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Análises de livros

Análises de livros

THE CEREBELLUM AS A NEURONAL MACHINE. JOHN C. Eccles, Massao Ito e János SZENTÁGOTHAI. Um volume encadernado (17 x 25), com 335 páginas e 165 figuras. Springer Verlag, Berlin-Heidelberg-New York, 1967.

Este livro condensa o extenso e profícuo trabalho realizado, mediante rigoroso planejamento, pelos compomentes de três centros científicos de alta reputação, visando ao conhecimento da mecânica da função cerebelar. O alvo dos esforços conjugados dos pesquisadores do Departamento de Fisiologia da Universidade Nacional Australiana (John C. Eccles), do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Tóquio (Masao Ito) e do Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Budapest (J. Szentágothai) foi constituío pela significação funcional dos diferentes arranjos das conexões neuronais no cerebelo, tanto no córtex como nos vários núcleos intercalados em suas vias eferentes. No decorrer da leitura dos 8 primeiros capítulos, o leitor vai se enfronhando, mercê de estudos anátomo-histológicos feitos com técnicas e aparelhagens modernas e de esmiuçadas análises eletrofisiológicas muito bem documentadas (Apanhado geral sobre a estrutura do cerebelo; Terminações das fibras aferentes; Disposição e terminações das fibras paralelas; Vias neuronais com sinapse nas células estreladas, em cesta e de Golgi; Células de Purkinje e suas respostas; Topografia dos campos potenciais produzidos por ação de fibras paralelas com articulação nas células de Purkinje; Os influxos das fibras musgosas no córtex cerebelar e seu controle inibidor pelas células de Golgi; Os influxos das fibras trepadeiras e sua função excitadora sobre as células de Purkinje; As colaterais axônicas das células de Purkinje),em detalhes e aquisições modernas que lhe permitirão compreender as novas conceituações da função cerebelar expostas, sempre com documentação eletrofisiológica, nos 5 capítulos seguintes: Atividade espontânea no córtex cerebelar; Arranjo arquitetural do córtex cerebelar; Recursos operacionais do córtex cerebelar; Ação inibidora dos axônios das células de Purkinje; Ações excitadoras originadas nos núcleos intracerebelares.Assim, paulatina e metodicamente, os autores chegam ao último capítulo — O cerebelo como um computador— no qual enunciam novos conceitos para explicar o mecanismo das ações cerebelares no controle das manifestações motoras. Dando ênfase à demonstração eletrofisiológica de que as células de Purkinje, onde se iniciam todos os influxos cerebelares eferentes, têm ação exclusivamente inibidora, os autores mostram que as unidades operacionais cerebelares são organizadas de modo a funcionar, à guisa de computadores, como seletoras das informações recebidas da periferia através dos condutores sensitivos, deixando passar apenas as adequadas, qualitativa e quantitativamente, para o controle dos movimentos voluntários, instintivos, automáticos ou reflexos.

O. Lange

NOMENCLATURA BIOMÉDICA NO IDIOMA PORTUGUÊS DO BRASIL. CONTRIBUIÇÃO AO SEU ESTILO LINGÜÍSTICO E AO ESTABELECIMENTO DE NORMAS. Idel, Becker. Um volume (16 x 23) com 361 páginas. Impresso na Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais S.A., editado por livraria Nobel S.A., São Paulo, 1968.

