ana Luiza; LUCA, Tania Regina de (org.). História da imprensa no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008.), Pilagallo (2012PILAGALLO, Oscar. História da imprensa paulista: jornalismo e poder de D. Pedro I a Dilma. São Paulo: Três Estrelas, 2012.) e Sodré (1999SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. 4a ed. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.).
  • 7
    Com o Messager, diversificaram-se as modalidades de subscrição e, além do trimestre, havia oferta anual (8$000) e semestral (4$000) para o Rio de Janeiro. Leitores de fora da Corte pagavam 2$500 (trimestre), 4$500 (semestre) e 9$000 (ano). Ao longo da circulação ocorreram pequenas alterações nos preços.
  • 8
    Para a conjuntura política francesa na década de 1870, cf. Winock (2009WINOCK, Michel. La fièvre hexagonale: les grandes crises politiques 1871-1968. Paris: Seuil, 2009.). Sobre a trajetória do Le Gil-Blas ver Luca (2017LUCA, Tania Regina de. Le Gil-Blas (1877-1878): humor e política em prol do ideal republicano. In: GUIMARÃES, Valéria; LUCA, Tania Regina de. Imprensa em língua estrangeira publicada no Brasil: primeiras incursões. São Paulo: Rafael Copetti , 2017, p. 82-226.).
  • 9
    Cf. Velloso (2017VELLOSO, Monica Pimenta. Circulações do humor franco-brasileiro: a revista Ba-Ta-Clan (1867-1871) na imprensa carioca. In: GUIMARÃES, Valéria; LUCA, Tania Regina de. Imprensa em língua estrangeira publicada no Brasil: primeiras incursões. São Paulo: Rafael Copetti , 2017. p. 145-181.).
  • 10
    Acerca dessas correntes políticas, cf. Levillain (1992LEVILLAIN, Philippe. 1871-1898: les droites en République. In: SIRINELLI, Jean-François (ed.). Histoire des droites en France. Paris: Gallimard, 1992. p. 147-212.).
  • 11
    Lyons (1990LYONS, Martyn. Les best-sellers. In: CHARTIER, Roger; MARTIN, Henri-Jean. Histoire de l’édition française: le temps des éditeurs: du romantisme à la Belle Époque. Paris: Fayard, 1990. p. 409-448.) informa que, entre 1811 e 1845, foram impressos, pelo menos, cerca de 70.000 exemplares do livro.
  • 12
    tout ce qui est de nature à intéresser tant la colonie française du Brésil que nous compatriotes d’outre-mer” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 7 set. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL. Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 48, 7 set. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/ostA . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/ostA...
    , p. 1, tradução nossa).
  • 13
    Somente em 1882 surgiu outro periódico em francês, a Revue commerciale, financière et maritime de la place et du port de Rio de Janeiro, publicação longeva e com diversos subtítulos.
  • 14
    A Folha Nova (18A FOLHA NOVA. Rio de Janeiro: [s. n.], v. 4, n. 785, 19 jan. 1885. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3xgGq72 . Acesso em: 10 jun. 2021.
    https://bit.ly/3xgGq72...
    85) referiu-se à carta do redator Messager informando a suspensão do periódico.
  • 15
    Para o ano de 1883 faltam, portanto, os oito números de janeiro, um de fevereiro (n. 285, 11/2) e os quatro primeiros de março: n. 290 (1/3), 291 (4/3), 292 (8/3) e 293 (11/3).
  • 16
    Para os desafios do arquivo, cf. Caimari (2017CAIMARI, Lila. La vida en el archivo: goces, tedios y desvíos en el oficio de la historia. Buenos Aires: Siglo XXI, 2017.), Derrida (2001DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.) e Farge (2009FARGE, Arlette. O sabor do arquivo. São Paulo: Edusp , 2009.).
  • 17
    Deleau nasceu em 28/12/1843 na Alsácia e, graças a menções em jornais, sabe-se que estava no Rio em 1872.
