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Encarte de Dados

TENDÊNCIAS

Encarte de Dados

Este Encarte de Dados - Tendências apresenta opiniões dos cidadãos norte-americanos sobre a campanha presidencial de 2008 e sobre as expectativas com o mandato do presidente eleito Barack Obama. O Encarte está organizado em quatro seções.

A primeira seção, com dados entre 2007 e 2009, introduz o panorama de alguns temas nacionais aprofundados nas seções seguintes, a saber: a satisfação com a situação geral do país; a confiança no governo federal; as avaliações da situação econômica do país e da participação dos Estados Unidos na guerra contra o Iraque. O cenário mostra a generalizada insatisfação com as situações política e econômica do país, mas, ao mesmo tempo, certa divisão nas opiniões dos norte-americanos sobre o papel da guerra contra o Iraque na luta contra o terrorismo.

A segunda seção trata das primeiras percepções sobre a crise financeira e sobre suas causas e impactos sobre a situação econômica pessoal e do país no segundo semestre de 2008.

A terceira seção apresenta as principais questões envolvidas no cenário da eleição presidencial de 2008, disputada por Barack Obama (senador por Illinois, apoiado pelo Partido Democrata) e John Mc Cain (senador pelo Arizona, apoiado pelo Partido Republicano), com destaque para a evolução das questões econômicas - sobretudo a situação dos empregos e dos impostos, além da crise financeira propriamente dita -, mas também as sociais e de segurança nacional e a guerra contra o terrorismo e seu impacto na escolha do candidato a presidente.

A quarta e última seção, com dados de janeiro a abril de 2009, mostra as expectativas com o presidente eleito, bem como as primeiras avaliações de sua atuação, sobretudo com relação à crise econômica e à guerra contra o Iraque. Em seu conjunto, os dados sugerem que, apesar de não acreditarem que a crise seja solucionada em curto prazo, os cidadãos norte-americanos, ao elegerem Obama, acreditam que o novo presidente pode realizar mudanças políticas importantes e necessárias ao país e essa crença parece se traduzir em uma ligeira melhora na confiança no governo federal.

Este Encarte Tendências traz, exclusivamente, dados de pesquisas de opinião pública do Banco de Dados eletrônico do Roper Center for Public Opinion Research, da Universidade de Connecticut (http://www.ropercenter.uconn.Edu/ipoll.html).

Editores de OP

Os Estados Unidos estão na direção certa?

Os dados mostram que entre os norte-americanos é bastante elevada a insatisfação com o rumo que o país tem seguido. Desde o final de 2007, não menos que 2/3 dos entrevistados têm apontado que o país tem seguido a rota errada. É notável ainda que essa insatisfação cresceu até junho de 2008, começando uma trajetória descendente desde então. Em fevereiro de 2009, pela primeira vez em todo período, mais de 30% afirmavam que o país seguia a rota certa.

Evolução da Confiança no Governo Federal

Entre 2007 e 2009, a confiança dos cidadãos norte-americanos no governo federal é baixa: nesse período, não menos que 60% acham que podem confiar "apenas algumas vezes" no governo. Os primeiros meses do governo Obama assistem a uma melhora desse cenário, apontando para um índice de 30% de norte-americanos que afirmavam poder confiar no governo "a maior parte do tempo".

Restaurar a confiança no governo é...

Obama conseguirá restaurar a confiança no governo?

Logo no início do governo Obama, os norte-americanos apontavam a restauração da confiança a maior prioridade do novo presidente e quse 70% acreditavam na probabilidade que Obama conseguiria restaurar a confiança no governo.

A Guerra contra o Iraque valeu a pena?

As opiniões da metade dos norte-americanos ao longo de 2008 até o início de 2009 eram que a guerra contra o Iraque "não valera a pena de forma alguma".

Os Estados Unidos precisam ganhar a guerra contra o Iraque para ter sucesso na guerra contra o terrorismo?

Invadir o Iraque ajudou a reduzir a ameaça terrorista?

Embora a maioria dos entrevistados no fim de 2008 tenha afirmado que a invasão ao Iraque não ajudou a reduzir a ameaça terrorista contra os Estados Unidos, ao longo do ano de 2008 cresceu o percentual dos que acreditavam que o país precisava vencer a guerra para vencer o terrorismo.

Como você descreve o estado da economia da nação hoje?

É impressionante o crescimento do percentual dos que acreditam que o estado da economia dos Estados Unidos é insatisfatório em 2008 e início de 2009: pouco mais de 30% em janeiro de 2008 e quase 70% em março de 2009. Já em fevereiro de 2008, mais de 60% dos norte-americanos afirmavam que a economia do país estava em recessão.