Partindo de proposições básicas, como sejam as de que "a unifcrmação da nomenclatura é muito conveniente para a Medicina e as demais ciências biomédicas", de que "no Brasil a nomenclatura biomédica ainda não está inteiramente uniformada", de que "os esforços até hoje realizados no Brasil em pról da uniformarão terminológica não têm obtido êxito completo", o autor se dispõe com este livro, cujo conteúdo foi defendido como tese de doutoramento perante a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a "tentar um novo meio, a fim de conseguir-se a uniformacão da nomenclatura biomédica". Essa seria a motivação precipua do livro mas o autor, com a autoridade que lhe dá o longo tirocínio no trato e no ensino das línguas néo-latinas, aborda também questões de redação e de linguagem médica, com implicações ortográficas, gramaticais e léxicas. Já nas notas preliminares critica alguns exageros, cometidos por pessoas geralmente tidas como entendidas no assunto, no emprêgo de acentos diacríticos, muitos dos quais são "inúteis, ridículos e prejudiciais à cultura nacional"; logo a seguir, ainda em subcapítulos preliminares, critica o emprego do pronome nóse respectivas concordâncias verbais em lugar da forma singular eu, comenta as forma literal e interpretativa das traduções e expõe a metódica usada em suas referências bibliográficas. Na Introdução, o autor cuida da linguagem e da ciência que a estuda, a lingüística, definindo-as e salientando sua importância nos processos de comunicação falada e escrita. A seguir, em capítulos sucessivos, são considerados detalhes da linguagem científica,da linguagem médica (redação, tentativas de uniformacão da linguagem biomédica brasileira, problemas de sinonimia, revisão da literatura sobre nomenclatura médica brasileira, influência da escola brasileira e a cultura dos médicos, dificuldades de redação e de léxica, erros de linguagem ou divergências terminológicas?, necessidade de um acordo geral, o acordo com Portugal, as opiniões dos leigos — o caso de Cândido de Figueiredo, a aspereza dos debates, as autoridades, o vocabulário acadêmico), da etimologiae de semânticae suas aplicações adequadas. Nos capítulos 5 e 6 analisa alguns casos especiais, comentando incongruências da nomenclatura biomédica, relembrando com minúcias polêmicas registradas na literatura brasileira, inclusive reproduzindo, mediante clichés, páginas inteiras de publicações de outros autores, demonstrando entusiasmadas convicções, talvez um tanto deformadas pela faceta polemística, desnecessária em um livro que poderia conter somente ensinamentos serenos, baseados na incontestável erudição do autor. Nos dois últimos capítulos é salientado que a etimologia, o uso pela maioria, a tradição, a inovação bem justificada, a lógica e o bom senso constituem as guias mestras em que deverão ter base as discussões e deliberações atinentes à nomenclatura biomédica a ser uniformada à custa de convenções.

Este livro que, pelo seu vasto e algo desordenado conteúdo, somente poderia ser devidamente comentado pela publicação de outro livro, é de grande utilidade para todos que devam defrontar problemas que digam respeito à redação de trabalhos médicos. Como editor de uma revista médica especializada e habituado por dever de ofício, a ler trabalhos de variados estilos e matizes, chamando a atenção dos autores para eventuais defeitos de redação, devo dizer que nele aprendi muita coisa e tive minha atenção voltada para numerosos detalhes que até então tinham passado despercebidos. Essas as razões que me levam a recomendar a leitura deste livro aos neurologistas e aos psiquiatras, meus colaboradores mais chegados.

O. Lange

PROCEEDINGS IN ECHO-ENCEPHALOGRAPHY. E. Kazner, W. Schiefer e K. J. Zülch, editores. Um volume encadernado (20 x 27,5) com 258 páginas e 278 figuras, versão inglesa. Springer Verlag, Berlin-Heidelberg-New York, 1968.

Trata-se de publicação, em língua inglêsa, de simpósio internacional sobre eco-encefalografia, reunido em Erlagen (Alemanha), em abril de 1967. Cinqüenta trabalhos, versando sobre diferentes aspectos do tema, foram reunidos em quatro capítulos, a saber: Princípios físicos e anatômicos; Eco-encefalografia uni-dimensional ("A-Scan"); Eco-pulsações; Eco-encefalografia bi-dimensional ("B-Scan").Na introdução, W. Schiefer (Erlagen) relata que as primeiras tentativas para o emprego da transmissão ultrassônica para explorar as estruturas intracranianas foram realizadas pelo austríaco Dussik, em 1937; entretanto, objeções de diversas naturezas contribuiram para que o método permanecesse ignorado durante muito tempo. Coube a Leksell (Stockholm), criador da denominação Eco-encefalografia, ser o primeiro a empregar o método (1955) para o diagnóstico de tumores com o crânio fechado. Os trabalhos inseridos neste livro mostram claramente que a eco-encefalografia, não obstante comporte algumas limitações, constitui valioso recurso propedêutico para o neurologista e, mais particularmente, para o neurocirurgião, sendo já usado como método de rotina no mundo inteiro. A eco-encefalografia uni-dimensional, além do desvio do eco mediano — indicando o lado em que se encontra um processo expansivo — permite distinguir, em alguns casos, os tumores sólidos dos tumores císticos. Em casos de hidrocefalia este método permite avaliar o diâmetro transversal do terceiro ventrículo. Embora não substitua os exames neuro-radiológicos, a eco-encefalografia pode tornar prescindível uma angiografia cerebral, o que é particularmente interessante em casos de traumatismos que demandem intervenção cirúrgica urgente. A captação de pulsações intracranianas mediante a eco-encefalografia abriu mais uma senda para a pesquisa científica e vários serviços já se dedicam à investigação de seu alcance diagnóstico. O eco-encefalografia bi-dimensional ainda não entrou na fase de aplicação clínica, encontrando-se em fase experimental.