  • 18
    Cf. Jornal do Commercio (1881bJORNAL DO COMMERCIO . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 60, n. 165, 15 jun. 1881b. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3rAcna4 . Acesso em: 8 fev. 2022.
    https://bit.ly/3rAcna4...
    ).
  • 19
    Cf. Id., 1881aJORNAL DO COMMERCIO . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 60, n. 106, 16 abr. 1881a. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3ssd1FH . Acesso em: 8 fev. 2022.
    https://bit.ly/3ssd1FH...
    .
  • 20
    Nota do Le Messager du Brésil (24 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 59, 24 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osui . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osui...
    ), informava a presença do administrador, entre meio dia e duas horas, na sede do jornal.
  • 21
    Cf. Jornal do Commercio (1878JORNAL DO COMMERCIO. Rio de Janeiro: [s. n.], v. 57, n. 157, 6 jun. 1878. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3stpNUq . Acesso em: 8 fev. 2022.
    https://bit.ly/3stpNUq...
    ).
  • 22
    Cf. Gazeta de Notícias (1881GAZETA DE NOTÍCIAS . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 143, 29 maio 1881. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3uw5okp . Acesso em: 8 fev. 2022.
    https://bit.ly/3uw5okp...
    ).
  • 23
    Anúncio da tipografia em O Marinheiro (1881O MARINHEIRO. Rio de Janeiro: [s. n.], v. 1, n. 2, 5 dez. 1881). Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3ym1ARh . Acesso em: 15 jun. 2021.
    https://bit.ly/3ym1ARh...
    ), responsável pela impressão da folha. A Hemeroteca possui apenas esse exemplar.
  • 24
    Almanaque administrativo, mercantil e industrial da Corte e da Província do Rio de Janeiro (1882ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL DA CORTE E DA PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO. Rio de Janeiro: H. Laemmert & C., v. 39, 1882. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/336to2h . Acesso em: 12 jun. 2021.
    https://bit.ly/336to2h...
    ) e Almanaque administrativo, mercantil e industrial do Império do Brasil (1883ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL DO IMPÉRIO DO BRASIL. Rio de Janeiro: H. Laemmert & C. , v. 40, 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osuT . Acesso em: 8 fev. 2022.
    http://bitly.ws/osuT...
    ). Não há citação do Messager antes de 1882 e tampouco o Le Gil-Blas aí figurou.
  • 25
    Deleau não se valeu de imagens, nem mesmo da litografia, tão comum no Oitocentos, como evidenciam Cardoso (2011CARDOSO, Rafael. Projeto gráfico e meio editorial na revistas ilustradas do Segundo Reinado. In: KNAUSS, Paulo et al. Revistas ilustradas: modos de ler e ver no Segundo Reinado. Rio de Janeiro: Mauad X , 2011. p. 17-40.), Costa (2012COSTA, Carlos. A revista no Brasil do século XIX: a história da formação das publicações, do leitor e da identidade do brasileiro. São Paulo: Alameda, 2012.) e Andrade (2004ANDRADE, Joaquim Marçal Ferreira de. História da fotorreportagem no Brasil: a fotografia na imprensa do Rio de Janeiro de 1839 a 1900. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.).
  • 26
    Ver volumes resultantes do projeto A circulação transatlântica dos impressos. A globalização da cultúra no século XIX (1789-1914): Abreu (2016ABREU, Márcia (org.). Romances em movimento: a circulação transatlântica dos impressos (1789-1914). Campinas: Editora Unicamp, 2016.), Granja e Luca (2018GRANJA, Lúcia; LUCA, Tania Regina de (org.). Suportes e mediadores: a circulação transatlântica dos impressos (1789-1914). Campinas: Editora Unicamp , 2018.), Poncioni e Levin (2018PONCIONI, Cláudia; LEVIN, Orna (org.). Deslocamentos e mediações: a circulação transatlântica dos impressos (1789-1914). Campinas: Editora Unicamp , 2018.).