A economia está em recessão?

Em dezembro de 2008, a grande maioria dos norte-americanos afirmava que a economia dos Estados Unidos havia piorado ao longo do ano, mesmo percentual que apontava para o cenário recessivo do país.

As medidas do governo em relação à crise e seus efeitos

Você aprova ...

Em torno de 2/3 dos norte-americanos desaprovaram as ações do governo Bush para sanar a crise econômica. Quase a metade dos entrevistados eram contra a dotação de dinheiro às instituições financeiras em específico.

Grau de atenção à campanha eleitoral para Presidente

Embora o voto seja facultativo, nos Estados Unidos os cidadãos norte- americanos têm razoável interesse pelo processo eleitoral do país, que ampliou-se na campanha de 2008. Quase um ano antes da eleição presidencial, ao menos 1/3 dos cidadãos declaravam prestar atenção à campanha; as vésperas do pleito, a grande maioria dos potenciais eleitores - quase ¾ deles - afirmavam prestar atenção aos acontecimentos da campanha.

Questão Determinante do Voto para Presidente

O papel determinante da economia na preocupação dos cidadãos também afetou o processo de escolha eleitoral: não menos do que 40% afirmavam que essa era a questão que nortearia a sua escolha do novo presidente. Com percentuais bem menores e oscilantes ao longo do tempo - no máximo 20% - a guerra no Iraque emergia como a segunda preocupação dos eleitores norte-americanos.

Questões importantes na decisão do voto

Dentre os temas apresentados aos eleitores entre 2007 e 2008 para avaliar a importância na decisão do voto, apenas a economia, o emprego e a energia mostraram variação importante, aumentando entre um ano e outro uma média de 10 pontos percentuais.

É interessante destacar que apenas o tema da imigração perde importância no conjunto de temas apresentados. Questões polêmicas como o aborto, assistência à saúde e o terrorismo praticamente não alteram seu papel no processo de escolha do candidato a presidente durante os dois anos de campanha.

A avaliação da competência dos candidatos

Quando questionados sobre as capacidades dos candidatos de solucionar a crise econômica e financeira dos Estados Unidos, os eleitores apoiavam Barack Obama: em agosto de 2008, quase 40% apostaram que a economia melhoraria com sua vitória enquanto quase a metade dos entrevistados apostava que, com John McCain, a economia permaneceria a mesma.

O tratamento da crise pelo futuro presidente

Os dados sugerem a importância dos debates na formação das opiniões sobre os dois candidatos: entre setembro e outubro de 2008, após os 3 debates realizados em 26/09, 07/10 e 15/10, entre Obama e McCain, o primeiro aumenta sua vantagem sobre o segundo com relação à capacidade de sanar a crise financeira na opinião dos eleitores.

A Guerra contra o Iraque no cenário eleitoral

O tratamento da guerra pelo futuro presidente

A condição de ex-combatente e herói de guerra refletiu na avaliação positiva de competência de McCain para tomar decisões sobre a guerra do Iraque. Na reta final da campanha, após o início dos debates, McCain continuou despertando maior confiança do que Obama para tratar da guerra contra o Iraque.

Confiança em Barack Obama e John McCain para tratar da guerra

Barack Obama será capaz de mudar o país?

A eleição de Obama representou uma vontade de mudança do país. Em fevereiro de 2009, mais de ¾ deles acreditavam na capacidade do novo presidente para isso; dentre estes, a imensa maioria afirmou ainda expectativa positiva com a mudança.

É provável que o presidente Obama atinja algum dos seguintes objetivos nos próximos quatro anos?

A principal expectativa dos norte-americanos com a presidência de Obama referia-se à melhora das relações raciais: mais de 1/3 acreditava ser muito provável a sua melhoria durante seu governo.

Janeiro 2009

Você diria que tem expectativa alta, moderada ou baixa quanto ao desempenho de Obama como presidente?

Quase 90% dos cidadãos norte-americanos afirmavam ter expectativa pelo menos moderada com o desempenho do presidente Obama às vésperas de sua posse. É notável que mais de 50% destes revelavam expectativa muito alta e alta.

Mudanças do primeiro ano de governo

Acabar com a guerra contra o Iraque figurou desde antes do governo Obama como uma das principais apostas de mudança política que seria realizada pelo novo governo. Logo após sua posse, uma maioria de quase 40% de cidadãos norte-americanos acreditava que Obama começaria a retirar as tropas do Iraque. Ainda com relação às políticas de segurança, destaca-se também que ¼ dos cidadãos declarava acreditar que Obama fecharia a prisão de Guantánamo já em seu primeiro ano de governo.

