Acessibilidade / Reportar erro

Qualidade de Vida de Acadêmicos de Medicina: Há Mudanças durante a Graduação?

Quality of Life of Medical Students: Are There Changes during Undergraduate Training?

Resumo:

Introdução:

O conceito de saúde está ampliado para além da ausência de doença e envolve atualmente todos os aspectos de qualidade de vida dos indivíduos, inclusive a percepção deles em relação à condição de vida, ao contexto cultural e ao sistema de valores sob os quais vivem.

Método:

Objetivou-se analisar a qualidade de vida dos acadêmicos de Medicina da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) por meio do questionário World Health Organization Quality of Life abreviado (Whoqol-Bref) da Organização Mundial da Saúde. O Whoqol-Bref possui 26 questões, das quais duas são gerais sobre a qualidade de vida e a satisfação com a saúde, e 24 estão divididas em domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. As respostas são pontuadas de um a cinco, por grau de intensidade; após coleta, foram calculadas as médias dos escores e os domínios, os quais são convertidos em uma escala de 0 a 100.

Resultados:

Dos 188 acadêmicos, 62,03% consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa, enquanto 54,25% referiram estar nem satisfeitos nem insatisfeitos, insatisfeitos ou muito insatisfeitos com sua saúde. Além disso, nenhum dos grupos alcançou a “região de sucesso” na avaliação dos domínios, havendo diferença estatisticamente significante apenas do domínio físico (p = 0,02), em que se percebe uma melhora dos escores no decorrer do curso. Os alunos do primeiro e segundo anos tiveram pior avaliação nos domínios, demonstrando que a ansiedade e a expectativa sobre a graduação podem afetar negativamente a qualidade de vida. Em relação aos domínios, destaca-se o “sono e repouso” como a questão de pior avaliação, ocupando a “região de fracasso”, seguida da questão que avalia a oportunidade de lazer e recreação, provavelmente pelo fato de o processo de formação desgastante prejudicar também a saúde física, mental e emocional. Em relação ao sexo, as mulheres tiveram a pior avaliação em todos domínios e nas questões gerais, havendo diferença significativa no domínio psicológico (p = 0,04) e na satisfação com a saúde (p = 0,04).

Conclusão:

Portanto, faz-se necessário que se desenvolvam intervenções capazes de oferecer apoio aos acadêmicos de Medicina, de modo a ajudá-los a conseguir lidar com as dificuldades que enfrentarão durante o curso.

Palavras-chave:
Qualidade de Vida; Saúde; Estudantes de Medicina

Associação Brasileira de Educação Médica SCN - QD 02 - BL D - Torre A - Salas 1021 e 1023 | Asa Norte, Brasília | DF | CEP: 70712-903, Tel: (61) 3024-9978 / 3024-8013, Fax: +55 21 2260-6662 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: rbem.abem@gmail.com