Acessibilidade / Reportar erro
Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Volume: 28, Número: 3, Publicado: 2006
  • Síndromes mielodisplásicas, sua importância no nosso meio Editoriais

    Lorand-Metze, Irene
  • A Revista e sua função na educação continuada em Hematologia Editoriais

    Ruiz, Milton Artur
  • Diretrizes para diagnóstico morfológico em síndromes mielodisplásicas Artigos

    Niero-Melo, Lígia; Resende, Lucilene S. R.; Gaiolla, Rafael D.; Oliveira, Cláudia T.; Domingues, Maria A. C.; Moraes Neto, Francisco A.

    Resumo em Português:

    As síndromes mielodisplásicas são reconhecidas como doenças que se originam nas células-tronco da medula óssea e que requerem avaliação sistemática e criteriosa de sangue periférico e medula óssea para seu correto diagnóstico. O objetivo deste relato é estabelecer os critérios morfológicos (cito-histológicos) como parâmetros para o diagnóstico de SMD em amostras de sangue periférico e medula óssea, com especial direcionamento aos hematologistas e patologistas clínicos que exercem a hematologia laboratorial na sua rotina de trabalho. Os principais achados morfológicos são listados no final deste relato, na forma de "check-list", objetivando a sistematização sobre estes achados.

    Resumo em Inglês:

    Myelodysplastic syndromes require both thorougly and systematic blood smear and bone marrow examinations. The main goal of this report is to establish criteria of the morphological ( cyto-histological) features, as parameters for the diagnosis of myelodysplastic syndromes ( MDS) from peripheral blood smears and bone marrow samples, with especial address to hematology and pathology practitioners. The main features are listed ( checklist) at the end of this report, in order to synthesize them.
  • Síndromes mielodisplásticas: diagnóstico de exclusão Artigos

    Magalhães, Silvia M. M.

    Resumo em Português:

    As síndromes mielodisplásticas são comuns nos indivíduos com idade superior a 60 anos e se apresentam laboratorialmente com macrocitose isolada, anemia, citopenias isoladas ou combinadas e alterações morfológicas na medula óssea. O diagnóstico depende da exclusão de causas não clonais e reversíveis. Especialmente nas fases mais precoces da doença, na ausência de excesso de blastos, sideroblastos em anel ou alteração citogenética clonal, o diagnóstico requer um protocolo de exclusão. A exposição recente a agentes tóxicos ou drogas citostáticas, a deficiência de vitamina B12 e ácido fólico e o uso recente de fatores de crescimento são considerados fatores de exclusão absolutos. O etilismo, a anemia da doença crônica, distúrbios metabólicos, hormonais, auto-imunes e infecções virais devem ser excluídos ou interpretados com cautela. Outras doenças da célula-tronco hematopoética devem ser consideradas, sobretudo na SMD hipocelular. Em alguns casos, um período mínimo de seis meses de seguimento é necessário.

    Resumo em Inglês:

    Myelodysplastic syndromes are common in elderly people. Laboratory presentation includes isolated macrocytosis, anemia, isolated or combined cytopenias and dysplastic bone marrow. Diagnosis depends on exclusion of non-clonal and reversible disorders. Especially in lowest grade of the disease, with no blast excess, no ringed sideroblasts, no clonal cytogenetic abnormalities the diagnosis requires an exclusion protocol. Recent exposure to toxin, cytotoxic drugs or growth factor therapy and vitamin B12 or folate deficiency are considered absolute exclusion factors precluding the definite diagnosis. Alcohol abuse, chronic inflammatory states, auto-immune disorders, metabolic dysfunctions, hormonal disorders and viral infections must all be ruled out or interpreted with caution. Some diseases of the pluripotential stem cell must also be considered especially in hypocellular MDS. Moreover, in some cases a 6-month follow-up is necessary before a diagnosis be established.
  • Contribuição da citometria de fluxo para o diagnóstico e prognóstico das síndromes mielodisplásicas Artigos

    Lorand-Metze, Irene

    Resumo em Português:

    O diagnóstico das síndromes mielodisplásicas (SMD) é baseado nos achados de citopenias no sangue periférico, na morfologia (atipias) das células hemopoiéticas na medula óssea e no cariótipo. Em uma proporção considerável de casos, porém, o grau de atipias encontrado é discreto e sujeito a interpretações subjetivas. Além disso, alterações citogenéticas são encontradas apenas em 30%-80% dos casos. A citometria de fluxo multiparamétrica é uma técnica rápida, reproduzível e relativamente barata, capaz de objetivar alterações funcionais do clone SMD na maioria dos casos, o que permite o diagnóstico diferencial com patologias não-clonais que cursam com citopenias periféricas. Várias alterações têm sido descritas na expressão de antígenos ligados a linhagem e maturação celular nas três séries hemopoiéticas. Protocolos de três ou quatro cores analisando-se as séries eritroblástica, mielomonocítica e blastos têm sido propostos e conseguem resolver o diagnóstico diferencial em praticamente todos os casos. A citometria de fluxo também é útil para o acompanhamento dos pacientes, já que a progressão do clone neoplásico é acompanhada por um aumento do número de alterações fenotípicas e de células CD34+ além da diminuição de marcadores pró-apoptóticos.

    Resumo em Inglês:

    The diagnosis of MDS is based on the presence of peripheral cytopenias together with cell atypias in bone marrow precursors and cytogenetic abnormalities. However, in several cases, the cell atypias are discrete, and/or the karyotype is normal, precluding a clear-cut diagnosis. Multiparametric flow cytometry is a fast, reproducible and relatively inexpensive technique, which is able to disclose changes in the expression of lineage and maturation related antigens. Several of such abnormalities have been described in MDS. Three or four-color protocols have been used to analyze erythroblasts, granulocytes, monocytes and blasts, permitting, in most of the cases, the differential diagnosis between MDS and non-clonal disorders presenting pancytopenia. Flow cytometry is also useful in the follow-up of the patients, since it has been described that progression of the MDS clone is accompanied by an increase in the number of phenotypic abnormalities and of CD34+ cells, as well as the decrease in pro-apoptotic markers in bone marrrow cells.
  • Alterações cromossômicas em síndrome mielodisplásica Artigos

    Chauffaille, Maria de Lourdes L. F.

    Resumo em Português:

    O estudo das alterações cromossômicas em síndrome mielodisplásica (SMD) é de extrema importância porque auxilia no diagnóstico, prognóstico, classificação, acompanhamento evolutivo, escolha terapêutica e melhor entendimento da biologia da doença. As alterações cromossômicas são observadas em 30% a 50% dos casos de SMD primária, ao diagnóstico, e entre 80% e 90% das secundárias. Os cromossomos 5, 7, 8, 11, 13, 17, 20, 21 e X são os mais freqüentemente envolvidos. As alterações cromossômicas são variáveis independentes de valor prognóstico e correlacionam-se com o curso clínico da doença e com a transformação. Destacam-se como indicativos de bom prognóstico: cariótipo normal, nulissomia Y, del(5q), del(12p), del(11q) e del(20q) isoladas; como de prognóstico intermediário: trissomia 8, rearranjos envolvendo 3q21q26, translocações 11q, del(17p), trissomia 18 e trissomia 19; e como de prognóstico desfavorável: cariótipo complexo, monossomia 7, del(7q) e i(17q). Em relação à classificação, a Organização Mundial da Saúde tornou obrigatória a análise do cariótipo para a completa avaliação da SMD recém diagnosticada e definiu a síndrome 5q- como entidade específica. No tocante ao acompanhamento, alterações podem ser detectadas evolutivamente, definindo agressividade ou transformação da doença. Atualmente alguns tratamentos já são delineados com base nas alterações cromossômicas. Não se sabe se as alterações cromossômicas detectadas em SMD são eventos iniciais que levam ao desenvolvimento da doença (causa) ou se são apenas fenômenos secundários (conseqüência). De qualquer forma, elas apontam que, em nível molecular, há uma série de aspectos ainda por serem entendidos.