As características de Barack Obama

Para a maioria dos cidadãos, o presidente Obama possui diferentes qualidades: em janeiro deste ano, quase 90% dos mesmos acreditavam que Obama "estava pronto a ouvir os diferentes pontos de vista", e mais de 70% apontavam sua capacidade de compreensão dos problemas.

Janeiro 2009

Avaliação do presidente Obama

Aprova o trabalho de Obama como presidente?

Embora mais da metade dos cidadãos aprove o trabalho de Obama na presidência, a reprovação desse trabalho aumentou mais de 10 pontos percentuais depois de 2 meses de governo. Esse aumento se deu não às custas da aprovação, mas pela diminuição dos que não opinaram na pesquisa logo após a posse do presidente Obama.

A avaliação do trabalho de Obama no início do governo é predominantemente positiva em várias áreas. Uma menor proporção ocorre apenas quanto às ações contra o terrorismo.

Fevereiro 2009

Papel do presidente e do congresso no tratamento de temas nacionais

Segundo pesquisas de 2009, é vasto o rol de questões socioeconômicas, de segurança e de infraestrutura que necessitam ser tratadas pelo novo presidente e pelo congresso. Embora a economia notadamente se destaque com 70% dos entrevistados afirmando que é extremamente importante ao presidente Obama lidar com ela, entre 40 e 50% dos cidadãos indicavam ainda a extrema importância de tratar do terrorismo, educação, assistência médica, impostos e da guerra no Iraque. Por outro lado, tratar de uma questão polêmica como a pesquisa com células-tronco é irrelevante para ¼ dos entrevistados. É notável ainda que 10% dos cidadãos afirmem não ser de modo algum importante que o governo trate das questões ambientais e da imigração ilegal.

Aprova ou desaprova o modo como Barack Obama está lidando com a situação no Iraque?

Após quase 2 meses de administração Obama, quase 60% dos entrevistados apoiavam sua atuação com relação à guerra contra o Iraque. Pouco antes da posse, em janeiro, 80% dos entrevistados afirmavam que retirar as tropas do Iraque era uma prioridade.

Janeiro 2009

Percepção individual da crise econômica

Em janeiro de 2009, mais de 70% dos cidadãos norte-americanos estavam muito ou um pouco preocupados com a economia nacional assim como com sua própria situação financeira.

Como você se sente?

Os efeitos da crise econômica são pessoalmente percebidos por 70% dos norte-americanos.

Avaliação da política econômica de Obama

Em janeiro de 2009, apesar de a grande maioria dos cidadãos estar muito ou um pouco insatisfeita com a economia do país, a maior parte apoiava a política e as medidas econômicas de Obama.

Em relação à economia, o desempenho de Obama teve

Quase 2/3 dos entrevistados avaliavam que Obama teve um bom começo na administração econômica dos Estados Unidos e 70% apoiavam pelo menos um pouco, em específico, seu pacote econômico.

Aprovação das medidas de Obama para resolver a crise

Confiança no pacote econômico do governo para resolver a crise

A confiança dos norte-americanos no pacote econômico de Obama é cautelosa: em janeiro de 2009, 44% se declaravam "algo confiantes" e, em março de 2009, quase 60% eram contrários ao socorro das instituições financeiras pelo governo.

Em fevereiro de 2009, quase 2/3 dos entrevistados revelavam também não crer ser possível ao presidente Obama solucionar a crise econômica nos próximos dois anos.

Perspectivas de solução da crise econômica

Em março de 2009, os entrevistados estavam um pouco mais divididos sobre a perspectiva de fim da crise econômica. Embora minoritário, mais de 30% afirmavam que isso levaria mais de 3 anos.

Para mais de 2/3 dos entrevistados, o pior da crise ainda estaria por vir. E, ainda que mais da metade deles tenha afirmado que o país estava em declínio, é notável que mais de 30% tenham concordado que "o país estava evoluindo e sem problemas".

Como você se sente em relação ao país

As 57 pesquisas consultadas para este Encarte Tendências constam do Banco de Dados eletrônico do Roper Center for Public Opinion Research da Universidade de Connecticut e estão listadas abaixo por institutos de pesquisa. Todas possuem a mesma metodologia e mesmo universo, quais sejam: entrevistas por telefone com amostra nacional de votantes potenciais, definidos segundo manifestação de algum grau de disposição para votar em 2008 (um pouco/muito/extremamente dispostos a votarem em 2008).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Jun 2009
  • Data do Fascículo
    Jun 2009
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