Acessibilidade / Reportar erro

Editorial

A publicação deste volume 27, número dois, de Educação e Pesquisa é motivo de grande satisfação para nós, que assumimos há três anos sua editoria com o compromisso de recuperar a periodicidade da revista, bem como de dar um salto qualitativo no que se refere à sua proposta gráfica e editorial. Trabalhamos bastante para concretizar esses objetivos, que demandaram tarefas diversas, desde a reorganização da secretaria, serviços de infra-estrutura e a busca constante por financiamentos, até a elaboração e concretização de um novo projeto editorial.

Neste período, buscamos concretizar nossa convicção de que uma revista publicada pela Faculdade de Educação da USP tem a responsabilidade de contribuir de forma significativa para a divulgação da produção científica na área, pois estamos convencidos de que a circulação ampla das idéias é a base para a realização da crítica e do debate indispensáveis à qualidade da pesquisa. Sempre privilegiando, conforme nossa definição editorial, a publicação de resultados de pesquisas, procuramos trazer a contribuição de colegas de diversos países, seja em artigos originais, seja por meio da tradução de textos relevantes. Do mesmo modo, esforçamo-nos para que a produção dos mais variados centros brasileiros estivesse representada em nossas páginas. E buscamos, especialmente por meio da seção Em Foco, trazer à luz temas que nos pareciam prementes, contribuindo para a discussão de questões candentes e atuais na área.

Nos seis números de Educação e Pesquisa que compõem os volumes 25, 26 e 27, publicamos 60 textos de diferentes naturezas. Desses, 52 são artigos inéditos (representando mais de 86% do total), três são traduções de textos anteriormente publicados em outros países, e cinco são textos de outra natureza (homenagens, documentos). Não consideramos os editoriais e apresentações (de seções especiais ou traduções).

No que diz respeito aos artigos inéditos, eles podem ser classificados em dois grandes tipos: aqueles que apresentam resultados de pesquisas e os que se caracterizam como ensaios. Entre os primeiros, incluímos tanto aqueles que relatam e analisam resultados de investigações empíricas (quantitativas ou qualitativas), quanto os que apresentam balanços da produção em determinada área do conhecimento - os conhecidos "estados da arte" (que são, na verdade, frutos de pesquisa bibliográfica) - assim como os produtos de investigações documentais, típicos da pesquisa historiográfica. Essa é uma classificação por vezes subjetiva, mesmo tendo previamente definidos os critérios, pois há áreas nas quais a pesquisa tem um caráter eminentemente ensaístico, como a Filosofia e algumas vertentes da Psicologia. Nesses casos, optamos por caracterizar os textos como ensaios.

Com essas ressalvas, podemos afirmar que a maioria dos textos inéditos que publicamos podem ser caracterizados como apresentações de resultados de pesquisa: 32 dentro de um total de 52, representando 61,5%.

Quanto à filiação institucional dos autores que redigiram tais textos, encontramos 13 (22,8% do total de autores) ligados a instituições de outros países, entre os quais se destacam Portugal (três autores), Espanha (três), França (dois) e EUA (dois). Os demais vieram do México, Argentina e Suíça.* * O número total de autores (57) é superior ao número de artigos (52) devido à presença de mais de um autor em alguns dos textos. Trata-se de países com os quais os pesquisadores da área educacional mantêm estreito relacionamento acadêmico, sendo que muitos dos autores publicados pertencem a nosso conselho editorial e têm contribuído não apenas por meio do envio de seus próprios textos, mas também incentivando outros colegas a fazê-lo, bem como elaborando pareceres.

Dentre os 44 autores ligados a instituições nacionais, a maioria provém da região sudeste (75%), especialmente do estado de São Paulo (19 autores, que representam 43% do total), o que em parte reflete a concentração tanto da produção acadêmica, quanto dos cursos de pós-graduação em educação no Brasil. Os autores provenientes de outras regiões estão em Pernambuco (quatro), Paraná (três), Rio Grande do Sul (dois), Paraíba e Santa Catarina (um em cada). Uma melhor distribuição da revista em livrarias e universidades das principais cidades brasileiras – um dos nossos objetivos para o próximo ano – poderá resultar em sua maior divulgação fora de nosso estado e, conseqüentemente, no recebimento de um maior número de artigos de outras regiões para avaliação.

Dentre os autores da região sudeste, apenas seis são ligados à FEUSP (13,6% do total de autores), o que se confirma como resultado de nossa política de desestímulo à endogenia, procurando caracterizar nossa revista como canal de expressão da pesquisa educacional de qualidade, independentemente da origem dos autores. Outros 13 colaboradores provêm de outras instituições do estado de São Paulo: demais unidades da USP, PUC-SP, UNICAMP e UNESP. No restante, trata-se de 14 autores afiliados a instituições de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Assumir nossa responsabilidade como editores exigiu um esforço permanente de garantir a qualidade do material aprovado para publicação e, ao mesmo tempo, a abertura para o diálogo com os colegas que nos enviaram suas contribuições e que as avaliaram por meio de pareceres. Nossa mira contemplava, a todo momento, a diversidade e o respeito às divergências, mas também a seriedade, a coerência interna e a fundamentação teórico-metodológica. Muitas foram as dificuldades e as aprendizagens, os tropeços e as realizações, o que tornou indispensável a colaboração generosa de colegas, seja pelo envio de seus textos para avaliação, seja pela emissão de pareceres, seja ainda pela participação na edição de seções ou na tradução de textos.

Neste número, em especial, pudemos contar com a colaboração competente de Marta Kohl de Oliveira, que organizou e apresentou a seção sobre educação de jovens e adultos. Trata-se de um tema fundamental num país como o nosso, onde os índices de analfabetismo entre essas faixas etárias ainda são alarmantes, mas que infelizmente tem tido pouca expressão na produção acadêmica da área. A seção aqui apresentada aborda esse segmento educacional tanto do ponto de vista internacional, quanto das políticas públicas brasileiras, sem deixar de lado as dimensões propriamente cognitivas e pedagógicas desse debate.

Completam o volume dois textos de colegas da FEUSP, que apresentam conclusões de pesquisas na educação infantil e na formação de professores, e um artigo sobre os breves anos de existência do Instituto de Educação da USP, na década de 1930 - todos eles trabalhos de extrema relevância mediante as questões e impasses atuais da pesquisa e da prática educacionais no país.

Esperamos que os leitores compartilhem conosco a satisfação e o sentimento de que o esforço valeu a pena, e que continuem a nos apoiar nessa empreitada.

Belmira Oliveira Bueno

Marília Pinto de Carvalho

Julio Groppa Aquino

  • *
    O número total de autores (57) é superior ao número de artigos (52) devido à presença de mais de um autor em alguns dos textos.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      04 Abr 2002
    • Data do Fascículo
      Jul 2001
    Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo Av. da Universidade, 308 - Biblioteca, 1º andar 05508-040 - São Paulo SP Brasil, Tel./Fax.: (55 11) 30913520 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: revedu@usp.br