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The production of protective earth-based mortars for earth constructions in southeastern Brazil during the 19th century coffee economy

RESUMO

O estudo dos materiais utilizados nos edifícios antigos fornece um meio de lançar luz sobre as práticas tradicionais de construção das sociedades do passado, mas pode servir também de inspiração para responder aos desafios enfrentados pela atual geração. Caracterizar estruturas e elementos de acabamento das edificações construídas com terra crua faz parte dessa missão, especialmente numa altura em que a arquitetura com terra é objeto de interesse renovado devido às muitas vantagens, particularmente em termos de sustentabilidade. Este artigo considera um conjunto de construções históricas edificadas em terra crua durante a primeira fase da economia do café (1820-1880) no trecho paulista do vale do rio Paraíba do Sul. Análises físicas (cor e textura) e químicas (FTIR, TGA, XRF e XRD) realizadas sobre um grande conjunto de amostras de argamassas e de solos locais recolhidas na região formaram a base para discutir possíveis critérios de seleção de solo como matéria-prima, soluções de textura e a estratégia de estabilização do produto final. Esse último aspecto implicava a adição de pequenas quantidades de cal, no caso de rebocos externos e, mais esporadicamente, nos revestimentos internos, sem a utilização de fibras ou aditivos orgânicos. Dados químicos e fontes históricas sugerem que a matéria-prima utilizada para esse fim foi provavelmente trazida para a região a partir de zonas costeiras.

PALAVRAS-CHAVE:
Argamassa; Terra crua; Arquitetura com terra; Vale do Paraíba; Brasil; Patrimônio construído

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