Interface (Botucatu)
Interface - Comunicação, Saúde, Educação
Interface
1414-3283
1807-5762
Laboratório de Educação e Comunicação em Saúde, Departamento de
Saúde Pública, Faculdade de Medicina de Botucatu e Instituto de Biociências de
Botucatu - UNESP
Therapeutic accompaniment (TA) is a tool that enables expansion and linkage of a
mental health care network. The aim was to identify who the therapeutic
attendantsare, in the Greater Vitória, Espírito Santo (ES), Brazil, and the
characteristics of this practice. Ten partially structured interviews were
conducted with professionals who were using or had used TA in public and/or
private services. The data obtained were analyzed using thematic analysis. The
results showed that the therapeutic attendantsin the Greater Vitória were mostly
female psychology students, with various theoretical approaches, whose training
in TA had not be accomplished through a course in this field. TA practices in
the Greater Vitória are characterized by little use of accompaniment teams, use
of pair work, time flexibility, interventions in the street and friendship.
Introdução
A emergência do Acompanhamento Terapêutico
O processo de desinstitucionalização pautado nos pressupostos da luta
antimanicomial, iniciada no Brasil com o Movimento da Reforma Psiquiátrica, na
década de 1970, vem sendo marcado por esforços no que tange à criação de
estruturas substitutivas aos manicômios1. Com a redução dos leitos psiquiátricos e a alta de
pacientes que se encontravam em internações de longa duração, fez-se necessária
a criação de recursos alternativos à internação, que viabilizassem a rede de
assistência a esses sujeitos2.
Desta forma, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais
Terapêuticos e do Programa De Volta pra Casa3 tornaram-se recursos importantes para a viabilidade
de tal processo4.
Entretanto, há uma problemática no funcionamento dessa rede: o risco de
reproduzir, em tais serviços, as características manicomiais de tutela,
segregação e isolamento1,5. Amorim e Dimenstein5 apontam para a necessidade de políticas públicas
que promovam a articulação da vida desses sujeitos com os espaços sociais, onde
seja possível, a cada sujeito, circular e construir novas possibilidades de
enfrentamento às situações do cotidiano.
Podemos pensar o Acompanhamento Terapêutico como uma prática possível de se
inserir nesse contexto, por se tratar de uma clínica que tenta articular a
relação da loucura com a cidade sendo, portanto, uma prática inclusiva,
sobretudo por auxiliar no desenvolvimento dos processos de autonomia e da
construção de cidadania dos portadores de distúrbios psiquiátricos6,7. Sendo essa prática pertinente
ao panorama de ampliação da rede(c) de assistência em saúde mental, pretende-se conhecer as
características do AT na Grande Vitória. Para isto, iremos fazer um breve
resgate histórico.
A construção do Acompanhamento Terapêutico
O Acompanhamento Terapêutico, pode-se dizer, teve seu início ligado ao movimento da
Reforma Psiquiátrica7-10. O objetivo principal era aproximar-se do paciente no que
se refere aos aspectos do cotidiano, por meio de visitas a sua casa, reunindo-se com
amigos, acompanhando-o a médicos etc. Nesse momento, o trabalho do acompanhante
terapêutico era basicamente assistencial10, e era denominado, primeiramente, “auxiliar
psiquiátrico” ou “atendente psiquiátrico”, mais tarde, evoluiu para “amigo
qualificado”11-13.
A partir da mudança desse exercício profissional para experiência clínica e
terapêutica, o termo “amigo qualificado” foi substituído por “acompanhante
terapêutico”. O termo “amigo qualificado” apontava para um elemento muito afetivo do
vínculo9,14, por outro lado, o termo
acompanhante terapêutico começou a ressaltar o componente terapêutico e
profissional10,15,16.
