Acessibilidade / Reportar erro

O OLHAR DA RUÍNA NA ERA NEOLIBERAL

NAS RUÍNAS DO NEOLIBERALISMO: A ASCENSÃO DA POLÍTICA ANTIDEMOCRÁTICA NO OCIDENTE.Brown, Wendy. Marino, Mário A.; Santos, Eduardo Altheman C.. Editora Filosófica Politeia, 2019. 256 p
Conhecem-te estas pedras; das ruínas
Alma errante pareces condenada
A contemplar teus insepultos ossos.
Conhecem-te estas árvores. E eu mesmo
Sinto não sei que vaga e amortecida.
(Machado de Assis, 1870Assis, M. (1870). Ruínas. Falenas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.)

Recentemente, alguns autores têm reiterado a necessidade de inserir a política no mainstream das pesquisas em Administração para refletir sobre como a política cria e produz formas de administrar e de organizar (Bispo, 2021Bispo, M. (2021). Impacto da pesquisa em administração e negócios: Para quê? Para quem? International Journal of Business Marketing, 6(2), 13-21. https://www.ijbmkt.org/ijbmkt/article/view/217
https://www.ijbmkt.org/ijbmkt/article/vi...
; Bresser-Pereira, 2020Bresser-Pereira, L. C. (2020). A democracia não está morrendo: Foi o neoliberalismo que fracassou. Lua Nova, 111, 51-79. http://dx.doi.org/10.1590/0102-051079/111
http://dx.doi.org/10.1590/0102-051079/11...
; Comin, 2015Comin, A. A. (2015). Elites econômicas e neoliberalismo. Plural, 22(2), 5-17. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2015.112427
http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-809...
). Alguns desses estudos problematizaram as profundas conexões entre a natureza das teorias liberal e neoliberal e as práticas gerenciais, iluminando como esses processos têm como propósito remodelar as subjetividades e as relações sociais em linhas semelhantes às prescritas pela gestão (Hanlon, 2018Hanlon, G. (2018). The first neo-liberal science: Management and neo-liberalism. Sociology, 52(2), 298-315. https://doi.org/10.1177/0038038516655260
https://doi.org/10.1177/0038038516655260...
). Wendy Brown (2019), em seu mais recente livro, publicado em 2019, In the ruins of neoliberalism; the rise of antidemocratic politics in the West, nos auxilia na compreensão desses processos ao redirecionar o olhar da ruína para a seguinte questão: afinal, como a “racionalidade neoliberal preparou o terreno para mobilizar e legitimar forças ferozmente antidemocráticas na segunda metade do século XXI”? (Brown, 2019, p. 16).

Wendy Brown (2019) é pesquisadora de Ciência Política na Universidade da Califórnia, em Berkeley. O seu livro em epígrafe foi lançado em português no mesmo ano de 2019 pela editora Politeia e colocou em perspectiva a ascensão da extrema-direita nas democracias liberais. Para a autora, o neoliberalismo produziu efeitos muito diferentes daqueles pensados pela Sociedade Mont Pèlerin em 1947, e, mesmo que o catastrófico presente neoliberal se afaste desse ideal, o entusiasmo popular com regimes autocráticos, nacionalistas e, em alguns casos, neofacistas se amalgama nas bases dessa atual organização que delineia as ruínas do neoliberalismo (Brown, 2019; 1993Brown, W. (1993). Wounded attachments. Political Theory, 21(3), 390-410. http://www.jstor.org/stable/191795 http://dx.doi.org/10.1177/0090591793021003003
http://www.jstor.org/stable/191795...
).

