Casos humanos de leishmaniose tegumentar americana (LTA) têm sido registrados na Serra da Cantareira, região da Grande São Paulo, onde se situam o Parque Estadual da Cantareira e o Parque Estadual Alberto Löfgren. O estudo teve como objetivo identificar a fauna flebotomínea e alguns de seus aspectos ecológicos nos dois parques e área adjacente, para investigar vetores de Leishmania sp. As capturas ocorreram de janeiro a dezembro de 2009, das 18 às 06 horas, com armadilhas automáticas luminosas instaladas em matas e peridomicílios, e com armadilhas de Shannon modificadas, nas cores branca e preta, em peridomicílio. Foram capturadas 12 espécies e 5.436 flebotomíneos por armadilhas automáticas luminosas (141), armadilhas de Shannon (5.219) e tentando picar os pesquisadores enquanto coletavam na armadilha de Shannon (76). Pintomyia fischeri e Migonemyia migonei foram as mais abundantes. Pi. fischeri predominou nos três métodos de coleta com 49,0%, 88,8% e 65,8%, respectivamente, e Mg. migonei foi a segunda mais prevalente na Shannon (10,0%) e tentando picar os pesquisadores (22,4%). Fêmeas de Pi. fischeri foram significativamente mais atraídas à Shannon preta e Mg. migonei à branca. Houve correlação positiva e significante entre o número de Pi. fischeri e a média das mínimas da umidade relativa nos 15 dias anteriores ao dia da coleta, e negativa e significante para as duas espécies mais abundantes em relação a umidade relativa no dia da coleta. Altas frequências e antropofilia de Pi. fischeri e de Mg. migonei sugerem que ambas podem estar atuando na transmissão da LTA na área.
Leishmaniose tegumentar americana; Ecologia; Vetores; Pintomyia fischeri; Migonemyia migonei