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Índice de poluição atmosférica: uma proposta baseada em dados secundários para avaliação da qualidade do ar

Atmospheric pollution index: a proposal based on secondary data to assess air quality

RESUMO

Este trabalho objetivou propor um método para avaliar a qualidade do ar de determinada região, com base em dados secundários. A metodologia proposta é fundamentada na elaboração de um índice de poluição atmosférica (IPA), desenvolvido por meio da aplicação do método analytic hierarchy process. O IPA utiliza dados secundários das fontes de emissões atmosféricas e dados relacionados com a poluição do ar. Essa relação gera um valor adimensional que classifica a qualidade do ar em cinco faixas. Com a aplicação da metodologia proposta, dados de 11 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), cinco municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e quatro municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) foram analisados. Esses municípios possuem uma rede automática de monitoramento da qualidade do ar. Os resultados mostram que dez municípios da RMSP, quatro municípios da RMGV e três municípios da RMBH tiveram o IPA classificado como moderado, tendo como referência o ano de 2017. Essa informação é comprovada quando comparada com o índice de qualidade do ar do ano de 2017 desses municípios. Concluiu-se que a metodologia proposta se demonstrou um método apropriado para avaliação da qualidade do ar e pode ser empregada como uma ferramenta viável no gerenciamento da qualidade do ar atmosférico nos estados brasileiros ou em qualquer outro país.

Palavras-chave:
índice de qualidade do ar; poluição atmosférica; análise de dados

ABSTRACT

This work aimed to propose a method to assess the air quality of a given region, based on secondary data. The proposed methodology is based on the elaboration of an air pollution index (API), developed from the application of the Analytic Hierarchy Process (AHP) method. API uses secondary data from the sources of atmospheric emissions and data related to air pollution. This relationship generates a dimensionless value that classifies air quality into five ranges. With the application of the proposed methodology, data from 11 municipalities in the Metropolitan Region of São Paulo (MRSP), five municipalities in the Metropolitan Region of Belo Horizonte (MRBH) and four municipalities in the Metropolitan Region of Greater Vitória (MRGV) were analyzed. These municipalities have an automatic air quality monitoring network. Results show that ten municipalities in the MRSP, four municipalities in the MRGV and three municipalities in the MRBH had the API classified as moderate, with reference to the year 2017. This information is proven when compared with the air quality index (AQI) for the year 2017 of these municipalities. It was concluded that the proposed methodology proved to be an appropriate method for air quality assessment and can be used as a viable tool in the management of atmospheric air quality in Brazilian states or in any other country.

Keywords:
air quality index; atmospheric pollution; data analysis

INTRODUÇÃO

De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar doméstico e ambiental foi conjuntamente responsável por sete milhões de mortes em 2016 (WHO, 2019WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). World health statistics 2019: monitoring health for the SDGs, sustainable development goals. Genebra: World Health Organization, 2019. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/324835. Acesso em: 20 mar. 2020.
https://apps.who.int/iris/handle/10665/3...
). Tendo em vista que a poluição atmosférica é considerada hoje o maior risco ambiental à saúde (WHO, 2016WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). World Health Statistics 2016: Monitoring health for the SDGs. Genebra: WHO, 2016. Disponível em: https://www.who.int/gho/publications/world_health_statistics/2016/en/. Acesso em: 14 mar. 2020.
https://www.who.int/gho/publications/wor...
) e o quinto principal fator de risco para mortalidade em todo o planeta (HEI, 2019HEALTH EFFECTS INSTITUTE (HEI). State of Global Air/2019: a special report on global exposure to air pollution and its disease burden. Boston: HEI, 2019. Disponível em: https://www.stateofglobalair.org/sites/default/files/soga_2019_report.pdf. Acesso em: 19 jul. 2020.
https://www.stateofglobalair.org/sites/d...
), ter conhecimento da qualidade do ar de uma região é extremamente importante para a gestão ambiental de uma cidade (SILVA; ALONSO; OLIVEIRA, 2016SILVA, K.L.A.; ALONSO, M.F.; OLIVEIRA, L.P. Análise das emissões atmosféricas de fontes móveis para a cidade Pelotas–RS. Ciência e Natura, v. 38, p. 347-353, 2016. https://doi.org/10.5902/2179460X20256
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).