    Resumo em Inglês:

    The study of chromosomal abnormalities in myelodysplastic syndrome (MDS) is important for diagnosis, prognosis, classification, follow-up, therapeutic option and for a better understanding of the biology of the disease. Chromosomal aberrations are observed in 30% to 50% of MDS cases at diagnosis, and from 80% to 90% of secondary MDS. Chromosomes 5, 7, 8, 11, 13, 17, 20, 21 and X are the most frequently involved. Chromosomal aberrations have an independent prognosis value and relate with clinical course and transformation. As good prognosis abnormalities figure: normal karyotype, nulisomy Y, isolated del(5q), del(12p), del(11q) and del(20q); as intermediate prognosis are: trisomy 8, 3q21q26 rearrangements, translocations 11q, del(17p), trisomy 18 and trisomy 19; and as unfavorable prognosis: complex karyotype, monosomy 7, del(7q) and i(17q). Referring to classification, the World Health Organization established karyotype analysis as mandatory for MDS diagnosis and defined 5q- Syndrome as a specific entity. In respect to follow-up, abnormalities can be detected subsequently delineating aggressiveness or transformation of the disease. Nowadays some therapeutic options are underlined by chromosomal abnormalities. It is not known if the chromosomal aberrations detected in MDS are initial events that lead to the development of the disease (cause) or are secondary phenomena (consequences). Anyway, they point out that at molecular level there is a series of aspects not well understood yet.
  • Alterações moleculares em síndrome mielodisplásica Artigos

    Chauffaille, Maria de Lourdes L. F.

    Resumo em Português:

    A síndrome mielodisplásica (SMD) representa um grupo heterogêneo de doenças hematopoéticas clonais. As alterações cromossômicas observadas em SMD foram o ponto de partida para uma série de estudos para a caracterização da patogênese molecular nessa doença. A perda de material genético leva à hipótese de inativação de genes supressores tumorais (GST), mas essa teoria não explica o evento inicial desencadeador da vantagem de crescimento das células progenitoras hematopoéticas, estando outros mecanismos envolvidos, dos quais sobressaem a ativação de oncogenes, alteração de vias de sinalização e fatores de transcrição. Mutações de oncogenes, como RAS, P53, PDGF, FLT3 e MLL, dentre outros, podem contribuir para o desenvolvimento da SMD. A mutação em tandem do FLT3 é evento genético tardio no curso da doença e os pacientes portadores da mesma tendem a apresentar prognóstico desfavorável e transformação iminente para leucemia aguda. Tanto aberrações qualitativas como quantitativas de fatores de transcrição induzem o desequilíbrio ou bloqueio de diferenciação da célula hematopoética, que, por sua vez, se traduz em hematopoese ineficaz. Alterações epigenéticas são caracterizadas por metilação de DNA que tem papel no controle da expressão gênica. Hipermetilação e inativação de genes reguladores exercem função no desenvolvimento da doença. SMD de alto risco está associada à elevada prevalência de inativação do gene supressor tumoral p15INK4B por hipermetilação do promotor. Encurtamento do telômero correlaciona-se a cariótipos complexos, indicando instabilidade genômica e pior prognóstico.

    Resumo em Inglês:

    Myelodysplastic syndrome (MDS) is a heterogenous group of clonal hematopoietic disorders. Chromosomal abnormalities detected in this disease were the start to many studies in order to characterize molecular pathogenesis. The loss of genetic material observed in most patients with MDS leads to the hypothesis of tumor suppressor genes (TSG), but this theory does not explain the initial event that underlies growth advantage of hematopoietic progenitor cells, though, different mechanisms are involved such as oncogene activation, altered signaling components and transcription factors. Oncogene mutations, such as RAS, P53, PDGF, FLT3 and MLL, for instance, may contribute to the development of MDS. Tandem mutation of FLT3 is a genetic event that occurs late in the course of the disease and these patients tend to present unfavorable prognosis and imminent transformation into acute myeloid leukemia. Quantitative as well as qualitative abnormalities of transcription factors are detected in MDS and induce the unbalance or block in the differentiation of hematopoietic cells, that results in ineffective hematopoiesis. Epigenentic alterations are characterized by DNA methylation that exerts a role in controlling genic expression. Hypermethylation and inactivation of regulating genes act in the development of the disease. There is a high risk of MDS when p15INK4B is inactivated due to hypermethylation of its promoter. Telomere shortening correlates with complex karyotypes indicating genomic instability and poor prognosis.
  • Classificações morfológicas das síndromes mielodisplásicas: da classificação Franco-Americana-Britânica (FAB) à classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) Artigos

    Bortolheiro, Teresa C.