  • 27
    Cf. Cooper-Richet (2011COOPER-RICHET, Diana. La presse em langue étrangère. In: KALIFA, Dominique et al. (ed.). La civilisation du journal: histoire culturelle et littéraire de la presse française au XIXe siècle. Paris: Nouveau Monde, 2011. p. 583-604., 2012COOPER-RICHET, Diana. Para um estudo transnacional dos impressos em língua estrangeira. Livro, São Paulo, n. 2, p. 35-46, 2012.), Guimarães e Luca (2017GUIMARÃES, Valéria; LUCA, Tania Regina de. Imprensa em língua estrangeira publicada no Brasil: primeiras incursões. São Paulo: Rafael Copetti, 2017.) e Pinson (2018PINSON, Guillaume (org.). Le journalisme francophone des Amériques au XIXe siècle. Quebec: Medias 19, 2018. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3qa9uMU . Acesso em: 03 nov. 2021.
    https://bit.ly/3qa9uMU...
    ).
  • 28
    Le Messager du Brésil (1 dez. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 60, 1 dez. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvd . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvd...
    ).
  • 29
    Ver, respectivamente, Le chapeau de Napoléon I (LE MESSAGER DU BRESIL, 22 set.1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 50, 22 set. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvp . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvp...
    ) e Un enfant né dans une position très élevée (LE MESSAGER DU BRESIL, 17 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 58, 17 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvu . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvu...
    ). Apenas no número 50 incluiu-se o subtítulo faits divers, outro indício do referido amálgama de conteúdos.
  • 30
    La réception de M. Littré parmi les singes du Jardin des Plantes” e “Si les curés se mettent à se faire enterrer civilement, comment donc devront se faire enterrer les libres penseurs?” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 29 set. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 51, 29 set. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvB . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvB...
    , p. 2-3, tradução nossa).
  • 31
    Cf. Le Messager du Brésil (7 set. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL. Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 48, 7 set. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/ostA . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/ostA...
    ). Nas oportunidades em que o tema era a educação, era comum que Deleau assinasse o texto ou se valesse de suas inicias.
  • 32
    Cf. Le Messager du Brésil (13 out. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 53, 13 out. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvX . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvX...
    ).
  • 33
    Le Messager du Brésil (7 set. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL. Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 48, 7 set. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/ostA . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/ostA...
    ).
  • 34
    la préparation de la loi par tout le monde est la grande vertu des pays libres” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 15 set. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 49, 15 set. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/oswI . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/oswI...
    , p. 3, tradução nossa).
  • 35
    Cf. Le Messager du Brésil (22 dez. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 63, 22 dez. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/oswX . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/oswX...
    ).
  • 36
    Na seção há outra nota sobre homenagens a Thiers em Montevidéu, o que indica que a noção de local extrapolava as fronteiras nacionais, e uma terceira com críticas ao governo por não exigir certificado de vacinação contra a varíola. No original: “dédiés à nos compatriotes d’outre-mer”, e “faire mieux connaitre le Brésil en Europe, et de dissiper certaines préventions propagées, soit par ignorance, soit à dessein” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 22 set. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 50, 22 set. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvp . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvp...
    , p. 3, tradução nossa).
  • 37
    Em Le Messager du Brésil (3 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 56, 3 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osxg . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osxg...
    , p. 2), lê-se: “A América do Sul acaba de mostrar ao mundo as riquezas inesgotáveis de seu solo […]. Que mão providencial lançou em todos esses países tantos e tão diversos tesouros! Que natureza variada, que climas maravilhosos !”. No original : “L’Amérique du Sud vient montrer au monde les richesses inépuisables de son sol […] Quelle main providentielle a versé sur tous ces pays tant de trésors divers! Quelle nature variée, quels heureux climats!”.
  • 38
    Cf. Le Messager du Brésil (17 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 58, 17 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvu . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvu...
    ). É provável que a fonte seja La Gironde (Bordeaux, 1859-1935).
  • 39
    O mencionado colaborador não pode ser identificado. No original: “intéressante à nos compatriotes d’outre-mer” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 7 set. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL. Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 48, 7 set. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/ostA . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/ostA...
    , p. 3, tradução nossa).
