Resumo
A ocorrência de lesões de cárie adjacentes a restaurações é um sério problema na Odontologia. Portanto, novos materiais restauradores antimicrobianos poderiam ajudar a prevenir as lesões cariosas recorrentes. Este estudo avaliou o efeito de um novo cimento de ionômero de vidro (Ion Z) sobre a viabilidade de um biofilme microcosmo e o desenvolvimento da desmineralização do esmalte. Amostras de esmalte foram restauradas com os seguintes materiais (n=9): A) Ion-Z (FGM Ltda); B) Maxxion R (FGM Ltda); C) Ketac Fil Plus (3M ESPE) e D) sem restauração (controle). As amostras foram submetidas a uma mistura de saliva humana com saliva de McBain (1:50) contendo sacarose a 0,2% por 14 dias. As bactérias vivas e mortas foram quantificadas por fluorescência usando um microscópio confocal de varredura à laser. A desmineralização do esmalte foi analisada usando microradiografia transversal (TMR). Os dados foram submetidos aos testes ANOVA/Tukey ou Kruskal-Wallis/Dunn (p<0,05). O Ion Z induziu uma porcentagem mais elevada de bactérias mortas (60,96 ± 12,0%) comparado aos outros grupos (Maxxion R: 39,8 ± 6,7%, Ketac Fil Plus: 43,7 ± 9,71% e controle 46,3 ± 9,5%). Todos os materiais reduziram significativamente a perda mineral média em relação ao controle (Ion-Z 25,0 ± 4,2% vol, Maxxion R 23,4 ± 8,0% vol, Ketac Fil Plus 30,7 ± 7,7% vol e controle 41,2 ± 6,6% vol). O Ion-Z foi o único material capaz de melhorar significativamente o conteúdo mineral na camada superficial (Zmax: 63,5 ± 18,2% vol) em comparação com o controle (38,9 ± 11,3% vol). Ion-Z mostrou potencial antimicrobiano, mas seu efeito anti-cárie foi semelhante aos outros materiais, sob este modelo.