RESUMO
As reabsorções radiculares “em plano” ou “em corte” são características do ameloblastoma e foram consideradas patognomônicas dessa lesão, diferenciando-o do cisto ósseo simples, queratocisto odontogênico e do cisto nasopalatino - nos quais elas estão ausentes, nos dentes envolvidos. Apesar dessa frequência elevadíssima e importante no diagnóstico diferencial, não se pode dispensar o exame microscópico, para um diagnóstico definitivo, no planejamento terapêutico do caso. Elaborou-se uma hipótese com seis passos para explicar o mecanismo pelo qual o ameloblastoma promove essa típica reabsorção radicular peculiar da lesão: ser uma neoplasia epitelial benigna sem cápsula fibrosa, formada por ilhotas e cordões epiteliais que imitam a lâmina dentária e invadem os tecidos vizinhos, liberando mediadores (IL-1, EGF) da reabsorção óssea e dentária. Essa hipótese ajuda a explicar mais uma das causas de reabsorções dentárias que podem estar presentes nas análises das documentações ortodônticas, ajudando a diferenciar as reabsorções radiculares próprias da prática ortodôntica.
Palavras-chaves:
Reabsorção dentária; Reabsorção radicular; Ameloblastoma; Lesões maxilares; Ortodontia