No Brasil, a prática se iniciou mais especificamente em Porto Alegre, São Paulo e Rio
de Janeiro. A Clínica Pinel, em Porto Alegre, foi o primeiro lugar a ter a função de
atendente psiquiátrico12,17,18, e a Clínica de Vila Pinheiros, RJ, foi a primeira a ter a
função do “auxiliar psiquiátrico” no tratamento de pacientes psicóticos9,19,20. Segundo Barreto20 e Azevedo e Dimenstein21, após o fechamento das comunidades terapêuticas no
Brasil, esses profissionais continuaram a ser solicitados por aqueles que procuravam
alternativas à internação; desta forma, a prática foi se solidificando e os
profissionais necessitando de especialização até serem reconhecidos como
acompanhantes terapêuticos.
No Espírito Santo, a experiência de Acompanhamento Terapêutico iniciou-se no CAPS
Ilha de Santa Maria, na cidade de Vitória, e no antigo Hospital Adauto Botelho,
atualmente conhecido como Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), na cidade de
Cariacica, em 1988, momento em que se realizou o I Curso de Acompanhamento
Terapêutico no Estado, sendo o módulo prático realizado com usuários dos dois
serviços. A experiência, no entanto, teve duração de apenas um ano, sendo possível
somente a continuidade do trabalho pela via voluntária, devido a questões
orçamentárias e políticas22.
A partir do processo de desinstitucionalização do Hospital Adauto Botelho e do
surgimento dos Serviços Residenciais Terapêuticos em 2004, a prática do
Acompanhamento Terapêutico foi sendo reinserida paulatinamente em tais setores, a
partir de projetos de extensão vinculados aos cursos de psicologia e terapia
ocupacional. Moreira23 aborda as
experiências em Residências Terapêuticas no Espírito Santo e relata a inserção do
Acompanhamento Terapêutico nos processos de reinserção social dos usuários dos
Serviços Residenciais Terapêuticos, a partir da atividade realizada pelos
estagiários do serviço.
Assim, dada a escassez de trabalhos no que tange ao acompanhante terapêutico no
Espírito Santo, onde pouco se sabe sobre o profissional que exerce essa prática, se
fazem necessários estudos e ampliação das divulgações da modalidade de tratamento em
questão. Outra questão que se instala diz respeito à ausência de registro sobre o
que é feito, como é feito e quais são os resultados obtidos a partir da prática.
Assim, essa pesquisa se faz necessária para preencher essa lacuna no desenvolvimento
do acompanhamento terapêutico da Grande Vitória.
A fim de possibilitar reflexões acerca de quem realiza essa prática e como ela é
realizada, objetivou-se conhecer quem são os acompanhantes terapêuticos do ES e
identificar características das práticas de Acompanhamento Terapêutico no
Estado.
Metodologia
A pesquisa foi realizada com dez profissionais que atuam na assistência em saúde
mental da rede pública e/ou privada, e que utilizam ou utilizaram o AT como
modalidade de atendimento. Nossa proposta foi trabalhar somente com acompanhantes
terapêuticos de pacientes portadores de transtornos psiquiátricos.
Foram realizadas entrevistas parcialmente estruturadas24, orientadas mediante um roteiro. A primeira parte do
roteiro continha questões referentes a características dos acompanhantes
terapêuticos da Grande Vitória. O panorama traçado permitiu organizar a amostra dos
participantes a partir dos Quadros 1 e 2. A segunda parte abarcava questionamentos
referentes às práticas e dificuldades do Acompanhamento Terapêutico, e ao cotidiano
de trabalho. Para apresentarmos as práticas descritas pelos participantes, agrupamos
os resultados nas temáticas: “equipe de acompanhantes terapêuticos”, “duração do
AT”, “setting terapêutico” e “buscar o acompanhado em casa”.
Quadro 1
Dados pessoais e profissionais dos participantes.
