Resumo
Objetivos:
caracterizar o hábito alimentar de gestantes e compará-lo ao de mulheres em idade fértil, e analisar a associação entre gestação e hábito alimentar.
Métodos:
estudo transversal com 13.108 mulheres de 18 a 50 anos (179 gestantes), incluídas no inquérito telefônico Vigitel 2018. O hábito alimentar foi avaliado pela frequência de consumo de alimentos considerados marcadores de qualidade alimentar e por alimentos ingeridos no dia anterior. Utilizou-se a classificação NOVA para categorizar os alimentos em: in natura/minimamente processados e ultraprocessados. As diferenças foram verificadas pelo teste Qui-quadrado de Pearson e regressão múltipla de Poisson.
Resultados:
nas gestantes, observaram-se menores percentuais de ingestão de suco natural (27,5%) e frutas (10,1%) de 0-2 vezes/semana, e maiores percentuais de suco (36,4%) de 3-4 vezes e frutas (74,2%) ≥5 vezes/semana, comparadas às mulheres não gestantes. Não foram detectadas diferenças nas frequências diárias de ingestão de alimentos entre as mulheres. No dia anterior à entrevista, quase 95% das gestantes consumiram produtos ultraprocessados. As gestantes referiram menor frequência de consumo de refrigerante (12,3%) e molhos (7,4%) do que as não gestantes.
Conclusão:
as gestantes e as não gestantes apresentaram elevado consumo de produtos ultraprocessados, destacando a necessidade de intervenções voltadas à promoção da alimentação saudável.
Palavras-chave:
Nutrição pré-natal; Consumo alimentar; Alimentos industrializados; Inquéritos epidemiológicos