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Gestão hidráulica da represa de Barra Bonita - SP, Brasil, como fator de controle da sucessão temporal de sua comunidade de peixes

A sucessão temporal das comunidades de peixes permite avaliar o estado do ambiente e a capacidade de adaptação das espécies às perturbações. Com este propósito, a comunidade de peixes da represa de Barra Bonita foi amostrada em duas épocas do ano (seca e chuvosa) em três zonas diferentes do reservatório: fluvial, transição e lêntica. A lista das espécies foi comparada com outras quatro, referentes a coletas anteriores, visando detectar as variações ocorridas na composição ictiofaunística da represa, ao longo dos últimos 15 anos. Para avaliar a adaptação da comunidade atual à variabilidade ambiental, a estrutura trófica e reprodutiva foi analisada junto com a gestão hidráulica da represa. O número total de registros por autores varia entre 23 e 39, num total registrado de 68 espécies. Destas, 27 podem ser consideradas constantes, 14 acessórias e 27 acidentais. As principais diferenças observadas estão nas famílias: Anostomidae, Loricariidae e Characidae. Em relação à gestão hidráulica, os resultados mostram uma comunidade estabilizada e adaptada às flutuações ambientais, dominada por espécies de pequeno porte, amplo espectro alimentar e alta compensação reprodutiva (r-estrategistas). A sobreposição dos ciclos biológicos das espécies mais abundantes com as fases de enchente e esvaziamento da represa indica o período de setembro a março-abril como crítico para o sucesso reprodutivo. Estes resultados, interpretados no contexto do processo de velhice do ambiente, indicam que a represa de Barra Bonita está entrando numa fase de transição entre a de colonização e velhice.

represa de Barra Bonita; ictiofauna; transformação da comunidade; estrutura trófica e reprodutiva


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