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Frantz Fanon, descolonização e o saber em saúde mental: contribuições para a saúde coletiva brasileira

Frantz Fanon, decolonization and knowledge in mental health: contribution for Brazilian public health

Resumo

O ensaio enfatiza a reflexão psicossocial do psiquiatra martinicano Frantz Fanon. Seu pensamento tem expressão na crítica da dominação colonial e do racismo, destacando-se as obras Pele negra, máscaras brancas e Os condenados da Terra. Uma transcendência literária forja seu discurso apaixonado e libertador, relevante nas teorizações pós-coloniais e decoloniais. Crescentemente reconhecido pela discussão política do mundo diaspórico contemporâneo, suas ideias e práticas médico-sociais, precursoras na atenção à saúde mental, são menos conhecidas. Referenciado por Paulo Freire e Boaventura de Sousa Santos, Fanon releva a cultura na discussão de uma sociogênese do sofrimento mental e na crítica à inadequação da psicanálise eurocêntrica para lidar com a opressão colonial e o racismo. Fanon, embora citado por Franco Baságlia, não figurou como referência para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, mas seu pensamento descolonial e antirracista se revela, em perspectiva, uma importante contribuição para a saúde coletiva.

Palavras-chave:
Racismo e sociogênese; Descolonização e decolonialidade; Frantz Fanon; Saúde mental; Saúde coletiva

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