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Achegas ao dicionário dos animais do Brasil, de Rodolpho von Ihering

Achegas ao dicionário dos animais do Brasil, de Rodolpho von Ihering

J. de Paiva CarvalhoI; Paulo SawayaII

IDo Instituto Paulista de Oceanografia

IIDo Departamento de Fisiologia Geral e Animal - Fac. Fil. Cien. Letras. Univ. de São Paulo. CAIXA POSTAL 2926, SÃO PAULO

O Dicionário dos Animais do Brasil, de RODOLPHO VON IHERING, publicado em 1940, é uma das obras mais importantes que no domínio das Ciências Naturais se editaram no Brasil, nestes últimos dez anos. A quantidade de informações que contém e o modo por que são apresentadas, marcam-lhe a originalidade e a importância, induzindo o leitor a interessar-se pela vida dos animais característicos da fauna neotrópica. A elaboração do Dicionário exigiu do autor - um dos provectos zoólogos brasileiros, na opinião de ARTU R NEIV A - esforço e paciência durante algumas décadas, pois a impressão preliminar de uma parte da obra data da, 1914. Quasi 30 anos, portanto, de trabalho continuado, no coletar informações aqui e ali, por todo o nosso Pais.

Iniciado o Dicionário quando R . VON IHERIN G ainda pertencia ao quadro dos naturalistas do Museu Paulista - fundado pelo grande zoólogo, Prof. Dr. HERMANN VON IHERING - mesmo depois de afastado da importante instituição científica, o autor não descuidou do trabalho tão auspiciosamente iniciado. Benditas, pois, aquelas "horas de lazer" em que "a título de recreação intelectual, poude, lentamente, avolumar e retocar o Dicionário" (p. 3). Tal esforço, embora fragmentário - pois foi dispendido entre o tumultuar de uma vida que longe estava de ser confortável - conseguiu êle, apaixonado que era da Zoologia, dar-nos o excelente volume de 898 páginas, contendo cerca de 2.800 verbetes.

A obra é fruto de uma tenacidade e de um entusiasmo impares, e para ela muito concorreu o amparo e o carinho da família excepcionalmente unida e afetiva de que RODOLPHO VON IHERING fruía o apoio indispensável para obra de tão grande vulto. Poderão dize-lo os amigos que compartilharam das altenrnativas de suas atividades, de que, porém, resultou labor sempre fecundo. Estava R . VON IHERIN G sempre voltado para as cousas de nossa Pátria, no anseio muito justo de fazer algo de grande numa ciência em que seu ilustre progenitor já firmará reputação internacional. É, pois, de toda justiça que nesta breve introdução de nosso modesto trabalho, rendamos a homenagem merecida a quem tanto fez pelo desenvolvimento da Zoologia no Brasil.

Aparecido o Dicionário em 1940, recebemo-lo alvicereiramente e a sua leitura constituiu nossa preocupação predileta. Foi então que deliberamos, seguindo o exemplo do autor, ir anotando os vocábulos ainda não registrados no Dicionário e que colhemos de nossas leituras e em nossas viagens pelo País, no mesmo exercício profissional de estudar a nossa fauna. Seguimos, neste particular, a excelente diretriz de R. VON IHERING, de "sobrepor o critério da bôa escolha à ânsia de aumentar rapidamente e a todo o transe, o número de vocábulos" (p. 14). E, agora, decorridos dez anos neste trabalho não raro bem árduo, julgamos azado o momento de publicar estas achegas ao referido Dicionário. Contem elas, não somente verbetes novos de uso corrente, como ainda algumas anotações que nos parecem de utilidade acrescentar aos verbetes registrados. Estas anotações foram cuidadosamente elaboradas tendo em vista os progressos constantes c mais recentes da Zoologia, de modo particular na sua fisionomia moderna, qual seja a experimental. Apraz-nos pois trazer a lume esta modesta contribuição ao Dicionário dos Animais do Brasil, de RODOLPHO VON IHERIN G que, sem dúvida, passará a ser conhecido, como é atualmente, "DICIONÁRIO DE RODOLPHO VON IHERING" e que indicaremos pelas iniciais D.R.v.I . no curso de nossos comentários.

