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Hesitações e proeminência relativa em constituintes prosódicos na fala infantil

RESUMO

Objetivo

verificar se as hesitações ocorreriam, preferencialmente, em posições fortes ou fracas de quatro dos constituintes prosódicos: enunciado fonológico, frase entonacional, frase fonológica e grupo clítico.

Método

os dados foram extraídos de um banco composto por 147 situações de entrevistas realizadas com crianças de 5-6 anos de idade. Para análise dos constituintes prosódicos, foi utilizado o princípio da proeminência relativa. A partir desse princípio, foram consideradas como em posição forte as ocorrências hesitativas identificadas em elementos proeminentes na organização de cada um dos constituintes prosódicos e, como em posição fraca, as ocorrências hesitativas identificadas em partes de constituintes que circundam as posições proeminentes. Foram detectadas, pelos juízes, 2.399 ocorrências hesitativas.

Resultados

foram identificadas, respectivamente, em posições fortes e fracas os seguintes totais de hesitações: (1) no enunciado fonológico = 305 (28,37%) e 770 (71,63%); (2) na frase entonacional = 285 (20,67%) e 1094 (79,33%); (3) na frase fonológica = 129 (16,49%) e 653 (83,51%); e (4) no grupo clítico = 154 (15,21%) e 859 (84,79%).

Conclusão

embora as ocorrências hesitativas tenham sido identificadas em posições fortes em todos os constituintes prosódicos analisados, houve prevalência pela posição fraca. Esse resultado corrobora estudos que afirmam que as hesitações ocorreriam em porções prosodicamente não nucleares. Além dessa confirmação, os resultados reforçam a eficácia do modelo da fonologia prosódica em relação ao princípio da proeminência relativa.

Descritores
Linguagem Infantil; Linguística; Fonoaudiologia; Comunicação; Desenvolvimento da Linguagem; Fala

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