A interação entre as fontes de poluição e a atmosfera vai definir o nível de qualidade do ar, que determina por sua vez o surgimento de efeitos adversos da poluição do ar sobre os receptores (LISBOA, 2014LISBOA, H.M. Controle da poluição atmosférica. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina/Centro Tecnológico Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2014. Disponível em: http://repositorio.asces.edu.br/handle/123456789/418. Acesso em: 10 mar. 2020.
http://repositorio.asces.edu.br/handle/1...
). As implicações observadas da poluição atmosférica sobre a saúde humana consistem no comprometimento do coração, dos vasos sanguíneos, da circulação sanguínea e do sistema reprodutor (FERNANDES et al., 2010FERNANDES, J.S., CARVALHO, A.M.D., CAMPOS, J.F., COSTA FILHO, L.O. Poluição atmosférica e efeitos respiratórios, cardiovasculares e reprodutivos na saúde humana. Revista Médica de Minas Gerais, v. 20, n. 1, p. 92-101, 2010.), na incidência de doenças respiratórias e neurológicas e de diversos tipos de câncer (NASCIMENTO et al., 2017NASCIMENTO, A.P.; SANTOS, J.M.; MILL, J.G.; SOUZA, J.B.; REIS JÚNIOR, N.C..; REISEN, V.A. Associação entre concentração de partículas finas na atmosfera e doenças respiratórias agudas em crianças. Revista de Saúde Pública, v. 51, p. 3, 2017. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006523
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), alterações na performance cognitiva humana (ZHANG; CHEN; ZHANG, 2018ZHANG, X.; CHEN, X.; ZHANG, X. The impact of exposure to air pollution on cognitive performance. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 115, n. 37, p. 9193-9197, 2018. https://doi.org/10.1073/pnas.1809474115
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) e na diminuição da expectativa de vida (CHAY; GREENSTONE, 2003CHAY, K.Y.; GREENSTONE, M. The impact of air pollution on infant mortality: evidence from geographic variation in pollution shocks induced by a recession. The Quarterly Journal of Economics, v. 118, n. 3, p. 1121-1167, 2003. https://doi.org/10.1162/00335530360698513
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).

Vale dizer que a maior contribuição das emissões atmosféricas nas grandes cidades está associada principalmente ao setor de transportes e ao setor industrial, quase sempre correlacionada à alta densidade demográfica e ao crescimento econômico, comprovado nos trabalhos de González et al. (2017)GONZÁLEZ, C.M.; GÓMEZ, C.D.; ROJAS, N.Y.; ACEVEDO, H.; ARISTIZÁBAL, B.H. Relative impact of on-road vehicular and point-source industrial emissions of air pollutants in a medium-sized Andean city. Atmospheric Environment, v. 152, p. 279-289, 2017. https://doi.org/10.1016/j.atmosenv.2016.12.048
https://doi.org/10.1016/j.atmosenv.2016....
, Li et al. (2017)AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (ANAC). Aeródromos. Brasil: ANAC, 2017. Disponível em: https://www.anac.gov.br/acesso-a-informacao/dados-abertos/areas-de-atuacao/aerodromos. Acesso em: 10 mar. 2020.
https://www.anac.gov.br/acesso-a-informa...
, Yu, Deng e Chen (2018)YU, Y.; DENG, Y.-R.; CHEN, F.-F. Impact of population aging and industrial structure on CO2 emissions and emissions trend prediction in China. Atmospheric Pollution Research, v. 9, n. 3, p. 446-454, 2018. https://doi.org/10.1016/j.apr.2017.11.008
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, Cui et al. (2018)CUI, L.; WANG, X.L.; HO, K.F.; GAO, Y.; LIU, C.; HO, S.S.H.; LI, H.W.; LEE, C.; WANG, X.W.; JIANG, B.H.; HUANG, Y.; CHOW, J.C.; WATSON, J.G.; CHEN, L.W. Decrease of VOC emissions from vehicular emissions in Hong Kong from 2003 to 2015: Results from a tunnel study. Atmospheric Environment, v. 177, p. 64-74, 2018. https://doi.org/10.1016/j.atmosenv.2018.01.020
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, Wong et al. (2019)WONG, Y.K.; HUANG, X.H.; CHENG, Y.Y.; LOUIE, P.K.; YU, A.L.C.; TANG, A.W.; CHAN, D.H.L.; YU, J.Z. Estimating contributions of vehicular emissions to PM2. 5 in a roadside environment: A multiple approach study. Science of The Total Environment, v. 672, p. 776-788, 2019. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2019.03.463
https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2019...
, Ghermandi et al. (2019)GHERMANDI, G.; FABBI, S.; BIGI, A.; VERATTI, G.; DESPINI, F.; TEGGI, S.; BARBIERI, C.; TORREGGIANI, L.. Impact assessment of vehicular exhaust emissions by microscale simulation using automatic traffic flow measurements. Atmospheric Pollution Research, v. 10, n. 5, p. 1473-1481, 2019., Guttikunda et al. (2019)GUTTIKUNDA, S.K.; NISHADH, K.A.; GOTA, S.; SINGH, P.; CHANDA, A.; JAWAHAR, P.; ASUNDI, J. Air quality, emissions, and source contributions analysis for the Greater Bengaluru region of India. Atmospheric Pollution Research, v. 10, n. 3, p. 941-953, 2019. https://doi.org/10.1016/j.apr.2019.01.002
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, Yang et al. (2020)YANG, H.H.; DHITAL, N.B.; WANG, Y.F.; HUANG, S.C.; ZHANG, H.Y. Effects of short-duration vehicular traffic control on volatile organic compounds in roadside atmosphere. Atmospheric Pollution Research, v. 11, n. 2, p. 419-428, 2020., Yu e Li (2020)YU, Y.; LIU, H. Economic growth, industrial structure and nitrogen oxide emissions reduction and prediction in China. Atmospheric Pollution Research, v. 11, n. 7, p. 1042-1050, 2020. https://doi.org/10.1016/j.apr.2020.03.011
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e Zheng et al. (2020)ZHENG, H.; GAO, X.; SUN, Q.; HAN, X.; WANG, Z. The impact of regional industrial structure differences on carbon emission differences in China: An evolutionary perspective. Journal of Cleaner Production, v. 257, 120506, 2020. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2020.120506
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. Esses fatores têm colaborado com a elevação da concentração de poluentes na atmosfera dessas regiões.