Participantes
Formação
Sexo
Condição de atuação em AT
Tempo de atuação em AT
1
Psicologia
F
Profissional
6 anos
2
Psicologia
F
Profissional
6 anos
3
Psicologia
F
Estudante
2 anos
4
Psicologia
F
Profissional
21 anos
5
Terapia ocupacional
F
Estudante
8 a 9 meses
6
Psicologia
F
Estudante
2 anos
7
Psicologia
M
Estudante
3 anos e 6 meses
8
Psicologia
F
Atuou como Estudante e como
profissional
4 anos
9
Psicologia
F
Atuou como Estudante e como
profissional
1 ano e 6 meses
10
Psicologia
M
Atuou como Estudante e como
profissional
4 anos
Quadro 2
Características da atuação e formação dos ats na Grande
Vitória.
Participantes
Atuação em serviço Público/Privado
Formação em curso de AT
Abordagem teórica no AT
Abordagem teórica na prática psicológica
1
Privado
Sim
Winnicott
Esquizoanálise
2
Privado
Não
Não
Psicanálise
3
Público
Não
Análise institucional
Análise institucional
4
Privado
Sim
"Tudo o que for preciso"
Psicanálise lacaniana
5
Público
Não
John Beneton'
--
6
Público
Não
Esquizoanálise
Esquizoanálise
7
Privado
Não
Análise do Comportamento
Análise do Comportamento
8
Privado
Não
"Não, não faço uso de nada não"
Psicologia Social
9
Público
Não
Múltiplo
Esquizoanálise
10
Privado
Não
Behaviorismo radical
Behaviorismo radical
"Autor que utiliza a saúde mental voltada para a Terapia
Ocupacional
Foi utilizada a técnica de amostragem não probabilística: “bola de neve”, que
consiste em solicitar, aos primeiros participantes contactados, que indiquem um
participante em potencial25,26.
Os acompanhantes foram convidados a participar das entrevistas e informados sobre o
objetivo da pesquisa, a liberdade para encerrar sua participação em qualquer
momento, sem prejuízo, e sobre a garantia de sigilo absoluto da identidade, conforme
estabelece a Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Todos os participantes
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A presente pesquisa foi
realizada em consonância com o Código de Ética Profissional do Psicólogo no que
preconiza os aspectos éticos em estudos e pesquisas27.
As entrevistas foram gravadas em local, data e horário previamente agendados com os
participantes, e, posteriormente, foram transcritas. Os dados colhidos foram
analisados com base na Análise Temática proposta por Minayo28. Após a transcrição das entrevistas, foi feita a
leitura do material de forma a agrupá-lo em temáticas. Tal procedimento foi
realizado tendo por critério a frequência com que as temáticas apareciam,
considerando aspectos pertinentes aos objetivos da pesquisa, e realização de
recortes, como frases e palavras-chave, viabilizando a categorização dos dados.
Posteriormente, foi realizada a transformação de dados brutos em síntese do
conteúdo, com a classificação dos dados. Em seguida, foi realizada a interpretação
dos dados obtidos28.
Resultados e discussões
Característica dos acompanhantes terapêuticos da Grande Vitória
Tendo como objetivo conhecer as características do AT no estado, procuramos
verificar quem são os acompanhantes terapêuticos. Desta forma, os resultados
foram organizados em dois quadros. No Quadro
1, identificamos os dados pessoais e profissionais dos
participantes.
A partir do Quadro 1, verificamos que,
dos dez participantes, nove fizeram a graduação em psicologia, e apenas um
graduou-se em Terapia Ocupacional. No que diz respeito ao sexo do participante,
somente dois são do sexo masculino. Tais resultados vêm corroborar a pesquisa de
Carvalho15 na qual foi
avaliado que a prática de AT era realizada, predominantemente, por mulheres
graduadas em psicologia. Desta forma, apesar de a literatura apontar para a
não-existência de uma formação acadêmica específica para a prática de tal
atividade, podendo ser realizada por trabalhadores de saúde de funções
variadas13,19,29, na Grande Vitória, os acompanhantes são, em sua
maioria, do sexo feminino e possuem graduação em psicologia.
