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Editorial

Este editorial marca uma importante mudança para a Revista de Administração Pública (RAP). Trata-se do último número impresso da revista que, a partir de 2017, terá sua produção impressa interrompida e será veiculada apenas na sua versão online.

O ano 2017 é um importante marco histórico para a RAP, que completa 50 anos desde a sua criação, em 1967. Cinquenta anos de um fluxo contínuo de publicações dedicadas à administração pública, por si, já são um indicador da sua constante e sólida contribuição acadêmica no campo. Entretanto, o cenário mudou: o número de revistas acadêmicas se multiplicou e a forma de comunicação com sua comunidade, de autores, avaliadores e leitores, também se modificou substancialmente. A veiculação dos artigos da RAP, os indexadores como SciELO, Redalyc, EBSCO, Spell, possibilitam o acesso aberto a todos esses segmentos da comunidade da revista tornando dispensável sua produção impressa.

Simbolicamente, o cinquentenário da história da revista será marcado por essa mudança numa dimensão importante da sua materialidade: a versão impressa presente em boa parte das estantes de bibliotecas nacionais e internacionais não será mais disponível, tornar-se-á um documento que, esperançosamente, alimentará pesquisas históricas sobre o campo de administração pública no país. Sua transformação numa revista online deve representar mais do que um reflexo dos novos tempos do mercado editorial, marcando também um novo rumo para a estratégia de consolidação dos periódicos nos próximos anos: uma revista brasileira de administração pública que busca expandir sua contribuição acadêmica além das fronteiras nacionais.

Com esse objetivo, o último número impresso da RAP também marca o padrão da estratégia de internacionalização que a revista buscará adotar nos próximos anos. Muda a forma, veiculando todos os artigos publicados em inglês e em português, buscando, a longo prazo, qualificar mais o seu conteúdo, publicando artigos que trazem reais contribuições para temas transversais de administração pública, no contexto nacional e internacional.

Esperamos que os artigos reunidos neste último número de 2016 cumpram estes duplos objetivos. Não é por acaso que nesta última edição impressa de 2016, que é um marco histórico para a Revista de Administração Pública, reunimos um conjunto de artigos que compartilham diretamente ou indiretamente a vertente histórica em suas várias dimensões: a) identificando e analisando as inovações do método histórico-comparativo, como no artigo O novo método histórico-comparativo e seus aportes à ciência política e à administração pública, dos autores Octavio Amorim Neto e Júlio César Cossio Rodriguez; b) analisando a partir de uma perspectiva histórica o campo de políticas públicas e sua evolução no contexto brasileiro, nos artigos Análise de políticas públicas no Brasil: de uma prática não nomeada à institucionalização do "campo de públicas" por Marta Ferreira Santos Farah e Evaluation of public policies in Brazil and the United States: a research analysis in the last 10 years dos autores Charles David Crumpton, Janann Joslin Medeiros, Vicente da Rocha Soares Ferreira, Marcos de Moraes Sousa e Estela Najberg; c) discutindo, a partir de uma janela histórica, baseada em análises longitudinais, temas como a reforma do Judiciário, por Daniella Munhoz da Costa Lima, Valderez Ferreira Fraga e Fátima Bayma de Oliveira no artigo O paradoxo da reforma do Judiciário: embates entre a nova gestão pública e a cultura organizacional do jeitinho, ou o e-Orçamentos Participativos, como Rafael Cardoso Sampaio faz no artigo e-Orçamentos Participativos como iniciativas de e-solicitação: uma prospecção dos principais casos e reflexões sobre a e-Participação; ou; d) tornando o objeto histórico uma privilegiada unidade de análise, como o autor Sergio Wanderley discute no seu artigo Iseb, uma escola de governo: desenvolvimentismo e a formação de técnicos e dirigentes.

Desejo uma boa leitura!

Alketa Peci

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov-Dec 2016
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