Como medida de segurança, diversos países têm estabelecido padrões de qualidade do ar para os poluentes atmosféricos, baseados nas diretrizes publicadas pela OMS (WHO, 2005WHO air quality guidelines global update 2005. Genebra: WHO, 2005. Disponível em: http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0008/147851/E87950.pdf. Acesso em: 29 jul. 2020.
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) e que podem ser entendidos como valores de concentração do poluente na atmosfera associado a um intervalo de tempo de exposição em que se preserve a qualidade de vida e do meio ambiente em relação aos riscos de danos causados pela poluição atmosférica (BRASIL, 2018BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução n° 491, de 19 de novembro de 2018. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar. Brasília, 2018. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=740. Acesso em: 9 jul. 2020.
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legia...
).

Dessa forma, as redes de monitoramento da qualidade do ar são ferramentas essenciais utilizadas para determinar a concentração de um poluente na atmosfera e medir o grau de exposição dos receptores, além de fornecer informações que possibilitem a tomada de decisões necessárias para proteger a saúde e o bem-estar da população. Os sistemas de monitoramento da qualidade do ar, na maioria dos países de baixa e média renda, estão em fase de desenvolvimento e precisam ser fortalecidos para melhorar a gestão da qualidade do ar (GULIA et al., 2020GULIA, S.; KHANNA, I.; SHUKLA, K.; KHARE, M. Ambient air pollutant monitoring and analysis protocol for low and middle income countries: An element of comprehensive urban air quality management framework. Atmospheric Environment, v. 222, 117120, 2020. https://doi.org/10.1016/j.atmosenv.2019.117120
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).

No Brasil a gestão da qualidade do ar foi iniciada com a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente, editada pela Lei n° 6.938/1981, que coloca o monitoramento da qualidade do ar como instrumento de acompanhamento e de avaliação da qualidade do ar. Além disso, está em vigor a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n° 491/2018, que dispõe sobre padrões de qualidade do ar.