  • 40
    A assinatura aparece apenas no primeiro artigo, mas é evidente que os demais foram escritos por Deleau (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 27 out. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 55, 27 out. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osxs . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osxs...
    , 8 dez. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 61, 8 dez. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osxJ . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osxJ...
    , 15 dez. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 62, 15 dez. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osxL . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osxL...
    , 22 dez. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 63, 22 dez. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/oswX . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/oswX...
    ).
  • 41
    se trouve intimement liée à une intelligente exploitation des richesses contenues dans son sol” (LE MESSAGER DU BRESIL, 24 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 59, 24 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osui . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osui...
    , p. 1, tradução nossa).
  • 42
    Ainda que o artigo não seja assinado, a abordagem sugere fortemente autoria de Deleau. No original: “Producteur par excellence de matières premières, dispensé par le climat tropical du soin de lutter contre les intempérie des saisons du Nord, enrichi d’ailleurs sans trop de peine par un commerce dont la balance est presque constamment en sa faveur, le Brésil résistera aisément à la tentation d’imiter par gloriole l’exemple des États-Unis; il ne cherchera pas à devenir manufacturier avant d’avoir achevé la conquête agricole de son territoire” (LE MESSAGER DU BRESIL, 24 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 59, 24 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osui . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osui...
    , p. 1, tradução nossa).
  • 43
    le service de le débarrasser de tous ces prolétaires qui, sous le poids de la misère et de la faim, se débattent sous l’étreinte du socialisme”, enriquecendo-se de “un armée de travailleurs intelligents et dociles” (LE MESSAGER DU BRESIL, 24 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 59, 24 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osui . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osui...
    , p. 1, tradução nossa).
  • 44
    Cf. Le Messager du Brésil (29 set. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 51, 29 set. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvB . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvB...
    ).
  • 45
    Cf. Le Messager du Brésil (15 dez. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 62, 15 dez. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osxL . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osxL...
    ).
  • 46
    Tout est dans l’apparence; on a un vernis d’éducation, un semblant de culture, un à-peu-près de toutes choses, avec le dédain ou l’indifférence pour ce qui fait justement la force de l’esprit, la méthode et la précision” (LE MESSAGER DU BRESIL, 1 dez. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 60, 1 dez. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvd . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvd...
    , p. 1-2, tradução nossa).
  • 47
    Nos números 51, 54 e 55 a página dois foi ocupada por trechos de Le Pape de Victor Hugo, cuja publicação iniciou-se no Le Gil-Blas e foi interrompida no Messager. Não forma apresentadas justificativas para a republicação de trechos de Hugo.
  • 48
    Cf. Le Messager du Brésil (10 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 57, 10 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osJp . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osJp...
    ); a resposta em Gazeta de Notícias (19 nov.1878GAZETA DE NOTÍCIAS. Rio de Janeiro: [s. n.], v. 4, n. 320, 19 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3gvgy0m . Acesso em: 8 fev. 2022.
    https://bit.ly/3gvgy0m...
    ); a tréplica de Fantasio em Le Messager du Brésil (24 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 59, 24 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osui . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osui...
    ); e, ao lado desta tréplica, figura, ainda, outra blague contra a ópera com o título: “Enfoncé, le chloroforme”.
  • 49
    Veja-se Le Messager du Brésil (22 dez. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 63, 22 dez. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/oswX . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/oswX...
    ), no qual, antes de Balivernes o sotaque da Alsácia constitui-se no mote da piada.
  • 50
    O adjetivo remete ao personagem Gavroche, do romance Os miseráveis, menino parisiense, esperto, pequeno infrator, mas de bom coração.
  • 51
    Lê-se: “À la représentation d’Eurico, le troisième acte touche à sa fin: - Quel est le passage qui vous plait le plus, demande un monsieur à son voisin de stalle? - (Le voisin regardant la porte avec des yeux pleins de convoitise) - Celui qui mène à la porte de sortie!”. [O terceiro ato de Eurico chega ao fim: - Qual a passagem que mais lhe agrada? Pergunta um senhor sentado ao seu lado. - (O vizinho olha para a porta com os olhos ávidos) - Aquela que conduz à porta de saída!”] (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 17 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 58, 17 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osvu . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osvu...
