A elaboração de um significado para a compreensão e a convivência com a esquizofrenia constitui uma das maneiras de os familiares lidarem com a doença e a evidencia como um fenômeno culturalmente constituído. A partir de uma abordagem antropológica, este estudo entrevistou 14 familiares de 8 pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, buscando formular uma compreensão da esquizofrenia através dos conceitos e imagens do universo cultural e social familiar. Os dados produzidos foram analisados segundo metodologia qualitativa. Três categorias de concepção de doença são discutidas, Problema de Nervoso, Problema na Cabeça e Problema Espiritual. Argumenta-se que as concepções analisadas podem ser compreendidas como construções culturais e discute-se a importância desta abordagem para a compreensão da evolução da doença e para a elaboração de programas de intervenção culturalmente apropriados.
Esquizofrenia; família; cultura; estudo qualitativo