A problematização do livro recai nas formulações neoliberais que certificam a extremadireita e como esta movimenta um discurso de liberdade para justificar suas exclusões, muitas vezes violentas, que visam “reassegurar a hegemonia branca, masculina e cristã, e não apenas expandir o poder do capital” (Brown, 2019, p. 20). Essas formulações neoliberais de liberdade também enfatizam as diferentes nuances da esquerda como tirânica, em seus posicionamentos de justiça social, responsáveis pelo afrouxamento das fronteiras ocidentais, por premiar quem não merece e pelo esmaecer do tecido moral (Brown, 2019). Para compreender as raízes e as forças que caracterizam as atuais ruínas do neoliberalismo, Brown (2019) toma como base o olhar da ruína e analisa a cultura política e subjetividade neoliberais, e não somente as condições econômicas e os racismos persistentes que a geraram.

O olhar da ruína (Ipiranga, 2020Ipiranga, A. S. R. (2020). O relatório. A história do organizar das margens da cidade: O olhar das ruínas. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Retrieved from http://efomento.cnpq.br/efomento/
http://efomento.cnpq.br/efomento/...
) sempre esteve presente em diferentes áreas do conhecimento, tendo sido discutido por autores clássicos e contemporâneos, refletindo, por exemplo, sobre os fragmentos da história e o tempo percorrido em Hegel (2001)Hegel, F. (2001). A razão na história. São Paulo: Centauro.; a grande luta entre a vontade do espírito e a necessidade da natureza em Simmel (1988)Simmel, G. (1988). Sobre la aventura: Ensayos filosóficos. Barcelona, Spain: Ediciones Península.; a necessidade de escavar as ruínas contidas no inconsciente (Freud, 1915Freud, S. (1915). O inconsciente. In Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Imago, v. XIV, 191, 1977.). Hell e Schönle (2010)Hell, J., & Schönle, A. (2010). Ruins of modernity. Durham. USA: Duke University Press., ao discutirem as “ruínas da modernidade”, citaram ainda Ratzel (1891)Ratzel, F. (1891). Anthropogeographie (Vol. II). J. Engelhorn, 2011., que propôs o conceito de “ruínas de países” que atravessam o planeta por meio de conflitos violentos; Spengler (2003)Spengler, O. (2003). The decline of the West. Deutscher Taschenbuch., que previu o declínio da cultura ocidental, traçando uma paisagem apocalíptica de cidades globais decadentes; as questões relativas ao processo de arruinação enquanto componente da dialética pela qual o moderno se mina ao cair na sua autodestruição, discutidas por Adorno (1990)Adorno, T. W. (1990). Negative dialectics. Routledge.. Citam-se ainda os conceitos da filosofia benjaminiana da história, entre estes, o de ruína, que problematiza a ideia equivocada de categorias como progresso e modernidade (Benjamin, 2016Benjamin, W. (2016). O anjo da história. Autêntica Editora.). Outras abordagens propuseram uma extensão da discussão para as esferas antropológica, ambiental e da gestão (DeSilvey, 2006DeSilvey, C. (2006). Observed decay: Telling stories with mutable things. Journal of Material Culture, 11(3), 318-338. https://doi.org/10.1177/1359183506068808
https://doi.org/10.1177/1359183506068808...
; Jay, 2022Jay, E. (2022). Urban trauma in the ruins of industrial culture: Miners’ Welfares of the Nottinghamshire coalfield. Social & Cultural Geography, 2(5), 639-659. https://doi.org/10.1080/14649365.2020.1809011
https://doi.org/10.1080/14649365.2020.18...
; Navaro-Yashin, 2009Navaro-Yashin, Y. (2009). Affective spaces, melancholic objects: Ruination and the production of anthropological knowledge. Journal of the Royal Anthropological Institute, 15(1), 1-18. https://doi.org/10.1111/j.1467-9655.2008.01527
https://doi.org/10.1111/j.1467-9655.2008...
); as ruínas da organização de desastres e do planejamento da destruição (Sebald, 2004Sebald, W. G. (2004). On the natural history of destruction. New York, USA: Modern Library.); as ruínas industriais e da estética da transgressão (Edensor, 2005Edensor, T. (2005). Industrial ruins. Space, aesthetics, and materiality. Berg Publisher.); as ruínas de formações imperiais racializadas persistentes (Stoler, 2008Stoler, A. (2008). Imperial debris: Reflections on ruins and ruination. Cultural Anthropology, 23(2), 191-219. https://doi.org/10.1111/j.1548-1360.2008.00007
https://doi.org/10.1111/j.1548-1360.2008...
); e, por fim, Dillon (2011)Dillon, B. (2011). Ruins. Whitechapel Gallery., que tratou da historicização do conceito de ruína, e Cock e O’Doherty (2016)Cock, C. De, & O’Doherty, D. (2016). Ruin and organization studies. Organization Studies, 38(1), 129-150. https://doi.org/10.1177/0170840616640311
https://doi.org/10.1177/0170840616640311...
, que sugeriram diferentes caminhos por meio dos quais a ruína pode vir a ter significados para a Administração.

