JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
o manejo da dor em olhos cegos dolorosos ainda é um desafio. Corticosteroides e hipotensores, bem como evisceração e enucleação, são algumas das estratégias até então empregadas, nem sempre eficazes e que, a depender da estratégia, causam um profundo abalo emocional no paciente. Dadas essas questões, o objetivo deste relato de caso é demonstrar uma nova e viável opção para o manejo desse tipo de dor por meio do tratamento do olho cego doloroso com bloqueios de gânglio cervicotorácico, técnica nunca descrita na literatura para esse fim.
RELATO DE CASO:
foram tratados seis pacientes portadores de olho cego doloroso, todos por glaucoma, nos quais a EVA (escala visual analógica para avaliação da dor em que 0 é ausência de dor e 10 é a maior dor já experimentada) variava de 7 a 10. Optou-se por sessões semanais de bloqueio de gânglio cervicotorácico com 4 mL de bupivacaína (0,5%) sem vasoconstritor e clonidina 1 mcg/Kg. Quatro pacientes apresentaram excelente resultado EVA, com variação entre 0 e 3, e dois permaneceram assintomáticos (EVA = 0), sem necessidade de medicação suplementar. Os outros dois usaram gabapentina 300 mg de 12 em 12 horas.
CONCLUSÃO:
atualmente, várias são as opções terapêuticas para o tratamento do olho cego doloroso, entre as quais se destacam os bloqueios retrobulbares com clorpromazina, álcool e fenol. No entanto, uma estratégia eficaz, com pequeno índice de complicações graves, não mutilante e que melhore a qualidade de vida do paciente é imprescindível. O bloqueio do gânglio cervicotorácico surge, pois, como uma opção comprovadamente viável e promissora para atender a essa demanda.
Dor ocular; Manejo da dor; Bloqueio nervoso