Em porte dos dados de monitoramento da qualidade do ar, os órgãos gestores podem utilizar indicadores ambientais para informar a população diariamente as condições da qualidade do ar em determinado local. Os indicadores podem ser instrumentos de mudanças, divulgação e obtenção de conhecimento, precisam ser claros, objetivos e de fácil entendimento por parte da população em geral e na sua maioria são representados não apenas por números, como também por cores, símbolos e imagens (MEADOWS, 1998MEADOWS, D. Indicators and information systems for sustainable development. In: SATTERTHWAITE, D. (org.). The Earthscan reader in sustainable cities. Routledge, 1998. p. 364-393.). Segundo Malheiros (2002)MALHEIROS, T.F. Indicadores ambientais de desenvolvimento sustentável local: um estudo de caso do uso de indicadores de qualidade do ar. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002., a função de um indicador é fornecer uma “pista” de um problema de grande importância ou tornar perceptível uma tendência que não está imediatamente visível.

Em termos de avaliação da qualidade do ar, no Brasil, assim como em vários outros países, é utilizado o índice de qualidade do ar (IQAr). Segundo Lisboa (2014)LISBOA, H.M. Controle da poluição atmosférica. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina/Centro Tecnológico Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2014. Disponível em: http://repositorio.asces.edu.br/handle/123456789/418. Acesso em: 10 mar. 2020.
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, esse índice foi concebido com base no pollutant standards index (PSI), cujo desenvolvimento se fundamentou numa experiência acumulada de vários anos nos Estados Unidos e Canadá. Ele foi desenvolvido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos a fim de padronizar a divulgação da qualidade do ar pelos meios de comunicação.

Para o cálculo do IQAr se faz necessário o monitoramento da qualidade do ar, ou seja, utilizar a concentração medida de determinado poluente, no entanto a maioria dos municípios brasileiros de porte médio não possui estações de monitoramento do ar (ANGEOLETTO et al., 2016ANGEOLETTO, F.; SANTOS, J.W.M.C.; SANZ, J.P.R.; SILVA, F.F.D.; ALBERTÍN, R.M. Tipología socio-ambiental de las ciudades medias de Brasil: aportes para um desarrollo urbano sostenible. Urbe, v. 8, n. 2, p. 272-287, 2016. https://doi.org/10.1590/2175-3369.008.002.AO08
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). Nas pequenas e médias cidades, tem-se dificuldades para avaliar as concentrações de poluentes atmosféricos. Estima-se que, globalmente, nove em cada dez pessoas que residem em áreas urbanas estão expostas à poluição do ar acima da média anual das diretrizes de qualidade do ar da OMS (WHO, 2019WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). World health statistics 2019: monitoring health for the SDGs, sustainable development goals. Genebra: World Health Organization, 2019. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/324835. Acesso em: 20 mar. 2020.
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).

Assim, este trabalho objetivou propor um método para avaliar a qualidade do ar de determinada região, com base em dados secundários, sem a necessidade de uma implantação de uma rede de monitoramento da qualidade do ar. A metodologia proposta é fundamentada na elaboração de um índice de poluição atmosférica (IPA), por meio de dados secundários das fontes de emissões atmosféricas e dados relacionados com a poluição do ar, que vão proporcionar informações sobre a qualidade do ar de dada localidade.

MATERIAS E MÉTODOS

Área de estudo

A área de estudo (Tabela 1) abrange a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) e a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), especificamente para os municípios que possuem uma rede de monitoramento da qualidade do ar instalada.

Tabela 1
Municípios correspondentes a área de estudo.

Obtenção dos dados das fontes de poluição atmosférica

Para determinar o IPA, foram inventariadas as fontes fixas e móveis de emissões atmosféricas com base em dados secundários para cada município da área de estudo, tendo como referência o ano de 2017. Os tipos de fonte de emissões atmosféricas, os parâmetros e o banco de dados utilizados estão retratados na Tabela 2.

Tabela 2
Banco de dados das fontes de emissões atmosféricas.

Obtenção dos dados relacionados com a poluição atmosférica

O meio ambiente é essencial para o desenvolvimento econômico, pois é visto como uma fonte de recursos necessários para a produção de bens e serviços. O impacto ambiental cresce, essencialmente, em função do desenvolvimento econômico e social e da qualidade de vida (BIAGE, 2012). O desenvolvimento econômico pode intensificar as emissões de poluentes atmosféricos em uma região, afetando a qualidade do ar e, por conseguinte, a saúde dos receptores que estão expostos a essa poluição. Dessa forma, foram acrescentados ao IPA os dados de saúde, população e economia, conforme os parâmetros e banco de dados demostrados na Tabela 3.