Para reorientar o olhar para as ruínas do neoliberalismo, Brown (2019) considera como premissa que o capitalismo não segue sua própria lógica, mas é organizado por formas de racionalidade política. Nesse sentido, a autora traz consigo tanto a abordagem neomarxista, que apresenta o neoliberalismo como um novo capítulo do capitalismo, quanto a abordagem foucaultiana, que discute como governos, sujeitos e subjetividades são transformados durante a reestruturação da razão liberal em neoliberal (Brown, 2015Brown, W. (2015). Undoing the demos: Neoliberalism’s stealth revolution. Zone Books. Brown, W. (2019). Nas ruínas do neoliberalismo: A ascensão da política antidemocrática no ocidente. São Paulo: Editora Filosófica Politeia, 256 p., 2019). No primeiro capítulo, intitulado “A sociedade deve ser desmantelada”, Brown (2019) expande essas discussões, analisando o projeto neoliberal “mercado-e-moral” de Friedrich Hayek, cujos escritos aterrorizaram as próprias ruínas do neoliberalismo. O projeto de Hayek visava governar e disciplinar os indivíduos, maximizando a liberdade por meio da demonização do social e da versão democrática da vida política. Brown (2019) analisa os movimentos que desafiam os atuais posicionamentos da direita relacionados à reprodução social das hierarquias de gênero, raça e sexo, e/ou questões acerca das diferenças entre classes que são refletidas como uma ofensiva à liberdade e à moralidade (Brown, 2019, 2015Brown, W. (2015). Undoing the demos: Neoliberalism’s stealth revolution. Zone Books. Brown, W. (2019). Nas ruínas do neoliberalismo: A ascensão da política antidemocrática no ocidente. São Paulo: Editora Filosófica Politeia, 256 p.). No segundo capítulo, “A política deve ser destronada”, a autora discute as hostilidades à democracia compreendida como soberania popular e poder político compartilhado: “a partilha de poder que a democracia implica é um projeto exclusivamente político que requer cultivo, renovação e apoio institucional” (Brown, 2019, p. 70). Por outro lado, o neoliberalismo visa controlar o “político”, distanciando-o de sua soberania, rechaçando suas formas democráticas, influenciando os ataques neoliberais à vida política e a consequente ascensão da direita que terminaram por contribuir para as rebeliões antidemocráticas de hoje. No terceiro capítulo, “A esfera pessoal protegida tem que ser expandida”, se delineiam as questões relativas à expansão do alcance da moralidade tradicional – “Deus, família, nação e livre-iniciativa”, para além das esferas familiares e do privado, alcançando a vida pública e comercial. No quarto capítulo, “Bolos falam; centros de gravidez oram”, a autora analisa dois veredictos da Corte Suprema americana. O primeiro relaciona a vitória da direita cristã às demandas dos ativistas LGBTQIA+ no processo “Masterpiece Cakeshop v. Colorado Civil Rights Comission”, onde a Comissão de Direitos Civis do Colorado avaliou as razões do proprietário de uma confeitaria que se recusou a fazer um bolo para a celebração do casamento de um casal do mesmo sexo. Os resultados dessa ação violaram a cláusula de livre exercício, sendo o julgamento revertido em 4 de junho de 2018. O segundo caso, “Centros de gravidez que oram” (National Institute of Family and Life Advocates, DBA, v. NIFLA et al. - Becerra, procurador-geral da Califórnia), também decidido pela Suprema Corte em 2018, pôs à prova a constitucionalidade da lei estadual promulgada na Califórrnia em 2015 que estabelece o direito à privacidade em relação às questões reprodutivas. Ambos os veredictos ampliaram a implantação de uma moralidade cristã na esfera social, debilitando a justiça assegurada pelo Estado. O quinto capítulo, “Nenhum futuro para homens brancos: niilismo, fatalismo e ressentimento”, é desenvolvido tendo como base dois conceitos de F. Nietzsche, como o de “niilismo”, que enfatiza a arruinação dos principais valores ao serem isolados de seus fundamentos, e o conceito de “ressentimento” formulado pela “vitimização errônea” com sistemas morais originados do “sofrimento”, da “raiva” e do “rancor”, incapazes de se tornarem criativos (Brown, 2019). Um último conceito articulado pela autora é o de “dessublimação repressiva” de H. Marcuse, que ocorre em um contexto de exploração capitalista e de “necessidades falsas”, ocasionando um prazer em abundância, mas sem emancipação. Esses conceitos embasaram uma discussão sobre as ruínas deixadas pela monetização e financeirização ao submeter a existência humana a cálculos de investimentos futuros, como pelo empreendedorismo; e sobre as feridas de uma masculinidade branca, destronada e raivosa, gerando uma liberdade destituída da ética (Brown, 2019; Kimmel, 2013Kimmel, M. (2013). Angry white men: American masculinity in the end of an era. New York, USA:Nation Books.).

