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Racismo e participação social na universidade: experiências de estudantes negras em cursos de saúde

Resumo

Indicadores educacionais do Brasil mostram uma sensível elevação da participação de mulheres negras no Ensino Superior. Porém, quando se trata de cursos considerados de alto prestígio, elas se encontram ainda mais em desvantagem. Essa tendência se expressa em seu cotidiano, demandando dessas estudantes um esforço adicional para superar o racismo. A pesquisa objetivou compreender os impactos do racismo na participação social de estudantes negras na universidade e as suas formas de enfrentamento. Trata-se de um estudo qualitativo, realizado em uma universidade pública do estado de Alagoas, adepta apenas do sistema de cotas sociais. A produção de dados ocorreu por meio de grupo focal com seis estudantes negras de três cursos da área da saúde da universidade, que se autodeclararam negras/pretas ou negras/pardas. Os dados produzidos foram analisados por meio da técnica de análise temática, sendo apresentados e discutidos com base em três categorias: dificuldades relacionadas ao acesso e permanência na universidade; expressões do racismo no cotidiano universitário; e estratégias de enfrentamento ao racismo. Revelaram-se dificuldades em seu ingresso e trajetória no Ensino Superior, sendo atravessadas pelos marcadores de gênero, raça e classe. Reforça-se a necessidade das ações afirmativas no contexto universitário; sugere-se o aprofundamento teórico e a reflexão acerca do tema.

Palavras-chave:
Mulheres; Racismo; Educação Superior

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