Resumo
Objetivo:
Conhecer a interação de adolescentes privados de liberdade com seus avós no processo de viver e envelhecer.
Método:
Pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, realizada por meio de uma entrevista semiestruturada com 11 adolescentes internos, entre 17 e 20 anos de idade, em 2018, de uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo do interior do Rio Grande do Sul, Brasil. O que emergiu na voz dos adolescentes foi analisado pela temática de conteúdo.
Resultados:
Foi possível construir categorias que se entrelaçam e completam entre si: a) Os avós como suporte afetivo de adolescentes privados de liberdade e b) Relações de reciprocidade e convivência saudável entre adolescentes e avós.
Conclusão:
Os resultados indicaram que os participantes conceberam o papel dos avós na trajetória de suas vidas, mesmo com conflitos relacionais, como benéficas, porque ocupam um espaço de referência familiar, com amparo e afeto nas angústias familiares e próprias do adolescente que se desenvolve. Essa forma de convivência apareceu como uma possibilidade na formação da personalidade dos jovens em conflito com a lei, e um ambiente favorável de trocas e aprendizados mútuos e como figuras portadoras da cultura familiar transgeracional. A desestruturação familiar foi mencionada como um processo recorrente relatado e subjacente na vida dos adolescentes e os avós.
Palavras-chave:
Avós; Adolescente; Relações Familiares; Envelhecimento