Apenas duas observações julgamos oportuno fazer no sentido de contribuir para melhorar o D.R.v.I . A primeira refere-se à designação das famílias zoológicas em português. Infelizmente ainda não há acordo, entre os nossos diversos interessados na Zoologia, na tradução para o português dos nomes zoológicos providos da terminação idae, que como se sabe é privativa das designações das famílias. Ora, sendo estas designações femininas em latim, dever-se-á, ao nosso ver, manter-se o mesmo gênero em português. Seriam, portanto, femininos os nomes indicativos de famílias em nossa língua. Assim, por exemplo, as famílias Falconidae, Belonidae, Cichlidae, etc, corresponderiam a Falcónidas, Belônidas, Cíclidas, etc., Acontece, porém, que para estas traduções o D. R. v. I. registra a terminação ideos, como também o fazem vários autores brasileiros, designando aquelas famílias por Falconideos, Belonideos, Ciclideos, etc, Preferiremos manter, em nossos rápidos comentários, a designação correta de Falcónidas, Belônidas, Qíclidas e assim por deante, até que uma convenção entre os interessandos resolva esta questão nomenclatural. A outra observação refere-se à sinonímia dos nomes vulgares. O D. R. v. I. dá, a partir da pg. 889, a relação de nomes vulgares organizada por classes. No decorrer de nossas anotações encontrámos numerosos nomes vulgares, dos quais vários não gravados no D. R. v. I. e que pertencem à sinonímia de outros indicados na obra, e também numerosos outros nela não referidos. Seria mais interessante que a nova edição que por ventura se fizer trouxesse esta relação em ordem rigorosamente alfabética, com a indicação da página onde se encontra o termo sinônimo. Com isto evitar-se-ia o aumento excessivo de verbetes, como aliás se encontra no Dicionário, é verdade em número ainda pequeno, como estes: Acari - o mesmo que Guacarí; Acutimbóia - veja-se sob Cutimbóia; Agarrador - o mesmo que Peixe Piolho, e assim muitos outros. Á vista destas considerações, resolvemos dar a lista dos respectivos vocábulos sinônimos na ordem alfabética, no final de cada letra destas achegas, lista que poderia ser aproveitada na redação da nova edição.

Finalmente, informam-nos que o D.R.v.I . se acha exgotado. Mais uma razão a justificar a publicação destas achegas, que poderão ser utilizadas pelo editor da nova edição, e que esperamos venha a lume tão breve quanto possível.

A

ABACATUAIA - Nome empregado por MARCGRAV E para designar o peixe da família Carangidae, Argyreiosus vomer LACÉPÈDE. Alguns léxicos registram ABACUTAIA.

ABELHA DO REINO - A este verbete acrescentaríamos os resultados das investigações extremamente interesantes de K.v. FRISCH , sobre a "dança" e outros hábitos das abelhas. A Apis é capaz de distinguir o cheiro da essência de laranjeira de 43 extratos etéreos diferentes. O limite de percepção dos odores é muito próximo do do homem. O sentido do gosto, porem, não é tão desenvolvido; muitas substâncias que nos sabem doces são sem gosto para as abelhas. Em sua volta à colmeia a abelha é influenciada por vários fatores dentre os quais o principal é a direção dos raias solares. Os acidentes naturais ao redor da colmeia são reconhecidos por es tes insetos e servem para identificar-lhes o local. O saracoteio das abelhas ("dança" das abelhas) foi descoberto por v. FRISCH e consiste em o animal descrever primeiro um semicírculo à esquerda ,voltar pelo meio e seguir para a direita descrevendo novo semicírculo (Fig. 1). Juntamente com o "rodeio" teriam estes movimentos significação na "linguagem" com que estes insetos se comunicam uns com os outros.

ABELHAS SOCIAIS INDÍGENAS. - O D.R.v.I. registra diversas diferenças entre estas abelhas e as abelhas do reino. Segundo GRAETZ as Trigona têm olfato muito mais acurado que a Apis.

ABOBORA - Nome dado a uma borboleta da família Heliconidae, gênero Eueides.