J. Zaclis

A MANUAL OF ELECTRONEUROMYOGRAPHY. Hyman L. Cohen e Joel Brumlik. Um volume (16 X 24) encadernado com 192 páginas e 105 ilustrações. Hoeber Medical Division, Harper & Row Publishers, New York, 1968.

A eletroneuromiografia é, até certo ponto, uma técnica nova para o diagnóstico e prognóstico das afecções do sistema nervoso. Neste manual são salientadas vantagens do emprego desta técnica, isto é, da utilização de uma ou mais unidades de exame — determinação da velocidade de condução dos nervos, eletromiografia e eletrodiagnóstico — para melhor compreensão dos fenômenos elétricos observados no nervo e no músculo. O primeiro capítulo é dedicado à descrição geral dos aparelhos e das técnicas para a utilização de cada uma das unidades de exame; são também assinaladas as vantagens do emprego de eletrodos de superfície na determinação da velocidade de condução dos nervos, pois a técnica que utiliza eletrodos de agulha, além do desconforto para o paciente, diminui os valores em cerca de 1 m/seg. Nos três capítulos seguintes os autores passam em revista cada uma das unidades de exame, acrescidas de tabelas com valores normais. O último capítulo é dedicado a casos ilustrativos, bem como aos resultados obtidos. Segundo a opinião dos autores, cabe ao especialista em eletroneuromiografia decidir qual ou quais as unidades de exame indicadas para cada caso. Assim, por exemplo, na miastenia grave são mais apropriados a eletromiografia e o estudo da velocidade de condução dos nervos enquanto que, nas lesões traumáticas de nervos periféricos, o eletrodiagnóstico é mais indicado, pois permite acompanhar melhor a evolução da regeneração das fibras nervosas. O paciente com esclerose lateral amiotrófica requer exame pelos três tipos de unidades. Este manual simples deve ser lido pelos pesquisadores em geral e pelos neurologistas em particular, que nele adquirirão conhecimentos da maior utilidade.

A. Anghinah

MODERN PROBLEMS OF PHARMACOPSYCHIATRY. F. A. Freyhah, N. Petrilowitsch e P. Picchon, editores. Um volume encadernado (17,5 x 24,5) com 284 páginas, 26 figuras e 27 tabelas. S. Karger AG, Basel-New York, 1968.

Este livro, editado sob forma de suplemento da revista "Internacional Farmacopsiquiatria", que visa a informar sobre as mais recentes investigações no campo da Psicofarmacologia, contêm exposições sobre temas especialmente escolhidos, assim como análises de um mesmo tema por diferentes especialistas. A alta categoria dos editores responde pela qualidade do conteúdo que, neste primeiro volume, está assim distribuído: Posição atual da quimioterapia no tratamento das doenças mentais(P. Deniker); Síndromes de transição em Farmacopsiquiatria (H. H. Wieck); Tratamento prolongado das psicoses endógenas(G. Huber); Terapêutica medicamentosa em Psiquiatria Infantil(B. Fish); Terapêutica anti-depressiva na prática clínica(P. Keilholz e W. Poeldinger); Nosología e fármaco terapia(H. A. F. Schulze); Psicofarmacologia experimental e previsão da atividade das substâncias psicotrópicas(J. R. Boissier e P. Simon); Espectros de ação dos psicofármacos(D. M. Loew e M. Taeschler); Escalas de apreciação e testes psicológicos em psicofarmacologia clínica (P. Pichot); Avaliação clínico-estatística do tratamento(H. Flegel); Eletrencefalografia e farmacopsiquiatria(T. M. Itil); Estado atual da convulsoterapia(B. Pauleikhoff); Bases das associações medicamentosas na atualidade farmacopsiquiátrica(R Baer); Tratamento intensivo pelos neurolépticos(H. Neuman); Complicações e efeitos colaterais dos tratamentos com psicolépticos(R. Degkwitz); Farmacoterapia e sócioterapia(N. Petrilowitsch); Psiquiatria farmacogenética(J. Angst); O LSD no tratamento psiquiátrico(A. A. Kurland, C. H. Savage e S. Unger). Como se vê, os assuntos tratados abrangem aspectos modernos e interessantes, sendo ressaltadas algumas questões básicas, como sejam: a necessidade de adaptação do medicamento a cada caso em particular, sendo salientadas as limitações e insuficiências ainda existentes no emprego de drogas em Psiquiatria; a persistência de dúvidas quanto ao modo de ação de determinados medicamentos; a necessidade da limitação do emprego de drogas em psicoses infantis, sobretudo nas esquizofrenias; as objeções ao exagero em encarecer as vantagens da psicoterapia associada ao tratamento anti-depressivo. Avanços indiscutíveis foram realizados, tais como o emprego da eletrencefalografia em psicofarmacologia, com a utilização de novas técnicas, inclusive analisadores de freqüência, possibilitando propor nova classificação dos psicotrópicos e fazer a previsão dos resultados, assim como de fenômenos colaterais e complicações. Com a preocupação de afastar tanto quanto possível a influência dos fatores subjetivos na apreciação dos resultados, continuam a ser estandartizadas escalas de apreciação e testes psicológicos. Novos filões começam a ser explorados, como seja a influência dos fatores genéticos na configuração das síndromes psicofarmacológicas. O livro contêm outras tantas informações valiosas sobre a terapêutica medicamentosa das psicoses endógenas, sobre a farmacopsiquiatria e problemas nosográficos, sobre as relações da farmacopsiquiatria com a psiquiatria social, as quais não podem ser apreciadas em comentário sucinto. Sua leitura integral permite verificar que a Psicofarmacologia está consolidada como ciência interdisciplinar, envolvendo aspectos os mais variados e suscitando problemas novos, sobretudo acumulando subsídios para confirmar o conceito bioquímico das doenças mentais.

