Accessibility / Report Error

Desigualdades socioeconômicas e étnico-raciais na mortalidade infantil dos filhos no México: quanto importa a cor da pele?

Resumo

Este artigo apresenta uma análise das características socioeconômicas e étnico-raciais na probabilidade de mortalidade de um filho no México antes dos cinco anos de idade. São utilizados dados da Pesquisa ESRU de Mobilidade Social México 2017 do Centro de Estudos Espinosa Yglesias. Controlando por diferentes coortes de nascimento, características sociodemográficas, territoriais e econômicas, observa-se que mulheres com tom mais escuro de pele são 2,82 (1,39, 5,74) vezes mais propensas a perderem um filho antes do seu quinto aniversário do que aquelas com tom branco de pele. Em um cenário contrafactual, estimou-se que a probabilidade de perder um filho é explicada por características étnico-raciais em até 28,7% e por características socioeconômicas em até 58,5%. A perda de um filho é um evento demográfico desigualmente distribuído na população e está determinado não apenas por características socioeconômicas, mas também por aspectos étnico-raciais. A ideia de miscigenação no México que propõe igualdade étnica-racial na população se mostra equivocada e evita salvar vidas.

Palavras-chave:
Tom de pele; Mortalidade infantil; Desigualdades étnico-raciais; Contrafactual; México

Associação Brasileira de Estudos Populacionais Rua André Cavalcanti, 106, sala 502., CEP 20231-050, Fone: 55 31 3409 7166 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: editor@rebep.org.br