A inserção dos participantes no Acompanhamento Terapêutico se dá, em sua maioria,
a partir de suas experiências como estudantes, nos estágios e projetos de
extensão. Tal situação é semelhante à encontrada nos primeiros momentos do AT no
Brasil, quando a realização dessa atividade era feita, inicialmente, por
estudantes universitários (medicina, psicologia, enfermagem), que realizavam
curso e Acompanhamento Terapêutico na própria clínica psiquiátrica8,16,17. Como exemplo, destacamos as
falas de dois participantes:
“[...] foi meu primeiro estágio, eu estava no terceiro período.” (P. 3)
“Eu tomei conhecimento do AT, primeiro pelo projeto de extensão que eu
participava ainda como aluna de graduação.” (P. 8)
Dentre os participantes, os dados mostram que alguns não continuaram a realizar o
AT ao passarem para a condição de profissional, e a maioria não realiza tal
atividade no momento da pesquisa. Ao serem questionados se estão realizando
algum acompanhamento atualmente, somente dois participantes responderam que sim.
Dos que responderam não, os participantes relataram que não estão realizando
Acompanhamento Terapêutico, seja pela ausência de encaminhamentos ou por estarem
impossibilitados no momento, devido ao envolvimento em outras atividades que não
disponibilizam tempo.
“Não, não. Depois eu cessei, assim que eu formei [...] Aí eu abri um
consultório particular e eu tinha preferido só deixar... ficar com os
clientes no consultório em dias específicos e nos outros dias para poder
ficar com as coisas do mestrado.” (P. 7)
“Não é que eu abandonei, é que o meu momento não me dava possibilidade.” (P.
9)
Carvalho15, ao pesquisar acerca
do perfil do at, aponta que 71,9% dos acompanhantes terapêuticos realizam o AT
como prática secundária, e atribui isso ao grau elevado de envolvimento pessoal
que é exigido dos ats.
Quanto ao tempo de atuação em AT, o Quadro
1 aponta que existe uma diversidade no que diz ao período de
experiência nesta modalidade. Desta maneira, verificamos a existência de
acompanhante que atua há 21 anos, e que atua há menos de dois anos.
Carvalho15 aponta que as
diferentes gerações atuantes no AT podem contribuir para que atividades
inovadoras e reflexões coexistam com a tradição.
Para melhor compreensão das características da atuação e formação dos
acompanhantes terapêuticos na Grande Vitória, organizamos os resultados no Quadro 2.
No que diz respeito à atuação no setor público ou privado, os resultados apontam
que os estágios são realizados no serviço público, enquanto os profissionais, em
sua maioria, atuam, ou atuaram, no setor privado. Verificamos assim, que, no
serviço público na Grande Vitória, o AT se restringe à atuação dos estagiários
advindos dos projetos de extensão vinculados a alguns cursos de Psicologia e
Terapia Ocupacional da Grande Vitória, ou dos voluntários, o que confere um
caráter temporário à atividade. Destacamos uma fala de um dos participantes para
exemplificar:
“No serviço público, é mais feito por estagiários mesmo, né, porque não tem
profissional de AT que faz isso, é, contratado pra isso né, sei que tem
alguns estagiários que continuam fazendo essa prática, mas eu não vou saber
falar pra você com propriedade como é que está indo.” (P. 9)
Com base nos resultados, verificamos que o Acompanhamento Terapêutico não se
apresenta de forma estruturada no serviço público, tornando-se difícil ofertá-lo
aos usuários. Tal situação pode ser decorrente: do fato de as políticas públicas
de saúde ainda não reconhecerem o acompanhante como parte da equipe23; da inexistência de leis para
a contratação de acompanhantes terapêuticos no setor público, e da falta de uma
normatização da prática do acompanhante7, o que dificulta a contratação de
profissionais.
Verificamos também, conforme apresentado no Quadro 2, que, dentre os entrevistados, somente dois fizeram curso
de AT.