    Resumo em Português:

    A classificação inicial das síndromes mielodisplásicas (SMD) foi realizada em 1976, pelo grupo FAB, e era baseada em parâmetros morfológicos observados no sangue periférico e na medula óssea. A classificação FAB foi revisada em 1982 e utilizada nos últimos 25 anos como guia para melhor compreensão desse heterogêneo grupo de doenças. Em 2001, a OMS publicou uma nova classificação, com modificações significativas nos diversos subgrupos da FAB, com o intuito de agrupar melhor subtipos com comportamento clínico semelhante. A mudança mais importante foi a diminuição do número mínimo de blastos para o diagnóstico de LMA de 30% para 20%, causando o desaparecimento do subtipo AREB-T. Esta é também a mudança mais polêmica, havendo inúmeras publicações discutindo as evidentes diferenças clínicas e biológicas entre SMD e LMA, sendo unânime a opinião de que apenas o número de blastos é insuficiente para a escolha da terapêutica. Outro ponto importante foi a diferenciação de grupos com displasia em única e em múltiplas linhagens, que mostra ter grande importância para o prognóstico. Diversos estudos têm sido publicados, comparando as classificações FAB e OMS, reconhecendo a grande contribuição da classificação FAB para a melhor compreensão das SMD, bem como suas falhas e tentando validar as mudanças propostas pela classificação da OMS e identificar pontos passíveis de modificação.

    Resumo em Inglês:

    The initial classification of the myelodisplastic syndromes (MDS) was compiled in 1976 by the FAB group and was based on morphological parameters observed in the peripheral blood and in the bone marrow. The FAB classification was revised in 1982 and has been used in the last 25 years as a guide for a better understanding of this heterogeneous group of diseases. In 2001, the WHO published a new classification with significant modifications in the diverse subgroups of FAB with the intention of obtaining a better grouping of the subtypes with similar clinical behaviors. The most important modification was the decrease in the minimum number of blasts for the AML diagnosis from 30% to 20%, resulting in the disappearance of the subtype RAEB-T. This is also the most polemic alteration, as there are innumerable publications discussing the evident clinical and biological differences between the MDS and AML, with the opinion that the number of blasts alone is insufficient for the choice of therapy being unanimous. Another important point was the differentiation of the groups with dysplasia in single and multiple strains, which has been demonstrated as having great importance in the prognosis. Several studies have been published comparing the FAB and WHO classifications, recognizing the great contribution of the FAB classification for the better understanding of the MDS, as well as its shortcomings, and attempting to validate the modifications proposed by the WHO classification and identify the points liable to modification.
  • Fatores prognósticos nas síndromes mielodisplásicas Artigos

    Apa, Alexandre G.; Gutz, Cibelli N. R. M.

    Resumo em Português:

    As síndromes mielodisplásicas compreendem um conjunto heterogêneo de doenças hematopoéticas que se caracterizam por hematopoese ineficaz e se apresentam geralmente com citopenias no sangue periférico, medula óssea hipercelular e displasia na diferenciação celular. Vários fatores clínicos e laboratoriais foram analisados como prognósticos. O objetivo dessa revisão é analisar os sistemas prognósticos avaliando sobrevida global e abordagem terapêutica. A avaliação do sistema WPSS, que alia grupos de riscos citogenéticos e a presença ou não de dependência transfusional define cinco grupos de riscos com diferença estatística em termos de sobrevida global e risco de transformação leucêmica. A proposta formulada é a avaliação do sistema WPSS como sistema prognóstico capaz de substituir o IPSS a fim de melhor definir os grupos de risco e diferentes abordagens terapêuticas.