ACANGOERA - Certa espécie de gavião que vive nas cabeceiras dos rios Xingu e Jeraoçú, no Amazonas, e que fazem ver o retrato das antigas harpias, na cara humana que tem (Dic. Port. Bras.-Frei ONOFRE). Supomos tratar-se do Cutucurim, Gavião de Penacho, Gavião real ou Uiraçu - Harpia harpyja (L.), do Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraná e S. Paulo.

ACARÁ - Valeria a pena anotar os hábitos singulares deste peixe e dos demais da família das Cíclidas. Os Acarás caracterizam-se pelo cuidado que dispensam aos filhotes. Logo depois de ecloidas as lavras, o casal toma conta da ninhada. Se algum inimigo se aproxima, escondem os filhotes na cavidade bucal para soltálos logo que os vêm isentos de perigo.

ACARÁ BERÊRÊ - Peixe da família Cichlidae, Mesonauta festivum (HECK.).

ACARÁ BÔBO - Peixe da família Cichlidae, Aequidens dorsigerys (HECK.).

ACARÁ CASCUDO - Peixe da família Cichlidae, Cichlaurus bimaculatus (L.).

ACARÁ CHIBANTE - Peixe da família Chichlidae, Geophagus jurupari HECK. O mesmo que JURUPARI-PINDÁ.

ACARÁ DOLA - Peixe da família Cichlidae, Aequidens tetramerus (HECK.).

ACARÁ FUSO - Peixe da família Chichlidae, Cichlasoma psittacus Heck.

ACARÁ FUSO - Peixe da fam. Balistidae, Balistes carolinensis GM. , também chamado ACARÁ MUCÚ.

ACARÁ FIRAMBOCAIA - Peixe da família Cichlidae, Aequidens vittatus (HECK.).

ACARÁ PIXÚNA - Peixe da família Cichlidae, Cichlasoma cory-phaenoides HECK.

ACARÁ TINGA - Peixe da família Eucinostomidae, Diapterus brasilianus Cuv & VAL. Denominação dada àGUIRATINGA ou GARÇA BRANCA GRANDE, Casmerodius albus egretta GM.,

ÁCARO - O D.R.v.I . registra o termo distinguindo algumas famílias de Carrapatos. Seria interessante anotar também que são em geral hematófagos e susceptíveis de transmitir moléstias. Picam de preferências os animais de sangue quente, isto é, Aves e Mamíferos, mas são encontrados também grudados à pele de Sapos e à quitina dos Besouros. Os que chupam sangue apresentam o fato característico de efetuarem a digestão desta substância com o auxílio de certos cogumelos, por meio de micetomas. É o tipo da chamada digestão por simbiontes muito frequente entre os hematófagos. Os ácaros aquáticos são muitos numerosos, de colorido vistoso.

ACINÉTIDAS ou ACINETIDEOS - Infusórios com tentáculos ou sugadores que se alimentam de outros infusórios e cujo tipo é a Acineta. Quando as vítimas tocam a Acineta ficam paralizadas pela secreção tóxica emitida pelos tentáculos.

ACRÍDIDAS ou ACRIDIDEOS - Insetos Ortópteros que tem por tipo o Gafanhoto.

ACRÍDIO - Gafanhoto. Referente ou semelhante ao Gafanhoto.

ACUMATANGA - Papagaio do leste do Brasil, Amazonas rhodocoryta (SALVADORI).

ACUTIPUM - Macaco pequeno, de pele felpuda e crespa, do Norte do Brasil.

AGRIMENSOR - Nome que se dá às larvas de certa borboleta da família Geometridae.

ÁGUA - VIVA - Seria interessante acrescentar o fato de os animais do gênero Rhizostoma, assinalado no D.R.v.I. se alimentarem frequentemente dos chamados caranguejos aranha. Ao toparem com uma das águas vivas na praia, quasi sempre por entre as franjas que guarnecem a boca, existe um caranguejo morto. Justamente nas Rhizostoma a chamada boca não se continua com o esôfago, pois este é obliterado. Assim sendo, o animal para alimentar-se bombardeia os crustáceos com as vesículas urticantes imobilisando-os. Assim, é-lhes fácil prendelos entre as franjas bucais e, depois de seguros, sobre eles secretar o "suco digestivo", ácido, o qual os vai amolecendo até transformá-los em uma papa que, então, é sugada através de canais até a cavidade gástrica.

