RESUMO
Este estudo trata do conceito de tradição de ensino-aprendizagem de língua estrangeira, considerando o papel do livro didático de Português Brasileiro como Língua Estrangeira (PBLE) nessa tradição. Assim, baseados em Bornheim (1987)BORNHEIM, Gerd A. O conceito de tradição. In: BORNHEIM, Gerd A. et al. (Org.). Cultura brasileira: tradição/contradição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987. p. 13-29., recorrendo também a Titone (1968)TITONE, Renzo. Teaching Foreign Languages: an historical sketch. Georgetown: Georgetown University Press, 1968., Kelly (1969)KELLY, Louis G. 25 centuries of language teaching. Massachussetts: Newbury, 1969., Leffa (2012)LEFFA, Vilson J. Ensino de línguas: passado, presente e futuro. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, n. 20, v. 2, p. 389-411, 2012. e Dickey (2012)DICKEY, Eleanor. (Org.). The Colloquia of the Hermeneumata Pseudodositheana: Colloquia Monacensia-Einsidlensia. Leidense-Stephani, & Stephani. Cambridge; New York: Cambridge University Press, 2012., apresentamos nossa concepção de tradição de ensino-aprendizagem de língua estrangeira. Em seguida, conforme Foucault (1971)FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 9. ed. Trans. L. F. A. Sampaio. São Paulo: Loyola, 1971., analisamos um livro didático de PBLE publicado em 1966 e outro em 2011, focalizando as atividades propostas pelos materiais. Por fim, nossa reflexão sugere que esses livros didáticos, enquanto elementos dessa tradição, transformam professores e estudantes em sujeitos domesticados do discurso da pedagogia de língua estrangeira e que não favorecem as práticas de ensino de língua, mas as de repetição mecânica de exercícios gramaticais.
PALAVRAS-CHAVE:
Foucault; ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras; Português Brasileiro; livro didático