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Mulheres infectadas pelo HIV: o impacto na anticoncepção, no comportamento sexual e na história obstétrica

Resumo de Tese

Mulheres Infectadas pelo HIV: O Impacto na Anticoncepção, no Comportamento Sexual e na História Obstétrica

Autor: Jarbas Magalhães

Orientador: Prof. Dr. Paulo César Giraldo

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Medicina, área de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do título de Mestre em Medicina, em 30/9/98.

A transmissão heterossexual do vírus da imunodeficiência adquirida é predominante em quase todo o mundo e as mulheres representam dois terços das pessoas infectadas por esta via. Portanto, as decisões sobre a anticoncepção, o comportamento sexual e a vida reprodutiva, ganharam muita importância, embora existam poucos estudos sobre o tema nos últimos anos. Para avaliar o impacto da infecção pelo HIV na anticoncepção, no comportamento sexual e na história obstétrica de mulheres HIV+, desenvolveu-se um estudo descritivo, de corte transversal, realizado por intermédio de um questionário ao qual foram submetidas 140 mulheres contaminadas pelo HIV, no Ambulatório de Infecções Genitais do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas. A análise estatística foi realizada utilizando-se os testes de Qui-Quadrado, Exato de Fisher e o de McNemar para amostras emparelhadas, com significância estatística de 5%. A maioria da população estudada foi de mulheres jovens, de baixa escolaridade e com um contingente importante de viúvas. Encontrou-se um nítido aumento na prevalência do uso de métodos anticoncepcionais, especialmente dos preservativos e da ligadura tubária, somado a uma diminuição expressiva do número de parceiros e de relações sexuais, no período decorrido após o conhecimento da soropositividade, porém 30% das mulheres HIV+ ainda permaneceram sem usar método anticoncepcional. Descobriu-se também que metade dos parceiros das mulheres infectadas pelo HIV+ fazia uso consistente de preservativos, porém, uma grande parcela deles permaneceu sem nunca usá-los. Tais achados pareceram explicar a ocorrência de 26 gestações no período pós-soroconversão, com uma taxa de aborto provocado de 23,1%. Concluiu-se que o conhecimento da infecção pelo HIV exerceu forte impacto nas mulheres HIV+ estudadas, levando a profundas modificações nas práticas de anticoncepção e de comportamento sexual e, conseqüentemente, na sua história obstétrica. Espera-se que atividades de Planejamento Familiar sejam cada vez mais estimuladas e desenvolvidas nos serviços que atendam as mulheres infectadas pelo HIV.

Palavras-chave: Anticoncepção. AIDS. Comportamento sexual.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Mar 2007
  • Data do Fascículo
    Abr 1999
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