RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A prevalência de dor crônica tem aumentado no mundo e é considerada o problema de saúde mais subestimado, com impacto na qualidade de vida. Além disso, há pouco consenso em relação à carga da dor crônica ao sistema de saúde no Brasil. O presente estudo teve como objetivo investigar a prevalência de dor crônica na população adulta geral brasileira e as condições sociodemográficas, clínicas, médicas e a localização corporal da dor.
METODOS:
Foi realizado um estudo transversal, em questionário pela internet em uma amostra nacionalmente representativa de adultos do Brasil, para estimar a prevalência e características da dor crônica na população brasileira. Vinte e sete mil e trezentos e quarenta e cinco (27.345) residentes representativos foram contatados.
RESULTADOS:
Dos 27.345 indivíduos, 20.830 (76,17%) apresentaram dor crônica, recorrente ou duradoura com duração de pelo menos 6 meses. Quase metade dos entrevistados tinham mais de 65 anos de idade (48,15%) e a prevalência era maior nas mulheres (84,60%) do que nos homens (16,40%). A prevalência de dor lombar crônica primária foi de 59,85%; de artrite reumatoide primária foi (59,78%) e dor primária oriunda de osteoartrite foi de 69,02%. Metade dos entrevistados com dor crônica apresentava dor diária e a intensidade da dor média (últimos 3 meses) era moderada em 57,28%.
CONCLUSÃO:
A dor crônica afeta mais de dois terços da população do Brasil. Os resultados deste estudo revelaram alta prevalência da dor crônica. Os fatores de risco são ser mulher, idade avançada e baixos níveis de renda familiar. Há necessidade de melhores políticas de saúde para pacientes com dor crônica no Brasil.
Descritores:
Brasil; Dor; Dor crônica; Epidemiologia; Prevalência