Este estudo avaliou o efeito da temperatura no crescimento de Austrolebias nigrofasciatus, uma espécie de peixe anual endêmica e ameaçada do sistema lagunar Patos-Mirim no extremo sul do Brasil. Para avaliar o efeito da temperatura no crescimento inicial e na diferenciação sexual de A. nigrofasciatus, ovos mantidos em laboratório foram eclodidos e os peixes foram mantidos por oito semanas a temperaturas de 16 e 22 ºC. O comprimento padrão dos peixes recém eclodidos foi de 4,67 ± 0,25 mm e ao final de oito semanas atingiram 23,68 ± 3,73 e 22,68 ± 5,36 mm, respectivamente para 16 e 22 ºC. O crescimento inicial foi maior a 22 ºC e os peixes apresentaram precocidade na maturação sexual quando comparados a 16 ºC. As fêmeas criadas a 22 ºC atingiram maior comprimento (23,00 ± 2,83 mm) em relação aquelas mantidas em 16 ºC (17,91 ± 2,47 mm). Machos foram significativamente maiores que as fêmeas a 16 ºC, mas não foi constatada diferença de comprimento entre os sexos dos peixes mantidos a 22 ºC. A relação sexual foi de 1:0.6 e 1:1.1 (M:F) a 16 ºC e 22 ºC, respectivamente, sugerindo uma possível influência da temperatura na diferenciação sexual fenotípica. Considerado os resultados obtidos concluímos que juvenis de A. nigrofasciatus devem ser criados a 22 ºC durante os primeiros meses de idade, garantindo assim uma maior taxa de crescimento até a puberdade.
peixe anual; condições de laboratório; Cyprinodontiformes; Rivulidae