Tabela 3
Banco de dados das informações relacionadas com a poluição atmosférica.

Índice de poluição atmosférica

O IPA é um método que propõe avaliar a qualidade do ar de uma região com base em dados públicos secundários, por meio da correlação de dois critérios: o critério das fontes de contribuição das emissões atmosféricas (CFE) e o critério dos dados relacionados com a poluição atmosférica (CDR). Cada critério possui subcritérios específicos, os quais possuem alternativas particulares.

O CFE detecta as fontes de poluição do ar presentes em uma região. Neste estudo foi verificada a presença ou não de 11 tipos de fonte de emissões atmosféricas em cada município, por intermédio do inventário de fontes de emissão atmosférica desenvolvido mediante dados secundários. Cada tipo de fonte é considerado um subcritério do CFE, e cada subcritério possui alternativas pertinentes. O CDR incorpora ao IPA dados associados com a poluição atmosférica. Para determinar o CDR, foram utilizados nesta pesquisa três subindicadores: população, saúde e economia, e cada subindicador possui alternativas próprias, conforme apresentado no diagrama da Figura 1.

Figura 1
Diagrama do índice de poluição atmosférica.

Para definir os pesos dos critérios, dos subcritérios e das alternativas, foi aplicado o método analytic hierarchy process (AHP), que auxilia na tomada de decisão em problemas com múltiplos critérios pela elaboração de estruturas hierárquicas. Esse método foi desenvolvido pelo matemático Thomas Saaty e é muito utilizado para a tomada de decisões complexas. O método AHP constitui-se nos seguintes passos:

  • Estruturar o problema de forma hierárquica: o nível mais alto é representado pelo objetivo geral. Em seguida, vêm os atributos (critérios) relacionados ao problema a ser decidido. Tais atributos poderão ser divididos em um nível inferior (subcritérios). O último nível é representado pelas alternativas;

  • Construir um conjunto de matrizes de comparação aos pares: em hierarquias simples, cada elemento de nível inferior afeta todos os elementos do nível superior;

  • Fazer os julgamentos para completar as matrizes: preferencialmente, adequar a comparação à escala numérica elaborada por Saaty;

  • Calcular os pesos das alternativas, dos subcritérios e dos critérios conforme a hierarquia estabelecida;

  • Calcular o índice de consistência e a razão de consistência para avaliar se o julgamento feito pelo tomador de decisão é coerente e se não levará a uma decisão equivocada.

As matrizes de comparação são matrizes quadradas recíprocas, com valores unitários na diagonal principal. Durante o julgamento, compara-se cada elemento da linha com cada elemento da coluna, e registra-se o valor do julgamento na matriz na posição linha e coluna referente aos elementos comparados (RIBEIRO; SILVA ALVES, 2016RIBEIRO, M.C.D.C.R.; SILVA ALVES, A. Aplicação do método Analytic Hierarchy Process (AHP) com a mensuração absoluta num problema de seleção qualitativa. Sistemas & Gestão, v. 11, n. 3, p. 270-281, 2016. https://doi.org/10.20985/1980-5160.2016.v11n3.988
https://doi.org/10.20985/1980-5160.2016....
). A Tabela 4 apresenta o formato geral das matrizes de comparação das n alternativas (a1, a2, …, an) à luz do critério C1, em que xij, representa as entradas de julgamento variando i e j de 1 a n ..

Tabela 4
Formato geral da matriz de comparações.

Conforme Saaty (1991)SAATY, T.L. Método de Análise Hierárquica. Tradução de Wainer da Silveira e Silva. São Paulo: McGraw-Hill, Makron, 1991., a matriz de comparação gera relações recíprocas. Assim, para cada julgamento registrado na posição de linha i e coluna j, representado por xij, há um valor igual a 1xij na posição recíproca, isto é, na posição de linha j e coluna i. Considerando as posições de elementos de linha e coluna i e j, respectivamente, variando de 1 a n, os elementos xij obedecem às seguintes regras:

  • Regra 1: Se xij = a, então xji=1a e a ≠ 0, em que a é o valor numérico do julgamento baseado na escala de Saaty (1991)SAATY, T.L. Método de Análise Hierárquica. Tradução de Wainer da Silveira e Silva. São Paulo: McGraw-Hill, Makron, 1991.. Logo, temos xji=1xij.

