Este estudo foi realizado, de forma mais abrangente, para avaliar questões prévias que foram levantadas a partir de um artigo preliminar sobre a estrutura genética de populações de Cryptocarya moschata. Assim, pela análise de 40 locos alozímicos polimórficos, estimaram-se as freqüências alélicas para 335 indivíduos adultos de 11 populações naturais de Cryptocarya moschata, de seis bacias hidrográficas do estado de São Paulo e da Serra da Estrela, no Rio de Janeiro. Obtiveram-se estimativas das estatísticas F de Wright, estimadas pelo método da análise da variância, que apresentaram valores de <img border=0 width=32 height=32 id="_x0000_i1034" src="../../../../../../img/revistas/bn/v4n1/img/a04car(f).jpg" align=absmiddle > ou = 0,352, <img border=0 width=32 height=32 id="_x0000_i1035" src="../../../../../../img/revistas/bn/v4n1/img/a04car(0p).jpg" align=absmiddle > ou = 0,285 e <img border=0 width=32 height=32 id="_x0000_i1036" src="../../../../../../img/revistas/bn/v4n1/img/a04car(f2).jpg" align=absmiddle > ou = 0,097, indicando que os indivíduos dentro das populações devem ser panmíticos, que a diversidade entre as mesmas é bastante alta, superior à esperada para famílias com estruturação de irmãos-completos. Calculando <img border=0 width=32 height=32 id="_x0000_i1037" src="../../../../../../img/revistas/bn/v4n1/img/a04car(0p).jpg" align=absmiddle>com as populações tomadas duas a duas, testou-se o modelo de isolamento pela distância, sendo que os dados não aderiram ao modelo, mostrando não haver aumento de <img border=0 width=32 height=32 id="_x0000_i1038" src="../../../../../../img/revistas/bn/v4n1/img/a04car(0p).jpg" align=absmiddle>com o respectivo aumento da distância geográfica. O fluxo gênico estimado em 0,55 indivíduos por geração corrobora a pronunciada diferenciação populacional encontrada, indicando que efeitos de deriva devem ser mais importantes do que os de seleção. Os tamanhos efetivos populacionais estimados a partir das populações amostradas mostraram que houve uma adequada representatividade genética das amostras para aquelas com valores de <img border=0 width=32 height=32 id="_x0000_i1039" src="../../../../../../img/revistas/bn/v4n1/img/a04car(f2).jpg" align=absmiddle>relativamente baixos. Contudo, sob um contexto metapopulacional, o tamanho efetivo populacional foi de 17,07 indivíduos, indicando que a amostragem realizada para a espécie correspondeu a 88,44% do tamanho efetivo máximo obtido a partir de 11 populações com um <img border=0 width=32 height=32 id="_x0000_i1040" src="../../../../../../img/revistas/bn/v4n1/img/a04car(0p).jpg" align=absmiddle>de 0,285, correspondendo a apenas 5,09% dos indivíduos amostrados. As estratégias de manejo e conservação necessárias para a preservação da alta variabilidade genética intrapopulacional de C. moschata implicam na manutenção de populações com número grande de indivíduos. Além disso, para a preservação da espécie como um todo, a manutenção de muitas populações se faz necessária, o que denota que a conservação de grandes áreas de Mata Atlântica deva ser necessária para manter sua dinâmica evolutiva.
alozimas; Lauraceae; estrutura genética; Neotrópico; Cryptocarya moschata; Mata Atlântica; Brasil