J. R. Albuqerque Fortes

NEUROLOGIA FUNDAMENTAL. L. Barraquer Bordas. Segunda edição. Um volume encadernado (17,5 x 25) com 843 páginas e 298 figuras e 7 tabelas. Ediciones Toray S.A., Barcelona, 1968.

"Luiz Barraquer Bordas pode-se orgulhar de ter dado aos neurologistas latino-americanos, tanto especialistas como docentes, um livro altamente recomendável no qual, à maturidade das conceituações, aliam-se a precisão descritiva e a consisão da linguagem". Essas expressões são parte da apreciação com que Oswaldo Lange assinalou o lançamento da primeira edição de "Neurologia Fundamental" (Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 22:151, 1964). A larga aceitação que mereceu a obra nos meios especializados, levando a que rapidamente se esgotasse a primeira edição, comprovou sua utilidade prevista, alçando-a, ao mesmo tempo, à posição de um dos clássicos da Neurologia contemporânea. Como se o gabarito de "Neurologia Fundamental" não fosse suficiente para coroar grande série de publicações, lançou-se o autor ao preparo de uma segunda edição que atesta sua extraordinária atividade criadora. De fato, além de atualizar o conteúdo da maioria dos capítulos, procurou o autor refundir outros, em função dos conhecimentos acumulados nos últimos anos e de conceitos amadurecidos e desenvolvidos. Além disso, com a inclusão de novos capítulos, a segunda edição de "Neurologia Fundamental" assume foros de um livro inteiramente novo.

Não foi alterada a estrutura básica do compêndio: na primeira parte são analisadas as bases fisiopatológicas da semiologia e, na segunda, os métodos de exames preconizados. Completam o livro referências bibliográficas ordenadas de acordo com os capítulos, índice dos autores citados e detalhado índice remissivo Na primeira parte são discutidas questões de fisiopatologia que constituem pontos nodais para empreender a investigação propedêutica, sendo considerados, sucessivamente: a unidade motora e sua patologia; as aferências sensitivas e sua patologia; as síndromes periféricas; as integrações reflexas espinhais somáticas; a formação reticular, o sono e os comas; o sistema e a síndrome piramidal; as síndromes medulares; os sistemas extrapiramidais e sua patologia; o sistema e a síndrome vestibular; o cerebelo e sua patologia geral, os sistemas sensoriais; as afasias, apraxias e agnosias, bem como o problema da dominancia hemisférica; as epilepsias; a síndrome de hipertensão intracraniana; a síndrome de irritação meníngea; as bases anátomo-fisiopatogênicas da patologia vascular do sistema nervoso central; o sistema neuro-vegetaitivo e sua patologia geral. Na segunda parte são analisados: aspectos do problema da relação médico-paciente, do interrogatório e da anamnese; o exame dos nervos cranianos, dos reflexos e dos déficits de tipo piramidal; a avaliação da força muscular nas paralisias periféricas; o exame do tono muscular, da sensibilidade, da coordenação e do equilíbrio; a semiologia da marcha e a semiologia da consciência vigiil. Completam essa parte do livro capítulos da autoria de colaboradores versando sobre exames complementares: eletrodiagnóstico, eletromiografia, eletrencefalografia, ecoencefalografia, exames radiológicos simples e contrastados, colheita e exame do líquido cefalorraqueano e, por fim, utilíssimo capitulo sobre o diagnóstico bioquímico das moléstias do sistema nervoso. Apesar das modificações introduzidas nesses últimos capítulos de modo a colocá-los mais de acordo com o todo da obra, notam-se ainda alguns senões de ordem secundária. Entre eles, verifica-se permanecer inalterada a apresentação da técnica da punção sub-occipital, assunto que fora motivo de reparos feitos por Lange na análise já citada.

