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Educação ambiental: origem e perspectivas

Environmental education: origin and perspectives

Resumos

Este artigo é uma síntese da dissertação de Mestrado (1993/1996-UFPR). Nosso objetivo foi fazer uma análise crítica da educação ambiental na sua institucionalização histórica e implicações teóricas e sociais. Essa análise inicia-se com a leitura dos documentos oficiais das principais conferenciais internacionais que deram origem a educação ambiental. As categorias de totalidade e interdependência marcaram metodologicamente o trabalho. As concepções de natureza, meio ambiente e ecologia, foram os elementos temáticos tomados como suporte crítico e tornaram-se reguladores para a análise dos equívocos na prática da educação ambiental e dos seus pressupostos epistemológicos.

meio ambiente; educação; educação ambiental


This paper is a summary of dissertations (1993/1996-UFPR). Our aim was to do a critically analyse environmental education in its histyorical institutionalization and its theoretical and social implications. We start by reading official documents about the main conferences and international meetings which led to environmental education. Totality and Interdependence marked our research methodologically. Nature, environmental and ecology concept, are the topic elements, which were our critical support, became the regulators of the analyses of the mistakes in enviromental education practice and its epistemological presupposition.

environment; education; environmental education


ARTIGOS DE DEMANDA CONTÍNUA

Educação ambiental: origem e perspectivas

Environmental education: origin and perspectives

Elisabeth Christmann Ramos

Professora da disciplina Biologia Educacional do Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação, Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná. Licenciada em Ciências Biológicas, mestre em Educação, área de concentração em Recursos Humanos e Educação Permanente

RESUMO

Este artigo é uma síntese da dissertação de Mestrado (1993/1996-UFPR). Nosso objetivo foi fazer uma análise crítica da educação ambiental na sua institucionalização histórica e implicações teóricas e sociais. Essa análise inicia-se com a leitura dos documentos oficiais das principais conferenciais internacionais que deram origem a educação ambiental. As categorias de totalidade e interdependência marcaram metodologicamente o trabalho. As concepções de natureza, meio ambiente e ecologia, foram os elementos temáticos tomados como suporte crítico e tornaram-se reguladores para a análise dos equívocos na prática da educação ambiental e dos seus pressupostos epistemológicos.

Palavras-chave: meio ambiente, educação, educação ambiental.

ABSTRACT

This paper is a summary of dissertations (1993/1996-UFPR). Our aim was to do a critically analyse environmental education in its histyorical institutionalization and its theoretical and social implications. We start by reading official documents about the main conferences and international meetings which led to environmental education. Totality and Interdependence marked our research methodologically. Nature, environmental and ecology concept, are the topic elements, which were our critical support, became the regulators of the analyses of the mistakes in enviromental education practice and its epistemological presupposition.

Key-words: environment, education, environmental education.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Texto recebido em 20/04/2001

1 UNESCO. Conferência de Estocolmo. Plano de Ação Mundial. Estocolmo, 1972. In: DIAS, Genibaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 1992. p. 272.

2 UNESCO. Conferência de Tbilisi. 1977. Recomendação 1. In: ESTADO DE SÃO PAULO. Secretaria do Meio ambiente. Educação ambiental e desenvolvimento: documentos oficiais. São Paulo, 1994. p. 31.

3 Os membros desse Clube estão ligados a grandes indústrias, a órgãos de consultoria (Italconsult), institutos de pesquisa (MIT-Massachusetts Institute of Technology), universidades etc. Na época, o Clube de Roma tinha por objetivo uma "tarefa bastante ambiciosa": elaborar um Projeto sobre o Dilema da Humanidade, o qual foi elaborado a partir de 1970 e publicado em 1972 com o título: The Limits to Growth, sob a responsabilidade de uma equipe de pesquisadores do MIT: Donella H. Meadows, Dennis L.Meadows, Jorgen Randers e William W. Behrens III. A tradução brasileira é de Inês M. F.Litta, publicada pela Editora Perspectiva, São Paulo em 1973.

4 A reação de um dos representantes do governo brasileiro resume bem esse confronto: "A pior poluição é a pobreza", e "se o preço do progresso é a poluição que venham poluir o Brasil". CAPOBIANCO, João Paulo. O que podemos esperar da Rio 92? In: São Paulo em Perspectiva. São Paulo: SEADE, v. 6, n. 1 e 2, jan./jun.1992, p. 14.

5 "Participaram da Conferência de Tbilisi, delegados de 68 estados membros da UNESCO, observadores de estados não membros, representantes de organizações intergovernamentais e de organizações internacionais e não governamentais." (DÍAZ, Alberto Pardo. La educacion ambiental como proyecto. Barcelona: ICE, 1995. p. 55)

6 CALVO, Susana; CORRALIZA, José A. Educación ambiental: conceptos y propuestas. Madrid: CCS, 1994, p. 64.

7 Ver Brasil. Secretaria de educação fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente, saúde - ensino de primeira à quarta série e Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais. Meio ambiente. Brasília: MEC/SEF, 1998.