    Resumo em Inglês:

    The myelodysplastic syndromes represent a heterogeneous group of haematopoietic disorders characterized by ineffective haematopoiesis, peripheral cytopenias, hypercellular bone marrow and dysplastic haematopoiesis. Several laboratory and clinical features have been analysed as prognostic factors. The aim of this review is to evaluate the prognostic scoring systems focusing on overall survival and therapeutic approach. The WPSS evaluation includes both cytogenetic risk groups and transfusional necessities. It has five well-defined risk groups with statistical divergences related to overall survival and leukemic transformation risk. Our proposal is to evaluate the WPSS as a prognostic scoring system able to replace the IPSS, in order to establish a better definition of the risk groups and the different therapeutic approaches.
  • Síndrome mielodisplásica secundária à quimio ou radioterapia: SMD relacionada a tratamento Artigos

    Pinheiro, Ronald F.; Chauffaille, Maria de Lourdes L. F.

    Resumo em Português:

    O efeito leucemogênico dos agentes quimioterápicos após o tratamento para neoplasias é bem conhecido. Síndrome mielodisplásica secundária a quimio ou radioterapia, também denominada relacionada à terapia (SMD-t), geralmente ocorre quatro a sete anos após a exposição inicial ao agente quimio ou radioterápico, acomete habitualmente pacientes jovens, apresenta alta incidência de transformação para leucemia mielóide aguda (LMA), está associada a citopenias severas, displasia das três linhagens, celularidade medular reduzida e fibrose, e anormalidades citogenéticas em até 80% dos casos. As anormalidades mais freqüentes envolvem os cromossomos 5 e 7. No tocante à quimioterapia, os agentes alquilantes são as drogas mais comumente associadas com SMD-t. Quimioterápicos em altas doses usados como parte de regimes de condicionamento para transplantes de medula óssea e radioterapia, além dos esquemas COPP/ABV e BEACOPP, estão associados com SMD-t. Recentemente, drogas como azatioprina, cladribina e rituximab também foram relacionadas à SMD-t. Devido ao aumento da sobrevida de pacientes acometidos por neoplasias malignas, a SMD-t surge como efeito mutagênico desses tratamentos e confere prognóstico desfavorável.

    Resumo em Inglês:

    The leukaemogenic effect of chemotherapeutic agents after treatment for other malignancies have been well described. Myelodysplastic syndrome secondary to chemo- and radiotherapy (MDS-t) usually develops four to seven years after the initial exposure to chemotherapy frequently involving young patients, shows a high incidence of transformation to AML, is associated with severe cytopenias, trilineage dysplasia, reduced marrow cellularity and fibrosis, and presents an incidence of chromosomal abnormalities of up to 80% of the cases. The most common abnormalities are related to chromosomes 5 and 7. Alkylating agents have been considered the most common drugs associated with MDS-t. High dose chemotherapy used as part of the conditioning regimen prior to bone marrow transplantation as well as traditional regimens such as COPP/ABV and BEACOPP have also been associated with MDS-t. Recently, drugs such as azathioprine, rituximab and cladribine have been reported as causes too. Due to the increasing survival of patients suffering from other malignancies, MDS-t results as a mutagenic effect of these therapies and is related to poor prognosis.
  • Tratamento de suporte e quelação de ferro em pacientes com síndromes mielodisplásicas Artigos

    Souto, Elizabeth X.

    Resumo em Português:

    As síndromes mielodisplásicas (SMD) são um grupo heterogêneo de distúrbios hematológicos que ocorrem mais freqüentemente em pacientes idosos e que cursa, na maioria dos casos, com anemia crônica dependente de transfusão de hemoderivados. Conseqüentemente, muitos destes pacientes passam a apresentar sobrecarga de ferro, que pode levar a danos teciduais graves. Ambas as terapias, transfusional e de quelação de ferro, quando indicadas, são importantes para manter a sobrevida e a qualidade de vida destes pacientes. A terapia de quelação de ferro está indicada especialmente nos subtipos de SMD com melhor prognóstico e sobrevida longa o suficiente para o desenvolvimento de sobrecarga de ferro com relevância clínica. A terapia de quelação de ferro apresenta algumas limitações relacionadas à necessidade de longo tempo de infusão da deferoxamina, da dificuldade de adesão pelo paciente, bem como da aquisição da bomba de infusão. O uso da deferiprona, que é um quelante oral de ferro, está contra-indicado neste grupo de pacientes, pelo risco de neutropenia e agranulocitose. O deferasirox é um novo quelante oral de ferro em estudo e que poderá, no futuro, ser uma opção adequada para os pacientes com SMD e sobrecarga de ferro. Novos estudos em pacientes com síndromes mielodisplásicas são necessários para melhor estabelecer critérios de diagnóstico da sobrecarga de ferro, bem com da terapia de quelação neste grupo.