  • Regra 2: Se ai é julgado de igual importância relativa a aj, então xij = 1 e xji = 1; e, particularmente, xij = 1 e i = j.

Para fazer comparações, é necessária uma escala de números que indique quantas vezes mais um elemento importante ou dominante está sobre outro elemento no que diz respeito ao critério ou propriedade com a qual eles são comparados (SAATY, 2008SAATY, T.L. Tomada de decisão com o processo de hierarquia analítica. Revista Internacional de Ciências de Serviços, v. 1, n. 1, p. 83-98, 2008.). A escala recomendada por Saaty, apresentada na Tabela 5, sugeriu o uso de uma escala padrão de valores que variam de 1 a 9, como forma de avaliar numericamente alternativas e critérios em um processo de decisão. Cada uma dessas alternativas está especificada nas Tabelas 6 e 7.

Tabela 5
Escala numérica de Saaty.
Tabela 6
Índices de consistência randômicos.
Tabela 7
Pesos das alternativas dos subcritérios do critério dos dados relacionados com a poluição atmosférica.

Segundo Saaty e Vargas (2001)SAATY, T.L.; VARGAS, L.G. Models, methods, concepts applications of the analytic hierarchy process. Norwell: Kluwer Academic Publishers, 2001., a inconsistência é um fator inerente ao ser humano, e por isso deve haver tolerância conforme certos parâmetros para a sua aceitação. O cálculo do índice de consistência (IC) é realizado de acordo com a Equação 1:

(1) I C = ( λ m á x n ) ( n 1 )

Em que:

n: a ordem da matriz;

λmáx: o autovalor da matriz de comparação.

O cálculo do autovalor da matriz de comparação é dado na Equação 2:

(2) λ m á x = T x W

Em que:

(T): o somatório das colunas das matrizes de comparação original;

(W): o autovetor normalizado da matriz de comparação, em que o somatório de seus elementos é igual a 1.

Para gerar o autovetor normalizado, foram adotados os procedimentos utilizados por Vargas (2010)VARGAS, R.V. Utilizando a programação multicritério (Analytic Hierarchy Process-AHP) para selecionar e priorizar projetos na gestão de portfólio. In: PMI GLOBAL CONGRESS, 2009. 2010., que consistem em:

  • Calcula-se o somatório dos julgamentos registrados em cada coluna da matriz de julgamentos;

  • Cria-se uma matriz normalizada, na qual cada elemento é inicializado pelo elemento da matriz original dividido pelo total de sua respectiva coluna;

  • Calcula-se a prioridade por meio da média aritmética dos elementos de cada linha da matriz normalizada.

Segundo Saaty e Vargas (2001)SAATY, T.L.; VARGAS, L.G. Models, methods, concepts applications of the analytic hierarchy process. Norwell: Kluwer Academic Publishers, 2001., a gravidade da ocorrência de inconsistência é reduzida com o aumento da ordem da matriz de julgamentos. Com o objetivo de permitir a avaliação da inconsistência em função da ordem máxima da matriz de julgamento, Saaty e Vargas (2001)SAATY, T.L.; VARGAS, L.G. Models, methods, concepts applications of the analytic hierarchy process. Norwell: Kluwer Academic Publishers, 2001. fazem uso da razão de consistência (RC), obtida pela Equação 3:

(3) R C = I C I R

Em que:

IR: um índice randômico de consistência obtido para uma matriz recíproca, com elementos não negativos gerados de forma randômica.

A Tabela 6 ilustra os resultados para IR em função da ordem da matriz randômica utilizada.

Os julgamentos da matriz de decisão são considerados consistentes se RC = 0: para n = 2, RC < 0,05 para n = 3, RC < 0,09 para n = 4 e RC ≤ 0,10 para n = 4. Caso contrário, existe alguma inconsistência nos julgamentos, e o especialista deve ser solicitado a rever a sua opinião (ALVES; ALVES, 2015ALVES, J.R.X.; ALVES, J.M. Definição de localidade para instalação industrial com o apoio do método de análise hierárquica (AHP). Production, v. 25, n. 1, p. 13-26, 2015. https://doi.org/10.1590/S0103-65132014005000023
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).

