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Em busca da cegonha: “tentantes”, “instamigas” e possíveis ativismos em redes sociais*

In Search of the Stork: “Seekers”, “Instafriends” and Possible Activisms in Social Networks

Resumo

Pessoas que estão tentando ter filhos têm acessado redes virtuais e se identificando através da categoria “tentante”. Esse movimento se insere na ativação de redes sociais na busca por informações. Há na busca de redes sociais por “tentantes” uma quebra da regra de silêncio que permeia a infertilidade e o uso de reprodução assistida. Tais práticas foram, frequentemente, agenciadas por tabus, segredo e inseridas na esfera da intimidade. Nesse artigo nos propomos a refletir sobre como a criação de grupos e canais de tentantes em redes sociais pode ser vista ora como um fórum de busca de informações especializadas, ora como uma prática de ativismo virtual visando através de redes de biossocialidade desmistificar e eliminar os preconceitos relacionados à infertilidade. No entanto, a centralidade de mulheres como protagonistas desses canais e postagens parece manter um desses tabus: a culpabilização e a responsabilização das mulheres pela infertilidade. Para compreendermos esse complexo universo, analisaremos as trocas e as publicações no Instagram a partir do perfil de duas tentantes. Nossa aproximação com essas publicações problematiza o modo como as postagens agenciam práticas e têm impacto no universo on/offline. “Curtidas”, emojis e “intamigas” nos permitem uma chave para compreender como a tecnologia mais do que mediar relações, as constrói.

Tentantes; “instamigas”; ativismo virtual; infertilidade

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