RESUMO
Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar o comportamento alimentar de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista.
Métodos: Participaram deste estudo 21 crianças e adolescentes com TEA, na faixa etária de 2 a 14 anos de idade, de ambos os sexos. Foi aplicado um questionário sobre o comportamento alimentar com os 21 pais e/ou responsáveis das crianças. Esse instrumento é composto por 53 questões, distribuídas nas seguintes categorias: Motricidade na mastigação; Seletividade alimentar; Aspectos comportamentais; Sintomas gastrointestinais; Sensibilidade sensorial e Habilidades nas refeições.
Resultados: A análise dos dados obtidos revela que as crianças com TEA apresentaram maiores alterações no comportamento alimentar nas categorias Seletividade alimentar (34,4%), Aspectos comportamentais (27,1%) e Motricidade na mastigação (21,9%). E houve correlação entre a categoria Motricidade na mastigação com todas as outras categorias. Houve também correlação entre seletividade alimentar com aspectos comportamentais e aspectos comportamentais com sensibilidade sensorial e habilidades nas refeições.
Conclusão: Portanto, é possível observar que, no comportamento alimentar de crianças e adolescentes com TEA, há uma tendência a seletividade alimentar, comportamentos habituais durante as refeições e dificuldades motoras no que se refere à mastigação e à ingestão dos alimentos.
PALAVRAS-CHAVE Comportamento alimentar; transtorno do espectro autista; criança
ABSTRACT
Objective: The objective of this study was to analyze feeding behavior in children with autism spectrum disorder.
Methods: Twenty-one children with autism spectrum disorder (ASD) participated in this study, aged 2 to 14 years old, of both sexes. A questionnaire on feeding behavior was applied to the 21 parents and/or responsible of the children. This instrument consists of 53 questions, distributed in the following categories: Motricity in chewing; Food selectivity; Behavioral aspects; Gastrointestinal symptoms; Sensory sensitivity and Skills in meals.
Results: The analysis of the data obtained reveals that children with ASD showed greater changes in eating behavior in the categories Food selectivity (34.4%), Behavioral aspects (27.1%) and Motricity in mastication (21.9%). And there was a correlation between the chewing motricity category with all other categories. There was also a correlation between food selectivity with behavioral aspects and behavioral aspects with sensory sensitivity and mealtime skills.
Conclusion: Therefore, it is possible to observe that in the eating behavior of children with autism spectrum disorder there is a tendency towards food selectivity, habitual behaviors during meals and motor difficulties with regard to chewing and food intake.
KEYWORDS Feeding behavior; autism spectrum disorder; child
INTRODUÇÃO
O transtorno do espectro autista (TEA) consiste em um grupo de síndromes neurodesenvolvimentais, manifestadas na primeira infância, com a presença de déficits de comunicação e interação social e padrões repetitivos e restritos de comportamento1. É um transtorno heterogêneo, e a gravidade dos sintomas varia largamente entre os indivíduos afetados2. Estima-se que uma a cada 44 pessoas seja portadora desse transtorno, sendo a maioria do sexo masculino e, a cada quatro casos, uma tem relação de parentesco associado3.
É importante ressaltar que, devido à super-representação de meninos na população de TEA (proporção de 4,2:1)3, a maior parte do que sabemos sobre autismo e comportamento alimentar é baseada em amostras de estudos no sexo masculino. Genética, mecanismos epigenéticos e ambientais são possivelmente responsáveis por essa preponderância masculina, com alguns fatores apresentando risco específico para homens ou proteção específica para mulheres4.
No âmbito alimentar, portadores desse transtorno são os que mais apresentam comportamentos alimentares atípicos, que incluem seletividade alimentar, postura perturbadora durante as refeições, repertório alimentar limitado, ingestão restrita ou exagerada dificuldade em permanecer à mesa durante as refeições, entre outros5,6. Embora distúrbios alimentares sejam comuns na população pediátrica, eles atingem cerca de 51% a 89% das crianças com TEA. Causas ambientais, cognitivas e comportamentais são atribuídas às suas gêneses, que variam desde a necessidade em manter repetitividade e rituais até as próprias características dos alimentos, tais como textura, cor e sabor7,8.