Toda a grandeza de um neurologista que amadurece seus estudos na diuturna observação clínica do paciente vai transparecendo à medida em que o leitor tramita de um capítulo para outro, em sua maioria concatenados de modo lógico e harmônico. Sem dúvida alguma, um dos pontos culminantes da obra é o capitulo 18 da primeira parte — O sistema nervoso como um todo— em que o autor analisa a situação atual de conceitos sobre: níveis e transações; centros, componentes preferenciais e discriminativos do sistema nervoso; sistema límbico; neurofisiologia e patologia geral da memória; atenção, distração e costume; reflexos condicionados. Ao terminar o capítulo e sob a designação de "Para uma concepção geral do sistema nervoso humano, em sua atividade e em sua doença.A unidade psicossomática", Barraquer Bordas desenvolve de um modo destinado a permanecer como algo de novo nos horizontes neurológicos, idéias suas e de outros pensadores sobre o plano de integração do sistema nervoso dentro da realidade de um todo que é o homem e segundo o interrelacionamento peculiar deste com outro homem, o homem médico. Considerando tais proposições como um modo de fazer a transição entre a primeira e a segunda parte do compêndio e introduzindo suas idéias à medida em que cita pontos de vista de outros autores, atinge Barraquer Bordas alguns dos limites da senda que — pelo estudo do sistema nervoso segundo os métodos adotados nas ciências neurológicas — permite adentrar na própria essência daquilo que constitui, caracteriza e distingue o homem.

A. Spina-França

Livros recebidos

Nota da Redação — A notificação dos livros recentemente recebidos não implica em compromisso da Redação da revista quanto à publicação de uma apreciação. Todos os livros recebidos são arquivados na Biblioteca da Clínica Neurológica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A MANUAL OF ELECTRONEUROMYOGRAPHY. Hyman L. Cohen e Joel Brumlik. Um volume (16 x 24) encadernado com 192 páginas e 105 ilustrações. Hoeber Medical Division, Harper & Row Publishers. New York, 1968. Preço: U.S.A. $ 10,50.

PROCEEDINGS IN ECHO-ENCEPHALOGRAPHY. E. KAZNER, W. SCHIEFBK e K. ZÜLCH, editores. Um livro encadernado (20 x 27,5) com 258 páginas e 278 figuras, versão inglesa. Springer Verlag, Berlin-Heidelberg-New York, 1968. Preço: U.S.A. $ 17,00.

NOMENCLATURA BIOMÉDICA NO IDIOMA PORTUGUÊS DO BRASIL. CONTRIBUIÇÃO AO SEU ESTUDO LINGÜÍSTICO E AO ESTABELECIMENTO DE NORMAS. Idel Becker. Um volume (16 x 23) com 361 páginas. Impresso na Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais S.A., editado por Livraria Nobel S.A., Rua Maria Antonia 108, São Paulo, 1968. Preço: em brochura NCr$ 22,00; encadernado NCr$ 26,00.

THE CEREBELLUM AS A NEURONAL MACHINE John C. Eccles, Masao Ito e János Szentágothai. Um volume encadernado (17 x 25) com 335 páginas e 165 figuras. Springer Verlag, Berlin-Heidelberg-New York, 1967.

NEUROLOGIA FUNDAMENTAL. L. Barraquer Bordas. Um volume encadernado (17 x 25) com 843 páginas, 297 figuras e 7 tabelas. Segunda edição revizada e atualizada. Ediciones Toray S.A., Barcelona, 1968.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Maio 2013
  • Data do Fascículo
    Mar 1969
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