    Resumo em Inglês:

    Myelodysplastic syndromes (MDSs) are a heterogeneous group of hematological disorders which are more common in the elderly and related to chronic anemia dependent on blood transfusions. Consequently, many of these patients develop iron overload which may lead to severe injury to tissues. Transfusions and chelation therapy, when indicated, are important for survival and to maintain the quality of life. Chelation therapy is indicated especially for MDS subtypes with a better prognosis and a sufficiently long survival to develop clinically relevant iron overload. Chelation therapy presents with some limitations in particular the long time required for deferoxamine infusion and the difficulties of patients to comply with treatment and to acquire an infusion pump. The clinical use of deferiprone, an oral chelator, is not indicated for MDS patients because of the risk of neutropenia and agranulocytosis. Deferasirox is a new oral chelator currently under clinical development that will probably be, in the future, an adequate option for MDS patients with iron overload. Additional studies in MDS patients are necessary to establish better diagnostic and chelation therapy criteria.
  • Fatores de crescimento hemopoéticos nas síndromes mielodisplásicas Artigos

    Velloso, Elvira R. P.

    Resumo em Português:

    Fatores de crescimento hemopoéticos, como a eritropoetina e a associação da eritropoetina com o fator estimulante de colônias de granulócitos (G-CSF) são utilizados para manejo da anemia, particularmente nas síndromes mielodisplásicas de baixo risco (Anemia refratária e Anemia refratária com sideroblastos em anel e mielodisplasias com sistema de escore de prognóstico internacional de risco baixo ou intermediário I). O nível sérico de eritropoetina e a necessidade transfusional pré-tratamento podem identificar pacientes com melhor chance de resposta a essas terapêuticas de alto custo. O uso indiscriminado de G-CSF em portadores de neutropenia crônica não está indicado, devendo ser individualizado.

    Resumo em Inglês:

    Treatment with growth factors, particularly erythropoietin (EPO) alone or in association with granulocyte colony-stimulating factor (G-CSF), has been useful in the management of anemia in low-risk patients with myelodysplastic syndromes (refractory anemia, refractory anemia with ringed sideroblasts, low or intermediate-1 IPSS groups). Two pre-treatment variables (serum EPO levels and red blood cell-transfusion needs) can predict erythroid responses to these high cost treatments. The indiscriminate use of G-CSF in neutropenic patients is not recommended although it can be useful in specific situations.
  • Agentes imunossupressores, talidomida e ácido valpróico nas síndromes mielodisplásicas Artigos

    Velloso, Elvira R. P.

    Resumo em Português:

    Agentes imunossupressores, como a globulina antitimocítica (GAL) ou antilinfocítica (GAL) e a ciclosporina A têm mostrado eficácia nas SMD, particularmente nos subtipos Anemias refratária (AR) e nas SMD com fenótipo HLA-DR15, independente do grau de celularidade medular. Outras drogas disponíveis em nosso meio, de baixo custo, como a talidomida podem ser utilizada em pacientes refratários, e o ácido valpróico está sendo utilizado em ensaios clínicos. A quantificação da resposta a drogas deve utilizar os critérios de resposta do International Working Group (IWG). É proposto um fluxograma para uso de fatores de crescimento, agentes imunossupressores e talidomida em pacientes com SMD, de baixo risco, não candidatos a transplante de medula óssea (TMO).

    Resumo em Inglês:

    Patients with refractory anemia subtypes and HLA-DR15 with any degree of marrow cellularity have good responses to immunosuppressive agents, such as antithymocyte globulin, antilymphocyte globulin and cyclosporine A. Other cheaper drugs available in Brazil, including thalidomide may be useful in refractory patients. Valproate acid has started to be used in clinical trials. Response to treatment should be reported using the criteria proposed by the International Working Group. The use of growth factors, immunosuppressive agents and thalidomide in low risk patients with myelodysplastic syndromes who are not candidates for hematopoietic stem cell transplantation is suggested at the end of this publication.
  • Tratamento do paciente com mielodisplasia de alto risco Artigos

    Fagundes, Evandro M.

