Acessibilidade / Reportar erro

“O Fuzzil aqui não mata, recita poesia”: processos de identificação a partir da poesia de Fuzzil* * Agência de financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP

“This Fuzzil does not kill, he recites poetry”: identification processes from Fuzzil poetry

Resumo

Este artigo teve por objetivo analisar a literatura do poeta Fuzzil, de modo a identificar em seus textos representações acerca de seus momentos identitários. Para tanto, analisamos trechos de suas três obras, “Um presente para o gueto” (2007), “Caturra” (2012) e “Céu de Agosto” (2013), bem como uma entrevista com o autor. Verificou-se que à medida que o poeta é interpelado pelas artimanhas poéticas e negras de recitais periféricos e de autores e versadores negros, é também convocado a explorar possibilidades para suas articulações enquanto escritor e versador antes apenas timidamente tangenciadas. Constata-se, assim, em Fuzzil, a transformação de realidades massacrantes em poesia, por meio de novos significados, como formas ativas de localizar-se como produtor de si, de localizar-se como sujeito e de subverter a posição de invisibilidade pública e política - e, por que não, poética? - socialmente imposta aos seus antecessores e a muitos pares de sua época.

Palavras-chave:
Fuzzil; poesia; identidade negra; literatura periférica

Universidade Federal Fluminense, Departamento de Psicologia Campus do Gragoatá, bl O, sala 334, 24210-201 - Niterói - RJ - Brasil, Tel.: +55 21 2629-2845 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revista_fractal@yahoo.com.br