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A geografia dos anos iniciais como desafiadora e perigosa * * O presente trabalho foi traduzido para o português com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

Resumo

A geografia dos anos iniciais (AI) é um assunto muito confortável. Ela tende a evitar tópicos da Geografia considerados “inaceitáveis”, ameaçadores ou potencialmente perigosos. Considerar desafio e “perigo” na Geografia dessa fase escolar não é tanto sobre os perigos do trabalho de campo, mas sim sobre tópicos intelectuais, emocionais e socialmente perigosos, local e globalmente. A tendência é ensinar o que é aceitável e não causar desconforto, focar os aspectos positivos do mundo, demonstrar esperança. Mas isso não é sempre recomendável. Aqui se descrevem e questionam quatro argumentos em prol dessa abordagem confortável. O argumento que recomenda “ir com cuidado” num mundo inseguro, mesmo quando pensamos em crianças menores, mantém o indivíduo desinformado, e por isso deve ser questionado. O desejo de ser otimista não deve comprometer o ato de ser realista e honesto com as crianças, que por sua vez são capazes e resilientes. Para sustentar a proposta de uma abordagem mais exigente e mesmo mais “perigosa” da Geografia dos AI, sugerimos alguns tópicos que podem ser investigados pelas crianças. Surge então a inevitável pergunta: a quem ensinamos Geografia? O objetivo deste ensaio é levantar questionamentos e trazer uma reflexão sobre o papel da educação (em Geografia) no mundo atual.

Palavas-chave:
Geografia dos anos iniciais; Geografia desafiadora; Geografia perigosa; Geografia local; Geografia global

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