Assim, nota-se que a associação entre autismo e transtornos alimentares pode acarretar a deficiência de alguns nutrientes, culminando em risco aumentado de desnutrição, raquitismo, obesidade, retardo de crescimento, problemas ósseos, déficits sociais e baixo desempenho acadêmico. Outras comorbidades associadas aos transtornos alimentares que podem ocorrer são sintomas gastrointestinais, problemas de sono, epilepsia, problemas de comportamento, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e ansiedade6,9.
Por outro lado, as evidências científicas têm mostrado que crianças com TEA também são caracterizadas por excesso de alguns nutrientes, em decorrência de comportamentos alimentares habituais e da própria seletividade alimentar que opta por determinados tipos de refeições. De igual modo, o excesso de nutrientes traz prejuízos a saúde da criança e pode, inclusive, piorar os sintomas autistas2.
Diante do exposto, a hipótese deste estudo é que crianças e adolescentes com TEA apresentam alteração no comportamento alimentar. Assim, o objetivo foi analisar o comportamento alimentar de crianças e adolescentes com TEA.
MÉTODOS
Estudo prospectivo, transversal, descritivo e analítico, realizado em uma associação para autistas, localizada no interior paulista, que atende mais de 160 crianças e jovens. Essa instituição, sem fins lucrativos, promove atividades com o intuito de auxiliar no desenvolvimento e apoio às pessoas autistas e tem o apoio do poder público local.
Para a coleta de dados, que ocorreu no primeiro semestre de 2020, distribuíram-se 50 questionários aos responsáveis das crianças e adolescentes, junto com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), com o objetivo de esclarecer as intenções da pesquisa e promover a adesão. A amostra foi obtida por conveniência, por meio de contato com os responsáveis, ao término de suas atividades na instituição. Os responsáveis que aceitaram participar da pesquisa tiveram o prazo de 10 dias para devolver os questionários.
O critério de inclusão para participar da pesquisa foi ser criança ou adolescente com diagnóstico de autismo há pelo menos um ano. Foram excluídos aqueles com outro diagnóstico neurológico associado, questionários incompletos ou falta de devolução do TCLE. Assim, dos 37 questionários entregues no prazo estabelecido, 21 atenderam aos critérios do estudo.
Participaram deste estudo 21 crianças e adolescentes com diagnóstico do TEA, na faixa etária de 2 a 14 anos de idade (média de idade de 6,7 anos), sendo 17 do sexo masculino e 4 do sexo feminino.
Foi utilizado um questionário com questões fechadas, em escala de Likert, acerca do comportamento alimentar de crianças e adolescentes com TEA, composto por 53 questões, distribuídas nas seguintes categorias: Motricidade na mastigação; Seletividade alimentar; Aspectos comportamentais; Sintomas gastrointestinais; Sensibilidade sensorial e Habilidades nas refeições10. A coleta de dados foi realizada a partir da distribuição dos questionários aos responsáveis legais, tendo sido informada a forma de respostas e esclarecidas as dúvidas.
A análise estatística foi realizada por meio do software R (R CORE TEAM, 2019). Os dados foram previamente analisados em relação à presença de normalidade por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov, a 5% de probabilidade. A análise dos dados foi realizada de forma descritiva e por meio do teste estatístico de correlação de Spearmann.
Tendo em vista o compromisso ético, a coleta de dados iniciou-se após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Marília, com registro 3.682.765.
RESULTADOS
O comportamento alimentar das crianças e adolescentes com TEA apresentou maiores alterações nas categorias Seletividade alimentar (34,4%), seguida de Aspectos comportamentais (27,1%) e Motricidade na mastigação (21,9%). Menores alterações foram encontradas nas demais categorias: Sensibilidade sensorial (13,3%), Sintomas gastrointestinais (13,0%) e Habilidades nas refeições (8,0%).
Observa-se na tabela 1 que houve correlação da categoria Motricidade na mastigação com todas as outras categorias: Seletividade alimentar, Aspectos comportamentais, Sintomas gastrointestinais, Sensibilidade sensorial e Habilidades nas refeições. Houve também correlação de Seletividade alimentar com Aspectos comportamentais e Aspectos comportamentais com Sensibilidade sensorial e Habilidades nas refeições. Isso evidencia que, em relação a essas categorias que apresentaram correlação, quando uma se altera, a outra também se altera.