“[...] foi mais na prática mesmo; é porque aqui não tem (curso).” (P. 9)
“Fiz um curso na FAESA, agora o ano [...].” (P. 1)
“[...] eu fiz um curso, um curso de 11 meses, no momento em que o AT chegou,
começou no ES. [...] na década de 90.” (P. 4)
Em pesquisa realizada por Carvalho15 acerca do perfil dos acompanhantes terapêuticos no
país, no que diz respeito à formação em AT, 53% dos participantes declararam ter
realizado ou estar realizando curso de formação em AT.
O Acompanhamento Terapêutico evoluiu muito desde as primeiras experiências
nos anos 70 e, como resposta a tal evolução, algumas instituições passaram a
oferecer curso de formação que contemplam os aspectos mais importantes do
ofício de acompanhar.15
(p. 83)
Para a autora, os resultados vêm apontar uma solidificação do AT “[...] enquanto
uma modalidade de tratamento e tem atraído profissionais dispostos a investir na
própria formação”15 (p. 83).
Na Grande Vitória, ao contrário, não há uma efetivação de instituições
formadoras que venham a servir como referência aos acompanhantes terapêuticos,
tornando-se um dificultador para a prática do AT no Estado.
Com base no Quadro 2, pode-se apontar,
ainda, que a abordagem teórica utilizada pelos entrevistados na prática de AT é
bem variada, sendo que dois participantes dizem não utilizar qualquer tipo de
abordagem, não sendo possível identificar uma referência compartilhada pelos
acompanhantes terapêuticos entrevistados. Tais resultados não corroboram a
pesquisa de Carvalho15 que
aponta que um grande número dos acompanhantes apresenta uma referência teórica,
sendo a psicanálise a abordagem psicológica de maior abrangência na prática do
AT, representando 69% da amostragem encontrada pela autora.
Verificamos também, com base nos resultados apresentados no Quadro 2, que a maior parte dos
entrevistados, formados em psicologia, não utilizam, no AT, a mesma abordagem
teórica que utilizam em sua prática profissional como psicólogos. Desta forma,
os dados apontam que os acompanhantes terapêuticos fazem uso dos arcabouços
teóricos que possam viabilizar a prática do AT, conforme exemplificado a
seguir:
“[...] normalmente eu utilizo tudo que eu posso para fazer um melhor AT, até
inclusive a própria psicanálise.” (P. 4)
“Era uma prática, assim, bem múltipla. A gente olha, às vezes eu via alguma
coisa da psicanálise [...] a gente fazia estágio na clínica em psicanálise.
Então assim, alguma coisa na supervisão a gente pensava em psicanálise, ou
então esquizoanálise, utilizava também corporal. Não tinha uma abordagem em
si; era o que o campo demandava.” (P. 9)
Tais resultados vão ao encontro da discussão de Abdalla, Batista e Batista30 de que o exercício da prática
e conhecimento em psicologia, na atualidade, exige que o psicólogo desenvolva
sua atuação profissional de forma a correlacionar seus objetivos, técnicas e
teorias às necessidades sociais, isso faz com que o profissional, segundo
Santos, Motta e Dutra31 (p.
382), “[...] busque uma articulação mais concreta entre a clínica e o social”.
Assim, uma nova prática pode ser construída a partir do contexto no qual o
sujeito se insere. Além disso, Carvalho15 aponta que “[...] é desejável que ao se consolidar
enquanto modalidade de tratamento o AT confirme sua natureza interdisciplinar e
possa receber importantes contribuições de diferentes abordagens
psicológicas15 (p.
81).
Práticas de AT
Ao buscarmos compreender as características das práticas de AT na Grande Vitória,
encontramos as temáticas: “Equipe de acompanhantes terapêuticos”, “Duração do AT”,
“Setting Terapêutico”, “Buscar o Acompanhado em Casa” e “Afeto
na prática do AT” como resultados significativos.