Para realizar as operações matemáticas, foi utilizado o software gratuito Super Decisions (CREATIVE DECISIONS FOUNDATION, 2020CREATIVE DECISIONS FOUNDATION. Super Decisions Software For Decision Making. Creative Decisions Foundation, 2020. Disponível em: http://www.superdecisions.com/. Acesso em: 22 ago. 2020.
http://www.superdecisions.com/...
), pela facilidade do julgamento dos elementos e da definição do índice de consistência, que simplifica a tomada de decisão. O software Super Decisions implementa o AHP para tomada de decisão com dependência e feedback. A Figura 2 mostra a estrutura hierárquica do IPA gerada no software Super Decisions.

Figura 2
Estrutura hierárquica do índice de poluição atmosférica gerada no software Super Decisions.

As Tabelas 7 e 8 mostram as alternativas utilizadas em cada subcritério, bem como os pesos encontrados com a aplicação do método AHP de cada alternativa que compõe os subcritérios de CDR e CFE, respectivamente.

Tabela 8
Pesos das alternativas dos subcritérios do critério das fontes de contribuição das emissões atmosféricas.

A Tabela 9 expõem os pesos dos subcritérios e dos critérios.

Tabela 9
Pesos dos subcritérios e dos critérios.

Dessa forma, conforme as Tabelas 7, 8 e 9, o cálculo do CFE e do CDR é realizado conforme as Equações 4 e 5, respectivamente:

(4) C F E = i = 1 n ( P e s o d a a l t e r n a t i v a × P e s o d o s u b c r i t é r i o c o r r e s p o n d e n t e )
(5) C D R = i = 1 n ( P e s o d a a l t e r n a t i v a × P e s o d o s u b c r i t é r i o c o r r e s p o n d e n t e )

A determinação do IPA será feita pela Equação 6:

(6) I P A = ( C F E x 0 , 75 ) + ( C D R x 0 , 25 )

O IPA é classificado em cinco faixas, conforme apresentado na Tabela 10.

Tabela 10
Classificação do IPA.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A metodologia proposta para avaliação da qualidade do ar foi aplicada para os municípios descritos na Tabela 1. A Tabela 11 apresenta os resultados e a classificação do IPA para cada município. Sobre o parâmetro demográfico, foi empregada a classificação para cidades de pequeno porte (aquelas com até 100 mil habitantes), de porte médio (entre 100 e 500 mil habitantes) e de grande porte (com mais de 500 mil habitantes) (STAMM et al., 2013STAMM, C.; STADUTO, J.A.R.; LIMA, J.F.D.; WADI, Y.M. A população urbana e a difusão das cidades de porte médio no Brasil. Interações, v. 14, n. 2, p. 251-265, 2013. https://doi.org/10.1590/S1518-70122013000200011
https://doi.org/10.1590/S1518-7012201300...
).

Tabela 11
Resultado e classificação do IPA para os municípios da RMSP, RMBH e RMGV.

De acordo com os resultados da Tabela 12, dez municípios da RMSP, quatro municípios da RMGV e três municípios da RMBH tiveram o IPA classificado como moderado no ano de 2017. Esses municípios tiveram a frota veicular e as indústrias de transformação como principais fontes de emissões atmosféricas e, consequentemente, apresentaram maiores números de casos de doenças relacionadas com a poluição do ar. Além disso, nota-se que eles são caracterizados como urbanizados e industrializados ou estão em processo de urbanização e industrialização. Esses fatores foram cruciais para que a classificação do IPA nesses municípios fosse moderada.

Tabela 12
Comparação da classificação do IPA com o IQA dos municípios em estudo.

Apenas o município de São Paulo da RMSP teve a classificação do IPA ruim, justificada pela imensa frota veicular, que ultrapassa oito milhões de veículos automotores, para uma população de pouco mais de 12 milhões de pessoas. Além disso, o município possui quase 30 mil indústrias de transformação. Esses fatores contribuíram fortemente para a elevação de poluentes na atmosfera municipal e para o resultado da classificação do IPA como ruim.