Brown (2019) finaliza o livro descrevendo as ruínas neoliberais que organizam diferentes deslocamentos espaciais, assim como o teatro no qual essas ações ocorrem. E nós finalizamos colocando a questão: como esses deslocamentos alcançaram os espaços e o teatro das ações no Brasil? Bispo (2021)Bispo, M. (2021). Impacto da pesquisa em administração e negócios: Para quê? Para quem? International Journal of Business Marketing, 6(2), 13-21. https://www.ijbmkt.org/ijbmkt/article/view/217
https://www.ijbmkt.org/ijbmkt/article/vi...
, ao considerar que a racionalidade neoliberal orienta um bom percentual da produção científica em Administração no Brasil, problematiza essas questões. O autor propõe desnaturalizar os cânones da área enfatizando que: “a racionalidade neoliberal é incompatível com as questões da ética em negócios, sustentabilidade, responsabilidade social corporativa e que é necessário pensar a Administração sob outros paradigmas orientados para o bem comum” (Bispo, 2021Bispo, M. (2021). Impacto da pesquisa em administração e negócios: Para quê? Para quem? International Journal of Business Marketing, 6(2), 13-21. https://www.ijbmkt.org/ijbmkt/article/view/217
https://www.ijbmkt.org/ijbmkt/article/vi...
, p. 1).

Boa leitura!