    Resumo em Português:

    O tratamento do paciente com mielodisplasia deve ser feito considerando o risco biológico da doença, a idade e as condições clínicas do paciente. De um modo geral, uma doença de alto risco necessitaria de um tratamento mais agressivo. Porém, devido à elevada idade mediana no diagnóstico, a maioria dos pacientes não tolera tratamentos intensivos. O transplante de células-tronco hematopoiéticas é a única opção para aqueles que objetivam a cura da doença. Para aqueles que não podem se submeter a um transplante, as opções incluem o uso de quimioterapia intensiva, agentes hipometilantes, tratamento suportivo e/ou inclusão em estudos clínicos. A quimioterapia intensiva semelhante à utilizada para leucemia mielóide aguda é uma boa opção para pacientes em boas condições clínicas e com menos de 65 anos de idade.

    Resumo em Inglês:

    To initiate a treatment for myelodysplastic syndrome, the physician should consider the patient's age, status performance and the risk of transformation to acute myeloid leukemia (AML) and death. In theory, a high risk disease should be approached with intense treatment however most patients are not healthy enough to receive aggressive treatment with chemotherapy or stem cell transplantation. For those who are not able to receive a transplantation, the treatment options include AML-like chemotherapy, hypomethylating agents, supportive care alone or participation in a clinical trial. AML-like chemotherapy is still a reasonable choice for those patients who are in good clinical conditions and are younger than 65 years of age.
  • Indicações de transplante de células-tronco hematopoéticas para pacientes com diagnóstico de síndromes mielodisplásicas Artigos

    Traina, Fabíola

    Resumo em Português:

    O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é uma opção de cura para pacientes com diagnóstico de síndromes mielodisplásicas (SMD). Porém, diante da alta morbidade e mortalidade relacionada ao procedimento, as indicações e o momento de realizar o TCTH para pacientes com SMD permanecem controversos. Baseado nas evidências disponíveis até o momento, para pacientes com IPSS de baixo risco e intermediário 1 com doador aparentado HLA-idêntico, o TCTH deveria ser adiado por algum período, mas realizado antes do desenvolvimento de LMA, por exemplo, na ocorrência de uma citopenia grave e dependência transfusional, evolução clonal ou evolução do IPSS. Para os grupos de IPSS intermediário 2 e alto risco, TCTH logo após o diagnóstico confere o melhor prognóstico. Para os pacientes sem doador aparentado HLA-idêntico, o TCTH de doadores não aparentados pode ser uma alternativa e deve ser individualizado diante da perspectiva de cura, limitada, entretanto, pela elevada morbidade e mortalidade associada a este procedimento. O papel do TCTH autólogo e do TCTH com condicionamento não mieloablativo para os pacientes com diagnóstico de SMD precisa ser melhor definido.

    Resumo em Inglês:

    Hematopoietic cell transplantation (HCT) is a curative therapy for patients with a diagnosis of myelodysplastic syndromes (MDS). The indications and the timing of HCT for MDS have remained controversial due to the high risk of morbidity and mortality related to this procedure. In view of the current evidence, for patients with an HLA-matched related donor with low and intermediate 1 IPSS, the best strategy is to delay transplantation, but to perform it prior to the development of acute myelogenous leukemia. For patients with intermediate 2 and high risk IPSS groups, transplantation soon after diagnosis confers the best prognosis. For patients lacking a HLA-matched related donor, studies involving a large number of patients with a long-term follow-up are needed to define the best option among conventional chemotherapy, autologous HCT or HCT from unrelated donors. For patients who are not candidates for myeloablative conditioning, prospective randomized trials are needed to define if non-myeloablative conditioning reduces the mortality not related to relapse without increasing the probability of relapse.
  • Síndrome mielodisplásica na infância Artigos

    Lopes, Luiz F.; Lorand-Metze, Irene; Mendes, Wellington L.; Seber, Adriana; Melo, Ligia N.