ÁGUIA CHILENA - Áve de rapina, do gênero Geranoaetus, G. melancleuçus melanoleucus (VIEILLOT), do Brasil Meridional.

ÁGUIA CINZENTA - Áve de rapina, do gênero Harpuphaliaetus, H. coronatus (VIEILLOT), do Brasil Meridional e Ocidental.

AIEREBA - Além do que vem mencionado no D.R.v.I. valeria acrescentar que o acúleo caudal destas raias quando atinge a vítima provoca ferimentos que os pescadores do norte do Bralugares distantes, com o que diminuiram cs insetos. Seria, pois, em última análise, a falta de alimento que obrigou estas aves abandonarem a "Casa das andorinhas".

ANELÍDEOS - Vermes de corpo segmentado, caracterizados por terem respiração cutânea e branquial e sangue vermelho. Locomovem-se, em geral, por meio de cerdas. Vivem na terra úmida, como as minhocas ou na água doce, como as senguessugas ou na salgada, como a Nereis.

ANEQUIM - Não seria demais indicar também que este Tubarão possui nas mandíbulas várias fileiras de dentes. À medida que as da primeira fileira vão caindo os demais fazem, imediatamente, a substituição. Sendo muito vorazes, como assinala o D.R.v.I., engolem com rapidez abóboras quentes que os marujos lhes lançam para caça-los. Queimados internamente, morrem e ao darem à tona são apanhados.

ANFIOXO - Animal marinho, de tamanho pequeno, que vive enterrado na areia de determinadas praias. A espécie comum à costa brasileira é o Branchiostoma platae HUBBS. Possúe a corda dorsal inteira permanentemente no adulto.

ANFIPODOS - Crustáceos com olhos sesseis, de corpo lateralmente comprimido, que vivem na água doce e salgada, muitos dos quais levam vida parasitária (ecto-parasitos). Figuram como prinpais representantes os gêneros Gammarus, Phronima, Caprella e Cyamus, todos ocorrentes em águas brasileiras.

ANIJÚ-ACANGA - Nome do Camaleão, Enyalius catenatus, registrado por GABRIEL SOARES e ocorrente de São Paulo ao Nordeste.

ANODONTES - Moluscos acéfalos, de água doce, providos de concha bivalva. Não possuem bysso, movimentando-se por meio de um pé carnoso, muito desenvolvido.

ANOFELINOS - Mosquitos, dos mais nocivos, entre os quais figura o gênero ANOPHELES e outros que, por meio de suas picadas, transmitem febres, como a maleita. Vide mosquito.

ANOMUROS - Crustáceos decapodos representado, em águas brasileiras, por diversos gêneros, tais como: Dromia, Pagurus, Porcellana, Aegla, etc.

ANORÍ - Nome que, no Norte do Brasil, se dá ao macho do TRAÇAJÁ.

ANTA - Valeria a pena dizer que um dos maiores inimigos deste animal é a nossa Onça Pintada.

ANTEDON - Equinodermas da classe Crinoidea, dos quais a fauna brasileira possúei tres ou mais espécies.

ANTENÁRIO - Peixes da família Antennariidae, em que figuram os gêneros Histrio e Antennarius.

ANTOZOÁRIOS - Celenterados que compreendem as Actineas, os Corais e Madréporas. Vide CORAL.

AÔLO - Nome dado pelos índios Parecis ao PAPAGAIO CAMPEIRO ou AJURÚ-APÁRA, Amazona ochrocephala ochrocephala (GMELIN), do noroeste do Brasil.

APAIARÍ - Como os demais peixes da família Cichlidae, este também tem um cuidado todo especial pelos filhotes. Os Apaiarís fazem pequenas covas no fundo da lagoa ou do córrego, e para uma delas transportam, com a boca, as pequeninas larvas que saíram dos ovos depositados sobre um substrato duro, como seja tijolo, pedra, pedaço de madeira, etc. As covas são construídas somente depois da postura. O número de ovos de cada postura é de cerca de 1.200 e deles o casal não se afasta até que as larvas possam nadar livremente. Assim mesmo protegem a ninhada durante muito tempo. As larvas dos Apaiarís têm na cauda riquíssima rede vascular, que serve para a respiração como foi acentuado por SAWAYA & MARANHÃO.

