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Freqüência de traumatismos craniencefálicos numa população psiquiátrica forense

OBJETIVO: Cada vez mais, nos últimos anos, estudos em pacientes individuais e em populações demonstram que os traumatismos craniencefálicos (TCE) determinam inúmeros sintomas psiquiátricos, com significativas alterações que podem influenciar os diagnósticos, os prognósticos, os tratamentos e com evidentes implicações psicossociais, incluindo as jurídicas e previdenciárias. O objetivo deste estudo foi o de 1) Detectar numa população psiquiátrica forense a existência de TCE antes do acometimento de delitos; 2) Verificar se houve reconhecimento desses traumatismos por parte dos peritos da instituição. MÉTODO: Foram analisados 3.323 prontuários de pacientes submetidos a exames periciais no Instituto Psiquiátrico Forense "Dr. Maurício Cardoso" de Porto Alegre, entre 1995 e 1999. RESULTADOS: Na população estudada, foram encontrados 133 TCE ocorridos antes dos delitos, sendo 39 leves e 94 moderados e graves. Do total dos casos encontrados, não foram considerados 111 casos, muitos deles com alterações motoras, cognitivas, psíquicas e sensoperceptivas. CONCLUSÃO: O expressivo número de pacientes que sofreu TCE antes dos delitos cometidos e que não foi considerado pelos peritos (neurologistas e psiquiatras) da instituição forense é forte indicativo do pouco conhecimento das conseqüências desses traumatismos. Considerando a relevância dos aspectos psicossociais envolvidos, novos estudos necessitam ser realizados junto a populações psiquiátricas de maneira a aprimorar o conhecimento a respeito das conseqüências desses traumas.

Traumatismos craniencefálicos; Pesquisa populacional; Psiquiatria forense; Epidemiologia psiquiátrica


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