    , p. 3, tradução nossa).
  • 52
    Em 1883, as opções diversificaram-se entre anúncios (100 e, a partir de setembro, 120 réis a linha), avisos (200 réis a linha), a pedido (200 réis a linha) e reclames, com valor acordado entre as partes. Nova alteração quando do reinício da numeração: a pedido não são mencionados e, a partir de novembro, os avisos tornaram-se gratuitos.
  • 53
    No original: “un phénomène journalistique tout à fait précis: l’insertion par un ‘annonceur’ (un entrepreneur, un commerçant, un éditeur…) d’un petit texte rédactionnel dans la presse contre rétribution” (THÉRENTY, 2012THÉRENTY, Marie-Ève. La réclame de librairie dans le journal quotidien au XIXe siècle: autopsie d’un objet textuel non identifié. Romantisme, Paris, v. 1, n. 155, p. 91-103, 2012. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3yhPA3a . Acesso em: 05 jun. 2021.
    https://bit.ly/3yhPA3a...
    , p. 91, tradução nossa).
  • 54
    Le Messager du Brésil (3 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 56, 3 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osxg . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osxg...
    ).
  • 55
    Cf. Le Messager du Brésil (3 nov. 1878LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 2, n. 56, 3 nov. 1878. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osxg . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osxg...
    ). Há um grande anuncio do motor na página 4 desse número, que se repete em edições subsequentes.
  • 56
    Cf. Mermet (1880MERMET, Émile. Annuaire de la presse française. Paris: A. Chaix et Cie, 1880. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3xhIOuv . Acesso em: 15 jun. 2021.
    https://bit.ly/3xhIOuv...
    ), que lista os jornais que tinham acordo com a empresa, entre eles o Messager. Informação idêntica em 1883, p. 635, sempre relativa ao ano anterior.
  • 57
    Dados da tiragem são raros. Sabe-se que da edição n. 272 (24/12/1882), com suplemento especial e seis páginas, imprimiram-se quatro mil cópias, como anunciou Le Messager du Brésil (17 dez. 1882LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 6, n. 271, 17 dez. 1882. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osyB . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osyB...
    ). O n. 197 (17/7/1881LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 5, n. 197, 17 jul. 1881. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osyQ . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osyQ...
    ), foi quase todo dedicado ao 14 de Julho, o que indica tratar-se de uma prática.
  • 58
    Le Messager du Brésil (17 jul. 1884LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 5, 17 jul. 1884. Disponível em: http://bitly.ws/osyX. Acesso em: 10 jun. 2021.).
  • 59
    Ver o Le Messager du Brésil (3 jun. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 317, 3 jun. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osz3 . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osz3...
    ), que aborda em detalhes o tema ao longo da edição e reproduz o trecho do artigo de Morel que originou o problema.
  • 60
    Não é possível analisar em detalhes as escolhas do jornal em relação à França, tarefa complexa e que demanda estudo específico.
  • 61
    Cf. Le Messager du Brésil (1 abr. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 299, 1 abr. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCb . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osCb...
    ).
  • 62
    No original: “[…] la vie facile, le bien-être et l’aisance sans beaucoup de travail, il trouvera facilement dans les pays hospitaliers de l’Amérique du Sud ces avantages, avec l’indépendance et la perspective de devenir propriétaire, sans une grande somme d’efforts. Malheureusement, ces avantages ne sautent pas immédiatement aux yeux du cultivateur qui n’a jamais quitté son champ; il resta attaché à la glèbe parce que personne ne lui apprend qu’au-delà de l’Océan s’étendent des plaines immense et fertiles presque inhabilitées, où son activité pourra facilement s’appliquer à des cultures rémunératrices. Jamais occasion plus favorable ne s’est présentée que maintenant” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 3 maio 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 308, 3 maio 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osJg . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osJg...
