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Distribuição espacial de infecção canina por Leishmania infantum em um município com leishmaniose humana endêmica no leste da Bahia, Brasil

Resumo

O sucesso dos esforços para controlar uma doença zoonótica como a leishmaniose visceral (LV), causada por Leishmania infantum, depende de dados abrangentes sobre a infecção animal. Na Bahia, Brasil, embora a LV humana seja endêmica, diversos municípios, como Muritiba, ainda não dispõem de dados epidemiológicos sobre infecção por L. infantum e leishmaniose canina (LCan). Objetivou-se realizar um estudo epidemiológico para descrever a distribuição espacial e caracterizar a infecção canina por L. infantum em dois distritos de Muritiba, onde notificam-se casos humanos. Foi aplicado o protocolo sorodiagnóstico oficial brasileiro (ELISA e imunocromatografia), PCR e exame clínico em 351 cães domiciliados. Encontrou-se uma soroprevalência de 15,7% (55/351) e positividade de 88,8% (32/36) na PCR para L. infantum. A distribuição espacial dos cães positivos indicou infecção em ambos os distritos, urbano e rural. Não houve associação entre soropositividade e sexo ou raça, mas cães com idade acima de 2 anos foram 3,8 vezes mais soropositivos (IC 95% 1,57 - 9,18). Dentre os cães soropositivos, 80% (44/55) apresentavam manifestações clínicas de LCan: 75% (33/44) apresentavam dermatopatia; 50% (22/44) emagrecimento e 29,5% (13/44) oftalmopatia. Este é o primeiro estudo a determinar a soroprevalência e confirmar a circulação natural de L. infantum e LCan em cães de Muritiba.

Palavras-chave:
Cão; Georreferenciamento; leishmaniose zoonótica; Saúde Única; soroepidemiologia; zoonose

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