Sobre a “Equipe de acompanhantes terapêuticos”, destacamos os seguintes aspectos:
“atuação do entrevistado em equipes compostas por acompanhantes” e “características
do trabalho em equipe”. Verificamos, com base nos dados colhidos, que a maior parte
dos profissionais entrevistados não estava inserida em equipes de acompanhantes
terapêuticos. Ou seja, tal prática não se mostra comum na Grande Vitória, sendo
priorizado o trabalho de um acompanhante terapêutico somente. Tal característica
pode ser decorrente do desconhecimento da existência de outros acompanhantes ou da
incompatibilidade de horário entre eles. A literatura, contudo, mostra que, em
geral, o acompanhante faz parte de uma equipe multidisciplinar, composta,
habitualmente, por: psiquiatra, o terapeuta individual, o terapeuta familiar e
outros acompanhantes11,31.
No que diz respeito às “características do trabalho em equipe”, verificamos que, nos
espaços de estágio e extensão, o Acompanhamento Terapêutico é realizado em duplas de
trabalho. Todavia, não encontramos relatos na literatura acerca do Acompanhamento
Terapêutico em dupla, sendo uma característica do AT na Grande Vitória, em especial
nos estágios oferecidos pelas instituições de Ensino Superior. Como podemos observar
na fala que destacamos de uma das entrevistas:
“A gente trabalhava em dupla, não abria mão disso e a gente se dividia entre duas
casas, que era uma casa feminina e uma masculina.” (p. 3)
Outra característica importante do trabalho em equipe de acompanhantes na Grande
Vitória, diz respeito às reuniões em que os mesmos participam para discutir o
acompanhamento e os mecanismos a serem utilizados para lidar com a necessidade do
acompanhado, desta forma priorizando o trabalho integrado.
Os participantes relatam, também, que, algumas vezes, a reunião se dava com a
presença do acompanhado, e discutiam o que poderiam fazer. Segundo Reis Neto, Pinto
e Oliveira17:
É comum que a equipe de profissionais envolvida em um determinado caso estabeleça
formas de discussão do andamento do trabalho, o que dá a essa equipe um caráter
interdisciplinar. Além das reuniões de equipe geral nas quais se discute o caso
em andamento, as equipes de AT podem também fazer reuniões de mini-equipe, que
incluem somente os ats que acompanham determinado sujeito, ou mesmo optarem por
supervisores de sua preferência para abordarem aspectos específicos do caso
atendido. (p. 33)
Na temática “Duração do AT”, constatamos, a partir dos relatos dos participantes, que
existe um tempo de organização para a realização do AT, mas que o mesmo deve ser
flexível, dependendo da programação para o encontro e, especialmente, da resposta do
sujeito a esses encontros, sendo possível reduzir ou aumentar a duração, conforme a
necessidade do acompanhado. Entretanto, os participantes pontuam que o tempo
flexível não implica uma ausência de programação, ao contrário, é feito um contrato
para a realização dos encontros, especialmente em relação ao seguinte.
“[...] não adianta você tá com o tempo programado, no acompanhamento terapêutico,
tem que ter mais flexível.” (P. 6)
“Tem duração e hora, mas não tem uma duração padrão. Pode ser uma hora, duas
horas, três horas, normalmente horas corridas, assim, não uma hora que é
quebrada.” (P. 4)
A flexibilidade do tempo, apontada pelos entrevistados, encontra-se em conformidade
com a literatura, a qual indica que o período juntos, habitualmente, é bem maior que
de uma psicoterapia, sendo possível durar duas horas ou mais, e se estender para
mais de uma vez por semana, de acordo com a necessidade do acompanhado6,11,15,17.
No que diz respeito ao “Setting Terapêutico”, os participantes o
definem como “[...] o espaço em que a pessoa será provocada pelo mundo, e que vai
aprender a lidar com aquilo” (P. 8). Os resultados obtidos apontam para uma
compreensão do setting como um espaço múltiplo de atuação, não
tendo um espaço específico. Segundo os participantes, o espaço onde se encontravam
era potencialmente terapêutico. Eles assinalam, ainda, a rua como um
setting terapêutico.