    , p. 1, tradução nossa). A questão da inaptidão dos franceses para imigrar articulava-se à constituição do império colonial. Ver, por exemplo, argumentação acerca da qualidade do imigrantes francês em Le Messager du Brésil (6 set. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 344, 6 set. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCe . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osCe...
    ).
  • 63
    Cf. Le Messager du Brésil (21 out. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 357, 21 out. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCo . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osCo...
    ). A indignação do jornal portenho refere-se ao artigo homônimo, publicado no Le Messager du Brésil (30 ago. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 342, 30 ago. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCm . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osCm...
    ).
  • 64
    Cf. Le Messager du Brésil (25 mar. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 297, 25 mar. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCt . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osCt...
    ), que, de forma irônica, denunciou o perfume de Figaro e de sacristia das colaborações de Nery no Jornal do Commercio.
  • 65
    A análise iniciou-se no número 333 (29/7/1883) e terminou no 342 (30/8/1883), não figurando nos números 340 e 341. O Centro da Lavoura e Comércio (1881), fundado por comerciantes de café, entre os quais Eduardo de Lemos e Joaquim da Costa Ramalho Ortigão, era uma entidade privada que visava divulgar o produto via exposições no país e no exterior e cujas ações encontraram largo espaço na folha. Cf. Le Messager du Brésil (16 dez. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 373, 16 dez. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCF . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osCF...
    ).
  • 66
    Cf. Le Messager du Brésil (26 abr. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 306, 26 abr. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCN . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osCN...
    ). Ver, na primeira página, o artigo “Propagande intelligente” e na segunda, “Notre décoration!”, interessante por expressar a missão abraçada pelo jornal.
  • 67
    Le Messager du Brésil (6 maio 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 309, 6 maio 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCT . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osCT...
    ).
  • 68
    A primeira referência ao Almanaque está no número 364 (13/11/1883). No original: “un double but: d’un côté, il contiendra tous les renseignements pratiques nécessaires à l’habitant de Rio ou au nouveau débarqué, ou au voyageur en transit, de l’autre côté les colons, négociants et tous ceux qui en Europe désirent se mettre en relation avec le Brésil, pourront y puiser les meilleurs et les plus utiles informations” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 22 nov. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 366, 22 nov. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osDp . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osDp...
    , p. 2, tradução nossa).
  • 69
    A Biblioteca Nacional possui um exemplar do Almanaque, não digitalizado.
  • 70
    Ver, por exemplo, Le Messager du Brésil (2 ago. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 334, 2 ago. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osDx . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osDx...
    , 4 out. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 352, 4 out. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osDG . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osDG...
    ); e, em relação ao temor que o imigrante, por falta de condições para prosperar, se tornasse um caboclos, ver Le Messager du Brésil (8 nov. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 362, 8 nov. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osDK . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osDK...
    ).
  • 71
    Cf. Le Messager du Brésil (30 set. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 351, 30 set. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osDR . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osDR...
    ).
  • 72
    No original: “au lieu de se contenter de profiter de leur travail, il a surveillé aussi leurs actions” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 28 jun. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 324, 28 jun. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osEv . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osEv...
    , p. 2, tradução nossa). Projetos de outras províncias, como a proposta pelo Amazonas, eram comentadas e detalhadas na folha. Ver Le Messager du Brésil (14 jun.1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 320, 14 jun. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osDY . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osDY...
    ).
  • 73
    Um bom exemplo se encontra em Le Messager du Brésil (25 out. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 358, 25 out. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osEz . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osEz...
    ).
  • 74
    Ver, por exemplo, Le Messager du Brésil (1 nov. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 360, 1 nov. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGK . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osGK...
    ).
  • 75
    Cf. Le Messager du Brésil (8 nov. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 362, 8 nov. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osDK . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osDK...
    ). Na edição subsequente, o jornal publicou protesto de editores de periódicos em língua estrangeria contra a medida, que rendeu comentários no decorrer de vários números.
  • 76
    Cf. Le Messager du Brésil (19 jul. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 330, 19 jul. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osEI . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osEI...
    , 23 ago. 1883), nos quais os projetos foram reproduzidos, devidamente traduzidos par ao francês.