8 CASINI, P. As Filosofias da natureza. Trad. Ana Falcão Bastos e Luis Leitão. São Paulo: Martins Fontes, 1975. p. 68.

9 Santo Agostinho. Confissões, XIII, 47. São Paulo: Abril, 1973. p. 313.

10 ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Rio de Janeiro: Rio,1974. p. 31.

11 No entanto, o naturalismo de Rousseau não significa o abandono da civilização e o retorno à natureza. O Contrato Social parte da situação desnaturada do homem para encontrar uma solução (política) para este estado social. Trata-se de restabelecer não mais uma unidade natural, mas política que se exprime pela idéia de vontade geral.

12 Essa relação dialética homem/natureza afasta Marx da intenção de Engels de separar a história da natureza e de ver nesta última leis dialéticas que são "leis reais de desenvolvimento da Natureza" (A dialética da natureza. 2. ed. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1976. p. 35). Alfred Schmidt critica a posição engelsiana ao afirmar que "enquanto natureza e história estão intimamente entrelaçadas em Marx, Engels vê nelas dois 'domínios de aplicação' distintos do método materialista-dialético [...] a dialética transforma-se naquilo que, de nenhuma maneira, é em Marx: uma cosmovisão, um princípio cósmico positivo". (El concepto de naturaleza en Marx, México : Siglo XXI, 1976, p. 52-53).

13 ADORNO, T. W. e HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Trad. Guido A . de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. p. 49.

14 Ibid., p. 20.

15 McINN IS, Noel. Apud TANNER, R. T. Educação ambiental. Trad. George Schlesinger. São Paulo: Summus, 1978. p. 31.

16 LAGO, Antonio; PÁDUA, José Augusto. O que é ecologia. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1988. p. 13.

17 SUREDA, Jaume; COLOM, Antoni J. Pedagogía ambiental. Barcelona: CEAC, 1989. p. 34.

18 LUTZEMBERG, José, Fim do futuro? Manifesto ecológico brasileiro. Porto Alegre : Movimento, 1976. p. 10.

19 SUREDA, J.; COLOM, A . J., op. cit., p. 33.

20 UNESCO, Conferência de Tbilisi, 1977. In: ESTADO DE SÃO PAULO. op. cit., p. 33.

21 SORRENTINO, M. Formação do educador ambiental; um estudo de caso. São Paulo, FE-USP, 1995, p. 14-18.

22 BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 3.ed. São Paulo: Brasiliense, 1981. p. 60

  • ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento Trad. Guido A. de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
  • BRANDÃO, C. R. O que é educação. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1981.
  • BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente e saúde - ensino de primeira à quarta série. Brasília: MEC/SEF, 1998.
  • ______. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais. Meio ambiente. Brasília: MEC/SEF, 1998
  • CALVO, S.; CORRALIZA, J. A. Educación ambiental: conceptos y propuestas. Madrid: CCS, 1994.
  • CAPOBIANCO, J. P. O que podemos esperar da Rio 92? São Paulo em Perspectiva, São Paulo: SAEDE, v. 6, n. 1 e 2, p. 13-17, jan./jun.1992.
  • CASINI, P. As filosofias da natureza. Trad. Ana Falcão Bastos e Luis Leitão. São Paulo: Martins Fontes, 1975.
  • DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 1992.
  • DÍAZ, A. P. La educación ambiental como proyecto. 2. ed. Barcelona: ICE, 1995.
  • ENGELS, F. A dialética da natureza. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
  • ESTADO DE SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente. Educação ambiental e desenvolvimento: documentos oficiais. São Paulo, 1994.
  • LAGO, A.; PÁDUA, J. A. O que é ecologia 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1988.
  • LUTZEMBERG, J. Fim do futuro? Manifesto ecológico brasileiro Porto Alegre: Movimento, 1976.
  • RAMOS, E. C. Educação ambiental: evolução histórica, implicações teóricas e sociais. Uma avaliação crítica. Curitiba, 1996. Dissertação de mestrado - UFPR.
  • ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens Rio de Janeiro: Rio, 1974.
  • SANTO AGOSTINHO. Confissões, XIII. São Paulo: Abril, 1973
  • SCHMIDT, A. El concepto de naturaleza en Marx. México: Siglo XXI, 1976.
  • SORRENTINO, M. Formação do educador ambiental: um estudo de caso. São Paulo: FE-USP, 1995.
  • SUREDA, J.; COLOM, A. J. Pedagogía ambiental. Barcelona: CEAC, 1989.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Mar 2015
  • Data do Fascículo
    Dez 2001

Histórico

  • Recebido
    20 Abr 2001
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