“[...] mas muito mais na rua, no dia a dia da pessoa tentando trabalhar a
dificuldade dela.” (P. 1)
“[...] é difícil falar de acompanhamento terapêutico se não falar de saída né,
enfim né, de permitir transitar né, coisas que são típicas de um cotidiano que
você esbarra.” (P. 8)
A literatura mostra que o setting terapêutico é bastante variável,
sendo o contexto deste procedimento o espaço próprio do paciente, bem como as
conjunturas nas quais foi estabelecida sua dificuldade11,13. Desta forma, a montagem do seu enquadre é bastante
distinta da clínica clássica sendo, em geral, o horário, a duração e a localização
bastante flexíveis15,32, saindo das instituições e começando a privilegiar o
espaço social e de circulação pública, ainda que o público se restrinja ao desejo do
paciente ou a uma residência33.
Os participantes relatam que “buscar o acompanhado em casa” é uma característica da
prática, sendo que o encontro com o paciente se inicia na residência deste. “Não
encontra a pessoa na rua, por exemplo, não sei se é isso que você tá perguntando.
Você vai até a casa da pessoa, faz um contato, você é recebido, você é recebido na
casa da pessoa” (P. 8).
Conforme a literatura, por ser indicado como uma clínica que acontece no cotidiano, o
Acompanhamento Terapêutico irá se desenvolver em ambientes que fazem parte da vida
do paciente; desta maneira, é muito comum o acompanhante terapêutico ir até a casa
do paciente para, então, saírem, ou na porta do Hospital Dia, escola etc.11,15.
A temática “Afeto na prática do AT” foi obtida a partir de um relato de caso, e,
apesar de ter sido mencionada, somente uma vez, foi avaliada como significativa. Os
resultados apontam que o afeto é importante para a relação no Acompanhamento
Terapêutico, todavia, se faz necessário um limite no afeto, pois não se trata de uma
relação de amizade, conforme podemos exemplificar:
“A gente sempre enfatiza que existe um limite aí nesse afeto, que nós não somos
amigos. Porque se não o acompanhamento terapêutico e todo o objetivo do trabalho
se vai. Mas a gente tinha um envolvimento afetivo e isso se tornou muito
evidente naquele momento e aí a gente começou a chorar junto com a usuária.” (P.
3)
Ainda que em alguns momentos a relação entre acompanhante e acompanhado parecesse ser
de amizade: “[...] o acompanhamento tem uma relação de assimetria do ponto de vista
vincular; ou seja, não poderá estabelecer laços afetivos fortes, de natureza pessoal
com o paciente, visto que sua relação tem uma função terapêutica”13 (p. 63). Barreto20 pontua que o conceito de simetria
refere-se a indivíduos que estejam em um mesmo nível, entretanto, isso não implica a
ausência de discriminação e diferenças entre eles. Assim, a preocupação do at com
uma relação de assimetria implica um caráter de submissão entre acompanhante e
acompanhado. Desta forma, Barreto20 pontua que “[...] no AT existe uma singularidade na
amizade ou no sentimento de solidariedade que é dado pela tarefa que define o
encontro” (p. 193). Conforme o autor, a amizade no AT possibilita, ao acompanhado,
seu desenvolvimento psíquico. Segundo Lancetti34 (p.25-6), “[...] o acompanhante em sua intimidade
amigável pode conectar ao mundo, realizar agenciamentos”, desta maneira, a amizade é
terapêutica por aliar-se à produção de um estilo de vida que objetiva transitar em
mundos inacessíveis.
Considerações finais
A pesquisa alcançou os objetivos desejados ao compreender quem são os acompanhantes e
quais as características da prática do Acompanhamento Terapêutico na Grande Vitória.