  • 77
    Cf. Le Messager du Brésil (26 jul. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 332, 26 jul. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osIp . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osIp...
    ).
  • 78
    O polêmico tema foi defendido com ardor por Deleau. Ver, por exemplo, Le Messager du Brésil (26 abr. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 306, 26 abr. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osCN . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osCN...
    ). A seção Balivernes, por sua vez, estampou várias piadas sobre o tema.
  • 79
    Cf. Le Messager du Brésil (29 jul. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 333, 29 jul. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osES . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osES...
    ), antecedido por considerações muito elogiosas do tradutor, que confessou a dificuldade da empreitada. Prosseguiu até o número 335, sempre no rodapé.
  • 80
    O jornal traduziu o manifesto da entidade, encimado por texto elogioso de Deleau: “Société Centrale d’Immigration” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 15 nov. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 364, 15 nov. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osG8 . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osG8...
    ).
  • 81
    A análise detida da questão pode ser encontrada em Le Messager du Brésil (13 dez. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 372, 13 dez. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGb . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osGb...
    ).
  • 82
    Ver as críticas em Le Messager du Brésil (13 set. 1883LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 7, n. 346, 13 set. 1883. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGi . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osGi...
    ).
  • 83
    O livro recebeu críticas, veja-se a resposta de Deleau à Gazeta da Tarde em Le Messager du Brésil (22 jun. 1884LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 427, 22 jun. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGp . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osGp...
    ). Cabe notar que, no livro, os textos Richesse et travail e La quadrature du circle trazem a data de 1884, quando de fato forma publicados em 1883.
  • 84
    No original: “une évolution naturelle”, “de la période personnelle à la phase collective” e “le centre d’une série de publications nouvelles” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 29 jun. 1884LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 429, 29 jun. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGr . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osGr...
    , p. 1, tradução nossa).
  • 85
    A Biblioteca Nacional de Portugal possui os exemplares, nos quais figuraram Taunay, Ferreira de Araújo e Louis Couty. Na primeira edição, artigo sobre a imigração francesa assinado por X deve ser de Deleau. Entre os colaboradores dos volumes estão: Machado de Assis, Souza Bandeira e Manoel da Rocha.
  • 86
    Não se conhece a trajetória de Lardy, mas seu nome figura em outras publicações da colônia.
  • 87
    Le Messager du Brésil (3 jul. 1884LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 1, 3 jul. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGt . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osGt...
    , p. 1).
  • 88
    No original: “à côté des articles qui s’occuperont spécialement du Brésil, publiera sous de litre d’Intérêts Français une section spéciale dont le but est suffisamment indiqué” (LE MESSAGER DU BRÉSIL, 3 jul. 1884LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 1, 3 jul. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGt . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osGt...
    , p. 1, tradução nossa).
  • 89
    Cf. Le Messager du Brésil (23 out. 1884LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: [s. n.], v. 8, n. 33, 23 out. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osGy . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osGy...
    ).
  • 90
    Cf. Le Messager du Brésil (2 nov. 1884LE MESSAGER DU BRÉSIL . Rio de Janeiro: v. 8, n. 36, 2 nov. 1884. Disponível em: Disponível em: http://bitly.ws/osH7 . Acesso em: 10 jun. 2021.
    http://bitly.ws/osH7...
    ).
  • 91
    O Mequetrefe (1885O MEQUETREFE. Rio de Janeiro: v. 11, n. 365, 10 fev. 1885. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3stKorM . Acesso em: 8 fev. 2022.
    https://bit.ly/3stKorM...
    ) e A Província de Minas Gerais (1885A PROVÍNCIA DE MINAS GERAIS. Ouro Preto: [s. n.], v. 5, n. 246, 5 fev. 1885. Disponível em: Disponível em: https://bit.ly/3stJUlB . Acesso em: 8 fev. 2022.
    https://bit.ly/3stJUlB...
    ).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Mar 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    05 Jul 2021
  • Aceito
    26 Nov 2021
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