APANHA MOSCA - Nome dado às pequenas aranhas da família Salticidae.

APERTA - Nome que, na região do rio Ribeira de Iguapé (E. de São Paulo), se dá a uma espécie de cascudo.

ÁPIDAS - Diz-se dos representantes de himenópteros que têm por tipo a ABELHA.

APLISIA - Nome que se m molusco opistobrânquio desprovido de manto e de concha e que, ao ser excitado, segrega um líquido escuro contido em suas glândulas branquiais. É o único meio de defesa que o animal possúe.

ÁPODOS - Diz-se dos anfíbios de aspecto colubriforme como as CECILIAS e MINHOCÕES.

ARABAÇÚ - Macaco da região do baixo-Amazonas, Callicebus moloch (HOFFMANNSEGG) , de côr acinzentada.

ARABOIA - Nome que, no Acre, se dá à CANINANA, Spilotes pullatus pullatus (L.) . Dá-se, também, a mesma designação vulgar à espécie Chironius fuscus (L.), também conhecida por URUPIAGÁRA.

ARAÇARI DO MINHOCA - Nome vulgar da espécie Pteroglossus aracari.

ARAÇARI PRETO - Áve da família Ramphastidae, das Guianas e norte do Brasil, Selenidera piperivora (L).

ARACNÍDEOS - Artrópodos providos de quatro pares de patas ambulatórias, dois pedipalpos e duas quelíceras.

ARACÚ-BRANCO - Peixe da família Caracinidae, Leporinus mülleri GÜNTHER.

ARACÚ-PINIMA - Peixe da família Caracinidae, Leporinus affinis GÜNTHER.

ARAÇARÍ DE CABEÇA VERMELHA - Áve da família Cracidae do norte do Brasil, Ortalis motmot motmot (L.)

ARACUÃO - Áve da família Cuculidae, do sul da Bahia, Espirito Santo e Minas Gerais, Neomorphus geoffroyi dulcis SNETHLAGE.

ARAMÁ - Dever-se-ia corrigir serem estas abelhas realmente agressivas, mas, sendo desprovidas de ferrão não causam dano às pessoas, apenas são capazes de morder. Além disso, seria interessante acrescentar que estas Abelhas como as Meliponas (v. IRAPUÃ ) defendem a sua colmeia impregnando-a de um odor desagradável que afugenta os inimigos para o que misturam fazes de mamíferos na argila que entra na composição da cera.

ARAMAÇÁ - Falta a indicação de que o peixe possue os dois olhos localisados num mesmo lado da face e que ésta muda de côr de conformidade com a iluminação que recebe.

ARANEÍDEOS - Aracnídeos dotados de abdomen não segmentado, preso ao cefalotórax por meio de pedúnculo muito delgado.

ARANHA - Acrescentar ao verbete Crustáceo decápodo marinho, da Subtribu Dromiacea, Superfamília Thelxiopeidea, Latreillia elegaris Roux, dotado de carapaça granulosa, olhos piriformes, pernas muito compridas e finas.

ARAPAÇU DOS COQUEIROS - Áve da família Furnariidae, do norte do Brasil, Bertepschia rikeri (RIDGWAY),

ARAPAÇU GRANDE - Passeriforme da família Dendrocolaptidae, Dendrocolaptes platyrostris platyrostris SPIX.

ARARINHA - Nome que se dá à MARACANÃ, Purhura maracana (VIEILLOT) e à espécie Orthopsittaca manilata (BODD).

ARARINHA DE CABEÇA ENCARNADA - Nome dado ao Periquito Pyrhura picta lucianni (DEVILLE).

ARAUIRI - Peixe da família Caracinidae, Chalecinus auratus Cuv. & VAL.,

ARATÚ - - No litoral de S. Paulo é designação mais comum do Crustáceo Decápodo - Goniopsis cruentata, vermelho, muito veloz e que sobe nos arbustos do mangue. É um caranguejo semiterrestre com a particularidade de respirar o oxigênio do ar atmosférico ficando muito tempo fora dágua. Para isso bastar-lhe-á manter apenas humedecidas as brânquias.

