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Os processos de avaliação na Educação Infantil: a produção da criança e da infância em risco

RESUMO

O objetivo deste artigo é analisar como, nos processos de avaliação na Educação Infantil, os pareceres pedagógicos, que compõem a documentação pedagógica das instituições, operam certos saberes e normas que legitimam um determinado modo e tipo de infância e a criança produzida como sujeito em risco e a ser ajustado. Ocupando-se de um arquivo de dados composto por fragmentos de pareceres pedagógicos opera-se uma análise inspirada nas noções - ferramentas, saber e norma, a partir dos estudos foucaultianos, para mostrar como os usos desse instrumento de avaliação pode estar (re)produzindo saberes e matrizes normativas que produzem sujeitos - crianças e uma posição para certas infâncias serem rotuladas e identificadas como em risco e necessidade de ajustamento. Com a análise, busca-se mostrar os processos de avaliação que podem naturalizar um modo de ser criança em risco e a ser ajustada. Conclui-se apontando o limite que o conjunto de saberes e regras colocados em funcionamento, através dos processos de avaliação, nas instituições de Educação Infantil, ao identificar e rotular as crianças, podem estar limitando a percepção e a atuação das instituições e dos docentes no sentido de compreender a diversidade e multiplicidade de criança(s) e de infância(s) na contemporaneidade.

Palavras-chave:
Educação Infantil; Processos de Avaliação; Produção da criança

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