Apesar disso, verificou-se que ainda se fala muito pouco do AT, tanto dentro das
universidades quanto em eventos realizados na Grande Vitória. Associando a isso a
precariedade de cursos de AT e a inexistência de leis que viabilizem a normatização
da prática de Acompanhamento Terapêutico, torna-se difícil tanto a divulgação quanto
a realização da prática. Assim, chegamos à conclusão de que o AT parece se limitar à
presença dos estagiários nos serviços públicos e a uma prática secundária exercida
por poucos profissionais de nível Superior nos serviços privados. Conclui-se,
também, que o AT possui um caráter de coadjuvante ao tratamento, e não como parte
importante da rede de assistência em saúde mental no Estado.
Além disso, a inexistência de cursos e de direcionamento teórico corrobora para que
os acompanhantes não possuam uma referência da prática, seja para aprendizado, seja
para discussões. Apesar das dificuldades, existem esforços para a realização do
Acompanhamento Terapêutico na Grande Vitória, e podemos perceber algumas
características concernentes à atuação nesta região, como: uma maior realização do
AT por estagiários, geralmente em dupla, a importância do setting
terapêutico, e uma maior flexibilidade no tempo de trabalho.
Os resultados apontam a necessidade de realização de estudos acerca do Acompanhamento
Terapêutico na Grande Vitória, visto que a problematização e divulgação da
relevância e eficácia do AT para a ampliação da saúde mental possibilitaria uma
maior discussão e desenvolvimento dessa prática na Grande Vitória.
Agradecimentos
Este artigo foi elaborado com base na dissertação de mestrado entitulada
“Acompanhamento Terapêutico: concepções e significados nas práticas em saúde mental
em Vitória”. Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino
Superior ( CAPES) pelo financiamento a essa pesquisa, viabilizando assim, a execução
da mesma.
Referências
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2006
21
26
(c)
Atualmente, a rede de serviços em Saúde Mental na Grande Vitória é composta por
quatro CAPS II (Saúde Mental), um CAPS i e três CAPS ad (sendo um CAPS III e
dois CAPS II), Serviços de Saúde com internação e 17 Serviços Residenciais
Terapêuticos. Disponível em: http://www.es.gov.br/Cidadao/Paginas/dependentes_quimicos.aspx
Authorship
Kelly Guimarães Tristão
Programa de Pós-Graduação em Psicologia,
Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais.
Av. Fernando Ferrari, s/n, Goiabeiras. Vitória, ES, Brasil. 29075-910.
kgtristao@hotmail.com;
luzianeavellar@yahoo.com.brUniversidade Federal do Espírito
SantoBrasilVitória, ES, Brasil Programa de Pós-Graduação em Psicologia,
Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais.
Av. Fernando Ferrari, s/n, Goiabeiras. Vitória, ES, Brasil. 29075-910.
kgtristao@hotmail.com;
luzianeavellar@yahoo.com.br
Luziane Zacché Avellar
Programa de Pós-Graduação em Psicologia,
Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais.
Av. Fernando Ferrari, s/n, Goiabeiras. Vitória, ES, Brasil. 29075-910.
kgtristao@hotmail.com;
luzianeavellar@yahoo.com.brUniversidade Federal do Espírito
SantoBrasilVitória, ES, Brasil Programa de Pós-Graduação em Psicologia,
Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais.
Av. Fernando Ferrari, s/n, Goiabeiras. Vitória, ES, Brasil. 29075-910.
kgtristao@hotmail.com;
luzianeavellar@yahoo.com.br
Colaboradores
As autoras trabalharam juntas na análise do material investigado. Kelly
Guimarães Tristão foi responsável pela redação do artigo e Luzianne Zacché
Avellar pela sua orientação e revisão.
SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS
Programa de Pós-Graduação em Psicologia,
Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais.
Av. Fernando Ferrari, s/n, Goiabeiras. Vitória, ES, Brasil. 29075-910.
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SantoBrasilVitória, ES, Brasil Programa de Pós-Graduação em Psicologia,
Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais.
Av. Fernando Ferrari, s/n, Goiabeiras. Vitória, ES, Brasil. 29075-910.
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