ARDEÍDAS - Aves Ciconiiformes, cujo tipo representativo é a GARÇA.

ARGONAUTA - Molusco acéfalo, dibrânquio, da família Argonautidae: Argonauta argo (L.) (E. de S. Paulo) e Argonauta geniculata GOULD (R. de Janeiro). As fêmeas são dotadas de belíssima concha.

ARIGBOIA - Nome pelo qual é conhecida a SUCURI , Eunectes murinus (L.), no centro e na região litorânea brasileira.

ARIRAMBA GRANDE - Nome que, no Amazonas, se dá ao MARTIM PESCADOR GRANDE, Megaceryle torquata torquata (L.).

ARIRAMBA DA MATA - Áve Piciforme, da família Galbulidae, Galbula tombacea cyanescens DEVILLE, do Norte do Brasil. Nome que se aplica, também, à espécie Brachyalba lugubris lugubris (SWAINSON).

ARIRAMBA MIUDINHO - Nome que, no Amazonas, se dá ao MARTIM PESCADOR PEQUENO, Chlorocetyle inda (L ) bem como à espécie C aenea aenea (PALL).

ARIRAMBA PEQUENA - Nome que, no Norte do Brasil, se dá ao MARTIM PESCADOR PEQUENO, Choroceryle americana americana (GMELIN).

ARPI - Nome de uma borboleta noturna, da família Ceratocampidae, Adelocephala subangulata.

ARTRÓPODOS - Invertebrados dotados de exoesqueleto quitinoso e providos de apêndices articulados pares. Entre eles encontram-se os Insetos, os Aracnídeos, os Crustáceos e os Miriapodos.

ARUÁ - Seria de valia acrescentar que este molusco é noscivo e que estraga a folhagem e os brotos das plantas aquáticas, como registra o D.R.v.I. , à custa dos dentes que, em número de vários milhares, aparecem enriçados no órgão bucal chamado rádula.

ASA DE MORCEGO - Nome dado a uma borboleta noturna, da família Saturniidae, Loxolonia serpentina MAASS.

ARCARIS - Diz-se dos Nematoides cujo tipo é a LOMBRIGA.

ASCÍDIA - Tunicados representados por formas sedentárias, dotadas de manto celulósico, muito comuns na zona costeira.

ASSENTA PAU - Nome de uma borboleta diurna da família Nymphalidae, Ageronia februa februa HUBN. , também conhecida por CARIJÓ e ESTALADEIRA.

ASSENTA PAU DE BARRIGA VERMELHA - Nome de uma borboleta diurna, da família Nymphalidae, Ageronia amphinome aegina FRUHST..

ASTEROIDEA - Classe de Equinodermas que abriga todas as "Estrelas do mar verdadeiras".

ATÉCOS - Divisão dos Quelônios em que se encontram exemplares desprovidos de escudos ou placas córneas.

AVISUGA - Nome, um tanto raro, de origem lusitana, mas ainda em uso pelos descendentes de portugueses residentes no Brasil, para designar todos os parasitos de aves.

AZUL SEDA - Nome de uma borboleta diurna, da família Morphoidae, Morpho menelaus L.,

AZULÃO - Nome dado a uma borboleta diurna, da família Morphoidae, Morpho laertes GODT.

AZULÃO BOIA - Nome dado a duas cobras áglifas, do gênero Leptophis, L. ahactulla e L. occidentalis nigromarginatus.

AZULÃO FERRETE - Nome dado a borboletas das famílias Brasolidae e Nymphalidae, Eryphanes reevessii WEST e Ageronia arete arete DBL.,

AZULINHO - Nome dado ao Fringilídeo Cyanoloxia glauco-caerulea (LAFRESNAYE & D'ORBIGNY), ocorrente no R. G. do Sul, São Paulo e Mato Grosso.

Damos a seguir os sinônimos referentes à letra "A" que se encontram no D.R.v.I. e nestas Achegas. Na segunda coluna, mencionamos os títulos dos verbetes correspondentes.