    Resumo em Português:

    O Grupo Cooperativo Brasileiro de Síndrome Mielodisplásica em Pediatria (GCB-SMD-PED) foi formado em janeiro de 1997 com o objetivo de estudar crianças (menores de 18 anos) com diagnóstico confirmado ou suspeita de mielodisplasia de todo o país. As SMD entretanto, por fazerem interfaces com as leucemias mielóides agudas - LMA), bem como com as doenças mieloproliferativas crônicas - DMPC), podem apresentar-se morfologicamente de várias formas, passíveis de confusão diagnóstica. Assim também, outras doenças com alteração hematológica podem trazer confusão e erros diagnósticos. Daí a necessidade da criação do GCB-SMD-PED para oferecer revisão e suporte no diagnóstico e nos exames complementares dos casos suspeitos de SMD na faixa pediátrica. Embora ainda se use a classificação FAB, duas novas classificações em pediatria foram recentemente propostas: a do Hospital for Sick Children, University of Toronto, Canadá, que propõe a "Classificação CCC" (categoria, citologia e citogenética), na qual foram utilizadas três características principais: categorias de origem "de novo", secundárias e/ou associadas a anormalidades constitucionais, critérios citológicos, com evidências ou não de displasia, e critérios citogenéticos, e a classificação proposta por Hasle e colaboradores, chamada de WHO pediátrica. Neste artigo serão apresentados os dados de 173 pacientes cadastrados no GCB-SMD-PED provenientes de 15 estados brasileiros (41 centros de tratamento em oncologia e hematologia pediátrica). De 1983 a 1997, 51 pacientes foram registrados de forma retrospectiva, e de janeiro de 1998 a fevereiro de 2003, 122 pacientes foram encaminhados ao grupo brasileiro e os seus dados coletados de forma prospectiva. Dos casos registrados e analisados, 93 tiveram confirmação de SMD. Em 36,5%, houve transformação para leucose aguda, sendo que a maioria sofreu transformação para LMA (82,3%) e menor porcentagem para LLA (17,7%). Quanto à evolução clínica dos pacientes encontramos: óbito em 54,8% dos casos, remissão espontânea em 5,4% e 16,1% encontrava-se em tratamento conservador. Infecções em pacientes com SMD e naqueles que sofreram transformação leucêmica foram as causas mais freqüentes de óbito (58,8%). Propomos também neste artigo uma abordagem de diagnóstico em genética e biologia molecular voltada para os casos infantis assim como uma revisão de literatura sobre transplante de medula óssea para os casos pediátricos, além de outros aspectos que diferem da abordagem feita para pacientes adultos.

    Resumo em Inglês:

    The Brazilian Cooperative Study Group on Pediatric Myelodysplastic Syndromes (GCB-SMD-PED) started in January 1997 with the goal of studying under 18-year-old patients with MDS or suspected MDS from all over the country. Some primary or secondary disorders are incorrectly called MDS. Because of this the GCB-SMD-PED is a referral group in the country to review and also to give diagnostic support (morphology, genetics, etc.). Some groups still use the FAB classification but two new classifications for pediatric cases have been published: one from the Sick Children's Hospital, University of Toronto, Canada the "CCC Classification" (category, cytology and cytogenetic), and the WHO pediatric classification by Hasle et al. Our proposal here is to present data from the 173 pediatric cases which were referred to the GCB-SMD-PED from 15 states (41 centers). From 1983 to 1997, 51 pediatric cases were registered as retrospective cases and from January 1998 to February 2003, 122 prospective cases were registered. From these 173 cases, 93 where confirmed as MDS. In 36.5% of them there was a transformation into acute leukemia with 82.3% as AML and 17.7% as ALL. The follow up showed that 54.8% died, 5.4% had spontaneous remission and 16.1% were in treatment with no chemotherapy (just transfusion or conservative approach). Infections were the primary cause of death (58.8%). Additionally, in this article the diagnostic approach according to classical or molecular genetics is shown with a review of literature for bone marrow transplantation in pediatric cases and other aspects which are different from the approach offered to adult patients with MDS.
Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Terapia Celular R. Dr. Diogo de Faria, 775 cj 114, 04037-002 São Paulo/SP/Brasil, Tel. (55 11) 2369-7767/2338-6764 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: secretaria@rbhh.org