Resumo
A pandemia causada pelo vírus SARS-Cov-2 deu início a uma era de estagnação econômica estrutural. Com ela, cruza-se o limiar em que os chamados “serviços ecossistêmicos” do planeta começam a se converter em “desserviços ecossistêmicos”. A Covid-19 é um desses desserviços. Em si mesma, ela não constitui, por certo, um risco existencial à humanidade. Mas o que aqui se discute é a existência de uma linha divisória clara entre riscos existenciais e não existenciais. Frequentemente, um risco existencial resulta de um conjunto de crises, que, isoladamente, não ameaçam existencialmente a humanidade. Contudo, combinadas e agindo em sinergia, essas crises têm potencial para tanto. A atual pandemia acena com uma chance de uma grande virada civilizacional, provavelmente a última chance antes que os desequilíbrios ambientais saiam do controle das sociedades.
Palavras-chave:
COVID-19; aspectos locais/regionais; Brasil; infraestrutura de saúde