SINÔNIMO VERBETE ABACATUAIA Abacatáia ABADEJO Badejo ABELHA ESCURA Abelha do Reino ABELHA MESTRA Abelhas sociais indígenas ABELHA MULATA Abelha ABELHA SOLITÁRIA Abelha ABREU Abelha ABROTA Abróte ABRÓTEA Abróte ACALÉFO Cifozoário ACANÁ Acauã ACANATÍ Acanatic ACANGAPÉVA Cambéva ACANGUÇÚ Onça ou Onça Pintada ACARÁ-AÇÚ Apaiarí ACARÁ-AIA Caranha ACARÁ-APUA Carapitanga ACARÁ-DISCO Mororé ACARÁ-FERREIRO Acará Topete ACARÁ-Í Acaraí ACARÁ-MUCÚ Acará mocó ACARÁ-PARAGUÁ Acará fuso ACARÁ-PINHACHAME Acará bererê ACARÁ PINDÁ Agulha ACARÁ PITANGA Carapitanga ACARÁ TINGA Acará ACARÁ ÚNA Acará péva ACARINOS Carrapatos ACTINEA Anêmona ACURANA Bacurâu ACURAUÁ Bacurâu ACURÍ Aguti ACUXÍ Cutia de rabo AFÍDIO Pulgões AGACHADEIRA Massarico de coleira AGAMI Jacamin AGERÚ Ajurú AGUA MÁ Água viva AGUAPEAÇOCA Piaçoca AGUA SÓ Narcejão AGUARAGUAÇÚ Guará AGUIA PESQUEIRA Aguia pescadoca AI-PICHÚMA Preguiça AIACÁ Tracajá AIG Ai AIUSSÁ Aiassá AJAJA Colhereiro AJERÚ AÇÚ Papagaio AJURÚ CATINGA Papagaio do mangue AJURÚ CURÁU Ajucú catinga AJURÚ ÊTÊ Papagaio ALACRAU Alacrã ALBACORA BRANCA Albacora ALCARAVÃO Socó boi ALFINETE Panaguaiú AMARELA Abelha AMARELINHO Cambacica AMBORÊ Amoré AMEIJÔA Ameija AMORÊ GUAÇÚ Emboré AMOREIA Amoré AMPALÁGUA Sucuri ANAMBÊ GUAÇÚ Anambé pitiú ANAMBÊ POMBO Anambé pitiú ANA VELHA Socózinho ANDORINHA DO CAMPO Taperá ANDUIÁ Anujá ANEIÚ Ameija ANEMBÊ ÚNA Anambé preto ANFISBENA Cobra de 2 cabeças AGÁ-HÚ Tapacanim ANGÚ Tapacanim ANHU-PÓCA Anhuma póca ANIJU-ACANGA Camaleão comum ANOJADO Anujá ANÚ-AÍ Anú ANU-GUAÇÚ Anú ANÚ-HU Anú coróca ANUM Anú ANUM PÓCA Tachã ANÚ PRETO Anú APAÍ lrerê ARACARUNA Palombeta ARAGUAIÁVA Sabiá cica ARAGUÁGUÁ Espadarte ARAGUARÍ Araguaí ARAGUIRÁ Tico-tico rei ARANCIM lraxim ARAPAIMA Picacucú ARAPONGA DA HORTA Araponguinha ARAPONGUIRA Araponguinha ARAPUÇÁ Tracajá ARARA CANGUÇÚ Tracajá ARARA PIRANGA Arara canga ARARA PRETA Arara azul ARARA ÚNA Arara azul ARARÍ Canindé ARARUNA Arara azul ARATAIÁ Arapapá ARA TAIAÇÚ Arapapá ARAAUA Aruá ARAUAÍ Araguaí ARAUAÍ Aravarí ARAUANÁ Aruaná ARREBITA RABO Sabiá póca ARUAÍ Araguaí ARUMAÇA Aramaçá ARUMARÚ Chopim ASA BRANCA Pomba Trocaz ASA DE TELHA Vira ASSOBIA CACHORRO Japacanim ATANGARÁ TINGA Rendeira ATINGAÇÚ Alma de caboclo ATINGUAÇÚ Alma de cabôclo ATINGAÚ Alma de gato ATURIA Cigana AZULÃO BICUDO Azulão AZULÃO DO CAMPO Sanhaço AZULÃO DA SERRA Sanhaço

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Jun 2012
  • Data do Fascículo
    Dez 1950
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