Dois municípios da RMBH apresentaram classificação boa para o IPA, tendo em vista que são de pequeno porte e apresentam características semelhantes em relação às fontes de emissão atmosférica. Nesses municípios o agronegócio se destaca como a principal atividade econômica, e há poucas ou nenhuma indústria instalada e uma pequena frota veicular circulante. Levando-se em consideração que o elevado número de veículos torna as fontes móveis responsáveis pela maior contribuição das emissões nas cidades (UEDA; TOMAZ, 2011UEDA, A.C.; TOMAZ, E. Inventário de emissão de fontes veiculares da região metropolitana de campinas, São Paulo. Química Nova, v. 34, n. 9, p. 1496-1500, 2011. https://doi.org/10.1590/S0100-40422011000900003
https://doi.org/10.1590/S0100-4042201100...
), isso justifica a classificação boa do IPA nesses municípios.

Validação do índice de poluição atmosférica

Para comprovar a eficácia do IPA foi feita uma comparação dele com o índice de qualidade do ar (IQA) do ano de 2017 dos municípios objeto deste estudo. Nesses municípios estão localizadas as estações que compõem a rede de monitoramento da qualidade do ar, onde é realizado o monitoramento da qualidade do ar, conforme demonstrado na Tabela 12.

Relevância do índice de poluição atmosférica

Um indicador é um valor representativo de um fenômeno que quantifica a informação mediante a agregação de diferentes dados, dando lugar à informação sintetizada. A importância dos indicadores ambientais está associada à sua utilização como um instrumento que a sociedade tem para avaliar seu progresso, sua evolução ou ainda de planejamento e gestão dos espaços urbanos e rurais (MATTAR NETO; KRÜGER; DZIEDZIC, 2009MATTAR NETO, J.; KRÜGER, C.M.; DZIEDZIC, M. Análise de indicadores ambientais no reservatório do Passaúna. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 14, n. 2, p. 205-213, 2009. https://doi.org/10.1590/S1413-41522009000200008
https://doi.org/10.1590/S1413-4152200900...
). Os indicadores ambientais são ferramentas de planejamento das cidades que proporcionam melhor aproveitamento dos recursos naturais, indicam a adoção de medidas preventivas de degradação ambiental e sinalizam possíveis prejuízos na saúde humana e na economia.

O IPA é um indicador dos recursos atmosféricos capaz de proporcionar informações sobre a qualidade do ar de determinada região de forma simples e com baixo custo, comparado ao dos equipamentos de medição convencionais, que requerem investimentos financeiros elevados para a realização do processo, o que torna inviável a gestão da qualidade do ar em muitos municípios brasileiros. Além disso, o IPA proposto neste trabalho pode fomentar legislações municipais, estaduais e federais no que se refere ao gerenciamento da qualidade do ar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo propor uma metodologia para avaliar a qualidade do ar com base em dados secundários de determinada região. A metodologia proposta é fundamentada na elaboração de um IPA, utilizando dados secundários das fontes de emissões atmosféricas e dados relacionados com a poluição do ar. Os resultados comprovam a eficácia do IPA como um instrumento capaz de contribuir com os órgãos gestores e regulamentadores na discussão de medidas de controle e gerenciamento da qualidade do ar, tendo em vista a capacidade de relacionar as fontes de emissão, a saúde humana e a população.

Foi possível verificar que a metodologia proposta apresentou resultados satisfatórios e condizentes com a realidade dos municípios avaliados, mostrando-se um método apropriado para avaliação da qualidade do ar que pode ser empregado no gerenciamento da qualidade do ar atmosférico nos estados brasileiros ou em qualquer outro país, principalmente nos municípios onde ainda não existem sistemas ou redes automáticas de monitoramento da qualidade do ar.

Diante do exposto, pôde-se concluir que este trabalho oferece à comunidade científica resultados importantes, principalmente por apresentar uma ferramenta simples e de baixo custo, para avaliar a qualidade do ar de uma cidade e informar a população sobre o risco de poluição atmosférica a qual estão expostos. Sugere-se para trabalhos futuros acrescentar ao IPA as informações topográficas e das condições meteorológicas das regiões em estudo, tendo em mente que a meteorologia tem importante relação na qualidade do ar, isso porque os eventos meteorológicos guiam a dispersão de poluentes e sua deposição no solo.

  • Financiamento: nenhum.
  • Reg. ABES: 20210321

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Nov 2022
  • Data do Fascículo
    Nov-Dec 2022

Histórico

  • Recebido
    06 Dez 2021
  • Aceito
    13 Set 2022
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