DISCUSSÃO
O presente estudo identificou uma maior proporção (34,4%) de crianças e adolescentes com seletividade alimentar e houve também correlação da seletividade alimentar com aspectos comportamentais. Em consonância com os achados deste estudo, uma revisão de literatura8 apontou a seletividade alimentar como a desordem alimentar mais comum entre crianças autistas, acometendo entre 9,8% e 83% dessa população. A seletividade alimentar consiste em aceitar pequena variedade de alimentos e/ou rejeitar outros grupos alimentares. Sendo leve, tal comportamento costuma não necessitar de intervenções, diferente das causas moderadas e graves, as quais precisam de acompanhamento a fim de se reduzir o risco de agravos à saúde a curto e longo prazo11,12.
A introdução de novos alimentos para crianças autistas com seletividade alimentar consiste em um desafio adicional na criação desse indivíduo, desencadeando aspectos comportamentais. Esses momentos podem desencadear choro, arremesso de objetos, agressão, a criança pode cuspir e empurrar a comida, entre outras manifestações de recusa13. Diante disso, o envolvimento da família – especialmente dos pais – é crucial para obter êxito no aprimoramento da dieta das crianças autistas. É relevante qualificar o quanto os pais aceitam e como reagem ao diagnóstico de TEA de seu filho, durante a prática médica, a fim de fornecer a eles as informações e orientações adequadas, otimizando o tratamento e o desenvolvimento da criança14.
Dos participantes, 27,1% apresentaram alteração nos aspectos comportamentais relacionados a alimentação e correlação dos aspectos comportamentais com sensibilidade sensorial e habilidades nas refeições. A literatura discorre que os aspectos comportamentais que permeiam a alimentação impactam de tal modo as relações familiares e conjugais a ponto de os momentos de refeição passarem de lazer à fonte de estresse e preocupação. Limitação na escolha dos alimentos, recusa de frutas e vegetais, horários e rituais rígidos, pouca interação interpessoal e recusa de sentar-se à mesa, são algumas situações vivenciadas diariamente. Nesse cenário, a relação entre esses aspectos e a qualidade da dieta parecem ser inversamente proporcionais: quanto maiores os problemas comportamentais, menor a qualidade da alimentação da criança autista, ou seja, maior a seletividade alimentar15,16.
Conviver à mesa para partilhar das refeições, também chamado comensalidade, pode fortalecer as relações afetivas. Como ocorre com tantos outros hábitos, a construção desse se inicia na infância e colabora para o desenvolvimento social da criança. Para crianças autistas, esses benefícios são ameaçados por suas restrições de comunicação e interação social, bem como por sua necessidade de manter padrões comportamentais e ambientais17. Para alguns estudiosos, a causa de alterações comportamentais durante as refeições pode ainda ser decorrente das possíveis disfunções no processamento sensorial de autistas, as quais desencadeariam a seletividade alimentar e a insatisfação por aquele momento18,19. Diante do comportamento indesejado, pode-se recorrer a terapia de integração sensorial para a criança e sua família, a fim de desenvolver estratégias para tornar os momentos de refeição mais agradáveis para todos20.
Outro achado deste estudo com alta prevalência foi a alteração da Motricidade na mastigação (21,9%) e houve também correlação entre a categoria Motricidade na mastigação com todas as outras categorias: Seletividade alimentar, Aspectos comportamentais, Sintomas gastrointestinais, Sensibilidade sensorial e Habilidades nas refeições. Tal achado corrobora outro estudo transversal21, o qual comparou o nível de desempenho mastigatório de crianças autistas com seus pares em desenvolvimento típico. Os pesquisadores identificaram que as primeiras têm maior tempo de transição para ingerir alimentos sólidos e que apresentam maior interposição de língua. Em outras palavras, o estudo apresentou que o grupo de crianças com TEA teve função mastigatória inferior que o controle, sem TEA. Todavia, é relevante destacar que alterações relacionadas à motricidade alimentar não ocorrem apenas por distúrbios físicos, mas estão associadas principalmente ao comportamento, como recusa de mastigar ou engolir22. Lázaro et al.10, por sua vez, relataram que fatores orgânicos, tais como a sensibilidade sensorial, bem como a dificuldade em chupar e mastigar os alimentos, podem afetar diretamente as escolhas alimentares, ou seja, favorecer a seletividade alimentar dessas crianças.
