Resumo
Objetivos:
investigar fatores sociodemográficos e econômicos associados à insegurança alimentar entre gestantes atendidas pelo sistema único de saúde de Lavras - Minas Gerais.
Métodos:
características socioeconômicas, demográficas, obstétricas e nutricionais de gestantes foram coletadas em estudo transversal. Os domicílios das gestantes foram classificados em segurança ou insegurança alimentar utilizando a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Estimativas de prevalência e razão de prevalência com intervalos de confiança de 95%, testaram associações entre insegurança alimentar e indicadores socioeconômicos e demográficos utilizando modelos de Poisson.
Resultados:
entre as 173 gestantes participantes deste estudo, 48% viviam em domicílios com algum nível insegurança alimentar (IA). Modelos ajustados indicaram que gestantes em IAapresentaram maior prevalência de escolaridade inferior a oito anos de estudo (aRP = 1.39, IC95% = 1.07-1.91), ser chefe de família (aRP = 1.39, IC95% = 1.02-1.87), ter renda mensal inferior a 1½ salário mínimo (aRP = 1.68, IC95% =1.11-2.25), e ser participante do Bolsa Família (aRP = 1.47, IC95% = 1.08-1.99).
Conclusão:
a alta prevalência de insegurança alimentar em gestantes do sistema público de saúde de Lavras está associado a fatores socio-estruturais. Os resultados desta pesquisapoderão contribuir com o desenvolvimento de políticas intersetoriais de saúde e nutrição para a promoção da segurança alimentar entre comunidades marginalizadas e populações vulneráveis.
Palavras-chave
Gestação; Saúde pública; Estado nutricional; Atenção primaria à saúde; Disparidades nos níveis de saúde; Política pública