REFERÊNCIAS

  • Adorno, T. W. (1990). Negative dialectics Routledge.
  • Assis, M. (1870). Ruínas. Falenas Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.
  • Benjamin, W. (2016). O anjo da história. Autêntica Editora.
  • Bispo, M. (2021). Impacto da pesquisa em administração e negócios: Para quê? Para quem? International Journal of Business Marketing, 6(2), 13-21. https://www.ijbmkt.org/ijbmkt/article/view/217
    » https://www.ijbmkt.org/ijbmkt/article/view/217
  • Bresser-Pereira, L. C. (2020). A democracia não está morrendo: Foi o neoliberalismo que fracassou. Lua Nova, 111, 51-79. http://dx.doi.org/10.1590/0102-051079/111
    » http://dx.doi.org/10.1590/0102-051079/111
  • Brown, W. (1993). Wounded attachments. Political Theory, 21(3), 390-410. http://www.jstor.org/stable/191795 http://dx.doi.org/10.1177/0090591793021003003
    » http://www.jstor.org/stable/191795» http://dx.doi.org/10.1177/0090591793021003003
  • Brown, W. (2015). Undoing the demos: Neoliberalism’s stealth revolution Zone Books. Brown, W. (2019). Nas ruínas do neoliberalismo: A ascensão da política antidemocrática no ocidente. São Paulo: Editora Filosófica Politeia, 256 p.
  • Cock, C. De, & O’Doherty, D. (2016). Ruin and organization studies. Organization Studies, 38(1), 129-150. https://doi.org/10.1177/0170840616640311
    » https://doi.org/10.1177/0170840616640311
  • Comin, A. A. (2015). Elites econômicas e neoliberalismo. Plural, 22(2), 5-17. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2015.112427
    » http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2015.112427
  • DeSilvey, C. (2006). Observed decay: Telling stories with mutable things. Journal of Material Culture, 11(3), 318-338. https://doi.org/10.1177/1359183506068808
    » https://doi.org/10.1177/1359183506068808
  • Dillon, B. (2011). Ruins Whitechapel Gallery.
  • Edensor, T. (2005). Industrial ruins. Space, aesthetics, and materiality. Berg Publisher.
  • Freud, S. (1915). O inconsciente. In Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Imago, v. XIV, 191, 1977.
  • Hanlon, G. (2018). The first neo-liberal science: Management and neo-liberalism. Sociology, 52(2), 298-315. https://doi.org/10.1177/0038038516655260
    » https://doi.org/10.1177/0038038516655260
  • Hegel, F. (2001). A razão na história. São Paulo: Centauro.
  • Hell, J., & Schönle, A. (2010). Ruins of modernity Durham. USA: Duke University Press.
  • Ipiranga, A. S. R. (2020). O relatório. A história do organizar das margens da cidade: O olhar das ruínas. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Retrieved from http://efomento.cnpq.br/efomento/
    » http://efomento.cnpq.br/efomento/
  • Jay, E. (2022). Urban trauma in the ruins of industrial culture: Miners’ Welfares of the Nottinghamshire coalfield. Social & Cultural Geography, 2(5), 639-659. https://doi.org/10.1080/14649365.2020.1809011
    » https://doi.org/10.1080/14649365.2020.1809011
  • Kimmel, M. (2013). Angry white men: American masculinity in the end of an era New York, USA:Nation Books.
  • Navaro-Yashin, Y. (2009). Affective spaces, melancholic objects: Ruination and the production of anthropological knowledge. Journal of the Royal Anthropological Institute, 15(1), 1-18. https://doi.org/10.1111/j.1467-9655.2008.01527
    » https://doi.org/10.1111/j.1467-9655.2008.01527
  • Ratzel, F. (1891). Anthropogeographie (Vol. II). J. Engelhorn, 2011.
  • Sebald, W. G. (2004). On the natural history of destruction New York, USA: Modern Library.
  • Simmel, G. (1988). Sobre la aventura: Ensayos filosóficos Barcelona, Spain: Ediciones Península.
  • Spengler, O. (2003). The decline of the West. Deutscher Taschenbuch.
  • Stoler, A. (2008). Imperial debris: Reflections on ruins and ruination. Cultural Anthropology, 23(2), 191-219. https://doi.org/10.1111/j.1548-1360.2008.00007
    » https://doi.org/10.1111/j.1548-1360.2008.00007

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Fev 2023
  • Data do Fascículo
    2023
Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de S.Paulo Av 9 de Julho, 2029, 01313-902 S. Paulo - SP Brasil, Tel.: (55 11) 3799-7999, Fax: (55 11) 3799-7871 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rae@fgv.br