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No rastro do ordinário do sentido: entre jogos de linguagem e práticas cotidianas

RESUMO

Neste artigo, busca-se desenvolver um exercício de elucubração sobre o conceito de “ordinário do sentido”, proposto inicialmente por Michel Pêcheux. O conceito, contudo, não foi plenamente desenvolvido devido à morte prematura do filósofo francês em 1983. Assim, o que se pretende é conjecturar o que poderia ser este “ordinário do sentido”. Para tal, em acordo com as sugestões de Pêcheux, segue-se explorando a “análise da linguagem ordinária”, conforme proposto por Ludwig Wittgenstein, e sua reinterpretação culturalista elaborada por Michel de Certeau nas “artes de fazer” cotidianas. Ao final do percurso, chega-se a duas hipóteses: a primeira é que o “ordinário do sentido” não configuraria um “aspecto” do sentido (ou a inclusão de novos objetos, como conversas etc.), mas sim um novo paradigma para se exercer a análise de discursos a partir de um “materialismo prático”; a segunda é que pensar o sentido em sua via ordinária faz com o que a análise do discurso tenha de levar em conta as práticas discursivas e seus diagramas de ação. Como singela homenagem às mais de 660 mil vítimas da covid-19 no Brasil, a discussão em torno dos jogos de linguagem e das práticas cotidianas será balizada pela leitura de um post do Memorial Inumeráveis em uma de suas redes sociais.

PALAVRAS-CHAVE:
Análise do discurso; Ordinário do sentido; Jogos de linguagem; Práticas cotidianas

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