A alteração na categoria sensibilidade sensorial incluiu 13,3% das crianças e adolescentes estudados. Pesquisadores6 encontraram diferenças significativas entre sensibilidades sensoriais e atitudes comportamentais, como comer rápido, recusar alimento e roubar alimento em crianças autistas, e quanto maiores os problemas sensoriais, maiores os de alimentação e atitudinais. Nesse sentido, os autores consideraram a sensibilidade sensorial como preditora da seletividade de alimentos.
Comparando grupos de crianças com e sem TEA, um estudo23 sugeriu que indivíduos que apresentam sensibilidade sensorial oral e seletividade alimentar podem se beneficiar recebendo tratamento com uma equipe de especialistas multidisciplinar envolvendo fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais e nutricionistas. Nesse contexto, um estudo brasileiro com crianças autistas17 notou que a experiência com a comida, por meio de oficinas culinárias, permite conexões sensoriais importantes, como cheirar, tocar, lamber, além dos aprendizados propiciados pela interação com o meio/mundo e com seus pares e mediadores das oficinas.
Embora nossos achados não sejam tão expressivos no que tange às alterações nos sintomas gastrointestinais (13%), é relevante destacar que, de acordo com estudo transversal realizado com crianças autistas24, há associação entre a seletividade alimentar e sintomas gastrointestinais; cerca de 70% dessa população estudada foi identificada como comedora seletiva e apresentou problemas gastrointestinais. Segundo Leader et al.6, a associação entre problemas alimentares e sintomas gastrointestinais mostrou que a maioria das crianças com TEA tem no mínimo um sintoma gastrointestinal, pelo menos uma vez na semana. Dor abdominal, constipação, refluxo gastroesofágico e diarreia foram as condições de maior incidência na análise apresentada. Tais sintomas gastrointestinais precisam ser observados e reportados ao médico da criança e ao seu nutricionista, que podem fornecer orientações específicas para o caso.
Por fim, 8,0% dos entrevistados compuseram alterações das habilidades nas refeições. Segundo evidências literárias atuais, em relação a não autistas, crianças autistas tendem a apresentar maiores dificuldades motoras, tanto as consideradas finas quanto as grossas. Isso se reflete nas atividades cotidianas da criança e inclui déficits de coordenação, equilíbrio, flexibilidade articular, postura e velocidade de movimento, o que pode acarretar menor habilidade durante a refeição25. Sob esse viés, é relevante mencionar que o manejo de talheres e o sentar-se à mesa são também consideradas habilidades sociais e, por essa razão, desenvolvê-las é um desafio diante dos impasses de socialização muito presentes no TEA22. Uma estratégia que proporciona oportunidades de desenvolvimento de habilidades motoras e sociais para essa população, segundo Najafabad e colaboradores26, é o programa Sports, Play and Active Recreation for Kids (SPARK) – um programa de brincadeiras simples e regulares para crianças com autismo desenvolvido por um grupo multidisciplinar, geralmente em escolas.
Este estudo tem como limitações o tamanho da amostra e seu caráter local. Porém, em se tratando de uma temática relevante e incidente na sociedade, permite reflexões e corrobora a literatura científica já produzida.
CONCLUSÃO
Em virtude dos resultados encontrados, pode-se notar que há alterações no comportamento alimentar de crianças e adolescentes com TEA relacionadas a seletividade alimentar, comportamentos habituais durante as refeições e dificuldades motoras no que se refere a mastigação e ingestão dos alimentos.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos pais que aceitaram participar deste projeto e ao Espaço Potencial, instituição que atende com excelência as crianças com TEA, por nos permitir desenvolver este estudo.
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Anexo A
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
28 Ago 2023 -
Data do Fascículo
2023
Histórico
-
Recebido
13 Out 2022 -
Aceito
24 Abr 2023